segunda-feira, 28 de junho de 2021

AS NOTAS DA ESTÍRIA.

     A F1 nessa temporada de 2021, nos proporciona uma surpresa com o excelente rendimento da Red Bull, muito por conta da exuberante capacidade de Max Verstappen de extrair ao máximo o potencial de seu bólido.

    A Mercedes acusou o golpe, já é consenso que a equipe prateada não é a mais rápida atualmente, mas a diferença é muito pequena, fosse Verstappen outro piloto, talvez Hamilton estivesse na frente do campeonato.

    Na etapa de ontem, tivemos muitos destaques que veremos a seguir e algumas frustações que merecem nota. A primeira, Pierre Gasly, que logo na segunda reta, após um toque de Leclerc, teve a sua corrida abreviada, desperdiçando a chance de arrumar bons pontos no campeonato. Outra crueldade do destino foi o abandono de Russell, que fazia uma bela prova, na zona de pontos até que os problemas em sua Williams começaram. Para encerrar, o desempenho ruim de Daniel Ricciardo, que vai tendo enormes dificuldades com a sua Mclaren, a o contrário de Norris, um dos destaques do ano.

Max largou na frente e assim se manteve até o fim.


Abaixo as notas dadas aos pilotos pelo desempenho na etapa da Estíria, disputada em Red Bull Ring.

1 – Verstappen – 9,5

Pole, largada segura e vitória. Comandou a corrida com maturidade e competência. É um dos grandes nomes do ano e parece prontíssimo para quebrar a sequência de títulos de Lewis Hamilton.

2 – Hamilton – 9,0

Fez o que pode, forçou tudo que o carro oferecia, de quebra ganhou o ponto extra da volta mais rápida da prova. Vem minimizando os prejuízos, esperando um vacilo da Max para pegar a ponta da tabela novamente, ou quem sabe, uma reação da Mercedes.

3 – Bottas – 8,0

Fez um bom fim de semana, conquistou um bom e importante pódio, de ruim em sua atuação só a pataguada nos boxes que lhe rendeu uma punição.

4 – Pérez – 7,5

Por uma volta não conquistou o pódio, chegou a abrir a asa móvel na reta de chegada, com melhores pneus, mas sem tempo de um ataque em cima de Bottas. Resultado razoável do mexicano, com um gostinho de que poderia mais.

5 – Norris – 7,5

Um dos grandes nomes da prova, se colocou em quarto no grid, foi consistente na corrida, soube gerir bem o problema que teve no seu carro e vem se tornando um dos grandes nomes do ano.

6 – Sainz – 8,0

Se o espanhol largou em apenas em décimo segundo lugar, decepcionando um pouco, fez uma prova muito madura e consistente, obtendo um bom sexto lugar e provando que a Ferrari fez bem em buscar um piloto pronto como ele para fazer dupla com o jovem Leclerc.

7 – Leclerc – 8,0

Foi muito bem na qualificação, mas errou na primeira volta, se precipitando, na corrida foi agressivo aos extremo para se recuperar, algumas vezes até arriscando mais do que deveria, mas ao fim da corrida, conseguiu mitigar bem o prejuízo.

8 – Stroll – 7,5

Fez uma primeira parte de corrida bem interessante, depois perdeu um pouco de rendimento, mas ainda assim marcou importantes pontos e chegou a frente de Vettel, que vinha em uma crescente dentro da equipe.

9 – Alonso – 7,0

Com toda a sua experiência e talento, vai levando seu carro aos pontos, marcando seu território. Pela terceira vez seguida chega a frente de Ocon, que dessa vez, nem pontuar conseguiu.

10 – Tsunoda – 6,0

O veloz, agressivo e desbocado piloto japonês obteve um ponto precioso para si e a equipe, mas mesmo assim seus resultados ficam muito aquém dos obtidos por Gasly.

    No próximo domingo a F1 regressa à pista para o GP da Áustria, no mesmo traçado de Red Bull Ring. Salvo alguma surpresa, como a chuva por exemplo, os resultados dessa semana devem ser parecidos com o da próxima. Trocar os compostos de pneus me parece muito pouco para mudar a relação de forças, mas fica valendo a expectativa  que algo novo aconteça.

Até lá.

domingo, 27 de junho de 2021

MAX DOMINA A ESTÍRIA.

     A F1 desembarca na Áustria para o GP da Estíria, a primeira etapa das duas que serão disputadas no traçado de Red Bull Ring. Mesmo com público reduzido, o ambiente da F1 já fica diferente, a atmosfera fica mais viva, mais divertida.

    Nos treinos livres, a Red Bull com Max Verstappen liderou as duas primeiras sessões, mas no terceiro treino livre, Hamilton mostrou força e ficou na frente do grid, mostrando força. A corrida ainda poderia ter surpresas, pois a meteorologia previa 90% de chances de chuva para o domingo.

    No Q1, domínio de Hamilton. Como destaque negativo da sessão foi a eliminação da Alpine de Ocon, que havia começado tão bem a temporada, mas que passa por uma fase ruim nas últimas etapas. No Q2, Max e Lewis vão de pneus médios, enquanto os outros passam a rodar com os pneus macios. Verstappen faz um tempo muito bom em relação a Lewis. Os destaques desse Q2 foram Norris e Gasly fazendo P2 e P3 respectivamente. Nessa sessão, o líder foi Pérez, muito por conta dos pneus macios.

    Q3, hora da verdade, Verstappen na primeira tentativa é o primeiro piloto a baixar para a casa de 1.03 a volta. Hamilton já na sua segunda tentativa, consegue melhorar seu próprio tempo, mas fica atrás do holandês. O inglês ainda iria para um terceira tentativa, contudo errando não conseguiu avançar na grelha de tempos. A surpresa é Bottas, pulando para o segundo lugar, deixando Hamilton para terceiro, seguido por Norris, Pérez e Gasly. Vale lembrar que por conta de uma rodada dentro dos boxes no segundo treino livre, Bottas irá largar em quinto. O que se pode destacar nessa qualificação é a inconformidade de Lewis com seu resultado, sentido o golpe de não conseguir acompanhar Max nesse momento do campeonato.

A presepada de Bottas lhe custa uma punição de 3 posições. 


    O domingo, contrariando a meteorologia, amanhece com céu, um dia lindo e agradável para corrida. Na largada, Verstappen permanece em primeiro, seguido por Hamilton. Norris e Pérez durante toda a volta ficam diversas vezes lado a lado, mas o inglês prevalece. Mais atrás, Leclerc, Gasly, Latifi e Giovinazzi se envolvem em acidentes e toques, sendo fim de prova para o francês, uma pena. No caso do piloto da Alpha Tauri, o bico da Ferrari de Leclerc ao tocar seu pneu traseiro, mas nesse ponto, com aquela velocidade, o bico age como uma lâmina, furando imediatamente o pneu do francês. Leclerc e Latifi vão aos boxes e voltam nas últimas duas posições.


Max larga bem e domina a corrida.


Para Gasly a corrida acaba na segunda reta.


    Após cinco, das setenta e uma voltas, os cinco primeiros eram: Verstappen, Hamilton, Norris, Pérez e Bottas. Se destacavam nesse início, Alonso em sétimo e Russell em oitavo.

    Na volta oito, Tsunoda, Sainz e outros começam a ultrapassar Ricciardo que apresenta problemas.

    Na passagem da décima volta, Pérez finalmente ultrapassa Norris e pula para o terceiro lugar. Na volta seguinte, também apresentando problemas de rendimento, Norris perde a posição para Bottas.

    Com vinte voltas completadas, Max começa a abrir uma vantagem constante para Hamilton. Norris vai perdendo terreno gradualmente para Lance Stroll, outro destaque da corrida, que lidera um pelotão composto por Alonso, Russell, Tsunoda, Sainz e Vettel.  Se na frente a corrida permanece sem alterações, nesse pelotão intermediário a corrida é bem animada.

    Na volta vinte e sete, Pérez e Russell vão aos boxes, na volta seguinte Bottas e Tsunoda. Bottas volta a frente de Pérez que fez um pit stop ruim, mas não tão quanto Russell que ficou vários segundos parados, comprometendo a sua corrida.

    No giro vinte e nove, Hamilton vai aos boxes. Na volta seguinte Verstappen, que volta a frente. Os dois pilotos vão trocando voltas rápidas, contudo, Lewis na média vai tirando a diferença aos poucos.

    Um pouco mais da metade da volta completada, Pérez começa a se aproximar de Bottas, no pelotão de trás, Russell com problemas abandona, o piloto inglês fazia uma corrida excelente pela Williams, com chances reais de pontuar.

    Após quarenta s e sete voltas, Leclerc, um dos destaques da corrida PPR conta de sua recuperação, ultrapassa Giovinazzi e assume a décima primeira posição, partindo para cima de Vettel. Um par de voltas depois, Leclerc ultrapassa o alemão tetracampeão do mundo.

    Faltando vinte voltas para o final da corrida, a diferença entre Max e Lewis chegava a sete segundos. Um pouco mais atrás, Bottas se mantinha a mais de um segundo de Pérez.

    De surpresa, Pérez vai aos boxes faltando dezesseis segundos. Mais atrás, após um embate feroz, Leclerc ultrapassa Tsunoda e sobre para o nono lugar. Mais uma volta e Leclerc ultrapassa por fora Alonso, com direito a um toquinho.

   

Apesar do erro na largada, Leclerc foi brilhante na corrida e foi o piloto do dia.

  Faltando quatorze giros, Pérez, com pneus novos faz a volta mais rápida, tira o ponto de Hamilton e começa a caçada a Bottas. Leclerc, possuído pelo espírito do ragatanga, parte para cima Stroll, o sétimo colocado. Mais um par de voltas e Leclerc supera Stroll.

    Com apenas duas voltas para o final, Lewis para e volta para buscar o ponto extra.

    Verstappen cruza a linha de chegada em primeiro, com toda a tranquilidade do mundo. Hamilton cruza em segundo e faz a volta mais rápida da corrida. Bottas, chega em terceiro com Pérez colado, mais uma volta e o mexicano teria dado o bote. Norris fecha o top 5.


Max e o sorriso de quem está por cima da carne seca no momento.

    A corrida comprova a força da Red Bull, com um Max pronto para buscar esse título. Hamilton e a Mercedes se mostram um pouco abaixo, mas nada definido no ano pois teremos ainda mais 15 etapas e férias, tempo para quem sabe, a Mercedes se ajustar.    

    Amanhã a nota dada dos pilotos pelo desempenho nessa corrida.

terça-feira, 22 de junho de 2021

NOTAS DO GP DA FRANÇA.

    O GP da França, de maneira surpreendente nos brindou com uma corrida muito boa e movimentada, com direito a decisão sobre o vencedor na penúltima volta, criando um clima de suspense que agrada a qualquer fã. A corrida comprovou o excelente momento da Red Bull, que, pela primeira vez nessa era de carros híbridos, consegue se colocar no mesmo patamar da Mercedes. Tendo um bom e confiável Pérez como segundo piloto e Max pilotando o fino, a equipe se torna uma adversária poderosa contra a então hegemônica Mercedes, do heptacampeão, Lewis Hamilton. O piloto inglês já tem o lugar no panteão dos melhores de todos os tempos, mas vencer um campeonato nessas condições, o colocaria em um degrau tão alto quanto de Fangio e Schumacher. 
  
Verstappen obtém mais uma vitória na carreira.



  Como de costume as notas dadas aos pilotos pelo desempenho no circuito de Paul Ricard. 
    
1º. Verstappen – 9,5 Pole, melhor volta e vitória, não fosse o errinho na primeira curva após a largada levaria o dez. Mas com muito talento e ousadia, obteve um resultado fantástico e mostra muita força nesse campeonato. É o nome do ano até o momento. 
2º. Hamilton – 9,0 O cara corre demais, mesmo com os pneus farelentos guiava rápido, com muito talento atrasou a previsão de chegada de Max, mas no fim fez o que pode e tem de se conformar com o segundo lugar. 
3º. Pérez – 8,5 O mexicano mais uma vez vacila na classificação, mas foi bem na corrida, somou pontos importantes para a equipe e de quebra abriu caminho para Max buscar as Mercedes, mesmo tendo um ritmo um pouco inferior. Esse espírito de equipe agregado ao seu talento reforçam a tese de que a Red Bull tem a melhor dupla de pilotos do grid, e não por acaso está na liderança do mundial. 
4º. Bottas – 7,0 “Ninguém me escuta” gritava Bottas pelo rádio. O piloto até foi bem, sempre andando pertinho de Hamilton, mas com os pneus mais degradados o finlandês perdeu muito ritmo e o lugar no pódio. 
5º. Norris – 8,5 O garoto sensação da Mclaren foi impecável na corrida, com um ritmo fortíssimo e consistente, além disso soube gerenciar muito bem os seus pneus, motivo o qual lhe fez sair de oitavo para quinto na classificação final da prova. 
6º. Ricciardo – 7,5 Mais um bom fim de semana bom do piloto australiano, inclusive andando a frente de Norris no início da corrida. Para seu infortúnio o garoto arrebentou e Daniel ficou para trás novamente, contudo é visível que o australiano faz progressos com seu carro, mesmo que de maneira lenta. 
7º. Gasly – 7,5 Levar o carro da Alpha Tauri à frente das Ferrari, Alpine e Aston Martin é um feito impressionante do francês. Correndo em casa não decepcionou a sua torcida e seus fãs, correu bem, lutou quando deu para se defender, atacou e ultrapassou quando pode. 
 8º. Alonso – 7,0 O espanhol fez um boa prova, muito brigada e disputada, andou muito a frente de seu companheiro de equipe, mas claramente a equipe já não se mostra a altura desse piloto fantástico que vai se aproximando do seu ocaso na categoria. 
9o. Vettel – 6,5 Não se pode dizer que o alemão andou mal, fez uma estratégia diferente, parecia que ia dar o pulo do gato, mas acabou estagnado. Uma corrida somente razoável, nem boa ou ruim. 
10º. Stroll - 7,0 Largar de último do grid (Tsunoda largou dos boxes) e chegar aos pontos, passando duas Ferrari e uma Alpine foi algo positivo. Vem mostrando que não está no grid a passeio. 
    
    Na sexta feira, a F1 desembarca para a sua rodada dupla na Áustria, Rred Bull Ring é a casa da Red Bull, mas tem como histórico o domínio das Mercedes, a corrida promete ser muito boa nessas circunstâncias. Será que Max se consolida na frente ou será que Hamilton vira o jogo? Veremos.

domingo, 20 de junho de 2021

LE MAX.

     O maravilhoso circo da F1 desembarca em Paul Ricard, na França, para mais um Grande Prêmio dessa temporada acirrada entre Hamilton e Mercedes. Aliás, duas boas curiosidades, o termo Grande Prêmio para as corridas é originário justamente da França, pois o primeiro GP disputado em 1906 era um percurso nos arredores de Le Mans, e o prêmio era uma vultosa quantia que correspondia a quase treze quilos de ouro. A segunda curiosidade é o nome do circuito, uma homenagem a si próprio de seu idealizador e ex-dono Paul Ricard, dono da bebida pasti Ricard (uma espécie de licor de anis).

    A parte curiosidades, nos treinos livres a Mercedes mostrou a sua força, mas treino a treino a Red Bull foi equalizando a diferença, até chegar na Classificação. Stroll foi a primeira decepção, sendo limado no Q1 por conta de dois erros e um golpe de azar pois Mick Schumacher bateu nos segundos finais dessa etapa e a bandeira vermelha foi acionada, o próprio Mick acaba se dando bem e avançando para o Q2. Já no Q2, as Mercedes mostram força novamente e lideram, com Bottas na frente por alguns milésimos. A decepção fica por conta de Ocon, um dos pilotos da  casa, limado por pouco em décimo primeiro correndo em casa.

    Q3, a hora em que o filho chora e a mãe não vê, a  hora da verdade, de definição do grid, nesse momento Max Verstappen mostra muita força e na primeira tentativa se coloca a frente, contrariando as expectativas. Na segunda tentativa, mais uma vez o holandês tira leite de pedra, é o único a andar abaixo de 1.30 e obtém a pole position. Hamilton fica em segundo, seguido por Bottas e Pérez. Na terceira fila uma excelente classificação de Carlos Sainz, o quinto colocado e o glorioso outro piloto da casa, Pierre Gasly em sexto. A corrida seria um embate poderoso entre os dois postulantes ao título.

Pole position de Max mostra que o favoritismo da Mercedes não existe.


    O domingo amanhece com tempo um pouco mais frio, céu nublado, com chance de chuva, aliás, mais cedo a chuva já havia dado o ar da graça, deixando a pista menos emborrachada. Na largada Max largava bem, mas na curva dois, o piloto perde o ponto de freada e acaba saindo da pista e perdendo a liderança. Mais atrás Alonso e Ricciardo ultrapassam Norris.

    Na segunda volta, Vettel com agressividade, ultrapassa na chicane da reta Mistral. Vettel com pneus, terá a oportunidade de retarda a parada e ter pneus em melhores condições do que os seus oponentes.

    Com muito vento no circuito, os pilotos reclamam do balanço do carro, mas as posições ficam inalteradas. Muito lentamente, Max vai se aproximando de Hamilton, e Bottas de quebra vai se aproximando de Max.


As primeiras voltas mostram uma proximidade entre Mercedes e Red Bull.


    Após onze das cinqüenta e três voltas previstas, Ricciardo e Norris na mesma volta, ultrapassam Alonso. Manobras inteligentes dos pilotos da Mclaren. Um par de giros depois, Vettel e Alonso passam a disputar a décima posição, até que o piloto da Aston concretiza a ultrapassagem.

Na passagem da volta quatorze, Ricciardo ultrapassa Leclerc e assume a sétima posição. Na mesma volta a Ferrari chama Leclerc para os boxes, a tendência é que todos antecipem as paradas por conta do desgaste.

    Com dezoito voltas Bottas, Gasly, Sainz, vão aos boxes. Ricciardo que já havia parado ganha a posição de Sainz. Na volta seguinte, Max vai aos boxes. Mais uma giro e Hamilton também para, na saída, Verstappen se joga e ultrapassa Hamilton.

    Hamilton é implacável na perseguição por três voltas, mas depois Max consegue se estabilizar e mantém a diferença em um segundo. Bottas colado em Hamilton, claramente estava mais rápido, contudo não atacava seu companheiro de equipe.

    Com vinte e quatro voltas completadas, Pérez vai aos boxes e retorna apenas na quarta posição. Norris, que também parou, regressa na décima quarta posição.

    Hamilton volta a atacar Verstappen. Com isso Bottas vai ficando um pouquinho mais para trás. Mais atrás Norris ultrapassa Gasly, ambos de asa móvel aberta, o inglês voador de quebra se aproxima de Leclerc e no fim da volta ganha mais uma posição. Na reta é a vez de Gasly ultrapassar Leclerc.

    Na volta trinta e três, algo surpreendente, Max vai aos boxes e volta em quarto. Para Lewis, só resta se manter na pista e segurar o holandês. Mais atrás Norris ultrapassa Ricciardo e avança para o sétimo posto.

    Com trinta e três voltas completas, Max ultrapassa Pérez, que praticamente estaciona o carro, de quebra o piloto faz a volta mais rápida da corrida. Ainda tendo de tirar dez segundos para os líderes e ultrapassar, missão nada fácil. Mais atrás, Gasly ultrapassa Sainz e o espanhol passa a ser acossado por Alonso. A equipe de Maranello sofrendo.

    Com quarenta e quatro voltas, Bottas freia tarde na parte suja do traçado para se defender na Mistral, acaba errando na saída da curva e é ultrapassado por Max. A diferença para Hamilton está em cinco segundos. Quem assiste a tudo a um pequena distância é Pérez, que também se assanha para buscar o pódio.

    Faltando cinco voltas para o fim, Pérez começa a atacar Bottas, valendo o terceiro lugar, ao chegarem na segunda reta da Mistral, Pérez ultrapassa Bottas. Na frente, Max fica a três segundos de Hamilton e caindo.

    Com três voltas para o fim a diferença entre os dois líderes fica em um segundo, a vitória vale de quebra a liderança do campeonato. Claramente Hamilton faz um último esforço para se manter a frente, na reta da Mistral, faltando duas voltas, Max concretiza a ultrapassagem.


Max assume a liderança da prova.


    O holandês voador cruza a linha de chegada, uma vitória épica, que consolida o piloto como o grande nome de sua geração, um piloto pronto e capaz de buscar o título da F1. Hamilton foi o segundo, mas merece aplausos. Pérez, o terceiro ajuda demais a Red Bull na busca pelo título de construtores. Menção super honrosa a Norris, quinto colocado, uma corrida espetacular do inglês e de Gasly, piloto da casa em sétimo com a modesta Alpha Tauri.

    A Red Bull, fazendo um trabalho incrível esse ano, chega aos 215 pontos contra 17 da Mercedes. Muito desse resultado obviamente se deve a Max, um piloto brilhante, mas também de Pérez, que consegue se adaptar ao carro e trazer resultados que no passado recente Albon, Gasly e Kvyat não trouxeram. 

    Quem previa uma corrida chata, Paul Ricard proporcionou por diversas circunstâncias, uma corrida muito boa, competitiva, com disputas interessantes. Hoje se comemora, amanhã os trabalhos recomeçam pois nos próximos dois fins de semanas, a F1 estará em Red Bull Ring para os GP da Áustria e da Estíria.

PS: Tenho de chamar a atenção aso horríveis troféus dados aos pilotos, um King Kong com as cores da França. 

sábado, 19 de junho de 2021

DTM 2021, UMA NOVA ERA COMEÇA.

    A espetacular DTM, com mudanças radicais em seu regulamento, agora no formato GT3, inicia a sua temporada no templo de Monza para a primeira corrida do ano. Muita coisa nova, muitas caras novas, mas a velha qualidade de um das categorias mais competitivas e charmosas do mundo.

    Na pole dessa primeira etapa, o estreante Vincent Abril da Haupt Racing Team é o pole, tendo ao seu lado o já veterano Daniel Juncadella da GruppeM Racing, ambos pilotando um carro da Mercedes. O grid que também conta com duas mulheres e o ex-F1, Alexander Albon são outros atrativos para a categoria.

    A largada em movimento Abril, os pilotos se respeitam e ninguém se acidenta na complicada chicane. Ao fim da volta, o suíço Phillip Ellis abandona com problemas. Ao fim da segunda volta, o americano Dev Gore é rodado e a bandeira amarela é acionada. Nesse momento, os quatro primeiros eram carros da Mercedes, com a Ferrari de Lawson em quinto e o Audi de Müller em sexto.


Largada sempre tensa em Monza, porém emocionante.


    A corrida se reinicia na volta quatro, com 44 minutos no cronômetro, lembrando que são 50 minutos de corrida ao todo.

    Na volta seis, alguns pilotos antecipam o pit stop obrigatório, Müller, Rockenfeller e a piloto Sophia Flörsch, que era a última colocada no momento.

    Alexander Albon é um dos pilotos que se destaca no início de prova, brigando para avançar no grid, mesmo quando erra, o tailandês não se bate e volta a lutar por posições. No oitavo giro, outro pilotos também vão aos boxes. As estratégias se mostram variadas e algumas equipes demonstram enorme dificuldade para a troca dos pneus.

    Após a ida aos boxes, Wittman e Rockenfeller fazem um embate lindo pela décima primeira posição, com muita agressividade, Rockenfeller chega a ultrapassar Wittman, que consegue se recuperar e dar o troco. É muito interessante de ver o embate entre o BMW e a Lamborghini, dois carros tão diferentes.

    No décimo giro, Liam Lawson para e consegue voltar a pista sem tráfego, na volta seguinte é a vez de Albon, mas o piloto retorna disputando posição com Nico Müller e Arjun Maini. Mais uma volta e é a vez do líder ir aos pits. Ao retorna a pista, volta disputando a posição com Lawson, que com pneus mais aquecidos, consegue concretizar a ultrapassagem na freada da primeira chicane.

    Albon e Van Der Linder fazem uma disputa muito bonita, em uma volta o holandês prevalece, na seguinte o tailandês dá o troco, outra disputa interessante entre Ferrari e Audi.

    A corrida chega a sua metade, Albon luta contra Müller, ultrapassa e traz consigo Juncadella, que acaba pegando a brita, perde alguns décimos e não concretiza a ultrapassagem sobre Müller. O furioso Juncadella, pisca os faróis atrás de Müller, fica duas voltas tentando a ultrapassagem, sendo fechado de todas as formas, aí a paciência do espanhol acabou, mergulhou na segunda chicane, os dois se tocam e Müller acaba rodando.

    Agora, com 19 voltas completadas a corrida se encaminha para a sua parte final. Albon continua a sua saga de recuperação, na frente, Lawson vai ganahndo posições dos pilotos que ainda não pararam e estão com pneus mais gastos.

    Com apenas oito minutos no cronômetro, o então líder Maximilian Buhk vai aos boxes, Lawson assume a liderança, seguido por Abril e Götz, outro estreante na categoria.

    Nas voltas finais, Buhk  que retornou a pistas com pneus novos, parte para o ataque em cima de Wittman e Müller, ultrapassando a ambos e assumindo o sétimo posto. Na frente, Götz aperta a pressão sobre Abril, que utiliza de um traçado defensivo para segurar o ímpeto do adversário.


Nas voltas finais a imagem dos três primeiros: Lawson, Abril e Juncadella.


    Liam Lawson, cruza a linha de chegada em primeiro coma  sua Ferrari, seguido das Mercedes de Abril e Götz. Menção super honrosa ao quarto colocado, Alex Albon, o tailandês saiu do décimo quarto lugar para o quarto na corrida, uma recuperação sensacional e mostrando a força da Ferrari. Fechando o top 5, Juncadella, também de Mercedes.  Domingo, a bateria dois em Monza.

segunda-feira, 7 de junho de 2021

AS NOTAS DO SINISTRO, MUITO SINISTRO GP DO AZERBAIJÃO.

     A etapa da F1 no Azerbaijão guardou surpresas totalmente inesperadas, reviravoltas e no fim da corrida conturbada, alguns pilotos demonstraram grande força mental e talento para se destacarem. Abaixo as notas dadas aos pilotos pelo seu desempenho na sinistra prova de Baku.

Todos felizes e sorridentes no pódio.


1º. Pérez – 8,5

    Andou forte o fim de semana inteira. Deu um pouco de azar no Q3, largando de sexto, mas se mostrou tão rápido quanto Verstappen na corrida. Quando a oportunidade de vencer surgiu, não a desperdiçou. Ao fim da corrida, foi revelado que tinha problemas hidráulicos no carro e por isso, parou o carro logo após completar a linha de chegada.

2º. Vettel – 9,0

    Largou em décimo primeiro, ficou frustrado com o fim do Q2 pois tinha um rápido competitivo. Mas talvez seu grande mérito tenha sido aproveitar o fato de poder escolher os pneus médios para largar e retardar o pit stop. A estratégia deu certo pois voltou em sexto, na pista passou para quinto, ganhou a posição de Stroll, Verstappen e Hamilton que bateram ou erraram, chegando a um impressionante segundo lugar. Resultado tão brilhante quanto qualquer vitória que teve na carreira, e mais uma vez nesse ano foi escolhido o piloto do dia. Após o começo horroroso, vem mostrando uma sensível melhora na temporada.

3º. Gasly – 8,0

    O francês largou em quarto, andou sempre entre os cinco primeiros na corrida, com o modesto carro da Alpha Tauri, e após um briga ferrenha com Leclerc nas voltas finais, obteve a fórceps o pódio. É, desde o ano passado, um dos grandes nomes do grid e merece muito uma chance em um carro de ponta.

4º. Leclerc – 7,5

    Fez a pole position com um pouco de sorte é verdade, mas com muito talento também. Logicamente o carro da Ferrari ainda está longe do nível das Red Bull e Mercedes, mas vem sempre trazendo pontos e resultados expressivos para a equipe, talvez tenha faltado o pódio para coroar o fim de semana, mas ainda assim, o saldo foi positivo.

5º. Norris – 7,5

    Comete pequenos erros que não deveria cometer, por conta disso largou em nono ao invés de sexto, ficou no pelotão da bagunça, mas com muita velocidade e talento foi escalando vagarosamente o grid. Extraí tudo que o carro pode oferecer e se tivesse mais um par de voltas, poderia até brigar pelo pódio.

6º. Alonso - 7,0

    Alonso avançou ao Q3, mas estava discreto na corrida. Foi se recuperando aos poucos mas seu grande momento foi nas voltas finais, ultrapassando brilhantemente Tsunoda para conquistar o sexto lugar. Apesar de não aparentar ser tão rápido quanto antigamente, o espanhol mostra que ainda têm muita lenha para queimar.

7º.Tsunoda – 7,0

    O japonês nervoso foi bem na classificação e na corrida, mas seu comportamento destemperado, somado a inexperiência, o fazem não tirar o máximo de seu bólido. O resultado pode ser considerado positivo, mas suas atuações ficam aquém esperado se comparado aos de Gasly.

8º. Sainz – 6,5

    Errou demais o fim de semana inteiro, inclusive na corrida, inclusive passando reto no castelinho e tendo de colocar a ré. Conquistou posições na relargada e somou preciosos pontos.

9º. Ricciardo – 6,0

    Super discreto mais uma vez, tanto na classificação quanto na corrida. Se comparado com Norris, suas atuações ficam ainda mais opacas e inexpressivas. Pontuar é o mínimo esperado pelo carro que tem, mas precisa melhorar pois outros que também trocaram de equipe já estão conseguindo melhorar seus desempenhos, como Pérez, Sainz, Alonso e Vettel.

10º. Raikkonen – 7,0

    Seu primeiro ponto no ano com a modesta Alfa Romeo. Graças a sua experiência conseguiu esse feito. Pouco para quem já foi campeão do mundo, mas muito para a equipe que está no momento.

E aí, onde estavam Bottas, Hamilton e Verstappen? O finlandês, em uma atuação pífia ficou em décimo segundo. Hamilton jogou fora o segundo lugar e quiçá a vitória com seu erro e fechou em décimo quinto. Vestappen, que liderava com folga e fez a volta mais rápida da prova, por um infortúnio, teve o pneu furado faltando cinco voltas para o fim e bateu.

Max revoltado com o pneu que lhe tirou a vitória.


domingo, 6 de junho de 2021

PÉREZ, CRUEL, MUITO CRUEL EM BAKU.

    O maravilhoso circo da F1 desembarca na belíssima cidade de Baku, banhada pelo Mar Cáspio, no Azerbaijão para a sexta etapa do mundial. O circuito, com um miolo sinuoso, lento, bem característico dos circuitos de rua, conta também com curvas de noventa graus e dois setores com retas bem longas, que proporcionam muito vácuo e ultrapassagens.

    À parte isso, essa semana faleceu Januário de Oliveira, narrador esportivo muito querido e conhecido. Em homenagem ao homem que imortalizou os bordões "tá lá um corpo estendido no chão", "é disso que o povo gosta", "sinistro, muito sinistro" e o bordão que está no título desse post, uma singela homenagem nossa ao querido Januário.

    Na qualificação, a Red Bull ganha a companhia de Ferrari e de Hamilton da Mercedes pela disputa da posição de honra do grid. Na última tentativa dos pilotos, Tsunoda estampa o muro e a bandeira vermelha é acionada, acabando com o treino classificatório.  Melhor para Leclerc, que faz novamente a pole position, seguido por Hamilton e Verstappen. Para Lewis, que teve um fim de semana complicado, o resultado é até muito positivo, ainda mais comparando com Bottas, seu companheiro de equipe, que larga na modesta décima posição. Após o fim do treino, Norris acaba punido por não respeitar a bandeira vermelha na classificação e perde três posições, caindo para o nono lugar.

Dessa vez Leclerc vai curtir a posição de honra na largada.

  Na largada os pilotos se respeitam, não há incidentes, Leclerc continua à frente, seguido por Hamilton, Verstappen. Pérez que havia largado em quinto ganha as posições de Sainz e depois de Gasly, fechando a volta em quarto. No fundo do grid, Vettel, com pneus médios, consegue ganhar duas posições e assume o nono lugar.

    Ao fim da segunda volta, Lewis Hamilton, mesmo sem asa móvel, consegue ultrapassar Leclerc, assumindo a liderança. Na volta seguinte é a vez de Max tentar ultrapassar Leclerc, mas não consegue. 

    Na volta quatro Ocon abandona com problemas no motor. Mais um giro, com a asa, agora aberta, Max novamente tenta ultrapassar Leclerc, mas não consegue pois o piloto da Ferrari se aproveita do vácuo da Mercedes de Hamilton.

    Na passagem da volta seis, finalmente Max ultrapassa Leclerc e assume a segunda posição. A disputa entre os protagonistas volta a ficar em aberto. Na volta seguinte Pérez também ultrapassa Charles e surpreende o mexicano está no mesmo ritmo de Max.

     Na décima volta, Leclerc, entre os ponteiros é o primeiro a parar. Na frente, Max fica a menos de um segundo de Hamilton e traz consigo Pérez.

    Na décima primeira volta, Sainz, na subida do castelinho passa reto e perde tempo voltando de ré. Hamilton vai aos boxes e faz um pit stop ruim. Na volta seguinte Max para e volta a frente. Mais uma volta é a vez de Pérez, que também ganha a posição de Lewis.

    Após a rodada de pit stop, Pérez mostra um ritmo muito bom e consegue impedir a aproximação a ultrapassagem de Hamilton por alguma voltas. Bom para Max Verstappen que consegue abrir uma vantagem importante.

    Na volta dezoito, Vettel que liderava, finalmente vai aos boxes fazer o seu pit stop e retorna numa boa sétima posição. Nesse momento Hamilton começa a pressionar com mais afinco Pérez.

    No giro vinte e três, Sainz, por fora, consegue superar Giovinazzi, no momento em que Pérez começa a abrir para Hamilton. As Red Bull começam a imprimir um ritmo mais forte.

    Com vinte e seis, das cinqüenta e uma voltas previstas, Verstappen começa a fazer volta mais rápida atrás de volta mais rápida. Mais atrás, Sainz ultrapassa Alonso, que voltas antes já havia perdido a posição para Ricciardo, da Mclaren. Surpreende o bom ritmo de Lance Stroll, da Aston Martin, que ainda não havia parado. A tática da equipe inglesa vai rendendo dividendos.

    Na volta trinta e um, Lance Stroll bate forte na reta e o safety car é acionado. Pelas imagens, não fica claro se foi a suspensão ou estouro de pneu, uma pena para o canadense que vinha bem na prova. A corrida muda completamente com o safety car, pois o que os pilotos e equipes iriam decidir podem determinar vitória ou derrota.

    Quando os boxes abrem, o pelotão fora dos dez primeiros, param nos boxes. No pit de Mick Schumacher, a equipe coloca um pneu usado por engano e o piloto da Haas tem de parar ainda dentro dos boxes e se empurrado para a nova troca.

    Faltando dezesseis voltas para o fim, a corrida recomeça. Vettel se destaca e ultrapassa Leclerc e logo em seguida ataca Gasly. Hamilton até tenta, mas Pérez se defende bem. Bottas começa a perder posições e caí para a gloriosa décima terceira posição.

    No giro seguinte, Vettel ultrapassa Gasly e assume o quarto lugar. Hamilton pega o vácuo e tenta a ultrapassagem, mas Pérez se defende bem.

    Com apenas sete voltas para o fim, Hamilton parte o seu derradeiro ataque, Vettel atrás não consegue mais tirar a diferença. Ao fim da volta, Verstappen, sempre ele, faz a volta mais rápida e de cara para o vento.

    Faltando cinco voltas para o fim, o pneu de Verstappen se entrega e o piloto bate forte. Liderando, abriria enorme vantagem no campeonato, a corrida acaba para o holandês. O desanimo de Verstappen é evidente, vai vendo o campeonato se complicando demais.

    

O estouro de Verstappen causa desespero para o piloto e a equipe.

    Com três voltas para o fim a bandeira vermelha é acionada. Os pilotos trocam os pneus e vão para a relargada parada.

    Na primeira curva da relargada parada, Hamilton ultrapassa Pérez e perde o ponto de ultrapassagem, indo reto, perdendo todas as posições. Gasly e Leclerc brigam curva a curva pelo terceiro lugar e na última volta ganham a companhia de Norris.

    

O erro de Hamilton custa pontos preciosos na disputa pelo campeonato.

    Sergio Pérez cruza a linha de chegada em primeiro vencendo pela primeira vez com a Red Bull, para alegria dele e de toda torcida mexicana. O segundo lugar após os infortúnios de Verstappen e Hamilton, para no colo de Sebastian Vettel, que leva a Aston Martin ao pódio pela primeira vez. Nas corridas de rua, Seb parece ter encontrado a mão do carro e o talento que lhe deu quatro títulos mundiais. Fechando o pódio, um dos melhores pilotos da atualidade, Pierre Gasly, mais uma vez levando a Alpha Tauri a um patamar inimaginável. 

    

Pérez pediu cinco corridas para se adaptar ao carro. Venceu na sexta.

    Para Hamilton, décimo quinto lugar, o resultado é tenebroso, pois o que seria um final de semana dos sonhos por todas as dificuldades nos treinos e na corrida, com o erro, se torna um peso para o piloto para as próximas corridas. Grandes pilotos erraram na história e deram a volta por cima, Hamilton terá a oportunidade de se mostrar um deles nas próximas corridas e buscar o octacampeonato.

    Amanhã teremos as notas dos pilotos pelo seu desempenho na corrida, uma coluna já tradicional do blog.   


terça-feira, 1 de junho de 2021

CINCO PILOTOS QUE MERECIAM UM TÍTULO NA F1.

    Fazer uma lista com cinco pilotos que, de uma maneira puramente “achista”, mereciam um título mundial, é, acima de tudo, um exercício de criatividade, porém com um toque bom senso e levantamento de dados para defender os pilotos membros dessa lista. 
    Todos os cinco escolhidos, em algum momento, fizeram por merecer estarem aqui, não seria injusto supor que outros também merecessem, contudo, através dos argumentos que serão explicitados, esse cinco de fato eram perfeitamente capazes de levarem nas pistas o título de pilotos da maior categoria de automobilismo do mundo, a F1. Por várias razões isso obviamente não aconteceu, mas a graça da lista é justamente essa, supor, especular, imaginar. 
    A métrica utilizada vai se basear no número de oportunidades do piloto em buscar o campeonato e também na pontuação da disputa ao título, que reflete o quão perto esse piloto esteve realmente do seu triunfo, que infelizmente não ocorreu. Vale ressaltar, que outros pilotos evidentemente também poderiam estar nessa lista, inclusive pilotos que ficaram fora das primeiras posições, mas aí seria explorar demasiadamente a criatividade e esses cinco são casos bem chamativos no quesito realidade, e por ordem de merecimento vamos a lista propriamente dita. 

 5 - RONNIE PETERSON (1973 e 1978) – Vice campeão póstumo. O sueco voador, Ronnie Peterson estreou na F1 em 1970, porém somente quando foi para a Lotus em 1973 é que o piloto pode mostrar seu talento. Nessa temporada foi companheiro de equipe de Emerson Fittipaldi. Venceu quatro vezes nessa temporada, mostrou na segunda metade da temporada que seria um rival complicado para o brasileiro vencer. Apesar de acabar em terceiro no campeonato apenas a três pontos do vice-campeão Fittipaldi, não é essa a temporada que nós queremos destacar. Em 1978, Ronnie, ainda na Lotus, faz uma disputa pelo título contra seu companheiro de equipe, o ítalo americano Mario Andretti. A equipe de Colin Chapman, querendo o título, privilegia Andretti, evitando que Ronnie o ataque em corridas como Zolder, Paul Ricard e Zandvoort, já na reta final do campeonato. Apesar disso, Peterson estava próximo de Andretti e ainda no páreo pelo campeonato. Na antepenúltima corrida do campeonato, a famigerada corrida em que estreia o semáforo na F1, um acidente monumental acontece na largada. O sinal verde é acionado antes que todos os carros estivessem alinhados, logo, todos chegam a primeira curva juntos, pois quem estava atrás vinha mais embalado, com mais velocidade, o pole position Ronnie Peterson acaba se acidentando nessa confusão e morrendo. Andretti seguiria na etapa e marcaria mais um ponto e consequentemente conquistaria o título. Ao fim do ano, Andretti teria 64 pontos contra 51 de Peterson, mas podemos considerar que o sueco, se tivesse uma corrida sem o acidente fatal, teria condições de tirar essa diferença e se sagrar campeão. Como curiosidade, Peterson é o único vice-campeão póstumo da F1.
GILLES VILLENEUVE (1979) – Faltou regularidade. O canadense Gilles Villeneuve é, até hoje, um dos pilotos mais queridos da história da F1, seu talento, arrojo e velocidade, o colocam até mesmo em algumas listas de melhores pilotos da história. Apesar disso, Gilles nunca foi campeão, falecido após um grave acidente em Zolder em 1982, quando pilotava pela Ferrari, e tinha um carro capaz de levá-lo ao título, entrou nessa lista por conta de sua temporada de 1979, seu segundo ano na equipe de Maranello. Para começar, a disputa de Gilles se deu contra seu companheiro de equipe Jody Scheckter. O sistema de descartes da temporada não pode ser usado como argumento a favor de Villeneuve, pois até em números totais ele perdeu para Scheckter. Mas as quebras de seu carro sim, essa falta de regularidade não permitiram ao canadense chegar ao título, mesmo sendo considerado por muitos, superior ao piloto sul-africano. Ao fim da temporada, em pontos válidos, Scheckter fez 51 contra 47 de Villeneuve. Destaque para a corrida, que provavelmente foi o fiel da balança dessa disputa, em Monza, antepenúltima corrida, por apenas quatro décimos, Scheckter fica a frente de Villeneuve e vence, fosse ao contrário o resultado ali, mantido os resultados das últimas duas provas, o canadense teria sido o campeão. Meio segundo lhe custaram o título. 


CARLOS REUTEMANN (1981) – Sofreu uma virada histórica. O argentino Carlos Reutemann, ao contrário dos outros da lista, pode culpar mais a si mesmo do que aos outros pelos infortúnios que causaram a perda de seu título em 1981. Melhor para Nelson Piquet, que se sagraria campeão pela primeira vez naquele ano. Ainda em 1980, Reutemann teve um bom desempenho na temporada, mas uma única vitória, enquanto seu companheiro de equipe, o australiano Alan Jones obteve cinco triunfos e ficou com o título, especialmente por conta de sua arrancada fantástica nas duas últimas corridas. Em 1981, logo na primeira etapa Jones venceria com Reutemann em segundo, mas na etapa seguinte, o piloto argentino se mostraria capaz de vencer e sair da sombra de seu companheiro de equipe. Reutemann não cumpre a ordem de ceder a posição para Jones, vence a corrida, entretanto arruma um grande problema interno. Verdade seja dita, o argentino se impõem e abre folga na liderança, para desespero de Jones e de Nelson Piquet, que novamente vinha tirando o máximo possível de sua Brabham. No GP da Alemanha, quando ainda faltavam seis etapas para o término da temporada, Piquet vence, enquanto Reutemann abandonava na volta vinte e sete com problemas de motor. A larga vantagem diminuía, mas ainda era considerável. Sem pontuar em três das últimas quatro corridas, Reutemann viu campeonato se esvair por apenas um ponto, Mesmo Piquet não vencendo nenhuma dessas corridas, a sua constância lhe permitiu ganhar o campeonato. O argentino inclusive era o pole position na última etapa, mas não conseguiria nem pontuar. Carlos, nunca mais teria outra chance, e apesar de um início maravilhoso, lutar contra tudo e todos, por azar e uma pequena dose incompetência não obtém o título, título esse que seria o primeiro da argentina pós Fangio. 




FELIPE MASSA (2008) – Campeão moral. No ano de 2008 Felipe Massa, então piloto da Ferrari, fazia uma temporada irrepreensível. Primeiro, prevaleceu, graças aos seus esforços, sobre o atual campeão e companheiro de equipe, o finlandês Kimi Raikkonen. Ao longo da temporada fez um duelo ponto a ponto contra Lewis Hamilton, que na época pilotava para a Mclaren e queria se mostrar como um piloto capaz de levar o time ao título. Vale ressaltar, que na época, apesar de já ser diferenciado, Lewis ainda era uma promessa e o embate contra Massa mostrou que em certos momentos de pressão, o inglês errava. Massa fez algumas corridas brilhantes, pesou contra o brasileiro algumas trapalhadas da Ferrari em estratégia, um azar monumental em Hungaroring, já na parte final da temporada, liderava o GP, contudo quando faltavam três voltas para o fim, seu motor estourou e abandonou. Também na parte final da temporada, em Cingapura, Massa estava à frente das Mclaren, a corrida estava acirrada, então um safety car é acionado, o que não se sabia na época era que o acidente havia sido planejado para ajudar Fernando Alonso, então piloto da Renault. Nelsinho Piquet protagonizou esse triste episódio sob as ordens de Flavio Briattore, então chefe da equipe. Na confusão da corrida aos boxes por parte do pilotos, a Ferrari se atrapalha com a luz de liberação do carro e Massa saí com a mangueira agarrada, mesmo a peça se soltando, o piloto é punido e vai para o fim do grid, comprometendo a corrida. Em qualquer esporte, quando se sabe que algo foi trapaceado, o certo é anular aqueles resultados e punir os infratores, infelizmente a verdade se revelou tarde demais para que Massa se beneficiasse disso, apenas meses depois do término a temporada. Mesmo com tudo isso, Massa chegou a última corrida com chances de título, fez a pole position, liderou e cruzou a linha de chegada em primeiro, quando cruzou, os resultados em pista lhe davam o título, a equipe começava a festejar, mas vinte segundos depois, Hamilton, com pneus apropriados para a garoa que caia na pista de Imterlagos, fez a fatídica ultrapassagem em Timo Glock, já no terço final da última volta, Lewis cruza a linha de chegada na quinta colocação e conquista seu primeiro título mundial por apenas um ponto de vantagem. Massa vai ao pódio, com um misto de sensações, lágrimas nos olhos, pois sabia que fez por merecer o título, como consolo a torcida demonstra todo o seu carinho ao piloto brasileiro. Essa final de campeonato é considerada por muitos a mais dramática de todos os tempos. Nunca mais Felipe Massa pilotou de modo tão competitivo que lhe desse uma nova chance de buscar um título, mas merece o reconhecimento de ser o campeão moral daquela temporada. 



STIRLING MOSS (1955 a 1958) – O maior piloto não campeão de todos os tempos. Dentre todos os nomes da lista, ninguém merecia mais do que o inglês Stirling Moss. Quatro vezes vice-campeão da F1, correu contra alguns dos melhores pilotos de todos os tempos, e para alguns o melhor, Juan Manuel Fangio. Chegou bem próximo de Fangio em alguns momentos, já em 58, por um mísero ponto, perdeu o título para Hawthorn. Antes de ingressar na F1, o piloto inglês flertou em correr pela Mercedes, as famosas flechas de prata. Não conseguindo espaço na equipe, comprou um Maserati, usando parte dos prêmios obtidos com corridas de cavalos, que ele participava. Entrou na F1 em 1954, venceu uma corrida não oficial, mostrou ser tão rápido quanto Ascari e Fangio em determinados momentos, mesmo guiando um carro um pouco inferior e bem menos confiável. Sua ascensão se deu ao ser contratado pela Mercedes. Em 1955 correu na equipe com Fangio, Karl Kling, Piero Taruffi, Hans Hermann e André Simon, apesar da alta competitividade interna e uma rivalidade com Fangio, nunca houve relatos de inimizade e atrito entre eles. Foi o primeiro piloto inglês a vencer na F1, para delírio da torcida inglesa o feito ocorreu justamente em Aintree, na Inglaterra. Em Pescara obteve o recorde, até hoje não batido, de maior diferença entre o primeiro e segundo lugar, mais de três minutos a frente de Fangio nessa prova na Itália. Ao fim daquele ano, começava o martírio de vice-campeonatos de Moss, perdendo para Fangio, apesar das boas atuações. Outro feito daquele ano foi a sua vitória na tradicional corrida Mille Miglia, com carros esportivos, mostrando seu talento e versatilidade. Em 1956, com a saída da Mercedes, correu pela Maserati e amargou um novo vice para Fangio e a Ferrari. Em 1957 ele e Fangio correm pela Maserati na primeira corrida, mas depois ele parte para a Vanwall, infelizmente, mais uma vez, Moss perde o título para Fangio. Sua grande chance ocorre no ano de 1958, ao meio daquele ano, após um acidente, Fangio decide se retirar das pistas e se aposentar. Moss trava um duelo ferrenho contra o também inglês Mike Hawthorne. Ainda pela Vanwall, o piloto venceu quatro etapas do certame, contra apenas uma do piloto da Ferrari, mas a maior regularidade de Hawthorne prevaleceu e ele venceu. Fosse o campeonato disputado com qualquer outro sistema de pontuação da F1, Moss seria o campeão, contudo as regras da época privilegiavam muito pouco à diferença entre o vencedor e o segundo colocado (apenas 3 pontos). Apesar da soberba temporada, Moss, pela quarta vez, ficou com o vice- campeonato, mas ganhou o simbólico título de maior piloto não campeão de todos os tempos. Ainda sobre 1958 algo relevante deve ser lembrado e enaltecido, Moss ao ver o carro de Hawthorne parado na subida de um dos circuitos durante a corrida, parou e orientou o colega a deixar o carro descer para pegar no tranco. A atitude seria até passível de punição, porém Moss, com todo o cavalheirismo de um autêntico Sir, defendeu a manobra do colega, que por sinal chegou no segundo, marcando seis pontos, e posteriormente, se sagrou campeão por apenas um ponto como dito anteriormente. Em 1959, Moss ainda disputou o título, mas teve de se contentar com o terceiro lugar apenas, ficando atrás de seu companheiro da Cooper, Jack Brabham, outro piloto que se tornaria uma lenda da F1 e de Tony Brooks.



 
    Em 1962, em um teste em Goodwood, Moss sofreu um grave acidente, ficou em coma por um mês e apesar da recuperação, ficou com parte do corpo paralisado, não podendo mais correr. Em 2020, aos noventa anos, o piloto morre, mas a lenda vive, nos ensinado que nem sempre vencer é o mais importante, mas sim a competitividade, a dignidade e o amor pela velocidade. Impossível não se emocionar com essa história.

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