domingo, 26 de julho de 2015

Triunfo e homenagem

Vitória histórica de Vettel


O fim de semana na Hungria começou com clima pesado, uma tensão quase palpável no ar devido ao falecimento do francês Jules Bianchi. Já nos treinos classificatórios mais do mesmo só que com uma larga vantagem para Hamilton sobre Rosberg, mais de meio segundo separava os companheiros de equipe, na segunda fila Vettel e Raikkonen mostrando que poderiam incomodar pelo o Rosberg, Massa largou em oitavo e Felipe Nasr apenas na décima sexta posição. 
A largada da corrida foi abortada pois Massa estava fora de lugar no grid, Na segunda largada uma dupla surpresa vindo de Maranello para Hungaroring, os dois pilotos da equipe conseguem ultrapassar os dois pilotos da Mercedes, pior ainda para Hamilton que perdeu a posição para Rosberg. Ainda no início da primeira volta Hamilton ataca Rosberg e acaba errando, Hamilton acaba passeando na grama e na terra perdendo várias posições, caindo de quarto para décimo primeiro, voltando atrás de Massa.
Na frente a surpresa era o bom ritmo da Ferrari que controlava a distância para Rosberg, atrás de Rosberg os carros da Red Bul também tinham um bom ritmo, principalmente Ricciardo que foi autorizado pela a equipe de ultrapassar seu companheiro Kvyat. Lá atrás Hamilton começava seu show particular, primeiro passou Massa, depois Hulkenberg e por fim antes da parada nos boxes mesmo com pneus mais gastos conseguiu imprimir um ritmo forte passando Kvyat e Bottas. 
A segunda rodada de pit stop se aproximava, a corrida estava morosa sem muitas emoções e então Raikkonen começa a perder potência, fazendo com que a diferença para Rosberg caísse rapidamente. Duas voltas depois no meio da reta, sozinho, o carro de Nico Hulkenberg quebra o bico, a peça entra por baixo do carro e o piloto vira passageiro na reta principal do circuito. Hulkenberg bate forte na proteção de pneus mas sai andando. O acúmulo de detritos faz com que o safety car entrasse. Os pilotos fazem as suas paradas, Rosberg pede que a equipe coloque pneus mais duros no carro pensando no fim da prova mais atrás dele Ricciardo vinha com compostos mais macios e poderia ser uma ameaça. Quando o safety car saiu da pista a ordem entre os primeiros era a seguinte: Vettel, Raikkonen, Rosberg, Hamilton, Ricciardo, Bottas, Kvyat e Max Verstappen.
Na relargada Rosberg pula para cima de Raikkonen e mais atrás um pouco Ricciardo pula para cima de Hamilton. Rosberg passa limpo e abre vantagem, Ricciardo quase toma o troco de Hamilton, os dois chegam a se tocar na área de escape, Bottas tenta passar Hamilton e consegue mas na curva seguinte com o pneu furado devido ao toque com Kvyat o finlandês acaba ficando para trás. A corrida que mudou radicalmente após o safety car começava a se normalizar, novamente Vettel se estabelecia a frente de Rosberg mas Ricciardo se aproximava rapidamente. A corrida de Hamilton a nove voltas do fim era dramática, o piloto foi punido por acertar o carro de Ricciardo e caiu para a décima segunda posição, por sorte o inglês voltou atrás de carros mais lentos mas com pneus macios e mais novos. A cinco voltas para o fim da corrida Ricciardo tenta ultrapassar Rosberg, se jogando no fim da reta principal, palco esse de ultrapassagens célebres, o australiano inspirado por esses feitos tentou uma improvável manobra e acabou não conseguindo, Rosberg no ímpeto de fechar o adversário o colocou o carro a frente de Ricciardo mas não contava com o toque de Ricciardo em seu pneu o furando, Rosberg que estava empatando com Hamilton nos pontos naquele momento via a sua corrida ir para o espaço, o piloto deu uma volta inteira com três pneus e quando voltou estava atrás do inglês.
Vettel comemorou muito a vitória a sua segunda pela equipe do Cavalino Rampante, Kvyat conseguindo a sua melhor posição na carreira foi o segundo e Ricciardo fechou o pódio. Em quarto lugar o jovem Max Verstappen, em quinto Alonso conseguindo uma boa posição com esse problemático carro da Mclaren, em sexto o líder Hamilton, em sétimo Grosjean, em oitavo Rosberg, em nono Button e fechando os dez primeiros Marcus Ericsson. Nasr foi o décimo primeiro e Massa o décimo segundo.

Abaixo a nota dada aos pilotos após o GP da Hungria.

1o. Vettel - 9
Fez o que pode nos treinos, largou muito bem e foi muito seguro para conter a Mercedes de Rosberg em dois momentos distintos da corrida. DE quebra Vettel iguala o número de Senna em vitórias, 41 para ambos.

2o. Kvyat - 8
O resultado sensacional mascara a corrida fraca que teve até o safety car mas teve méritos de ter um bom ritmo após o mesmo.

3o. Ricciardo - 8
Junto de Hamilton foi o showman da corrida, nos treinos e na largada teve atuações normais mas na corrida sempre foi agressivo e no fim da prova tentou buscar a vitória não se conformando com a terceira posição, por ironia foi aí que terminou.

4o. Max Verstappen - 7,5
Em, uma corrida em que veteranos cometeram erros tolos o jovem Max conseguiu sair ileso de erros e chegou na ótima quarta posição com a sua Toro Rosso.

5o. Alonso - 8,0
Teve uma grande decepção ao ver o carro dar problema no início do Q2, largou em décimo quinto, fez uma estratégia conservadora mas soube ser agressivo quando podia e levou a carroça ao quinto lugar a frente de muito carro bom. Excelente resultado.

6o. Hamilton- 5,0
Fez a pole position com sobras, largou mal, errou na primeira volta, se recuperou, errou na relargada, foi punido mas ganhou algumas posições no fim. Essa gangorra de emoções mostra um certo destempero de Lewis em algumas provas, essa prova inclusive poderia ter sido fatal para seu tri campeonato se não fosse o golpe de sorte de Rosberg ter problemas no fim da prova.

7o. Grosjean - 6,5
Foi conservador mas chegou em uma boa posição.

8o. Rosberg - 7,0
Foi discreto no treino, largou mal mas ia fazendo o suficiente para chegar ao pódio e ganhar força na disputa pelo título, até ser tocado por Ricciardo.

9o. Button - 6,0
Levou uma surra de Alonso mas fez o suficiente para chegar nos pontos.

10o. Ericsson - 5,5
O carro é fraco mas chegou a frente do seu companheiro e marcou um pontinho. 

terça-feira, 21 de julho de 2015

Adeus a Bianchi

1989 - 2015




Um pouco mais de vinte anos após a morte de Ayrton Senna e Roland Ratzenberg a Fórmula 1 viu uma jovem promessa morrer após o acidente de Suzuka e um sofrimento de oito meses em coma no hospital.
Jules Bianchi fazia parte da Academia Ferrari, um promissor piloto que seguiria os passos dados por Raikkonen e Massa, aliás Jules era o último piloto desse projeto da equipe de Maranello. Assim como os seus predecessores,Bianchi começaria em uma equipe menor para ganhar experiência até ir para a Ferrari.
A Marussia que possuía motores Ferrari abriu as portas para a jovem promessa, mesmo sendo uma equipe extremamente limitada seria uma oportunidade para o garoto. Entre as duas temporadas disputadas, Bianchi teve como ponto alto a corrida de Mônaco de 2014 no qual o francês chegou em nono lugar. 
Poucos meses depois a fatídica corrida no Japão, já na reta final do campeonato um tufão ameaçava inclusive o Grande Prêmio. A corrida aconteceu com atraso mas com pista seca, depois veio a chuva e a falta de luminosidade natural, por fim Adrian Sutil bate e quando seu carro estava sendo retirado da pista por uma grua, a Marussia de Bianchi bate no equipamento de resgate e o piloto fica gravemente ferido. 
Depois disso, o piloto agoniza por oito meses em coma, não consegue se recuperar e morre. A sua tragédia porém reabre a discussão sobre a segurança na F1. 
Quando começava a elaborar esse post passava na tv o filme Rush, revi o filme e notei similaridades com o fim do filme e o que aconteceu com Jules. Primeiro, o cenário japonês só que em Rush a pista era Fuji e não Suzuka, segundo, a chuva forte que caia e terceiro as reclamações dos pilotos sobre as condições da prova. Lauda achou insano e preferiu parar, hoje analisando friamente a sua atitude foi muita mais corajosa do que covarde, ele não abriu mão de uma corrida e de um título, ele abriu mão de ser uma vítima fatal de um acidente.
Os pilotos de hoje não possuem essa personalidade de se impor nas decisões sobre segurança, correm riscos por receio de serem excluídos da equipe, de serem massacrados pela mídia e por causa de contratos milionários. 
Quem matou Bianchi então? Ele mesmo que errou e bateu na grua? A grua que estava dentro do gramado do circuito? A chuva? A direção de prova que não parou a corrida? Os carros que não possuem proteção para a cabeça do piloto? Deus?
É difícil achar uma resposta simples, um único culpado para isso mas pode-se aprender com esses erros, como foi aprendido após a morte de Senna e Ratzenberg. O safety car virtual pode ser uma solução para agilizar a redução de velocidade dos carros na hora que ocorre um acidente, Mas muito mais importante do que isso, seria que a ganância dos promotores e dirigentes não ficassem acima do bem estar dos pilotos pois a F1 já é um esporte que vive no limite da segurança, não precisando de outros eventos para potencializar esses riscos.
Jules morre mas que sua morte não seja em vão.

domingo, 5 de julho de 2015

Quanto mais muda mais fica o mesmo

Momento em que a pista estava molhada.


Largada espetacular de Felipe Massa.


O Grande Prêmio da Inglaterra foi o melhor o ano mesmo não tendo uma corrida espetacular. Nos treinos, mais do mesmo, o anfitrião Lewis Hamilton na pole position, seu companheiro de equipe Nico Rosberg em segundo e a Williams, "equipe da casa" colocando seus pilotos em terceiro e quarto lugares, a equipe de Grove liderada por Massa faz bonito no circuito inglês que prima pela alta velocidade nas curvas.
A largada apresenta perspectivas ruins para o Brasil, Felipe Nasr tem problemas no câmbio na volta de apresentação e abandona a corrida. Já na largada propriamente dita, Massa é brilhante, se coloca entre as duas Mercedes e pula para primeiro, Bottas também larga muito bem e pula para terceiro e por muito pouco não rouba a posição de Lewis. Vários carros batem na largada, Maldonado, Grosjean, Button e Alonso, apenas o espanhol consegue voltar a prova.
A relargada acontece na volta 4, Hamilton "babando" tenta ultrapassar Massa antes mesmo da linha de chegada e acaba errando, Bottas se aproveita do erro do inglês e pula para segundo. A pergunta era: As Williams poderiam segurar as Mercedes? A resposta foi sim mesmo as Mercedes claramente sendo mais rápidas. 
Bottas que estava um pouco mais rápido do que Massa o pressiona, muito em função da Asa Móvel que podia abrir, Massa segurou seu companheiro como pode e as Mercedes pareciam em compasso de espera, Hamilton arrisca parar primeiro ainda na volta vinte, quando volta a pista divide a posição com Hulkenberg e prevalece, sorte pois se perdesse tempo sua estratégia iria para o ralo. Na volta seguinte Massa sem opção para também assim como Rosberg, os dois disputam a posição ainda dentro do boxe e o brasileiro prevalecesse mas perde a posição para Lewis. No giro vinte e dois Bottas também para e quando retorna a pista consegue se colocar entre Massa e Rosberg de maneira sensacional. 
A corrida que estava boa fica bem morna por várias voltas até que a previsão do tempo começa a informar que a chuva estava chegando. Por volta da volta trinta e quatro a chuva começa a cair de maneira bem nítida.  Nesse cenário Rosberg aproveita seu carro melhor equilibrado e começa a forçar para cima de Bottas que visivelmente não tinha um bom carro na pista úmida, demorou algumas voltas mas Rosberg consegue a ultrapassagem e parte para cima de Massa. Quando a chuva aperta um pouco Rosberg consegue passar o brasileiro e parte para cima de Hamilton. Na volta trinta e nove Raikkonen é o primeiro a parar e volta fazendo bons tempos. Daí era o seguinte, se o pneu intermediário dura em pista seca umas sete oito voltas com a pista um pouco molhada ele duraria umas dez doze no máximo mas quem parasse primeiro se a chuva chegasse estaria com os pneus certos e não perderia segundos preciosos quando a chuva chegasse. Fazendo um exercício de memória em Spa Francorchamps no ano do título de Raikkonen o então ferrarista trocou os pneus faltando três voltas para o fim da corrida estando quase vinte segundos atrás do pelotão da frente que tinha Alonso, Hamilton e até o Massa, no fim o finlandês venceu sem sustos pois a chuva caiu forte e os pilotos tiveram de dar uma volta inteira na pista molhada com pneus secos.
Faltando dez voltas para o fim ninguém da frente arriscou parar, Bottas se irritava com seu chefe de equipe, Vettel que não tinha nada a perder, nem estava aparecendo na TV resolve antecipar a sua parada e quando volta a pista está embolado no pelotão intermediário. Na volta 43, faltando nove Hamilton para, os outros ficam e a chuva cai, na volta seguinte, os outros param, Rosberg que estava a dois segundos fica a nove, Massa que estava um pouco atrás desaba e perde a posição para a Vettel. Na pista molhada as Williams não conseguem um bom rendimento e vêem Vettel abrir vantagem e chegar a frente. Hamilton que se esforçou para perder a corrida a vence graças a estratégia e a ousadia de sempre tentar algo diferente. Rosberg chega em segundo mas o resultado que poderia ser desastroso até que fica dentro da normalidade. Massa chega em quarto, triste pelo resultado mas com o sentimento de dever cumprido. Lá no fundão, quase irreparável, Alonso marca seu pontinho, o primeiro dele no ano. 
A corrida mais imprevisível do ano acabou tendo ironicamente o resultado mais previsível do ano, coisas da vida. 

Abaixo a nota dada aos pilotos:

1 - Hamilton - 8,0
Fez a pole position porém largou mal, perdeu de maneira estúpida uma posição para Bottas mas se recuperou adiantando as paradas de pit stop, venceu mas não convenceu se mostra instável quando pressionado.

2 - Rosberg - 6,0
Ficou atrás de Hamilton no treino, não se aproveitou na largada da chance que apareceu, se não fosse a chuva teria acabado até mesmo fora do pódio. Hoje voltou a ser o Rosberg do início do ano.

3 - Vettel - 6,5
Estava quietinho, nem aparecia na TV, não estava rápido mas foi cerebral e ganhou na inteligência e esperteza o pódio.

4 - Massa - 8,0
Fez um bom treino, uma largada espetacular e soube segurar o ímpeto de Bottas mas não arriscou nada diferente, não ouso nada e no fim todo o esforço de nada adiantou, a sorte favorece os bravos ... e os ousados.

5 - Bottas - 7,0
Fez tudo da maneira correta na corrida mas não ousou nada diferente e mesmo quando tinha mais ação não foi incisivo na tentativa de ultrapassar Massa, poderia quiçá ganhar a prova dependendo de como a corrida se desenrolasse.

6 - Kvyat - 6,5
Discreto mas muito eficiente e marcou bons pontos.

7 - Hulkenberg - 7,0
Fez uma corrida muito boa com o carro que tem, perdeu o sexto lugar por causa da estratégia e da chuva.

8 - Raikkonen - 6,0
Esse foi ousado demais, parou cedo demais e teve de fazer uma terceira parada nas últimas voltas para acabar a corrida.

9 - Pérez - 5,5
Discreto mas pontuou.

10 - Alonso - 6,0
ALELUIA, o espanhol marcou seu primeiro pontinho, a carroça mclariana está muito aquém do piloto, Alonso vai ter um final de carreira muito apagado se a Honda não melhorar o carro ano que vem.

AUTOMOBILISMO VIRTUAL - SONHOS E COMPETIÇÃO.

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