domingo, 28 de abril de 2019

JUSTIÇA FEITA UMA ANO DEPOIS.

A F1 desembarca nas ruas do Azerbaijão para mais uma etapa do Mundial. O favoritismo da Mercedes era evidente, porém os olhos da F1 estariam de olho na Ferrari e sua relação com Charles Leclerc, a jovem promessa que vem andando melhor do que Vettel.

Nos treinos livres a Ferrari se mostrou forte, com tempos consistentes, dando um alento a equipe de Maranello de conseguir reagir no campeonato. E Leclerc sempre a frente na tabela de tempo, mostrando uma força incrível na dificílima pista de Baku. Na qualificação toda a empolgação se transforma em frustração quando o piloto erra na estreita subida do castelo e bate no Q2. Kubica já havia batido na sessão anterior no mesmo ponto. O traçado é complicado, com uma mistura de alta velocidade com curvas fechadas e apertadas como Mônaco e Cingapura. No Q3, já com a luz do crepúsculo, Bottas surpreende e faz a pole position. Hamilton faz o segundo tempo, com Vettel em terceiro e Verstappen em quarto. Mesmo com o erro, Leclerc conseguiu avançar ao Q3, porém largaria em oitavo, graças a punição a Giovinazzi por troca de componentes e Raikkonen pela irregularidade da asa dianteira.

Erro de Leclerc custou caro ao monegasco.


Na largada Bottas e Hamilton fazem um lado a lado incrível por duas curvas, o finlandês pole position na parte de fora do traçado não cede a posição e na grande reta oposta consegue se manter na frente. Pérez larga muito bem e pula para quarto, passando Verstappen. Leclerc, com pneus mais duros cai para décimo. Alexander Albon com a roda traseira direita dá um beijinho no muro, mas segue na corrida.

O show de Leclerc começa na terceira volta, ultrapassando Ricciardo, na volta seguinte o monegasco facilmente passa por Kvyat e no outro giro consegue passar Lando Norris. Nessa mesma sexta volta, Verstappen consegue ultrapassar Pérez e reassume a quarta posição. Muito rapidamente Leclerc chega em Pérez e no fim da longa reta o piloto da Ferrari ganha a quinta posição de Pérez. O ritmo de corrida de Leclerc é muito mais rápido do que o ritmo de Vettel, nesse ponto da corrida, a melhor volta do alemão é um segundo pior do que seu companheiro de equipe.

Em pista Leclerc ultrapassa Verstappen


Na décima passagem Leclerc ultrapassa Verstappen e fica apenas três segundos atrás de Vettel. Seria questão de pouco tempo até chegar em Vettel. Pierre Gasly também chama a atenção na corrida, largando do boxe, o francês conseguia se colocar entre os oito primeiros em apenas dez giros de corrida. A Renault e Sauber param nos boxes. A Ferrari, chama Vettel, que mais uma volta seria inevitavelmente seria engolido por Leclerc.

Na volta treze o líder Bottas para nos boxes, na volta seguinte Hamilton. Vettel que vinha muito rápido se aproxima de Hamilton, porém o inglês, com pneus novos e pista limpa, consegue fazer a  volta mais rápida da corrida e abrir vantagem para o alemão novamente. Verstappen para nos boxes e volta em sexto, atrás de Gasly. Bastou duas voltas e o holandês voador recuperou a quinta posição. Nesse ponto o bom ritmo das Mercedes já faria Leclerc começar a perder tempo, se fosse fazer duas paradas, mas e se a estratégia de Leclerc for de uma parada?

Com dezenove voltas, Bottas faz o giro mais rápido da corrida, porém na passagem seguinte Hamilton voa e reassume o melhor tempo, se aproximando de Bottas. Na mesma volta Ricciardo e Stroll ultrapassam Raikkonen, que não consegue repetir o desempenho dos treinos. Lewis novamente faz um temporal, e faz a diferença cair para dois segundos em relação a Bottas. Verstappen também começa a virar rápido, por dois giros seguidos faz a melhor volta da corrida, fazendo a diferença para Vettel cair. 


Com vinte e quatro voltas Bottas começa a tirar mais de um segundo por volta em relação a Leclerc, se aproximando rapidamente e tornando inevitável a ultrapassagem. A estratégia de uma parada de Leclerc parece evidente já que o piloto estava próximo da janela sugerida pela Pirelle, de vinte e sete voltas.

Com vinte e cinco voltas, das cinquenta e uma previstas, Grosjean ao ser pressionado por Ricciardo acaba errando a freada e passando reto, o piloto dá o famoso cavalinho e pau e volta a frente de Hulkenberg. Leclerc dá o último gás de seus pneus fazendo voltas rápidas sem permitir que a diferença de Bottas caia para menos de dois segundos.

Com trinta voltas completadas, Bottas finalmente faz a diferença cair para um segundo em relação a Leclerc, que claramente fará apenas um pit stop, Hamilton também se aproxima de ambos. Na volta seguinte Bottas ultrapassa Leclerc. Mais atrás Riccardo tenta ultrapassar Kvyat e passa reto, o australiano quando dá a ré acaba acertando Kvyat, que havia parado o carro para evitar o contato. quase que o safety car esperado por Leclerc aparece.

Leclerc liderou por várias voltas mas a estratégia da equipe não foi boa.


A corrida continua e Leclerc começa a ser ultrapassado por Hamilton e em seguida por Vettel. Com dezessete voltas para o fim, o monegasco finalmente para nos boxes e volta em sexto, imediatamente atrás de Gasly. Uma volta inteira atrás de Gasly faz o monegasco perder ainda mais tempo. Leclerc está a vinte e oito segundos de Bottas, mais uma vez a estratégia da Ferrari fracassa miseravelmente. 

A corrida em termos de emoção fica restrita entre as Mercedes. Na passagem trinta e nove, Gasly para o carro e abanadona a corrida. O que chama a atenção é que ninguém para nos boxes entre os primeiros. Faltando dez voltas para o fim a corrida recomeça. 

Com quatro voltas para o fim Hamilton consegue tirar a diferença para Bottas, e finalmente se coloca em condições de abrir a asa móvel. De quebra, Lewis faz a volta mais rápida da corrida. A corrida fica emocionante no seu final. Leclerc para nos boxes para tentar a volta mais rápida da corrida. Na primeira tentativa de ultrapassagem Lewis cola em Bottas, mas não consegue a ultrapassagem. Faltando duas voltas para o fim a Williams de George Russel dá vácuo para Bottas, o finlandês faz a volta mais rápida da corrida e consegue abrir preciosos décimos para Hamilton. Lelclerc na penúltima volta consegue fazer a volta mais rápida da corrida. Bottas cruza a linha de chegada em primeiro, fazendo justiça ao GP do ano passado em que o piloto perdeu a vitória a três voltas do fim por conta de um furo no pneu. Hamilton mesmo chegando em segundo não pode reclamar, andou muito bem, sempre colado com Bottas. Vettel, que nada fez de diferente fechou o dia em terceiro. A Mercedes quebra um recorde estabelecido pela Williams de 1992, o chamado "carro de outro mundo", com quatro dobradinhas em quatro corridas seguidas. Um feito espetacular.


Abaixo as notas dadas aos pilotos pelo desempenho na corrida.

1o. Bottas - 9,5

Fez uma pole relativamente improvável, foi audacioso na largada não cedendo a posição para Lewis e soube aguentar a pressão nos momentos decisivos da prova. Assumiu a liderança do campeonato e se mostra muito forte, bem mais do que nos dois anos anteriores.

2o. Hamilton - 8,5

Sempre muito aguerrido e competitivo, não mostrou um grande ritmo de corrida, mas ficou a espreita para aproveitar qualquer oportunidade. Vai ter mais trabalho do que nos anos anteriores.

3o. Vettel - 7,5

Discreto no treino classificatório e na corrida, pelo menos chegou ao pódio.

4o. Verstappen - 7,5

Não largou bem, mas se recuperou e andou no ritmo da Ferrari.

5o. Leclerc - 7,0

O erro na classificação comprometeu sua corrida, ainda assim tinha condições de buscar o pódio, mas aí a equipe apostou errado e prejudicou, mais uma vez, a corrida de Leclerc. Como alento, fez a volta mais rápida da corrida.

6o. Pérez - 8,0

Fez uma baita corrida. Se classificou bem, largou bem e foi competitivo o tempo inteiro, dentro das possibilidades do carro evidentemente.

7o. Sainz - 8,0

Outro piloto que teve um excelente desempenho na corrida, foi combativo e eficiente.

8o. Norris - 7,0

O garoto fez uma boa corrida, conseguiu pontuar, entretanto perdeu o confronto interno para Sainz.

9o. Stroll - 7,0

Largando de décimo sexto conseguiu chegar nos pontos, obtendo um bom resultado, porém longe do desempenho de Pérez, seu companheiro de equipe.

10o. Raikkonen - 6,5

Conquistou um precioso pontinho com muita luta, mesmo largando de último.


A corrida em Baku acabou sendo decepcionante por conta das poucas disputas, exceto pelo final da corrida, nada muito interessante aconteceu. Ainda assim o GP do Azerbaijão deixou duas perguntas no ar: Alguma equipe será capaz de fazer frente a Mercedes? Será que Bottas, atual líder do campeonato conseguirá repetir o feito de Nico Rosberg e fazer frente a Hamilton? Enfim, a próxima corrida na Espanha poderá talvez nos dar alguma dessas respostas, até lá.

segunda-feira, 15 de abril de 2019

ROSSI ABSOLUTO EM LONG BEACH.


A competitiva Indy desembarca na paradisíaca Long Beach, pista complicada por ser de rua, traçado estreito, que mistura asfalto e concreto, muros próximos e freadas fortíssimas, que invariavelmente traem os pilotos por conta das ondulações e os acidentes acontecem frequentemente. Alexander Rossi foi muito bem nos treinos e fico com a pole position, ao seu lado o veterano Scott Dixon. Atrás dos dois aparecem os carros da Penske, Will Power em terceiro e Josef Newgarden em quarto. No fim do pelotão os brasileiros Matheus Leist e Tony Kanaan ocupam respectivamente o vigésimo e vigésimo primeiro lugares. Ao contrário de Barber, Honda e Chevrolet se equivalem nessa etapa, causando ainda mais competitividade e disputa na corrida. O piloto aposentado Al Unser Jr. detém o recorde de vitórias no traçado, contando Champ Car e Indy, o piloto possui sete vitórias. Al Unser Jr. esse ano faz parte da equipe técnica de Coulton Herta.

A bela praça esconde uma grande dificuldade.

Na largada Dixon força para cima de Rossi e os pilotos dividem a curva, melhor para Rossi que fica com a preferência da curva. Mais atrás um acidente envolve três carros Harvey, Ericsson e Pigot. O safety car é acionado antes mesmo da metade da volta ser completada. Com exceção de Harvey que subiu a pracinha que os pilotos contornam, os outros tiveram apenas o prejuízo de esperar a equipe de resgate chegar e religar o carro. Na relargada Dixon força novamente para cima de Rossi, e novamente é obrigado a recolher na freada por estar do lado de fora da curva. 

Rossi soube controlar Dixon durante toda a corrida.

 No sétimo giro Coulton Herta passa Patrício O'Ward de maneira espetacular, por fora na freada da primeira curva, ficando lado a lado e depois assumindo a posição com a preferência da curva seguinte.

Na passagem quatorze Tony faz seu pit stop, volta em décimo nono, mas acaba sendo ultrapassado por Ed Jones. 

Com vinte e quatro das oitenta e cinco previstas, Rossi chega em Tony Kanaan e lhe aplica uma volta, nesse momento da corrida Rossi já havia posto mais de cinco segundos de vantagem para Dixon. Power e Newgarden vagarosamente começavam a se aproximar de Dixon. Apesar de próximos em pista a corrida não apresentava boas disputas, sendo, até certo ponto monótona.

Com vinte e seis giros Rossi para nos boxes e faz seu pit stop, Dixon também para na mesma volta, dessa forma Power assume a liderança momentânea da corrida. Vários carros já haviam parado nos boxes, ninguém se arriscando demais em ficar na pista. Na volta vinte e nove Power faz seu pit, mais atrás Leist também chega aos boxes. Newgarden para na volta seguinte e se dá ao retornar a pista pois assume o segundo lugar, Power é o terceiro e passa a ser muito assediado por Dixon. Após a rodada de pit a corrida fica interessante por conta dessa disputa. 

Newgarden mostra que além de rápido é estratégico e constante.

Na volta trinte e cinco Dixon força tudo para cima de Power, que erra na freada e passa reta, comprometendo a sua corrida pois apesar de não bater, perde muito tempo para retornar a pista. O piloto da Penske cai para oitavo na corrida, e compromete de vez suas chances na temporada, errando demais e quando vai bem não tem sorte.

Na volta trinta e sete Herta tem problemas no boxe e demora no seu pit, na volta seguinte Tony faz seu segundo pit stop na corrida. Na frente Rossi abre quase nove segundos para Newgarden, que começa a sofrer a pressão de Dixon.

Na metade da corrida, Graham Rahal se coloca atrás de Dixon, e este imediatamente atrás de Newgarden. Mais atrás Power começa a se aproximar de Takuma Sato, vencedor da corrida anterior que tinha uma atuação discreta nessa etapa. 

Na volta cinquenta e dois, Herta toca de leve no muro mas acaba sendo lançado para o outro lado e bate com a roda, danificando a suspensão do carro, o piloto até chega aos boxes entretanto abandona a corrida. 


Faltando trinta voltas, Hunter Reay é o primeiros entre os ponteiros a parar nos boxes e fazer o seu último pit stop da corrida. Na volta seguinte é a vez de Graham Rahal. Na outra passagem o líder também para nos boxes e coloca pneus de banda mais dura. Dixon também para nos boxes mas tem problemas e perde preciosos segundos. Por fim, Newgarden no giro seguinte também para.

Com vinte e cinco giros para o fim, Rossi lidera com folga, seguido por Newgarden, Rahal, Reay e Dixon. Aliás o escocês com pneus mais macios volta muito rápido e passa a se aproximar dos adversários rapidamente.  

Faltando dez voltas para o fim Rossi já havia dado uma volta no décimo segundo colocado, mostrando um absurdo rendimento. Dixon passa a atacar Hunter Reay. 

Com seis voltas para o fim, Newgarden fica em maus lençóis tendo de passar diversos retardatários que estavam a frente. O sorridente Rossi caminhava a passos largos para a vitória, com uma folga de quatorze segundos para o segundo colocado. Na volta seguinte, Rahal, Hunter Reay e Dixon chegam nos mesmo retardatários, nesse momento Hunter Reay passa a pressionar Rahal. Na saída de curva no meio do circuito, Reay erra e Dixon se aproveita do momento e ultrapassa Hunter Reay.

Com duas voltas para o fim é a vez de Dixon pressionar Rahal, e enquanto brigam, Rossi recebe a bandeira branca sinalizando a última volta. Rossi é o primeiro a receber a bandeira quadriculada e vence pelo segundo ano seguido no traiçoeiro traçado de Long Beach. Newgarden chega em segundo e permanece como líder do campeonato, tendo como marca maior desse ano a estratégia certeira nas provas e uma constância invejável. Já no fim da prova, Dixon ataca com tudo Rahal, na reta oposta o piloto se defende bem, na freada da última curva o neozelandês sai mais lançado, mas acaba em quarto, aliás acabaria. A direção de prova julgou que Rahal mudou de traçado de repente, impedindo a ultrapassagem de Dixon e quase causando uma colisão, por conta disso a direção inverteu as posições. Revendo a imagem, apesar da defesa dura, o lance pareceu exagerado, em vários momentos do automobilismo se vê esse tipo de defesa e Rahal não fez uma segunda mudança de traçado. O favorecimento a Chip Ganassi nessa decisão foi evidente.  

Aqui separamos cinco personagens ou acontecimentos que marcaram a prova e damos uma nota pelo desempenho.


1o. Alexander Rossi - 10,0

Conquistou sua segunda vitória seguida em Long Beach, e de quebra a vitória duzentos da equipe Andretti, um feito espetacular. Rossi com certeza é um candidato ao título desse ano, sempre veloz e sempre andando na frente.

2o. Josef Newgarden - 9,0

Não existe nenhum piloto no grid até esse momento mais estratégico do que Newgarden, salvou um quarto lugar em Barber e um segundo lugar em Long Beach. Vem forte e constante, e quem quiser tirar dele esse primeiro lugar vai ter de suar e muito.

3o. Scott Dixon - 8,0

Sempre eficiente e constante, de quebra ainda ganhou de bandeja dos comissários um lugar no pódio.

4o. Will Power

Errou feio na corrida e comprometeu a sua corrida, de lugar no pódio acabou tendo de se contentar com o sétimo posto. A temporada vai mal e a disputa pelo título da Penske vai se concentrando em Newgarden, e pior, pode ser que perca seu assento na equipe ano que vem.

5o. Equipe A.J Foyt

Lamentável é a palavra. A equipe tentou duas estratégias diferentes e mesmo assim os resultados foram ruins. A equipe que leva o nome do lendário piloto, e casa dos brasileiros na categoria está no mesmo nível que a Williams na F1. Se fosse Tony Kanaan no fim do ano pedia o boné e ia curtir a vida.

A categoria volta para dia onze de maio para a corrida no traçado misto de Indianápolis. Até lá.

domingo, 14 de abril de 2019

MIL VEZES F1

O espetacular mundo da F1 chega ao seu milésimo Grand Prix. O GP que recebe essa honraria é o da China, no traçado do autódromo de Shangai, um dos melhores traçados feitos por Herman Tilke. O GP ainda carrega uma pequena polêmica pois entre 1950 e 1960, onze Grand Prix foram disputados em Indianápolis, para dar um caráter mundial ao campeonato. A famosa 500 Milhas de Indianápolis entretanto não recebia os carros e equipes da F1, apenas os carros e equipes americanas, ou seja na prática não pertencia ao campeonato, apenas no nome. O fato é que o palco apesar de digno, talvez não devesse receber essa honraria, mas sim Silverstone, traçado que recebeu o primeiro Grand Prix da história em 1950. Muitas polêmicas que desaparecem quando os carros aceleram na pista e o embate entre os pilotos começa.

Nos treinos livres, a Ferrari e a Mercedes se alternaram na liderança da tabela de classificação, com uma pequena vantagem para os carros prateados.

Na classificação o embate se repetiu, e novamente, por uma pequena margem, a Mercedes prevaleceu, com um surpreendente Valtteri Bottas na pole position, uma honraria e tanto para o piloto dado ao caráter especial da corrida. Lewis Hamilton da Mercedes fecha a primeira fila da Mercedes, sabedor que precisa de uma boa largada para não dar margem ao companheiro de se empolgar na corrida e buscar a vitória. Na segunda fila as Ferrari de Sebastian Vettel e Charles Leclerc. Sobre o monegasco, que fez uma corrida excepcional no Barein, chamou a atenção a sua própria autocrítica, por não gostar de sua volta rápida no momento decisivo. Já está personificando que será ele o piloto capaz de bater de frente com as Mercedes. Na terceira fila as Red Bull de Max Verstappen e Pierre Gasly, finalmente o francês fez um treino digno com a Red Bull. Na quarta fila as Renault de Daniel Ricciardo e Nico Hulkenberg e na quinta fila, os carros da  da Haas com Kevin Magnussen e Romain Grosjean, fechado o top 10. 

Bottas conquista a pole position no GP 1000 da F1.


Repararam que as cinco melhores equipes teoricamente colocaram seus carros na exata ordem de forças? Isso mostra que o campeonato não permite erros e vacilos para as equipes que, teoricamente, estão em desvantagem. Recado dado a Vettel, Gasly e Grosjean que estão errando demais.

Na volta de apresentação, por conta do vento, da baixa temperatura da pista e pneus frios dois carros rodam na volta de apresentação, Max Verstappen e Robert Kubica, ainda bem que ambos se recuperam e não perdem posições. Na largada Hamilton pula muito bem e assume a ponta. Leclerc também ultrapassa Bottas. Mais atrás Norris é acertado por Kvyat e deixa detritos na pista. O safety car virtual é acionado. Na volta seguinte a bandeira verde é acionada e a corrida recomeça.

Kvyat apronta das suas e acerta o promissor Norris.

Após cinco voltas Hamilton abre uma diferença razoável para Bottas, um pouco mais atrás Vettel passa a pressionar Leclerc. Na volta seguinte Kvyat é punido pela direção de prova por conta do incidente e terá de pagar um drive through.

No oitavo giro Giovinazzi, que não tinha um bom ritmo para nos boxes. Pérez é um dos destaques da corrida, saindo de décimo segundo para oitavo, a corrida não tem muita disputa em pista.

Na passagem onze a Ferrari manda Leclerc abrir caminho para Vettel, o monegasco, mesmo contrariado abre caminho, e Verstappen se aproxima de ambos. Na volta seguinte Hulkenberg sai dos boxes em décimo sexto. Duas voltas depois, Vettel erra na freada e Leclerc cola no alemão, e ele passa a pressionar pelo rádio para recuperar a posição.

Após dezessete voltas a discussão entre os pilotos da Ferrari e equipe sobre quem deve estar a frente, nisso Bottas abria mais de oito segundos. Essa situação também desgasta a imagem de Vettel, que não convence. Nico Hulkenberg abandona a corrida e na mesma volta Verstappen para nos boxes. Na volta seguinte Vettel para nos boxes e consegue voltar imediatamente a frente de Max. Na freada da volta vinte, Max tenta passar Vettel, trava as rodas e apesar de ultrapassar o alemão, ele acaba escorregando e Vettel imediatamente dá o troco.

Com vinte e duas voltas Bottas para nos boxes e volta atrás de Leclerc, que não havia parado ainda. Na volta seguinte Hamilton e Leclerc param nos boxes também. Enquanto Lewis volta na ponta, Leclerc volta muito atrás de Max e Vettel.

Bottas começa a pressionar Hamilton, de maneira até surpreendente. Fazendo melhor volta atrás de melhor volta, a diferença que antes dos pit stop era de quatro segundos cai para um apenas. Com vinte e seis voltas Raikkonen sai dos boxes atrás de Magnussen, mas na mesma volta recupera a posição.

Raikkonen foi um dos destaques da corrida, conquistando posições com arrojo.


Com vinte e oito das cinquenta e seis programadas, Hamilton passa a abrir diferença para Bottas, se recuperando do susto e abre três segundos. Raikkonen ultrapassa Grosjean, que não se entrega facilmente. Com muito esforço, Leclerc começa a tirar a diferença para Verstappen. Albon, com a modesta Toro Rosso, ultrapassa Magnussen e assume o décimo primeiro lugar, o garoto vai mostrando serviço e talento.

Com trinta e cinco voltas, Leclerc que estava a mais de dez segundos atrás de Max reduz a diferença para apenas dois, com isso a Red Bull chama Verstappen para os boxes. A Ferrari na volta seguinte chama Vettel. Dessa vez Vettel volta bem a frente  de Max. Na volta seguinte a Mercedes chama seus dois pilotos para os boxes e faz a troca de um para outro com a diferença de apenas cinco segundos entre eles, simplesmente sensacional. Leclerc, que não parou, se coloca entre as duas Mercedes.

Bottas passa a pressionar Leclerc, o garoto se defende de maneira audaz, porém a diferença é gritante de rendimento. Na volta quarenta Bottas consuma a ultrapassagem, porém o prejuízo foi grande, a diferença para Lewis que chegou a ser de três segundos, subiu para seis. Vettel passa a se aproximar de Leclerc também.

Na passagem quarenta e dois Vettel ultrapassa Leclerc e volta a figurar no pódio, a Ferrari, percebendo a besteira que fez, chama Leclerc para os boxes, dessa vez a diferença para Max é de catorze segundos, que maldade com o garoto que chegou a estar a dois.

Faltando dez voltas para o fim Lewis lidera com folga. Mais atrás Leclerc reduz a diferença para onze segundos, porém o tempo joga contra o monegasco. No pelotão intermediário Raikkonen passa a disputar o oitavo lugar com Pérez, e este se aproxima de Ricciardo.

Com apenas quatro voltas para o fim Grosjean passa a atacar ferozmente Albon, que estava heroicamente em décimo, obrigando o jovem da Toro Rosso a se defender com unhas e dentes. O embate é interrompido somente quando são ultrapassados por Verstappen, que estava dando uma volta sobre eles. Na volta seguinte o combate recomeça, só que dessa vez faltando apenas duas voltas para o final. A Red Bull chama Gasly aos boxes para trocar pneus e buscar o ponto extra. Leclerc consegue ficar a cinco segundos de Max, porém sem tempo para se aproximar e ultrapassar o holandês voador.

Lewis Hamilton conquista a sua septuagésima quinta corrida, na corrida mil da F1, ele que já havia vencido a corrida novecentos é o primeiro a conquistar duas corridas centenárias. Além de tudo isso, Hamilton assume a liderança da tabela de pontos. Gasly ainda consegue fazer a volta mais rápida, por alguns milésimos, mas consegue. Alexander Albon cruza a linha de chegada em décimo e também conquista um belo resultado, pontuando pela segunda vez no ano.


Lewis é impecável e conquista mais uma vitória histórica.


O Grand Prix Mil não foi um primor de corrida, com poucas disputas, entretanto com alguns destaques positivos como o desempenho de Albon e Raikkonen e negativo com a estratégia medonha da Ferrari para Leclerc e também o desempenho pífio das Williams, fechando o grid.


Abaixo as notas dada aos pilotos pelo desempenho na corrida.

1o. Hamilton - 9,0

Não se qualificou bem, mas foi impecável na largada e na corrida.

2o. Bottas - 7,5

Fez a pole, mas lhe faltou ritmo de corrida.

3o. Vettel - 7,5

Fez o que pode com o carro, dessa vez não errou, mas também não fez nada de excepcional.

4o. Verstappen - 7,5

Um dos grandes momentos da corrida foi a sua quase ultrapassagem em Vettel, sempre muito combativo, arriscou na estratégia e embaralhou a Ferrari, conquistando assim uma posição a mais no grid.

5o. Leclerc - 7,5

O garoto largou bem, depois teve de ceder a posição para Vettel, depois o fizeram parar bem longe da janela, perdendo tempo, o garoto se recupera e a equipe erra novamente na estratégia. Complicado para ele esse início de carreira na Ferrari.

6o. Gasly - 7,0

Desaparecido da etapa até fazer a volta mais rápida da corrida no fim graças aos seus pneus mais novos. Ainda deve desempenho.

7o. Ricciardo -7,0

Conseguiu completar a corrida com a Renault, o que já é um bom resultado.

8o. Pérez - 7,0

Foi muito bem na corrida, especialmente na largada. Conquistou pontos importantes.

9o. Raikkonen - 7,0

Sempre combativo levou a Alfa Romeo aos pontos, vencendo carros melhores.

10o. Albon - 8,0

Um dos grandes nomes da corrida, garantiu o pontinho a fórceps. Quem sabe já pode sonhar com o cockpit da Red Bull.


A próxima corrida será nas ruas do Azerbaijão, uma pista de rua que sempre proporciona corridas inesquecíveis. A Ferrari, infelizmente, parece não estar a altura do desafio  (mais uma vez) de fazer frente a equipe prateada, prova disso são as três dobradinhas da Mercedes que fazem a equipe disparar na liderança de Construtores, e Hamilton de quebra dá um passo importante para conquistar o seu hexacampeonato.

Até lá.

terça-feira, 9 de abril de 2019

SATO E O SABOR DOCE DA VITÓRIA NO ALABAMA.

Em uma classificação totalmente atípica por conta do desempenho incomum dos pneus na pista, o japonês Takuma Sato obteve uma improvável pole position no circuito de Barber no Alabama. Seu companheiro da Rahal Letterman, Graham Rahal, fechou a primeira fila, ambos conquistaram os melhores tempos com pneus mais duros. Resumindo, o desempenho dos pneus mais macios não funcionavam na pista, sendo mais lentos do que os mais duros. Em resumo, os pneus duros virara macios e o macios viraram duros. Bizarro demais. Os brasileiros também sofreram, Leist foi o décimo quinto, Kanaan o décimo nono. A equipe Foyt não se encontra nessa temporada, e arrisco dizer que essa será a derradeira temporada de Tony na categoria. Um ex-campeão não merece passar por isso. O líder da temporada, Joseph Newgarden da Penske ficou apenas em décimo sexto. Quem diria que Penske e Andretti não conseguiriam ir ao Fast Six. 

Na largada Sato se mantém na ponta, Rahal sofre pressão de Dixon na briga pela segunda posição. No pelotão de trás, filas de três e até quatro carros lado a lado se formam, apesar de alguns contatos, ninguém é muito prejudicado. Ed Jones, que queimou a largada teve de parar nos boxes e cumprir a punição. Will Power, que sofre nesse início de ano, cai de sétimo para décimo.

Com sete das noventa voltas, Marcus Ericsson para nos boxes, antecipando seu pit stop. Chamava a atenção que oito entre os dez primeiros eram carros com motores Honda, uma surpresa em vista ao desempenho superior dos motores Chevrolet nas duas etapas anteriores. Newgarden também entra nos boxes e antecipa seu pit stop, assim como Will Power.


Newgarden se recupera muitíssimo bem na corrida.


O vencedor da etapa anterior, Colton Herta, sem um bom acerto, foi ultrapassado de maneira consecutiva por Simon Pagenaud e depois por Felix Rosenqvist. Na frente, Sato voava na pista, imprimindo um ritmo muito forte. No giro dezoito, o japonês para nos boxes e volta em oitavo, após um pit muito ruim por conta do pneu traseiro esquerdo que ficou preso. Pelo menos, Sato arriscou colocar um composto mais duro nessa parte da corrida. Na volta seguinte, Graham Reay Rahal também tem problemas e perde muito tempo nos boxes. 

Alexander Rossi assume a liderança da corrida, depois de duas voltas, o americano para nos boxes na volta vinte e retorna à pista em décimo segundo. Sebastien Bourdais, sem parar, assume a ponta. Pagenaud e Harvey se tocam de maneira mais forte, entretanto ambos seguem na corrida. Newgarden passa a atacar Power, que não cede a posição d ebom grado, ambos chegam a se tocar. Power mostra ter um carro  muito instável, sem pressão aerodinâmica, e na última curva da pista, o australiano roda sozinho. Na volta seguinte, novamente quase que ele roda de novo. Power para nos boxes e coloca pneus mais duros.

Após vinte e oito voltas, Bourdais finalmente para nos boxes e volta em décimo primeiro. Claramente o francês tentará um estratégia diferente para tentar vencer a corrida. Hunter Reay consegue ultrapassar Newgarden e assume o sétimo lugar. Herta para nos boxes e abandona.

No giro trinta e cinco, Newgarden para nos boxes, a segunda parada na corrida. A pista, muito por conta da chuva durante a madrugada não apresenta um bom emborrachamento, desgastando demais os pneus dos pilotos. Bourdais vai abrindo caminho, passa Pagenaud e assume o sétimo lugar. Na frente, Sato voa, com cinco segundos de frente para Dixon. Alguns pilotos com Hunter Reay, Rosenqvist e Pagenaud param nos boxes. É a segunda rodada de pit acontecendo. No giro seguinte o líder também para e volta em quarto, mesmo com uma parada a mais fica a frente de Bourdais. Dixon, marcando Sato para na giro seguinte, mas volta atrás de Bourdais. James Hinchcliffe assume a liderança por uma volta, contudo também para nos boxes, cedendo a posição para Rossi. Na outra volta, adivinhem quem para? Sim, Alexander Rossi. Sato reassume a ponta na volta quarenta.

Após quarenta e cinco voltas os cinco primeiros eram: Sato, liderando com folga e propriedade, fazendo durar os pneus mantendo um ritmo forte, em segundo Bourdais e sua estratégia ousada, em terceiro o sempre constante Scott Dixon, em quarto um surpreendente Hinchcliffe e em quinto Alexander Rossi. O ritmo dos pilotos melhora em relação ao início da corrida, porém a corrida é morna nas disputas.

Após a passagem cinquenta e sete, Bourdais, que vinha segurando Dixon, faz o pelotão da frente se compactar. Graham Rahal com problemas e Max Chilton com problemas, na mesma volta, ocasionam o safety car, que demora uma volta inteira para ser acionada para não favorecer os pilotos que viram o carro abandonando e entraram nos boxes rapidamente, dando oportunidade para todos pararem. Nos boxes Dixon passa Bourdais. Na repetição do acidente de Chilton fica claro que o piloto foi empurrado por Kanaan, que deve ter sido chamado aos boxes às pressas e surpreende Chilton que desvia, acaba indo a terra e bate nos pneus. Por sorte, Chilton retorna a corrida.

A corrida recomeça na volta sessenta e cinco, Bourdais é o único do pelotão da frente com pneus macios, e provavelmente irá fazer mais um pit, acabando com sua estratégia que era muito boa. Matheus Leist, retardatário, que largava entre Sato e Dixon ajuda e muito, ao japonês que escapa na liderança. Newgarden se destaca após a relargada, saindo de nono, o líder do campeonato começa o seu show, primeiro passando por fora Hunter Reay. Na volta seguinte passando na freada Ericsson e na volta seguinte ultrapassando Hinchcliffe. Em três voltas, três posições, o piloto da Penske mostra o porquê de ser o líder do campeonato.

Faltando quatorze voltas para o fim, Dixon aperta um pouco o ritmo obrigando ao japonês Takuma Sato a acelerar na frente. Leist até demonstra um bom ritmo, condicente com o de Kanaan, mas como estava uma volta atrás ficava com a corrida comprometida. Power erra em uma das descidas da circuito, trava os pneus e é obrigado a fechar a porta na cara de Rosenqvist, o piloto australiano muito aquém de seu talento no circuito misto.

Faltando oito giros para o fim, Bourdais tenta atacar Dixon, que consegue conter o ímpeto do francês, essa disputa favorece Sato que abre uma folga na liderança.

Com cinco voltas para o fim, Sato erra, passa rapidamente pela grama e perde mais de dois segundos, dando a Dixon a chance de se aproximar. Na volta seguinte, Newgarden ultrapassa Rossi, freando no limite extremo, tocando roda com roda, assumindo o quarto lugar. Newgarden é o melhor motor Chevrolet classificado. Kanaan para nos boxes novamente e cai de décimo segundo para décimo oitavo. Sato recupera o bom ritmo apesar da escapa e volta a escapar de Dixon.


Sato vence a corrida com sobras.


A bandeira quadriculada é agitada para Sato, com Dixon em segundo e Bourdais colocado na traseira de Dixon em terceiro. Newgarden mesmo em quarto na corrida, pode comemorar pois minimizou um prejuízo muito grande que se desenhava nos treinos e pelo baixo desempenho do motor Chevrolet e da própria Penske. Ainda na última volta, Leist consegue uma ultrapassagem e chega em vigésimo, Kanaan fecha o dia na décima oitava posição.

Com os resultados da prova, Joseph Newgarden se mantém na liderança com 125 pontos, em segundo o constante Scott Dixon com 98 pontos, em terceiro o vencedor dessa etapa, o japonês Takuma Sato com 91 pontos. Um pouco mais atrás Alexander Rossi com 84 pontos é o quarto e em quinto o jovem Colton Herta, que abandonou a corrida, com 81 pontos. Os brasileiros Tony Kanaan e Matheus Leist ocupam respectivamente a décima oitava e a vigésima terceira posições na tabela de pontos.


Abaixo os cinco destaques da corrida:

Takuma Sato - 10,0

Fez a pole position, dominou a corrida, deu um susto na equipe escapando da pista a quatro voltas do fim, mas venceu a corrida, para felicidade da torcida japonesa e de sua equipe Rahal Letterman Lanning.

Bourdais - 9,0

Com uma estratégia ousada e muita garra para aguentar mais de vinte voltas com pneus macios obteve um excelente terceiro lugar.

Newgarden - 9,0

Fez uma corrida impecável, com direito a disputa roda com roda nas últimas quatro voltas e de quebra permaneceu na liderança do campeonato, a frente de Dixon. Fez as honras da Chevrolet e da Penske que tiveram com Newgarden a sua melhor posição na corrida.

Power - 4,0
11o primeiro colocado na corrida, depois de um bom começo em São Petersburgo e um desempenho fantástico em Austin que infelizmente resultou em nada devido a quebra de seu carro no fim da corrida, espera-se um bom rendimento desse que era um dos favoritos ao titulo, mas que decepcionou com um rendimento sofrível na corrida.

Honda - 10,0

Fez os três primeiros lugares na corrida, mostrando força e quem sabe, a montadora poderá aspirar algo mais se mantiver o bom ritmo dessa etapa nas próximas corridas.

A próxima etapa da Indy é no tradicional circuito de rua de Long Beach, já no próximo domingo, pista travada, com passagens estreitas e o muro sempre muito próximo aos pilotos. Até lá.
  










domingo, 7 de abril de 2019

STOCK CAR 2019 COM CARA DE 2018.

A Stock Car Brasil  começa a temporada 2019 em festa, no circuito de Velopark, em Nova Santa Rita, a categoria completa quinhentas corridas. Thiago Camilo, com pista molhada, fez a pole position e teria a posição de honra nessa corrida histórica.

O circuito é travado, com um pouco mais de dois mil metros, o mais curto em extensão de todo o calendário, que favorece quem larga na frente. Além de tudo isso, a corrida começa com pista molhada, não muito, mas o suficiente para dar uma dor de cabeça danada aos pilotos que devem optar entre pneus secos e molhados. O atual campeão da categoria, Daniel Serra largaria na segunda posição. E claro, além desses pilotos vários outros estariam na pista disputando a vitória, Ricardo Maurício, Max Wilson, Rubinho Barrichello, Nelsinho Piquet, Ricardo Zonta, Felipe Fraga, Cacá Bueno e vários outros de muito gabarito.

Thiago Camilo fez uma volta espetacular e conquistou a pole position.


Os primeiros minutos de corrida foram favoráveis aos pilotos que estavam na frente, a largada em fila indiana favoreceu a falta de disputas, a exceção foi Ricardo Maurício, que largou bem no meio do pelotão, mas ia passando os adversários e rapidamente se colocou entre os dez primeiros. 

Após exatos quinze minutos de corrida a chuva mais fraca começava a cair, e além disso, a janela de parada obrigatória se aproximava, ou seja, quem arriscaria colocar pneus de chuva e quem ficaria com os pneus de pista seca?  A parte essa situação, Cacá Bueno segurava um pelotão de vários carros, demonstrando um ritmo mais baixo do que o habitual. Casagrande chega a ultrapassar Cacá, mas acaba errando e é ultrapassado novamente. A chuva começa a cair, mas sem muita intensidade, e quem paga o pato é Guga Lima, que perde o controle do carro e bate forte, acionado o safety car. 

Faltando vinte e três minutos a bandeira verde é agitada, Thiago Camilo ainda era o líder com uma pequena folga para Daniel Serra. Na volta seguinte a chuva aperta um pouquinho e coincide com a abertura da janela de pit stop, uma grande parte dos pilotos preferem a prudência e param nos boxes e colocam pneus de chuva. na volta seguinte e a vez do líder. Daniel Serra se mantém na pista, preferindo não parar. Marcos Gomes foi um dos pilotos beneficiados pois foi o primeiro dos pilotos da frente a parar, e se aproveita do erro de Thiago Camilo para ultrapassar o adversário. 

A chuva até caiu, mas durou apenas cinco minutos.

Daniel seguia sem parar fica quase uma volta a frente dos outros do pelotão da frente, quando para nos boxes faltando dezesseis minutos para o fim da corrida o piloto troca apenas dois pneus, e é claro, eram pneus slick, próprios para pista seca. Nesse momento a chuva havia parado, o que favoreceu Daniel, mas Rubinho, que também apostou nos pneus slick é o segundo.

A aposta dos pneus de chuva se mostra ineficiente, os pilotos começam a rodar mais de quatro segundos do que os pilotos com pneus slick. Nesse ritmo todos que tinham pneus de chuva teriam de parar novamente e destrocar os pneus. Thiago Camilo e Marcos Gomes, mesmo com todas as dificuldades, protagonizaram um pega sensacional, Marquinhos além de se defender, conseguia buscar a parte mais úmida e molhada da pista, buscando refrigerar os pneus. Thiago com o push to pass conseguiu a ultrapassagem no último esforço.

Com nove minutos para o fim Cacá Bueno é acertado por Rubinho e roda, perdendo várias posições, é a segunda vez na prova que Rubinho fazia um piloto rodar na corrida. Ricardo Maurício ultrapassa Felipe Fraga e na mesma volta ultrapassa Marcos Gomes. Na volta seguinte Ricardo passa Thiago Camilo e assume o terceiro lugar.

Rubinho mesmo com o carro avariado consegue levar o carro, o piloto contou ainda com a compreensão da direção de prova que não o puniu por conta dos toques. Nelsinho Piquet, que fez duas paradas, uma colocando pneus de chuva e outra para colocar pneus slick, essa faltando dez minutos para o fim da corrida, conseguiu minimizar bem seu prejuízo e saiu da vigésima terceira posição após o pit para o sétimo lugar. 

Daniel Serra vence a histórica corrida quinhentos da categoria, iniciando muito bem a temporada, sonhando, quem sabe, com o tricampeonato. Rubinho foi o segundo e Ricardo Maurício foi o terceiro, saindo de décimo sétimo para terceiro. O pole Thiago Camilo ficou em quarto, e em quinto Felipe Fraga. Corrida não muito empolgante, mas interessante por conta das diferentes estratégias. Paulo Gomes, o primeiro campeão da Stock Car foi homenageado e deu a bandeira quadriculada, infelizmente vendo seu filho, Marcos Gomes, cruzando apenas em sexto.


O primeiro campeão e o atual campeão, lindo encontro de gerações.


A Stock Car retorna às pistas daqui a quatro semanas, no circuito de Velo Cittá, quais emoções a categoria irá nos reservar? Até lá.


AUTOMOBILISMO VIRTUAL - SONHOS E COMPETIÇÃO.

Com o advento da internet, o mundo conheceu uma verdadeira revolução no modo de se relacionar entre as pessoas. O contato não precisava ser ...