sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

NOTAS DE ABU DHABI.

    O que dizer de uma das temporadas mais épicas da F1? O embate entre Max e Lewis entrou para a história como um dos mais duros já realizados, uma rivalidade digna das grandes que já houveram na categoria, e acima de tudo, um equilíbrio raro apesar de estarem pilotando carros diferentes. Se na primeira metade do ano a Red Bull tinha um carro melhor, no fim da temporada, claramente a Mercedes havia virado o jogo. Do Barein até os Emirados Árabes, passando por Brasil, EUA, Inglaterra, Itália e vários outros países, o que se viu foi um embate de dois pilotos geniais, disputando ferrenhamente a vitória, e apesar de ambos merecerem o título, apenas um poderia ter esse privilégio, e talvez o destino tenha interferido a favor de Max Verstappen.

    A Mercedes e Lewis esbravejaram quanto ao fim de prova, que não sem motivos, acabou sendo controverso por causa das indecisões da direção de prova. Michael Masi, em dado momento, não ia permitir os carros com voltas atrás de se reposicionarem, depois manda só os carros entre Lewis e Max saírem da frente. Claramente o diretor estava perdido, a equipe alemã tinha motivos para reclamar, assim como uma decisão contrária daria a Red Bull motivos para reclamar também, mas a Mercedes culpá-lo como só ele fosse o responsável pela perda do título é injusto. A equipe, por estar a frente como pouca margem de distância a frente, decidiu por não parar o piloto e manter a posição, mas se parasse, obviamente a Red Bull faria o inverso, de qualquer forma haveria uma disputa na pista. Talvez o mais justo fosse a bandeira vermelha, com duas ou três voltas restando, o campeonato seria decidido com um confronto direto mais equilibrado. Mas que culpa tem Max se a sorte lhe sorri finalmente.

    Verstappen se tornou o vigésimo quarto piloto a ser campeão na categoria máxima do automobilismo, em vinte e duas corridas, foi ao pódio em dezoito, sendo dez vezes em primeiro e oito em segundo. Um recorde (Schumacher havia conseguido dezessete pódios, mas eram apenas dezessete corridas).

    Apesar de todas as dificuldades, pelo menos na F1 o ano de 2021 vai deixar saudades de maneira positiva. Vai ser raro termos outra temporada assim, decidida na última volta, da última corrida.

    E para fechar, as notas dadas aos pilotos pela prova final em Abu Dhabi.


Max cruza a linha de chegada em primeiro e é campeão.




1o. Max Verstappen - 9,5

Pole, vitória e volta mais rápida. Apesar de só ter liderado uma única volta, foi a volta decisiva, a que valia. Pecou na largada, mas lutou bravamente o tempo inteiro, conto com a sorte é verdade, mas nada que desabone seu título e pilotagem.

2o. Lewis Hamilton - 9,5

Apesar de ter o melhor carro não fez a pole position, contudo compensou com uma largada fenomenal, foi malandro ao se defender de Verstappen na primeira volta. O inglês conduziu impecavelmente seu carro na corrida, rumava para mais um título, mas viu o destino intervir, assim como foi campeão pela primeira vez no Brasil na última volta, perdeu dessa vez na última volta o que seria o seu oitavo título. Apesar de toda a sua gloriosa carreira, com certeza esse momento deve ter sido especialmente dolorido.

3o. Carlos Sainz - 9,0

Uma temporada espetacular do espanhol em sua estreia na Ferrari. Além do pódio, ficou a frente de Leclerc na disputa interna e com certeza absoluta, se coloca como um piloto capaz de voos mais altos se tiver oportunidade.

4o. Tsunoda - 8,5

Parece incrível, mas o japonês irritadiço se aproveitou das oportunidades surgidas na corrida e fechou em um belíssimo quarto lugar. Melhor corrida dele no ano.

5o. Gasly - 8,0

Sempre pontuando bem, mas apesar de ter ido muito bem, dessa vez ficou atrás do companheiro de equipe.

6o. Bottas - 5,0

Despedida melancólica da Mercedes, conseguiu ajudar no título de construtores, mas pouco vez além disso.

7o. Norris - 7,5

Faltou a ser competitivo, mas tem oscilado muito, especialmente após deixar a vitória escapar na Rússia.

8o. Alonso - 7,0

Encerrou bem sua temporada, obteve bons resultados e acabou a frente do companheiro de equipe na corrida e na tabela de pontos.

9o. Ocon - 6,5

Fez uma boa corrida, sempre lutando por posições, porém acabou atrás de seu companheiro de equipe. 

10o. Leclerc - 5,5

Fez uma estratégia equivocada e não conseguiu se recuperar.


E assim terminou a última corrida do ano. O blog ainda fará as notas da Arábia e Catar que faltaram e depois o rescaldo de 2021.

Voltamos em breve.

domingo, 12 de dezembro de 2021

A F1 TEM UM NOVO CAMPEÃO. MAX VERSTAPPEN VENCE E SE CONSAGRA.

O GP de Abu Dhabi é o palco da maior final dos últimos tempos, empatados em pontos (369,5), Max Verstappen e Lewis Hamilton disputam a última corrida, e o vencedor leva tudo.

Arte da corrida, mostrando que a batalha final decidiria o campeonato.

 

Nos treinos livres a Mercedes mostrou força e velocidade, mostrando que as última três etapas não foram ao acaso, a equipe prateada tem o melhor carro no momento e um piloto espetacular.

Na qualificação, uma volta mágica de Max Verstappen garante ao holandês a pole position até certo ponto improvável, tendo ao seu lado Lewis Hamilton. As equipes também optam por estratégias distintas, Max larga de pneus macios e Hamilton com pneus médios.

Na largada Hamilton saí muito bem e assume a liderança, Max titubeia e fica em segundo. 

Hamilton larga bem e assume a liderança.


Na reta oposta do circuito, Max mergulha, espalha sobre Hamilton, o inglês não disputa a posição e corta caminho, ganhando tempo.  A direção de prova, mais uma vez, se mostra tendenciosa e pede a Hamilton que devolva a posição ou pelo menos o tempo que ganhou. Para que não achem que esse escriba está sendo crítico demais, Nico Rosberg e Jenson Button, ex-campeões que estavam comentando a corrida, também acharam isso.

A partir daí, todas as voltas rápidas foram feitas por Lewis Hamilton, imprimindo um ritmo alucinando, colocando volta a volta uma diferença de no mínimo meio segundo em relação a Max Verstappen.

Mesmo parando antes, Max não se aproxima de Lewis. A corrida parecia definida, até que Hamilton chega em Sérgio Pérez. O mexicano, em uma atuação exuberante, faz o que se espera de um escudeiro, luta com unhas e dentes para se defender. Chega a ser ultrapassado e devolve a ultrapassagem sobre Hamilton. Em duas voltas, a diferença entre Lewis e Max caí de quase nove segundos para dois. Lewis finalmente se livra de Pérez, tendo de ser agressivo e abre rapidamente.

A fala "Checo é uma lenda" resume a baita ajuda de Pérez.


A corrida volta ao marasmo, parecendo que Hamilton deveria levar o carro até a linha de chegada. Só que existia as Alfa Romeo.

Primeiro Kimi Raikkonen, com problemas nos freios, bate de leve, mas leva seu carro aos boxes, uma despedida discreta de um piloto discreto. Kimi Raikkonen se aposenta com o recorde absoluto de participações na categoria. Logo em seguida é a vez de Giovinazzi parar. O italiano estaciona o carro na área de escape por segurança e o virtual safety car é acionado.

Raikkonen: um adeus melancólico.


Faltando vinte e uma voltas, Max vai aos boxes, se aproveita do safety car e retorna a um pouco mais de dezesseis segundos para Hamilton.

Max faz as voltas mais rápidas a partir desse ponto, porém Lewis consegue manter um ritmo muito forte e a diferença caí a conta gotas, não sendo suficiente para que Max se aproxime rapidamente. Porém são muitas voltas a serem completadas.

Com apenas dez voltas para terminar a corrida e o campeonato, Hamilton mesmo enfrentando o tráfego consegue manter a diferença segura em doze segundos. O octacampeonato se aproximava.

Faltando seis voltas para o fim da corrida, Latifi bate forte no muro e o safet car é acionado. O problema é que falta pouquíssimo tempo para a limpeza de pista. Se a corrida recomeçar a Red Bull tem tudo para vencer, se não, Lewis leva a corrida.

Batida do Lattifi determina o final apoteótico.


Ainda no regime de safety car “Checo” com problemas abandona a corrida. A direção de prova toma uma atitude claramente no intuito de beneficiar Hamilton, não deixa os carros retardatários ultrapassarem. Aí na última volta do safety car o diretor cumpre o regulamento e coloca os dois pilotos para um embate decisivo, uma volta em que o vencedor leva o título.

Uma volta, a última da temporada, Max sem os carros a frente saí colado e embutido em Hamilton, nem entra na reta oposta e já assume a liderança, se defende agressivamente e faz a ÚNICA volta na liderança. Hamilton cruza em segundo resmungando, assim como Toto Wolf, chefe da Mercedes, mas corridas são assim, o imponderável pode acontecer e beneficiar alguém.

Os dois protagonistas, lado a lado pelo título.


A comoção nas arquibancadas é gigantesca, um final apoteótico, que nem o melhor dos roteiristas de hollywood conseguiriam escrever sem serem criticados pela surrealidade da situação.


Max comovido pelo título quase improvável pelas circunstâncias da prova.


A Mercedes pelo menos tem o seu octacampeonato de construtores seguido.

A corrida, com um final marcado para todos os tempos, um campeonato marcado para todos os tempos, dois pilotos que certamente estarão marcados para todos os tempos com uma rivalidade digna de Senna x Prost, Piquet x Mansell, Hunt x Lauda, Rosberg x Hamilton. E não se enganem, Max se consolida como um grande piloto, mas por tudo que fez na corrida e na temporada Hamilton saí ainda maior na história, hoje talvez estando na prateleira dos três melhores de todos os tempos.

E para que saibam, Carlos Sainz ficou em terceiro na corrida e subiu nesse pódio gigantesco.

           Amanhã com certeza, teremos as notas pela corrida de hoje. O blog ainda está devendo as notas do Catar e da Arábia, que também serão atualizadas ao longo da semana. E na próxima semana o rescaldo da temporada.

Nem precisa de legenda.


AUTOMOBILISMO VIRTUAL - SONHOS E COMPETIÇÃO.

Com o advento da internet, o mundo conheceu uma verdadeira revolução no modo de se relacionar entre as pessoas. O contato não precisava ser ...