MAIS LÍDER DO QUE NUNCA.

O GP da Hungria é o trigésimo terceiro na história desse país do Leste Europeu, e possui um fato interessante: o campeão da temporada não ganha na Hungria no mesmo ano desde 2004, e o piloto era o fenomenal Michael Schumacher.

A pressão sobre Vettel era grande devido ao seu erro, até certo ponto grosseiro no GP da Alemanha. Um boato que correu no Paddock durante a semana seria que Alonso, que saiu quase execrado da Ferrari, teria sido sondado pela equipe de Maranello. Como relatado trata-se de um boato, mas talvez mostre que a situação de Vettel dentro da  equipe não goze de tanta confiança como se imaginava. 

O erro de Vettel em Hockenheim lhe custou a liderança do campeonato.

Geralmente em Hungaroring as corridas são marcadas pelo forte Sol, e calor na região de Budapeste, entretanto o Q1 começa com um leve garoa, os pilotos começam com pneus intermediários, entretanto ao avançar da sessão os pilotos começam a trocar os pneus e usarem a borracha para pista seca. As Ferrari passeiam na sessão, tanto no molhado quanto no seco, as Mercedes e Red Bull também não sofrem e a grande sensação é Grosjean com um quinto lugar. A decepção é com Leclerc, eliminado enquanto que seu companheiro Ercsson avançou ao Q2. Outra decepção foi a Force India, eliminada com seus dois talentosos pilotos. As crises externas da equipe estão refletindo na pista, a situação só deve melhorar se houver de fato a compra da equipe por investidores, ou quem sabe pelo pai de Lance Stroll.

No Q2, Vettel é o único a entrar na pista com pneus intermediários e os outros com pneus para pista seca. A chuva apertou durante a volta dos pilotos, e um sorridente Vettel passeou, fazendo uma tempo mais de dois segundos de frente de Carlos Sainz, o segundo e surpreendente colocado.Os pilotos correm atrás do prejuízo e a condição da pista só piorava. Dois pilotos que não se esperavam foram eliminados, Ricciardo e Alonso, e uma decepção, Hulkenberg, muito por conta pela posição de seu companheiro no treino.

  No Q3, o decisivo, a pista bem molhada obriga a todos a irem à pista com pneus de faixas azuis, os de chuva extrema. As Mercedes surpreendem e pulam para a primeira fila, com Hamilton em primeiro. A pista gradualmente vai melhorando, e as Ferrari começam a reagir na busca pela pole, quando faltavam cinco minutos Raikkonen rouba a pole provisória, fazendo as honras da equipe. Vettel até troca de pneu para melhorar o tempo, mas tem de se contentar com o quarto lugar. Bottas e Hamilton crescem nas suas últimas tentativas e fazem a dobradinha da equipe, com Hamilton, o líder do campeonato. Com setenta e sete poles position, o inglês mostra uma força intensa na disputa do título e Vettel, bem talvez este esteja decepcionado consigo mesmo.

Já para a as setenta voltas da corrida um clima totalmente oposto, aproximadamente trita e três graus celsius no céu e quase sessenta na pista, ou seja muito calor, o que favorece a Ferrari. O duelo entre Ferrari e Mercedes se anuncia em uma pista dramática para se ultrapassar. Vettel, Sainz, Ricciardo e Alonso diferentemente dos outros pilotos optam por pneus macios, enquanto os outros estão com os hipermacios, a estratégia de um stint mais longo é óbvio no caso de Vettel, ficar na pista e tentar dar o pulo do gato. Alonso, o aniversariante do dia, Ricciardo e Sainz também tentam a mesma coisa.

Na largada Vettel passa Raikkonen, mas as Mercedes se protegem bem e permanecem na frente. A largada de Ricciardo é muito ruim, é tocado por Ericsson e o piloto da Red Bull cai pra décimo sexto lugar. Ao fim da primeira volta Leclerc abandona com problemas.

A primeira curva, apertada gera vários contados entre os pilotos.

Após cinco giros Hamilton dispara na frente, com Bottas como escudeiro a tarefa do inglês é facilitada. Mais ao fundo do grid Ricciardo começa a se recuperar e a ganhar posições. Na volta seguinte Verstappen com problemas de potência abandona a corrida. O safety car virtual é acionado.

A relação Red Bull e Renault só piora com esse abandono.

O safety car virtual dura duas voltas apenas, na luz verde Grosjean ultrapassa Alonso, que reclama, depois um bom embate entre Alonso e Ricciardo começa, e apesar do esforço do espanhol, o sorridente australiano o ultrapassa após duas tentativas. Mais duas voltas e é a vez de Ricciardo ultrapassar Grosjean e finalmente se colocar na zona de pontos.


Na volta quinze os pits stop começam, o primeiro a parar foi Raikkonen, a Ferrari perde preciosos segundos a mais na parada, complicando a vida no piloto. Bottas para na volta seguinte e volta bem a frente. Sem se importar com as paradas, Ricciardo ultrapassa Sainz, e já havia passado Hartley e Hulkenberg.

Após vinte voltas, a diferença entre Hamilton e Vettel são de oito segundos, e o inglês apesar do desgaste intenso da sua borracha consegue manter a boa vantagem. Raikkonen tentando se recuperar ultrapassa Gasly. O show particular de Ricciardo continua, o piloto tenta duas vezes ultrapassar Magnussen no fim da reta, mas não consegue, porém na curva dois, por fora Ricciardo consegue uma bela ultrapassagem.

Raikkonen reassumindo a quarta posição.

Com vinte e cinco voltas o líder Hamilton para nos pits e coloca os pneus macios. Quando retorna a pista a diferença de Vettel para Hamilton é de apenas treze segundos. Ricciardo ultrapassa Gasly e chega ao quinto lugar, a sua posição natural na corrida.

Na passagem trinta é a vez de Vettel mostrar serviço, e mesmo com pneus mais gastos vai mantendo a diferença para Hamilton e bem próximo de abrir o necessário para ganhar a posição do Bottas quando parar nos boxes. Raikkonen também vai se aproximando de Bottas.

Na metade da prova, o tráfego intenso de retardatários e os pneus gastos fazem Vettel perder a diferença para Hamilton, que despenca de treze para para dez segundos. Bottas consegue estabilizar o ímpeto de Raikkonen e mantém a diferença de em mais de um segundo. O quinto colocado é Ricciardo, até próximo de ambos, mas que também precisa parar no boxes.

No giro trinta e nove, Raikkonen para nos pits e cai para quinto. Na volta seguinte é a vez de Vettel parar, o alemão coloca os pneus hipermacios, mas não consegue nem mesmo retomar a segunda posição. O pit de Vettel foi mais de dois segundos mais lento do que o normal, o que custou a posição.

Vettel começa o seu drama, tentar passar rapidamente Bottas e tentar partir para cima de Hamilton. Apesar de próximo, Vettel não consegue uma investida concreta

Na volta quarenta e cinco Ricciardo para nos boxes e  retorna em quinto. A corrida entre em compasso de espera para o fim, sem muitas alterações.

No giro cinquenta e um, Vandoorne tem uma quebra e outro virtual safety car é acionado por uma volta. Após a bandeira verde, Vettel passa a pressionar definitivamente Bottas.

Faltando dez voltas para o fim, a Ferrari de Raikkonen chega em Vettel, e a pressão sobre Bottas aumenta.

Com cinco giros para o fim Vettel vai por fora, Bottas fecha a porta, Vettel dá o "x", Bottas fica sem espaço para  curva e Bottas acaba acertando o bico de seu carro em Vettel, perdendo inclusive a posição para Raikkonen. Vettel passa a virar mais rápido um segundo por volta, porém com vinte segundos de desvantagem e faltando tão pouco tempo, o negócio é levar o carro para a linha de chegada.

Momento mais dramático do fim de semana e decisivo.

Ricciardo por fora tenta a ultrapassagem sobre Bottas, o finlandês deixa o carro escorregar e acerta Ricciardo e por pouco não é fim de prova para ambos. Na última volta, Ricciardo se recupera e consegue ultrapassar Bottas, que provavelmente será punido pelo lance anterior.


Sem se importar com tudo que acontece atrás, Lewis Hamilton cruza a linha de chegada em primeiro, abrindo vinte e quatro pontos de vantagem para Vettel, e finalmente se colocando como favorito ao título.

Hamilton cruzando em primeiro.

Abaixo as notas dadas aos pilotos pelo seu desempenho na corrida.

1o. - Hamilton - 9,5

Pode-se dizer que colocou a mão na vitória com a pole position sensacional. Na corrida foi rápido e consistente, nem precisou ser brilhante. Deu pinta de campeão nesse fim de semana.

2o. Vettel - 7,5

Foi mal na qualificação, largou bem, teve a chance de voltar em segundo depois do pit, mas não conseguiu. Na pista até lutou, porém não o suficiente para disputar a vitória.

3o Raikkonen - 7,0

Ousou na estratégia, mas não surtiu efeito na corrida. chegou ao pódio mais por conta do erro de Bottas.

4o. Ricciardo - 8,0

Foi quem mais ultrapassou na corrida, se recuperou bem após uma classificação e uma largada horríveis.

5o. Bottas - 7,0

Foi bem na qualificação e foi um excelente escudeiro na corrida, segurando sempre que necessário Raikkonen e principalmente Vettel, mas se perdeu completamente nos exageros e jogou fora um pódio provável.

6o. Gasly - 9,0

Muito bem na classificação e uma corrida irretocável. O nome do dia.

7o. Magnussen - 8,0

Fez um belo fim de semana, dos treinos a corrida. Vai garantindo a ele a chance de se manter na próxima temporada sem contestações.

8o. Alonso - 8,0

O aniversariante do dia conseguiu na base da estratégia pular para um improvável oitavo lugar, com um carro cada vez mais abaixo da crítica.

9o. Sainz - 6,0

Prometia mais pela posição de largada, mas acabou não tendo um bom ritmo de corrida.

10o. Grosjean - 5,0

Muito aquém de seu companheiro de equipe.

A reviravolta de Hockenheim.

Antes de mais nada peço licença aos meus leitores para pedir desculpas sobre a não publicação do GP de Hockenheim, mas por um motivo nobre: Férias em família, e como este final de semana estaria me recuperando de uma cirurgia, não poderia adiar e nem mesmo privar a família desses momentos preciosos de descanso.

O interessante é ter a mesma percepção da corrida daqueles que não acompanham a F1. Por exemplo, a pole position de Vettel, o drama de Hamilton na qualificação, largando apenas em décimo quarto após uma quebra e seu momento de "Neymarização" chamaram a atenção.

Consegui assistir ao vivo as seis primeiras voltas da corrida, Vettel largou bem e parecia se encaminhar para a vitória. Lewis mesmo largando atrás foi ousado e combativo e em apenas quatro voltas estava entre os dez primeiros. Parecia que o inglês no máximo conseguiria chegar entre os quatro primeiros. Parecia.

Uma chuva marota, lá pela volta quarenta e dois, no terço final da corrida, mudou o curso da história, e fez quem errar justamente quem não poderia, Vettel. O alemão que nunca venceu em Hockenheim, mas venceu um GP da Alemanha em Nurbürgring, jogou pelo ralo 25 pontos e deu a Hamilton, que estava em quarto, a chance de vencer a corrida na base da estratégia.

A Mercedes, em casa comemorou e muito o resultado, Hamilton apesar de um início de temporada relativamente fraco, mostra força nesses momentos decisivos, e sair de décimo quarto para primeiro, e de quebra retomar a liderança do campeonato, o encheu de moral, colocando para baixo Vettel.

A Ferrari tem um carro melhor em algumas pistas, porém na maioria delas é a Mercedes é quem prevalece, ou seja Vettel e Ferrari tem de andar no limite para conseguirem superar um adversário quase imbatível, e esses erros custam caro, e até geram a perguntam justa: Será Vettel tão bom quanto seus quatro títulos sugerem?

A próxima corrida é amanhã em Hungaroring, e se Vettel quiser ser campeão, precisa urgentemente ganhar amanhã.

VETTEL IGUALA PROST NA CASA DE HAMILTON.

O bom filho a casa torna, a F1 desembarca na Inglaterra, no lendário circuito de Silverstone para a décima etapa do Mundial 2018. O circuito inglês, que é considerado a casa de muitas equipes, conserva seu charme alo longo dos anos e apesar de estar desde 1950 regularmente na F1, ainda assim o traçado sempre apresenta algumas surpresas, e a desse ano foi o recapeamento da pista, com o surgimento de diversas ondulações no traçado. Alta velocidade, desafios e uma intensa disputa pelo título são os ingredientes da corrida desse ano, a décima da temporada.

Nos treinos o embate entre Ferrari e Mercedes é acirrado, a equipe de Maranello leva a melhor por conta de inovações aerodinâmicas que trouxe para a corrida, mas Hamilton estava muito próximo, e muito motivado pois ele corre em casa.

Na qualificação, logo no Q1 uma cena melancólica, a Williams, equipe tradicional e várias vezes campeã, não classifica seus dois carros para o Q2. Stroll errou e foi para a brita, Sirotikin errou também, e apesar de conseguir fazer uma volta rápida, amargou o último tempo. No Q2 Hamilton mostra a sua força e em sua segunda tentativa faz o melhor tempo, com Vettel a um décimo apenas atrás. No Q3 o embate foi interessante, Vettel na primeira tentativa dos pilotos fez o melhor tempo, na segunda tentativa, o inglês consegue superar Vettel e se torna o pole position. O equilíbrio chama a atenção, Hamilton ficou a menos de um décimo a frente de Vettel e Raikkonen, ou seja, a Ferrari parece estar melhor para a corrida. A corrida promete muitas emoções.

O domingo amanhece com sol, um lindo dia para a corrida. Diversos carros decidem largar dos boxes, as duas Williams e a Toro Rosso de Hartley. 

Na largada o mundo muda em um instante, Vettel larga muitíssimo bem e pula para a frente, após a primeira curva Bottas ultrapassa em Hamilton, sem velocidade Raikkonen consegue colocar seu carro ao lado e os dois se tocam, pior para Hamilton que perde todas as posições do grid, já Raikkonen perde apenas as posições para as Red Bull.

A excelente largada de Vettel muda a corrida em um segundo.

Hamilton vê o mundo ao contrário, perdendo muito tempo.

Hamilton mesmo reclamando de problemas na traseira de seu carro vai abrindo caminho e passando os pilotos a sua frente, em cinco voltas ele passa por Vandoorne, Ericsson, Grosjean e Gasly. Mais a frente Raikkonen que já havia passado Ricciardo começa a pressionar Verstappen.

Após dez giros Hamilton com seu show particular já se colocava entre os sete primeiros, rapidamente ele passou por Alonso, Magnussen, Sainz, Ocon e Leclerc. Na volta seguinte ele passa por Hulkenberg, ficando apenas atrás das Ferrari, Red Bull e da Mercedes de Bottas. Aliás nesse momento da corrida Vettel possuía quase seis segundos de folga em relação a Bottas, uma diferença significativa. Quem tem a corrida comprometida é Raikkonen, culpado pelo toque em Hamilton, recebeu uma punição de dez segundos.

Na volta catorze os pilotos começam a parar nos boxes, Kimi Raikkonen e Alonso puxam a fila, ao retorna a pista Raikkonen mostra um desempenho muito superior e facilmente passa por Magnussen, Sainz e Ocon, fazendo as voltas mais rápidas da corrida. A diferença de desempenho dos carros das equipes de ponta é absurdamente maior do que as equipes de meio de pelotão.

Na passagem dezoito Verstappen para nos boxes e volta a frente de Kimi com alguma folga. Na frente chama a atenção a perda de diferença entre Vettel e Bottas, em duas voltas a diferença cai em mais de um segundo ficando já na casa dos quatro segundos. Na saída dos boxes Leclerc que estava nos pontos abandona a corrida, provavelmente por conta de uma roda mal encaixada 

Na volta vinte Vettel para nos boxes e volta em segundo momentaneamente, na volta seguinte Bottas para nos boxes, mas volta quase cinco segundos atrás, a volta a mais na pista o fez perder tempo. No grupo de trás Raikkonen chega a cometer um erro quando pressionava Ricciardo, indo passear fora da pista. 

Raikkonen indo passear na área de escape.

Após vinte e cinco giros, Bottas com pneus mais duros vai tendo um desempenho superior ao de Vettel, e a diferença entre os dois vai caindo gradualmente volta a volta. Hamilton para nos boxes, voltando em sexto, a sua posição real.

O drama de Vettel vai aumentando a medida que a diferença vai caindo, apesar de manter em relação ao terceiro colocado a diferença, em relação a Bottas a situação é bem diferente, o desgaste excessivo nos pneus vai cobrando um preço altíssimo. No ritmo de meio segundo por volta a ultrapassagem em breve será inevitável.

Após trinta das cinquenta e duas voltas da corrida, Hamilton é o mais rápido na pista, de longe. Uma surpresa acontece quando Ricciardo para nos boxes, também sofrendo com seus pneus. 

Na volta trinta e dois Marcus Ericsson bate muito forte na barreira de pneus e o safety car é acionado, a torcida inglesa comemora como se fosse um gol, pois assim Hamilton volta a se aproximar dos líderes. Vettel, Verstappen e Raikkonen param nos boxes, apesar de encaixotado pelas Mercedes, a decisão de Vettel parece ser a mais acertada pois estará mais rápido do que seus oponentes.

A batida forte de Ericsson reacende a emoção da corrida.

Após cinco voltas em safety car, a corrida é reiniciada, Botas relarga bem, Verstappen pressiona Hamilton mas ao recolher o carro acaba sendo atacado por Raikkonen, o finlandês, em uma manobra arrojadafaz um linda ultrapassagem, na curva seguinte Verstappen dá o troco, espetacular o pega. Mais atrás, Sainz e Grosjean se encontram e batem forte na pista, chamando novamente o safety car.

O acidente entre os dois esfria a corrida que estava frenética.

A relargada acontece na volta 42, faltando apenas dez voltas para o fim da corrida, Raikkonen escapa mas não perde a sua posição, Alonso passa por Magnussen, Vettel leva uma bela fechada de Bottas. A corrida é emocionante.

Vettel parte para o ataque, mesmo sem asa móvel aberta, Bottas dá o seu máximo para se manter a frente. Mais atrás, Raikkonen faz uma bela ultrapassagem em Versatppen. Raikkonen, muito rápido, chega e ataca Hamilton, Vettel faz o que pode contra Bottas.

Faltando seis voltas, Verstappen escapa, chega a rodar, mas volta a pista em sexto. Vettel no limite extremo, se lança na freada e passa Bottas. Verstappen abandona a corrida. 

O momento chave da corrida, a ultrapassagem da vitória.

Na volta seguinte a Mercedes dá a ordem e Bottas deixa Hamilton passar. Resta a Kimi brigar com Bottas pelo último lugar no pódio. Raikkonen não decepciona e ultrapassa Bottas, no mesmo ponto que Vettel, só que por fora. Até Ricciardo se aproxima de Bottas.

Se no pelotão da frente não há alterações nas posições, atrás tem várias, Gasly faltando duas voltas ultrapassa Pérez e conquista um lugar precioso nos pontos, Alonso, malandramente ultrapassa Magnussen e pula para oitavo.

Gasly joga duro para passa Pérez, valia um ponto precioso.

Vettel cruza a linha de chegada e conquista a sua 51o. vitória, se igualando ao lendário Alain Prost, Hamilton cruza em segundo, de cabeça erguida pois conquistou um resultado excelente dada as circunstâncias e Raikkonen, muito próximo em terceiro, talvez o piloto mais combativo no fim de semana.

O fantástico circo da F1 dará uma pausa para que os pilotos e equipes possam curtir um pouco o verão europeu. Essa inter-temporada será determinante para as pretensões das equipes e pilotos para a segunda parte da temporada. Que venham mais corridas como essa de Silverstone.

Abaixo as notas dadas aos pilotos pela sua atuação no Grande Prêmio:

1o Vettel - 9,5

Uma excelente classificação, uma largada espetacular e uma ultrapassagem memorável, a corrida de Vettel pode ser assim resumida. Aliás o triunfo dele também tem participação da Ferrari que ousou corretamente em chamá-lo para os boxes.

2o. Hamilton - 9,5

Fez uma pole position antológica, largou mal e pagou um preço terrível, tendo sua corrida complicada logo no início. Sua recuperação foi espetacular e chegou muito além do esperado, graças ao seu talento diferenciado e um carro rápido.

3o. Raikkonen - 9,0

Fez uma corrida muito boa, largou bem, errou ao tocar em Hamilton, mas seu arrojo o fez um dos personagens mais célebres desse fim de semana, as ultrapassagens em Verstappen e depois em Bottas mostraram que o finlandês ainda é capaz de andar em alto nível.

4o. Bottas - 8,5

Fez uma classificação discreta, porém se aproveitou do entrevero entre Lewis e Kimi para avançar, e durante a corrida foi muito rápido. No fim, foi valente em tentar segurar Vettel e Raikkonen, sem sucesso infelizmente.

5o. Ricciardo - 6,5

Apagado o fim de semana inteiro. Muito abaixo do seu potencial. Fez o mínimo.

6o. Hulkenberg - 8,0

O primeiro dos últimos. Fez uma corrida consciente, imprimindo sempre um bom ritmo.

7o. Ocon - 7,5

Levou seu carro a uma excelente posição, não foi muito combativo nessa corrida, mas foi eficiente.

8o. Alonso - 7,5

O que mais há para se falar? Saiu de décimo terceiro para oitavo na corrida, foi esperto em parar um pouco mais cedo nos boxes e depois em parar no safety car, mostrou esperteza em passar uma Haas no acionamento da bandeira verde e em ultrapassar Magnussen no fim da corrida.

9o. Magnussen - 7,0

Fez um boa corrida, porém perdeu ritmo o fim.

10o. Gasly - 7,0

Conquistou com garra e talento esse precioso ponto.

Que venha Hockenheim.

VITÓRIA DA EQUIPE DA CASA.

O fantástico mundo da F1 desembarca em Spielberg na Áustria para a nona etapa do Mundial 2018. O circuito de Red Bull Ring é caracterizado por ser rápido, curto para os padrões da F1 e seletivo. O campeonato com Hamilton na liderança promete uma reação de Vettel e a dona da casa, a Red Bull, também promete força para buscar mais uma vitória no ano.

Nos treinos um domínio das Mercedes, especialmente de Hamilton, uma dor de cabeça para concorrência que deve correr atrás do prejuízo. Já na classificação os dez carros das cinco equipes mais rápidas dominam o Q3, Mercedes, Ferrari, Red Bull, Haas e Renault. Na primeira tentativa de volta rápida, com pneus ultramacios o pole provisório é Bottas, meio segundo a frente de Hamilton e das Ferrari. Após as primeiras tentativas se ouve no rádio uma discussão entre Verstappen e Ricciardo, mostrando que o clima na equipe não é dos melhores entre eles. E na última tentativa de cada piloto Bottas consegue melhorar, e graças a isso fica a apenas 019 milésimos a frente de Hamilton, conquistando a pole position. Vettel consegue melhorar e fica em terceiro, com Raikkonen em quarto. Em quinto Max Verstappen e a surpresa em sexto lugar é a Haas de Romain Grosjean. O favoritismo da Mercedes é evidente nessa fase do campeonato e a chance de vitória de Hamilton é enorme. Para piorar, após a classificação, Vettel é punido com a perda de três posições por ter fechado Pérez em sua volta rápida no Q2, ou seja, Vettel cai para sexto no grid, largando atrás de Grosjean e a frente de Ricciardo.

Antes da largada Alonso que sofreu com seu carro na classificação prefere largar dos boxes após trocar vários componentes do carro. Na largada Raikkonen pula muito bem e se coloca lado a lado com as Mercedes na primeira curva, Bottas recolhe e perde duas posições, Raikkonen pressiona Hamilton, mas na curva três acaba errando, saindo da pista e quando volta tem de fechar a porta para Verstappen, na curva seguinte, por fora Bottas aproveita e passa os dois, Raikkonen logo em seguida perde a posições para Vesrateppen. Mais atrás Vettel até larga bem, porém fica encaixotado na curva um e perde tempo, sem velocidade na retomada acaba perdendo tempo e perde as posições para Ricciardo, Magnussen e Hulkenberg.

A boa largada de Raikkonen tumultuou o grid

Em poucas voltas Vettel consegue se recuperar e reconquista a sexta posições, se aproximando de Ricciardo. A frente, Hamilton vai fazendo sucessivas voltas mais rápidas, abrindo uma boa vantagem na liderança e rumando para uma vitória fácil.

No décimo segundo giro o motor de Hulkenberg estoura e o piloto da Renault, que estava entre os dez primeiros abandona. 

O motor da Renault estoura e deixa o incrível Hulk na mão.

Duas voltas depois é a vez de Valtteri Bottas abandonando com problemas no câmbio, mais um golpe de azar do piloto pole position da corrida. O virtual safety car é acionado e os pilotos da frente param nos pits, exceto Hamilton. Os pilotos colocam os pneus mais duros disponíveis para irem até o fim da corrida. Hamilton terá que voar na pista para voltar em primeiro.

Os pilotos antecipam seus pit stop e complicam Hamilton.

Na volta vinte, Raikkonen erra novamente na curva três, Ricciardo se aproveita disso e cola no carro da Ferrari, e na freada da curva quatro ele faz a ultrapassagem. O aniversariante do dia consegue se colocar com chances de reais de pódio.

No giro vinte e cinco, sem conseguir aumentar a diferença, Hamilton para nos boxes e retorna em quarto a frente de Vettel. A corrida muda completamente. 

Lewis volta a frente de Vettel, pelo menos naquele momento.

Na passagem vinte e nove Leclerc ataca Stroll, por dentro, por fora e o piloto da Williams se defende muito bem, mas na volta seguinte, na freada da curva três o jovem sensação surpreende Stroll e conquista a décima quarta posição.

A corrida fica interessante com Hamilton chegando em Raikkonen e Ricciardo. O piloto da Red Bull com uma bolha no pneu traseiro esquerdo perde desempenho, fazendo com que até Vettel chegue no pelotão. No giro trinta e oito Raikkonen passa por Ricciardo que é obrigado a parar nos boxes e dá adeus ao pódio, pelo menos fica entre os cinco primeiros.

Na volta trinta e nove Vettel se joga para cima de Hamilton e faz a ultrapassagem. A corrida desastrosa da Ferrari e do alemão vira como um passe de mágica.

Vettel joga duro e ultrapassa Lewis.

Depois de algumas voltas a Mercedes de Hamilton começa a se recuperar e o piloto inglês começa  a pressionar Vettel, o alemão se quiser se recuperar no campeonato deve ficar a frente a todo custo.

Após quarenta e oito das setenta e uma voltas, é a vez de Vettel e Hamilton se aproximarem de Raikkonen, o  desgaste dos pneus nos carros é acentuado, mas parece que a Ferrari consegue lidar melhor com isso.

Na passagem cinquenta e dois Lewis Hamilton para nos pits, e volta atrás de Ricciardo. Com mais de vinte segundo atrás das Ferrari, o inglês não pode perder tempo com o australiano. e quando vai fazer a ultrapassagem, Ricciardo abandona com problemas no motor.

Hamilton vai dando o seu show particular e vai fazendo consecutivas voltas mais rápidas, tentando se aproximar dos seus adversários diretos. Mais a frente Raikkonen e Vettel também vão se aproximando de Verstappen. No pelotão do fundo, quem chama a atenção é Alonso, em décimo primeiro lugar, após largar dos boxes.

Faltando dez voltas para o fim Pérez ultrapassa Ocon, que deixou pois está com problemas nos pneus. Na volta seguinte, com problemas de potência é a vez de Hamilton abandonar a corrida.


Com o abandono de Hamilton e as ultrapassagens em Leclerc e Gasly, Alonso pula para oitavo lugar, sensacional esse espanhol. Padece em uma equipe fraca, mas seu talento é monstruoso.

Lewis dá adeus a corrida e a liderança do campeonato.

Nas últimas três voltas a Ferrari se acomoda e Verstappen leva a Red Bull a vitória no circuito casa da equipe. Os três primeiros cruzam na mesma cena a linha de chegada uma volta a frente do quarto lugar. Verstappen conquista a sua quarta vitória na carreira e de quebra passa Ricciardo na tabela de pontos. O mar laranja, cor predominante da Holanda, se agita e enlouquece na Áustria, uma festa linda para coroar uma das corridas mais emocionantes dos últimos anos, quiçá a melhor desse ano. A Ferrari também comemora, Raikkonen também passa Ricciardo na tabela e faz uma boa corrida, combativo e eficiente, como a muito não se apresentava e Vettel, que retoma a liderança da temporada por um ponto de frente para Hamilton, porém a próxima corrida é em Silverstone, casa de Lewis. O quarto lugar Grosjean também comemora muito, seu melhor resultado no ano de longe.

Um pódio em que todos estão felizes por diversos motivos.

A Ferrari apesar de discreta em desempenho, retoma a liderança dos construtores graças aos abandono dos carros da Mercedes, 247 pontos contra 237, mas para serem campeões vão precisar melhorar e rápido. a próxima corrida é na semana que vem na Inglaterra, e promete boas disputas e sede de recuperação da Mercedes, especialmente Hamilton.

Abaixo a nota dada aos pilotos pelo seu desempenho na corrida.

1o. Verstappen - 9,5

 Foi bem, mas não brilhante na classificação, foi contido na largada, mostrando amadurecimento e soube imprimir um bom ritmo na corrida, e principalmente sem erros, venceu de maneira primorosa.

2o. Raikkonen - 8,5

Talvez o melhor fim de semana do finlandês no ano. Se classificou bem, largou bem, errou é verdade, mas foi combativo e rápido o tempo inteiro, chegando a flertar com a vitória. De quebra passou a ser o recordista em voltas mais rápidas em corrida, com quarenta e seis.

3o. Vettel - 7,0

Se classificou bem, mas jogou fora a boa posição com a punição por sua desatenção. Largou mal, custou a se recuperar, porém soube ser combativo, obrigando Hamilton a forçar o ritmo, que pode ter sido determinante para o abandono do inglês.

4o. Grosjean - 8,5

O primeiro dos outros. Foi correto e eficiente o fim de semana inteiro. Não é preciso destacar que é um piloto muito rápido, o que complica Grosjean muitas vezes é o impulso inconsequente, não a falta de talento.

5o. Magnussen - 8,0

Chegou atrás de seu companheiro de equipe, entretanto também foi muito rápido e eficiente na corrida. O fim de semana da Haas foi maravilhoso.

6o. Pérez - 7,5

Começou discreto na corrida, porém foi avançando, colhendo posições graças aos abandonos e conseguiu um belo sexto lugar.

7o. Ocon - 7,0

Se destacou no início da corrida, mas sofreu com os pneus no fim, pelo menos conseguiu uma boa posição para a equipe que vive dias tenebrosos devido a gestão de Vijay Mallya.

8o. Alonso - 9,5

Talvez merecesse o prêmio de piloto do dia. O carro era ruim, largou dos boxes, estava sem ritmo, e ainda assim conseguiu pontuar razoavelmente bem. É um piloto muito acima do carro que tem infelizmente.

9o. Leclerc - 8,0

O piloto sensação também fez uma boa corrida e conquistou pontos preciosos, de quebra chegou a frente de seu companherio de equipe.

10o. Ericsson - 7,0

Levar o carro da Sauber aos pontos chega a ser um feito, e mesmo chegando atrás de Leclerc, é preciso reconhecer o feito de Ericsson também.