segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

TEMPLOS SAGRADOS DO AUTOMOBILISMO - IMOLA


Os posts Templos Sagrados do Automobilismo chegam exatamente em sua metade, anteriormente falamos de Kyalami, Indianápolis, Oscar Gálvez, Jerez, Estoril e Fuji, agora o exercício de relembrar circuitos esquecidos pela F1 continua, falando de um local particulamente trágico para nós brasileiros, local da morte do maior ídolo do automobilismo brasileiro, o saudoso Ayrton Senna. Estamos falando de Ímola na Itália.

Imagens de Ímola, palco do GP de San Marino.

Ímola sediou de maneira disfarçada um segundo GP por temporada para a Itália só que com o nome de Grande Prêmio de San Marino. O traçado sinuoso, com subidas e descidas, uma forte freada na chicane e a famosa curva Tamborello são marcas desse traçado desafiador e técnico, contrastando com a velocidade pura de Monza.

A força e prestígio da Scuderia Ferrari sempre foram a força motriz para que a Itália tivesse dois Gp's, isso tanto é fato que o nome oficial do circuito é Autódromo Enzo e Dino Ferrari. Enzo em homenagem ao fundador da Ferrari e Dino uma homenagem póstuma pela morte precoce do filho de Enzo, Dino Ferrari. O circuito é pertence a província de Bolonha e fica a apenas 80 km de Maranello, sede da Ferrari.

A corrida começou a integrar o calendário da categoria máxima do automobilismo em 1980, as duas primeiras corridas tiveram a vitória do piloto brasileiro Nelson Piquet, correndo pela equipe Brabham Ford. 

Piquet liderando em Ímola


Em 1983 a Ferrari conseguiu subir no degrau mais alto do pódio com a vitória do francês Didier Pironi. Em 1984 a equipe de Maranello triunfou mais uma vez, mas com Patrick Tambay no lugar mais alto do pódio.

Nem tudo foi flores para Piquet em Ímola, em 1987 o piloto pilotando para a Williams bateu forte na Tamburello mas conseguiu escapar com vida. Abaixo o vídeo da forte batida que o piloto sofreu.



Nos anos de 1988, 1989 e 1991 o piloto Ayrton Senna conseguiu triunfar em Ímola, todas as vitórias com a equipe Mclaren. 

Senna em 1991, largando na chuva em Ímola.


Continuando a falar de Senna, é inesquecível o trágico domingo, primeiro de maio de 1994, ano do acidente que chocou o Brasil e o mundo. Era a terceira prova da temporada, nas outras duas o piloto brasileiro que estreava na Williams apesar de ter conseguido a pole não conseguiu completar as provas. Sob pressão, Senna chegava a Ímola sabendo que apesar de ter um bom carro precisava de resultados e mais ainda, tinha de deter o avanço de Michael Schumacher na tabela de pontos. 

O fim de semana fatídico começava na sexta feira com uma reaproximação entre Senna e Prost, seu principal rival na categoria. Apesar das diferenças ambos reconheciam o adversário como extraordinário. Mas de repente tudo começa a mudar, um acidente com o então jovem piloto brasileiro Rubens Barrichello deixa a todos preocupados. O garoto da Jordan decola na zebra na Vaiante Bassa a mais de 225 km por hora, capotando violentamente. Rubens teve o braço e o nariz quebrados e ficou impossibilitado de correr naquele fim de semana 

Parece bug de video game, mas é uma cena real do acidente de Barrichello.


No sábado, a vinte minutos do fim do treino classificatório, o piloto austríaco Roland Ratzenberg da equipe Simtek, em sua primeira temporada na F1, tem um triste e lamentável fim. Uma quebra na asa dianteira de seu carro provavelmente foi a causa responsável para o piloto ter perdido o controle de seu carro e chocado-se no muro a mais de 306 km por hora. O acidente se mostra fatal e deixa a todos abalados, especialmente Senna.O piloto até cogitou de não correr no dia seguinte mas ele próprio decidiu por largar. Com ele dentro do cockpit uma bandeira da Áustria estava guardada. 

Muitos vezes esquecido, Ratzenberger foi vítima de Ímola em 1994.


No domingo a corrida começava com Senna na pole position, o piloto largou bem e se manteve na frente. No pelotão de trás o português Pedro Lamy se choca com o carro do finlandês J.J.Lehto e causam um acidente feio, destroços dos carros ultrapassaram as cercas e feriram pessoas que assistam a corrida no autódromo. A corrida tem a intervenção do Safety Car, por cinco voltas o carro de segurança fica a frente do pelotão para que a pista fosse limpa. Na relargada Senna se mantém na ponta, a frente de Michael Schumacher, porém tudo mudaria alguns segundos depois, Senna não consegue fazer a curva Tamborello e bate forte no muro. Muito se especula sobre o acidente, alguns especialistas dizem que a quebra da barra da barra de direção foi a causa do acidente, outros como o seu companheiro Damon Hil diz que a culpa foi dos pneus que frios devido a Safety Car perderam pressão fazendo com que o carro não virasse na curva. Mas não existe dúvidas que um pedaço da suspensão do carro foi o que matou o piloto pois perfurou sua viseira o acertando no crânio.  

Estado do carro de Senna após o acidente.


A corrida de 1994 foi vencida por Michael Schumacher, mas ninguém naquele dia se importava com isso, o que importava era saber o estado de saúde de Senna, que momentos depois foi declarado morto. A F1 nunca mais seria a mesma.


Ímola mudou muito depois disso, a fatídica curva foi substituída por chicane, as zebras foram trocadas e áreas de escape foram criadas. A F1 também mudou, priorizando mais a segurança dos carros e com o retorno da GPDA, a Associação de Pilotos da Categoria.

A vida continuava e Ímola ficaria no calendário da F1 até o ano de 2006. Schumacher se tornaria o principal vencedor da etapa, com sete triunfos. Foi privilégio do piloto alemão ser também o último vencedor de Ímola, assim como bater o recorde de poles positions de Senna. A vitória foi obtida após resistir bravamente aos ataques do espanhol Fernando Alonso que visivelmente tinha um carro mais rápido da prova. Um fato inusitado da prova foi que depois de causar um grave acidente o piloto Yuji Ide teve a sua super licença de piloto cassada. 


Schumacher e Alonso em 2006, em um pega sensacional.


Apesar das histórias tristes, Ímola sempre foi palco de corridas divertidas e disputadas, mesmo depois das mudanças pós 94, o circuito continuou relevante para a categoria e faz uma falta tremenda a F1, tão vazia e sem carisma. a história de Ímola por maior triste que seja, é também uma lembrança eterna daqueles que se foram e do legado da segurança que a categoria adquiriu a partir dali. 



segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

TEMPLOS SAGRADOS DO AUTOMOBILISMO - KYALAMI



     Os posts sobre os Templo Sagrados do Automobilismo partem da América, que possui inúmeros autódromos com histórias incríveis e cruzam o Oceano Atlântico rumo a África, mais precisamente a África do Sul, que possui um circuito apenas, mas lendário.

     A África é conhecida por ser a terra do Nelson Mandela líder do movimento contra a questão do apartheid que segregava os negros em relação aos brancos, e por ser o continente mais quente e pobre da Terra infelizmente.



    Mas a África teve corridas de F1, em um época em que todos os continentes do planeta eram contemplados com pelo menos uma etapa da categoria máxima do automobilismo. Desde idos de 1930 a F1 correu na África do Sul, mesmo antes da criação da categoria em 1950, só que as etapas eram no circuito do Príncipe George, e nessa época a África do Sul ainda era colonizada pela Inglaterra. Já em meados da década de 1960 houve um mudança no calendário com o surgimento do traçado de Kyalami.


Imagem de uma largada em Kyalami.

     Kyalami por ser mais próximo da capital Joanesburgo e por trazer mais segurança aos pilotos substituiu o circuito de Príncipe George. De 1967 até 1993 as etapas da F1 passaram por esses maravilhoso circuito.

     Kyalami passou por um triste questionamento, nem tanto por causa do circuito mas sim pela questão do apartheid. A pressão popular, a mídia, e até algumas equipes no início da década de 1980 que eram contrárias as condições que viviam os negros na África fizeram com que todas as corridas nesse período fossem ojerizadas pelos amantes da velocidades e que vivessem em constante ameaça de cancelamento ou boicote a corrida.

Imagem de um negro trabalhado arduamente durante uma corrida.


     Os custos da categoria apesar de hoje serem bilionários, na época já eram extremamente elevados, e o país que tenta exibir para o mundo a sua imagem para atrair turistas acaba tendo nesses eventos o efeito contrário, causando prejuízos inimagináveis. Fora a parte política que certamente influenciava as decisões dos líderes da África. A imagem da África ficava cada vez mais arranhada mundialmente, potencializada pela exposição da etapa.

     A F1 começou em Kyalami em 1967 como já foi dito e foi anualmente disputada até o ano de 1985 quando finalmente a pressão popular prevaleceu e as corridas foram canceladas. Depois disso a categoria só regressou para mais duas etapas em 1992 e 1993. O rei da África contando as corridas no Príncipe George foi Jim Clark com quatro triunfos, mas em Kyalami ninguém venceu mais do que Niki Lauda, três triunfos para o austríaco.

Nikki Lauda, maior vencedor de Kyalami em uma disputa contra James Hunt.



     Kyalami regressou na década de 1990, para comemorar e celebrar o fim do apartheid mas nesse momento nem o país e nem o circuito já eram capazes de acompanhar a escalada dos gastos da categoria. Em resumo, sem dinheiro sem etapa, para a F1, diga-se Bernie Ecclestone dono da categoria, ajudar na exposição da África nesse momento de reconstrução do país não era lucrativo, para ele melhor fosse com o regime de apartheid mas com dinheiro para pagar os custos das etapas.

     Alheiros a tudo isso, a Williams venceu essa duas provas, com Mansell e Prost respectivamente. Aliás a última corrida em Kyalami teve elementos únicos, apenas cinco carros cruzaram a linha de chegada e a diferença entre Prost, vencedor da etapa e Senna, segundo colocado, foi superior a um minuto. Berger na Ferrari conseguiu um precioso ponto, chegando em sexto lugar, mesmo sem completar a corrida. Os pilotos Cristian Fittipaldi e J.J. Lehto mesmo estando a duas voltas do líder conseguiram pontuar chegando em quarto e quinto respectivamente.

     A categoria nunca mais voltou ao continente africano, nunca mais se misturou com a pobreza, a alegria, a mistura de pessoas de todos os tipos. Nunca mais todos os continentes foram representados em um mesmo ano na categoria. Recentemente a categoria flertou com a possibilidade de regressar a África, mas por enquanto tudo não passa de especulação. A F1, pior do que abandonar a Kyalami, abandonou a sua humanidade, se elitizando e esquecendo-se daqueles que realmente a amam.

sábado, 11 de fevereiro de 2017

TEMPLOS SAGRADOS DO AUTOMOBILISMO - OSCAR GALVEZ



    Os posts sobre os Templos Sagrados do Automobilismo tem como objetivo principal trazer um conhecimento maior aos aficionados do esporte a motor sobre os principais circuitos que já estiveram na F1, por isso estamos falando de Fuji e não de Suzuka, Jerez e não de Catalunya, assim como falaremos de outros tantos circuitos como Imola, Zandvoort, Brands Hatch que tiveram uma bonita história com a F1 mas que infelizmente não estão no calendário, em parte por causa da falta de estrutura que alguns desses autódromos possuem e também pela busca incessante da categoria em obter lucros, mesmo em mercados sem nenhuma tradição nas corridas, como é o caso de Abu Dhabi, Malásia, Barein e outras praças.

    Seguindo com a nostalgia a série permanecerá na América, porém na parte do sul do continente, mais especificamente na terra de um dos maiores gênios da F1 e de outros tantos pilotos capazes, estamos falando da nossa vizinha Argentina, com seu circuito Juan e Oscar Gálvez.

    A Argentina nos primórdios da F1 tiveram grandes pilotos, o principal como todos sabem foi o pentacampeão e para muitos o maior de todos os tempos, Juan Manuel Fangio, mas outros bons pilotos também correram na F1, como o "touro dos pampas" Froilán González que chegou a ganhar provas com a Ferrari, disputando inclusive contra seu compatriota e obtendo um honroso terceiro lugar na classificação de 1951. Outra lenda argentina sem dúvida nenhuma é o piloto Carlos Reutemann, que era extremamente rápido e arrojado, ficou com o vice campeonato em 1981 por apenas um ponto de diferença para Nelson Piquet. "El lole" como era chamado Reutemann, obteve doze vitórias e quarenta e cinco pódios em sua carreira.  

     Muito da tradição argentina tinha a ver com as provas de F1 que eram realizadas em Buenos Aires no Oscar Galvez. Foram 29 provas, dividas pelas décadas de 1950, 60, 70, 80 e 90. Nas provas da década de 50, que foram talvez as que tiveram maior apelo popular, foram 13 etapas durante 8 anos. Fangio nesse período venceu absurdas 8 vezes. 

   
Imagem de Fangio que estreava na Ferrari, correndo em casa e venceu a prova.

   A década de 60 a categoria só correu duas vezes na Argentina, sendo uma corrida extra-campeonato, foi lá a última vitória de Fangio. Na década de 70 a Argentina reviveu seus bons momentos com oito GP's. Emerson Fittipaldi foi o primeiro piloto com exceção de Fangio a vencer duas vezes no traçado, nos anos de 1973 pela Lotus e em 1975 pela Mclaren. 

Emerson Fittipaldi comemorando a vitória na Argentina em 1973.

     A década de 1980 também foi fraca em números de GP's, apenas dois ocorreram. Um das provas foi vencida por Alan Jones em 1980, que se sagraria campeão naquele ano, assim como o brasileiro Nelson Piquet que em 1981 correndo pela Brabham venceu a corrida em solo argentino e depois no mesmo ano se sagrou campeão do mundo.

A belíssima Brabham de Piquet na Argentina em 1981.


    Depois de um hiato de catorze anos, a F1 voltava a Argentina, já na década de 1990, porém a grande expectativa foi frustrada por uma rápida passagem da categoria, apenas quatro GP's ocorreram. Os grandes prêmios de 95, 96, e 97 foram vencidas pela equipe Williams, com Damon Hill (95 e 96) e Jaques Villeneuve (97) no volante. A prova de 96 tem um peculiaridade, depois do acidente de Luca Badoer da Forti Corse (o piloto capotou), o simpático Renault Clio foi o carro madrinha, porém o carro era extremamente lerdo, causando problema aos pilotos em relação ao aquecimento dos pneus. A culpa obviamente foi dos organizadores que colocaram o carro 1.0 para ficar a frente de máquinas extremamente velozes. Mas todas as corridas na pista argentina nesse período tiveram emoções e "pegas", o que não justificava a saída da corrida do calendário.


A imagem da largada de 1996 na Argentina.


Safety Car usado no GP da Argentina de 1996 está a venda.

     O vídeo abaixo mostra as últimas três voltas da prova de 1997, um a batalha linda e inesquecível entre Villeneuve e Irvine pela vitória.




 A última prova a de 1998 foi vencida pelo mito Michael Schumacher, da Ferrari.  No vídeo abaixo mostra o on board no carro de Schumacher e como ele ultrapassa a Mclaren no início da segunda volta. O cara era de outro mundo.



     

    A F1 se despediu e nunca mais retornou a Argentina, para tristeza dos milhares de "hermanos" apaixonados pela velocidade. A América do Sul hoje só conta com Interlagos, aqui no Brasil, para receber a F1 e mesmo assim a etapa vive em constante ameaça de ser extinta. A Argentina e a América do Sul como um todo mereciam mais uma etapa da categoria e que melhor lugar para isso do que o já tradicional Oscar Galvez.

TEMPLOS SAGRADOS DO AUTOMOBILISMO - BRICKYARD



     Se existe um lugar em que a Fórmula 1 teve presença marcante mas que a própria categoria não soube aproveitar de seu prestígio e importância foi nos EUA. Nos primórdios da F1, a prova americana no oval de Brickyard (Indianápolis para nós brasileiros) era um evento aparte do calendário, com carros e pilotos próprios do certame norte-americano. Alguns poucos europeus se aventuraram a tentarem a façanha de vencer no oval superspeedway americano como Jack Brabham, Alberto Ascari e até mesmo Juan Manuel Fangio, mas só um alcançaram a glória correndo paralelamente a F1 e a Indy 500: Jim Clark pela Lotus em 1965.
   
     Outros pilotos da F1 venceram na principal prova do certame   americano, como Graham Hill em 1966 pela equipe americana Mecom Racing. Aliás vale citar que Graham Hill (pai do campeão Damon Hill), é o único piloto da história do automobilismo a vencer a F1, a Indy 500 e as 24 Horas de Le Mans. Não é para qualquer um. Outros obtiveram o êxito de vencerem na F1 e na Indy em tempos distintos como Mario Andretti, Emerson Fittipaldi e Jaques Villeneuve.
     
Na sua segunda tentativa, Jim Clark vence a Indy 500 em 1965.

     O nome Brickyard significa traduzindo livremente "jardim de tijolos", o circuito americano possuía na reta ao invés de asfalto os famosos tijolos. Hoje em dia apenas a faixa de largada\chegada possui uma pequena faixa de tijolos para simbolizar essa tradição. Os carros quado passam por ali fazem um som diferente, mas que remete a tradição do circuito histórico de mais de 107 anos de idade. 

     Mesmo não sendo o palco americano com o maior número de corridas na F1, com certeza Indianápolis é o mais importante. e no ano 2000 a categoria máxima do automobilismo desembarcava em solo americano para correr em um traçado misto, mas aproveitando a curva 1 do oval (mesmo que no sentido contrário). Mais de 225 mil pessoas foram ao templo sagrado da velocidade para aproveitarem o momento histórico desse encontro. Como se o destino tivesse planejado minuciosamente o roteiro da corrida, Michael Schumacher venceu a corrida, ao lado de seu companheiro de equipe Rubens Barrichello. Schumacher continuava a arrancada para seu título e o início da chamada Era Schumacher na F1.

A primeira vitória de Schumacher nos EUA.


     Já em 2001, poucos dias após o trágico 11 de setembro, a F1, sem muito clima de festa, desembarca nos EUA, prestando inúmeras homenagens aos mortos do atentado terrorista. Nesse ano o finlandês Mika Hakkinen conquistou a vitória.

Carro da Ferrari de simbolizando o luto pela tragédia.

     Em 2002, Rubinho obteve seu triunfo no traçado americano, ganhando por milésimos de segundos a frente de Michael Schumacher, a prova foi marcada pela dúvida se Rubens deixaria ou não seu companheiro de equipe passar. Naquele dia, ainda bem, não houve ordem de equipe.

Imagem da TV após a vitória de Barrichello, ao seu lado Schumacher.


     Nos anos de 2003, 2004 e 2005 o vencedor foi Michael Schumacher, mas essa última vitória teve um gosto diferente, pois foi o ano que marcou negativamente a F1 na América. No treino classificatório de 2005, Jarno Trulli, correndo pela Toyota fez uma pole position surpreendente porém o piloto italiano não pode gozar do prestígio. Na sexta-feira, 17 de junho, durante a sessão livre da tarde, o alemão Ralf Schumacher, piloto da Toyota, bateu fortemente no muro da curva 13 do circuito, aparentemente como resultado de uma falha no pneu traseiro esquerdo. Ele não pôde competir, e foi substituído pelo brasileiro Ricardo Zonta, piloto de testes da Toyota, para o resto do fim de semana. Ralf já havia tido uma colisão forte na curva 13 no ano anterior, ainda pilotando pela equipe Williams. A curva 13 é a única curva inclinada na Fórmula 1 percorrida em velocidade máxima, o que causa uma pressão dos pneus maior do que o habitual. No dia seguinte, a Michelin informou que não entendia por que os pneus que tinha selecionado para as sete equipes clientes, BAR, Mclaren, Red Bull, Renault, Toyota, Sauber e Williams, apresentavam falhas nesta curva, e anunciou a intenção de pedir novos conjuntos de pneus à sede. Infelizmente, os pneus solicitados para a substituição, eram do mesmo tipo do utilizado no GP da Espanha no início do ano, que apresentou o mesmo problema, quando testado. 

     Após inúmeras tentativas de acordo entre as equipes, a Michelin e A organização do GP para criarem um chicane ou de invalidarem para o campeonato a etapa, a Ferrari que possuía pneus Bridgestone, bateu o pé e não selou o acordo, apoiada discretamente pela Jordan. A Minardi que também possui pneus Bridgestone aceitou as condições e tentou na figura de seu dono Paul Stoddart fechar um acordo, mas sem sucesso. No domingo, após a volta de apresentação os pilotos das equipes com Michelin abandonaram para os boxes e a corrida seguiu com apenas 6 carros. Schumacher venceu, seguido por Barrichello e pelo português Thiago Monteiro. O incidente foi chamado de Indygate e colocou a permanência da F1 nos EUA em perigo.


O patético e controverso grid do GP dos EUA de 2005.

     Em 2006 e 2007 a F1 voltou ao traçado americano mas sem o apelo de público dos anos anteriores e depois disso a categoria só voltaria a voltar ao solo norte-americano em 2012 no Circuito das Américas em Austin. O último vencedor da prova de F1 em Indianápolis foi Lewis Hamilton em 2007.

     A F1 hoje tem nos EUA uma etapa de seu campeonato mundial, mas com certeza a categoria merecia um palco mais bonito e histórico para comportar essa etapa americana. Com certeza absoluta Indianápolis seria um palco muito mais apropriado para ter esse encontro da velocidade.

AUTOMOBILISMO VIRTUAL - SONHOS E COMPETIÇÃO.

Com o advento da internet, o mundo conheceu uma verdadeira revolução no modo de se relacionar entre as pessoas. O contato não precisava ser ...