domingo, 25 de março de 2018

A SORTE SORRI PARA VETTEL.


O primeiro domingo com F1 no ano começa com céu azul mas ventando, ventos estes chegando a 18km/h e uma ameaça pequena de chuva no início da corrida. A animação das arquibancadas contrasta com a preocupação e ansiedade dos pilotos no grid. Gris que infelizmente desde 1970, no GP de Brands Hatch não tem um brasileiro sequer. Sinal dos tempos, da destruição gradual do esporte perpetrada pela incompetência da CBA.

O bacana da transmissão são os novos caracteres de apresentação da transmissão, cortesia da Liberty, que tenta trazer a categoria para tempos mais modernos e mais próximo do público. Inclusive antes da corrida foi noticiada uma série pela Netflix sobre os bastidores dessa temporada.

Mas vamos falar do que importa: a corrida. Na largada Raikkonen vem bem agressivo para cima de Hamilton mas o atual campeão se defende bem. Vettel permanece em terceiro, a Haas de Magnussen é a grande surpresa pulando para o quarto posto. As Red Bull é que se complicaram na largada, Max caiu para quinto e Ricciardo que largou em oitavo por conta punição, por lá ficou.  A esperança das Red Bull é que a estratégia de pneus mais duro no início renda alguma coisa. Alonso apesar de permanecer em décimo, conseguiu atacar a Renault de Sainz, acompanhado pelo seu companheiro Vandoorne. A Mclaren de cara já se mostra melhor em desempenho do que o ano passado quando a equipe era equipada pela Honda. 

Na volta cinco, Riccardo consegue ultrapassar Sainz, pulando para sétimo. Bem mais atrás, Bottas, que largou em décimo quinto por conta da batida no Q3 não consegue avançar muito, ficando apenas em décimo quarto. 

A Williams começando mal a temporada 2018.


Na volta seguinte, A Williams de Sirotkin, fica sem freios e o garoto é obrigado a abandonar, pelo menos sem grandes prejuízo. Na volta seguinte é a vez da Sauber de Ericsson com problemas também abandonar.

No nono giro, Bottas passa por Ocon e assume a décima terceira posição. Max Verstappen, que desde o início da corrida estava balançando o carro, forçando tudo atrás da Haas, acaba tocando na zebra e roda em 360 graus. Max perde três posições mas continua na corrida sem nenhum dado, exceto pelo desgaste dos pneus. 


Na passagem quinze, Gasly, com problemas no motor Honda acaba abandonando. Apesar de não ter mostrado nenhuma imagem, é possível imaginar o alívio no paddock da Mclaren por ter se livrado da Honda.

No giro dezenove, Raikkonen para nos pits, ele que vinha se aproximando lentamente de Hamilton. A Mercedes reage e chama Lewis. O inglês ainda volta a frente de Raikkonen. Vettel assume a liderança da corrida.

A voltas vão se sucedendo, e apenas na volta vinte e três, outro piloto para nos boxes, Max Verstappen, que com certeza destruiu seus pneus na rodada. No pelotão de trás, Bottas, vai forçando para cima de Ocon. Na volta seguinte, Sainz erra na primeira curva e perde posições para as Mclaren. Na mesma volta, Magnussen abandona. Alguns pilotos aproveitam para fazerem suas trocas. 

O erro de Sainz facilita a vida de Alonso.


Na volta vinte e cinco, o carro de Grosjean, após a parada nos boxes também abandona. Para desespero dos pilotos e da equipe. A equipe fazia uma corrida belíssima e em três voltas, tudo vira fumaça. O carro de Grosjean para em um ponto ruim e o safety car virtual é acionado. Vários outros pilotos aproveitam para irem ao boxe, inclusive o líder Vettel, que graças a isso, pula para a ponta.  Depois de algum tempo, a explicação para a hecatombe da Haas foi uma pistola pneumática que acabou com os dois carros. Uma infelicidade absurda. 

O triste fim da Haas no GP, tudo por culpa de uma pistola.


Após todos pararem e vinte e seis voltas completadas, os seis primeiros são: Vettel, Hamilton, Raikkonen, Ricciardo, Alonso e Verstappen. Por conta da demora, o safety car é acionado ao invés do virtual safety car, ajudando o pelotão a se agrupar.

Na relargada, Bottas pressiona Vandoorne pelo oitavo lugar, mais a frente Verstappen se defende como pode dos ataques de Hulkenberg. Na liderança, Vettel é pressionado por Hamilton. 

Graças ao safety car Vettel pula a frente no GP.


No giro trinta e quatro a Red Bull de Verstappen passa a pressionar a Mclaren de Alonso. O espanhol é obrigado a mudar seu traçado para se defender. No pelotão da frente, Hamilton e Vettel fazem o melhor para chegarem a frente.

Na volta trinta e oito, após um pequeno erro de Raikkonen,  Riccardo tenta a ultrapassagem, mas não consegue. As disputas são muito boas nesse ponto da corrida.

Na passagem quarenta, a Ferrari de Vettel apresenta uma pequena fumaça, ao mesmo tempo, Hamilton se aproxima do alemão. 

Na volta quarenta e seis das cinquenta e oito previstas, Vettel faz a melhor volta da corrida, respirando um pouco mais aliviado, ainda mais que Hamilton errou na volta perdendo dois segundos preciosos. Mais atrás Alonso segura no braço um pelotão composto por Verstappen, Hulkenberg e Bottas.

Alonso, na garra, segura Verstappen e outros.


Faltando dez voltas para o final Bottas começa a atacar Hulkenberg, o finlandês mesmo com mais carro tem dificuldades.

Com cincos voltas para o fim, Vettel consegue abrir mais de dois segundos para Hamilton. A Red Bull libera seus pilotos para usarem todo o poder do carro, Verstappen para atacar Alonso e Ricciardo para atacar Raikkonen.

Faltando três voltas para o fim, Hamilton começa a perder desempenho rapidamente, Raikkonen e Ricciardo vão se aproximando dele. O fim de corrida para o inglês é dramático. 

Na última volta as posições se mantém as mesmas apesar do drama das disputas e sendo assim Sebastian Vettel é o grande vencedor do dia. Das últimas nove corridas, apenas em duas o pole position venceu em Melbourne, mostrando que o circuito não pode ser considera parâmetro devido as suas peculiaridades.

A festa de Vettel com a sua 48o. vitória e cem pódios na carreira.

E foi isso, uma prova morna que pegou fogo após o safety car e teve um final muito bom. A F1 volta em duas semanas, no GP do Barein. A disputa entre os tetracampeões Vettel e Hamilton continuará por lá. Nos vemos em breve.


Nota dada aos pilotos pelo seu desempenho na corrida.


1o. Vettel - 9,0

Não fez uma classificação como gostaria mas arriscou uma estratégia diferente e a sorte o favoreceu. Lógico que possui méritos por aguentar a pressão de Hamilton após a relargada e por isso essa nota tão boa.

2o. Hamilton - 9,0

Estava fazendo tudo certinho mas um safety car o tirou da liderança e passar por Vettel não é fácil, prova disso é que Lewis destruiu seus pneus no fim e chegou a ser ameaçado por Raikkonen.

3o. Raikkonen - 8,0

Fez um excelente fim de semana, acompanhou o ritmo de Hamilton na primeira parte da corrida e na segunda metade soube se defender de Ricciardo que tinha pneus mais macios. Lembrou os seus bons tempos.

4o. Ricciardo - 7,5

A corrida foi muito boa mas a punição que sofreu acabou complicando as suas chances de pódio.

5o. Alonso - 9,0

Esse é o cara. saiu em décimo e acabou em quinto, a frente de seu companheiro, duas Renault e uma Mercedes. Alonso foi Alonso e conseguiu um excelente resultado. O carro é razoável apenas, mas um motor que não quebra é o suficiente para o espanhol mostrar seu talento.
6o. Verstappen - 6,0

7o. Hulkenberg - 6,5

Fez uma corrida discreta mas eficiente. Conseguiu bons pontos e mostrou que a equipe tem potencial.

8o. Bottas - 5,0

Errou sozinho no treino, largou em décimo quinto por conta de punições devido a batida e, ao invés de uma corrida combativa, Bottas fez o mínimo possível, chegando apenas em oitavo. Esse não dura muito em uma equipe grande se continuar assim.

9o. Vandoorne - 7,0

Teve um bom ritmo nos treinos e na corrida, sempre acompanhando Alonso. Infelizmente faltou a ele o algo a mais para chegar mais a frente mas nem por isso o resultado foi ruim.

10o. Sainz - 5,0

A corrida não foi uma de suas melhores, mas como o piloto reclamou pelo rádio que estava passando mal merece um desconto por hoje.

sábado, 24 de março de 2018

PRIMEIRAS IMPRESSÕES DA AUSTRÁLIA

Começou a temporada 2018 da F1. Para a alegria dos milhões de fã da categoria espalhados no mundo, os carros retornaram a pista, mais precisamente em Melbourne na Austrália.

Nos treinos livres, domínio absoluto da Mercedes, com Hamilton a frente, Red Bull e Ferrari vem um pouco mais atrás, mas não muito longe. Apesar dos problemas nos treinos livres, a Mclaren se mostrou competitiva. E a Sauber, mesmo com apoio da Alfa Romeo (Ferrari) ficou na rabeira do grid.

A classificação começa com a pista sem muita borracha pois a chuva de horas antes lavou um pouco o asfalto, tirando um pouco do grip obtido pelos treinos livres.

No Q2, Vettel com a Ferrari surpreendeu e pulou a frente, fazendo o melhor tempo da sessão mesmo com o cronômetro zerado. Um décimo atrás ficou Lewis Hamilton com a Mercedes e fechando os três primeiros a outra Mercedes de Bottas, também a um pouco mais de um décimo de distância. Entre os pilotos cortados estavam, Alonso e Vandoorne da Mclaren, mas não chega a ser uma catástrofe pois poderão escolher os pneus que quiserem para a corrida. Em décimo terceiro Pérez da Force India, seguido por Stroll da Williams e pela outra Force India de Ocon. A Force India sim foi a decepção do dia, um carro que pontuavam constantemente nas corridas, agora vai de batalhar por pontinhos precisos ao longo da temporada.

As nuvens negras se aproximavam do circuito mas nada de chuva. O Q3 começa os principais pilotos indo a pista, e logo na abertura de sua volta rápida, Bottas coloca o pneu na grama na curva dois e bate forte no muro. A bandeira vermelha é acionada para a limpeza da pista. Faltando nove minutos a classificação é reiniciada. E após as primeiras tentativas, Hamilton, Vettel e Verstappen são os três primeiros, separados por menos de um décimo de segundo. 

A forte batida de Bottas compromete a sua corrida.


Com três minutos para o fim todos vão a pista. Hamilton, possuído pelo espírito do ragatanga, pulveriza o seu próprio tempo, melhorando em quase nove décimos seu desempenho e se colocando na pole position. Raikkonen, que vinha muito aquém em termos de desempenho, consegue uma boa volta e se coloca em segundo, de maneira surpreendente. Vettel, apesar de melhorar seu tempo, fica em terceiro. As Red Bull ficam em quarto e quinto lugares com Verstappen e Ricciardo, porém o piloto australiano terá de cumprir um a punição de três posições por ignorar uma bandeira amarela na pista. No pelotão intermediário a grande surpresa do dia, Magnussen e Grosjean da Haas ficam em sexto e sétimo, um resultado excelente para a equipe. A Renault, que melhorou em relação ao ano passado, fechou o grupo principal com Hulkenberg e Sainz. 

Mais uma pole position para Hamilton, a sua 73o. na carreira.


É isso, nas primeiras impressões podemos dizer que a Hamilton-Mercedes serão campeões, até pode ter surpresa em algumas corridas mas o desempenho dessa parceria vai continuar esse ano. No pelotão intermediário vai ser interessante ver as Renault, Mclaren, Force India e Haas brigando pelos pontos. A Mclaren quando tiver maior quilometragem com os motores Renault é provável que assuma a liderança desse grupo mas por enquanto vai ficar no meio da briga. A Williams e a Toro Rosso, que não tem carros tão competitivos e pilotos inexperiente vão sofrer nesse ano, e nem é preciso falar da Sauber.

Nessa madrugada o GP da Austrália em Melbourne inaugura a temporada que promete boas emoções.

sexta-feira, 23 de março de 2018

TEMPLOS SAGRADOS DO AUTOMOBILISMO - DONINGTON


Vocês já pensaram na definição de perfeição no automobilismo? Muitos pilotos são capazes de fazerem voltas rápidas, repletas de talento e audácia. Alguns conseguem fazer corridas inesquecíveis, que marcam a história do esporte. Outros conseguem ultrapassagens cheias de sagacidade e eternizam esse momento épico. Tudo isso aconteceu em abril de 1993 no GP da Europa em Donington Park. 

O circuito inglês sediou pela primeira e única vez um GP em 1993, o que poderia ser um rodapé na história da categoria se transformou em uma corrida épica, que por obra do destino se tornou uma corrida memorável por causa de um piloto: Ayrton Senna. A ironia foi que a imprensa inglesa condenou a escolha por considerar a pista travada demais, sem pontos de ultrapassagem. A imprensa brasileira condenou a corrida por ser realizada em abril, mês chuvoso e frio na Inglaterra. Quis o destino que todos se calassem e presenciassem a história sendo feita. 

Senna, um piloto já consagrado, já tri-campeão do mundo, chegou em Donington com a sua Mclaren Ford com um desempenho bem inferior aos carros quase invencíveis da Williams de Alain Prost e Damon Hill. Até mesmo as Benetton de Schumacher e Patrese eram mais rápidas com os motores de primeira linha da Ford.  Nos treinos classificatórios o piloto brasileiro ficou inconsolável pois ficou apenas com a quarta posição, a mais de 1,5 do seu arqui-rival e pole position, Alain Prost.

Quis o destino que a corrida inglesa estivesse molhada e com neblina, em condições adversas e sem tanta velocidade, o talento do piloto se sobressai ao desempenho dos carros. Mas logo na volta de apresentação a dúvida já pairava sobre em que momento a pista secaria.

Na largada, Prost se manteria na liderança, seguido por Hill, Schumacher começa a espremer cena no lado de fora e Karl Wendlinger se aproveita para ficar com a posição de ambos. Senna é obrigado a diminuir e a aceitar a quinta posição na primeira curva. Atrás de Senna estava seu companheiro de equipe Michael Andretti que não o pressiona. Ao fim da primeira curva, tracionando melhor, Senna ultrapassa Schumacher. De maneira quase surreal, Senna carregando muito mais velocidade ao fim da reta em descida, passa por Wendlinger por fora e assume a terceira posição. No meio da volta, Senna pela parte interna, freia mais dentro da curva e passa fácil por Hill. Mais atrás, Andretti pressionava Schumacher e acaba saindo da pista, levando consigo Wendlinger, selando de vez a sua passagem na F1.

Senna mesmo"encaixotado" na largada consegue se recuperar.

Por meia volta Senna persegue Prost, a pista em alguns pontos já tinha um traçado visível, o que traia os pilotos que saiam da pista com facilidade. Senna, com um ritmo próprio, muito além dos demais, passa seu rival no harpin no fim da volta e assumia a ponta da corrida. Hill surpreendia e pressionava Prost. Barrichello, que largou em décimo segundo pulou para quarto ao fim da primeira volta. Ao fim de duas voltas, Senna possuía mais de quatro segundos de frente e dali para frente comandaria a corrida.

A ultrapassagem em Prost, antes do fim da primeira volta.


Abaixo o link com o vídeo das voltas iniciais do GP Europa de 1993 e narração de Galvão Bueno.


A pista secou, depois molhou de novo, depois secou novamente e por fim choveu novamente, a corrida virou uma loteria para todos, menos para Senna, que em muitos momentos conseguia com pneus slick, correr com a pista molhada no mesmo ritmo, sem precisar trocar pneus.

Após quase uma hora de corrida, Senna com problemas no pit, perde muito tempo e perderia a liderança para Prost. No entanto, duas voltas depois da parada, uma chuva fina volta a cair no circuito, favorecendo Senna pois Prost passa a parar com mais frequência nos boxes devido ao clima instável e Senna permanece em pista com pneus slick. Quando a chuva para, Senna começa abrir diferença e sem precisar parar nos pits pois já estava com pneus de pista seca. Aliás Senna por várias voltas foi o único piloto na pista com pneus de pista seca enquanto todos os outros estavam com pneus biscoito (pneus de pista molhada). Na volta 55, Barrichello era o terceiro, a frente de Prost porém, a poucas voltas do fim, Rubens Barrichello com problemas na injeção acaba abandonando. 
No fim, Senna venceu, com Hill em segundo e Prost, a uma volta atrás em terceiro fechando o pódio.

A corrida mágica de Senna imortalizou Donington na história da F1.


Donington entrou para a história por ser o palco da chamada "melhor volta da história" e por ter visto Senna, em sua melhor forma, com uma exibição no mínimo antológica. Mesmo com apenas uma corrida o circuito ficou imortalizado na história da categoria. Em 2009 cogitou-se o retorno da pista no lugar de Silverstone, porém a falta de recursos dos organizadores impossibilitaram essa volta à F1.

O circuito sinuoso, relativamente estreito, repleto de subidas e descidas, com curvas desafiadores, tem personalidade e isso falta a F1 atual. Quem sabe, a F1 regresse a esse maravilhoso palco inglês.


quarta-feira, 21 de março de 2018

TEMPLOS SAGRADOS DO AUTOMOBILISMO - AINTREE


O circuito britânico de Aintree localiza-se em Merseyside próximo a Liverpoool, possuía 4.830 metros. Isso mesmo, possuía, pois o circuito de corridas está extinto, e no local hoje existe apenas um hipódromo, no qual disputa-se etapas de corridas de cavalos com obstáculos e jogos de turfe.

Mas nem sempre foi assim. Em meados da década de 1950 e início dos 1960, Aintree abrigou etapas da F1, algumas vezes como sede do GP da Inglaterra outras como o GP da Europa, alternando com Silverstone as etapas. O traçado em si era estreito com algumas elevações mas se mostrava um bom desafio aos pilotos. Prova cabal disso é que na estréia do circuito na F1, mais de 150 mil pessoas foram prestigiar o evento. 

A primeira corrida em 1955 conspirou para a alegria dos ingleses. O piloto local Stirling Moss (que viria a ser quatro vezes vice-campeão da F1), pilotando a sua Mercedes, conquistou a sua primeira vitória na categoria. O triunfo foi conquistado em cima do já multi-campeão e companheiro de equipe Juan Manuel Fangio, por uma distância inferior a três décimos de segundo. A festa inglesa que contou com os já citados 150 mil espectadores foi emocionante, mostrando que em certos momentos a frieza britânica é capaz de ceder as emoções. 

As flechas de prata de Stirling Moss e Fangio dominando a corrida.


Em 1957, a corrida teve um resultado raro, Stirling Moss e Tony Brooks, dividiram o seu Vanwall e venceram a corrida. O triunfo dessa vez foi ainda mais inglês pois a Vanwall era uma equipe britânica e conquistava também o seu primeiro no Mundial de Construtores. Essa corrida foi a terceira e última vez em que pilotos puderam compartilhar seus carros. Essa prática era comum quando o melhor piloto da equipe tinha problemas e abandonava, dessa maneira se compartilhava o carro e os pilotos dividiam os pontos.

Moss e Brooks, vencer era algo sujo e suado (literalmente).


Em 1959, apesar do vencedor não ser inglês, ele falava inglês naturalmente, Jack Brabham com o seu Cooper, triunfava em Aintree. Em segundo lugar com a BRM, Stirling Moss, que havia vencido as duas outras corridas no circuito. E fechando o pódio o outro Cooper, com Bruce Mclaren.

Jack Brabham isolado na liderança.


Em 1961 foi a vez da mais tradicional equipe da F1 conquistar a vitória em Aintree, foi a vez da Scuderia Ferrari com o piloto alemão Wolfang Von Trips ter esse privilégio. Essa corrida foi marcada por chuvas torrenciais nos treinos classificatórios. Com molhada na corrida, Von Trips, que largou em quarto, dominou a corrida completamente, assim como os seus companheiros de equipe Phil Hill e Richie Ginther. O domínio vermelho tirou o sonho dos outros pilotos de subirem ao pódio.


Imagem remasterizada de Von Trips em Aintree no ano de 1961.


Em 1962, a última corrida em Aintree ocorre, a pista perderia o seu privilégio para a recém inaugurada Brands Hatch. A despedida no entanto foi bonita, com um toque do destino, o escocês (que corria com a bandeira da Grã-Bretanha) Jim Clark, pilotando a sua célebre Lotus número 20 conquista a vitória, tendo no pódio a Lola de John Surtees (outro britânico) e Bruce Mclaren em terceiro com a sua Cooper. Não se pode dizer no entanto que foi uma corrida emocionante, Clark dominou do início ao fim, abrindo larga vantagem para os adversários, prova disso é que terminou a mais de quarenta e nove segundos a frente do segundo colocado.

Jim Clark liderando o pelotão na última corrida em Aintree.


Apesar de não mais existir, Aintree tem um lugar especial na história da F1, fez parte dos primórdios da categoria e teve pilotos e carros lendários passando por suas retas e curvas. 

No próximo post, uma passagem rápida pelo circuito que sediou por apenas um ano a F1, mas que é detentor de uma das corridas mais espetaculares e inesquecíveis da categoria. Uma dica: também fica na Inglaterra.

Até a próxima.

terça-feira, 20 de março de 2018

TEMPLOS SAGRADOS DO AUTOMOBILISMO - ANDERSTORP


A famosa série Templos Sagrados do Automobilismo regressa, agora em 2018, trazendo mais alguns circuitos lendários da F1. Nessa compilação de circuitos históricos muitas histórias foram revividas, muitos personagens foram destacados e hoje mais um capítulo serpa acrescido nessa coletânea, hoje falaremos de Anderstorp, o circuito sueco que esteve presente na F1 na década de 70.

Anderstorp Motorbana, também chamado de Scandinavian Raceway, é um circuito que existe até os dias atuais, mas que se destacou internacionalmente apenas na década de 1970, quando esteve presente no calendário da F1. Localizado na parte rural da Suécia, foi construído aproveitando a parte de uma pista de pouso existente. O circuito permanente de 4.031 metros não teve significativas mudanças em seu traçado, desde a sua abertura em 1968 até os dias atuais, conservando as principais características da pista.

A pista sueca debuta na F1 coincidentemente na época em que Ronnie Peterson também surgia para a categoria. O sucesso da pista no calendário muito se dá por conta da presença de um piloto do país correndo na categoria mais importante do mundo.

A primeira fila da corrida inaugural, Peterson (pole) e Cevért (em segundo)


O primeiro GP da Suécia ocorre em 1973, o neozelandês Denny Hulme com a sua Mclaren vence a corrida, chegando a apenas quatro segundos a frente da Lotus de Ronnie Peterson, o piloto da casa e que havia sido o pole position. Fraçois Cévert com a Tyrrel completou esse primeiro pódio na corrida inaugural do GP da Suécia.

Hulme leva a sua Mclaren a vitória em 1973.


O segundo GP da Suécia ocorre no ano seguinte, desta vez o final da corrida foi protagonizado pelas Tyrrel de Jody Schekter e Patrick Depailler. O final da prova foi um disputa acirrada entre os companheiros de equipe, e só um pouco atrás vinha James Hunt a espreita de uma oportunidade. O final de prova sensacional foi marcado pela chegada apertada de ambos, menos de um segundo separa o vencedor Schekter do segundo colocado Depailler, que havia sido também o pole position nos treinos. A três segundos de distância completando o pódio chegou Hunt, e na quarta posição o brasileiro Emerson Fittipaldi.

Domínio absoluto da Tyrrel na corrida de 1974


No GP de 1975, foi a vez da equipe mais tradicional da categoria chegar ao topo do pódio, com a ajuda de Niki Lauda. Mesmo não tendo feito uma boa classificação, o bom carro da Ferrari, a quebra do pole position Vittorio Brambilla e a tocada suave de Lauda o levaram a vitória. Carlos Reutemann com a Brabham foi o segundo e a outra Ferrari, a de Clay Regazzoni fechou o pódio.

Em 1976, pela primeira vez repete-se um vencedor. A Tyrrel com Schekter chegam a frente novamente e quebram o tabu do pole position não vencer na Suécia. A outra Tyrrel de Depailler chega em segundo lugar e Lauda com a Ferrari em terceiro.

Em 1977 um pódio surpreendente se forma na Suécia, A Ligier de Jacques Laffite conquista a vitória, mesmo tendo largado em oitavo. Jochen Mass da Mclaren, que largou em nono chegou em segundo, seguido por Carlos Reutemann da Ferrari, este havia largado em décimo segundo e completado o pódio, um excelente resultado. A felicidade do vencedor Laffite era enorme pois este foi o seu primeiro triunfo na F1 (ele ganharia apenas 6 corridas na carreira).

A alegria do incontida do vencedor Laffite.

Em 1978, a última corrida na Suécia na F1, foi marcada por um presságio, seria a última temporada de Ronnie Peterson na categoria pois quase no fim dessa temporada ele sofreria um acidente mortal. Nesse GP da Suécia, Niki Lauda, agora piloto da Brabham, conquista uma importante vitória para a equipe. O ainda jovem Ricardo Patrese com a sua Arrows, surpreende e chega em segundo lugar, por um carro de vantagem para o piloto da casa, o sueco Ronnie Peterson. A corrida que teve uma boa disputa entre o então líder Mario Andretti e Lauda e depois entre Patrese e Peterson, se despede dignamente do calendário da F1.

A Brabham parecia ter uma turbina na traseira.


Ronald "Ronnie" Peterson, morreu cedo demais.

O circuito hoje não pensa em retornar a F1, categorias regionais utilizam o seu traçado atualmente, mas categorias com o WTCC e Superbikes passaram por lá recentemente. Anderstop é um desses circuitos charmosos que infelizmente não se adequam mais a realidade da F1 e além disso, fica distante dos grandes centros europeus o que complica a logística de outras categorias para utilizarem seu traçado histórico.

A F1 recomeça nesse fim de semana e até lá, espero que esses post divirtam a todos e resgate um pouco da nostalgia em volta da categoria máxima do automobilismo.


sábado, 10 de março de 2018

A Stock Car começa a mil por hora em Interlagos.


A corrida inaugural da Stock Car com a prova de duplas coloca na mesma pista os melhores pilotos do Brasil, alguns como postulantes ao campeonato e outros como convidados especiais tais como João Paulo de Oliveira, Felipe Massa, Augusto Farfus e outros talentos. 

Foto oficial do grid. A nata do automobilismo brasileiro está aqui.


A pole position da prova foi conquistada por Daniel Serra, atual campeão da categoria e seu convidado João Paulo de Oliveira para a alegria da equipe Eurofarma. A primeira fila ainda contou com Lucas di Grassi e seu convidado Augusto Farfus pilotando pela equipe Hero. Mas além deles outros pilotos poderiam disputar a vitória, tais como as duplas Cacá Bueno - Felipe Massa, Rubens Barrichello - Felipe Albuquerque entre vários outros. A categoria, apesar de algumas falhas, promove uma igualdade muito grande entre os carros.

A dupla Daniel Serra - J.P. Oliveira larga na frente.


Quando os carros saem para a volta de apresentação, o céu de Interlagos simplesmente desaba, no fim da volta de apresentação a direção de prova interrompe os procedimentos de largada. Os pilotos então puderam trocar os pneus, mudar o acerto dos carros e até mesmo instalar vidros especiais para melhorar a visibilidade do carro em condições adversas.

A chuva caiu de repente em Interlagos.


Com o safety car em pista a corrida é iniciada, e após sete minutos e meio os carros são liberados para largarem. Lucas di Grassi que nitidamente estava com dificuldades para enxergar a pista, larga muito mal, sai do traçado e na freada do S do Senna acaba sendo tocado por Felipe Fraga, batendo forte no muro. Melhor para JP de Oliveira que some na primeira posição. César Ramos consegue uma largada espetacular e pula para segundo.

O spray de água é grande, tornando a visibilidade extremamente complicada, César Ramos e Felipe Albuquerque se aproveitam dessas condições e passam a atacar o líder. Após uma boa disputa, César Ramos na freada do fim da reta de chegada ultrapassa e assume a ponta. Na curva do lago, o português Felipe Albuquerque assume a segunda posição e deixa JP de Oliveira em terceiro. Mais atrás, Nelsinho Piquet faz a volta mais rápida, mesmo estando em oitavo. E ainda faltavam 45 minutos de corrida.

Em entrevista durante a corrida, Di Grassi relatou que seu parabrisa quebrou quando estava com safety car ainda e pista. Uma irresponsabilidade do piloto em não parar para reparar, o risco de acidente era altíssimo, como se concretizou.

A corrida é super agitada, diversas ultrapassagens ocorrem em várias partes da pista a todo instante, pode-se destacar a boa manobra de Cacá Bueno que passa por Nico Muller e Felipe Fraga, que se tocaram e saíram do traçado.

Faltando 40 minutos, a pista começa a secar, a visibilidade melhora, não há mais chuva e um traçado se forma na pista. JP de Oliveira e Ricardo Zonta protagonizam uma linda disputa, e mais atrás Cacá Bueno se aproxima de ambos. Na subida do café, com ajuda do botão de ultrapassagem, Zonta passa seu rival e deixa para Cacá a árdua missão de passar por JP de Oliveira. Os dois não decepcionam, a disputa é feroz pois JP se defende muito bem. Cacá aciona seu botão de ultrapassagem, espreme JP para ficar com o melhor traçado e passa, pulando para quarto.

Faltando menos de 35 minutos a pista apesar de molhada está praticamente sem spray, e os pilotos começam a estudar a hora de parar e se poderão colocar pneus de pista seca. Nico Muller, em um golpe de azar, tem o pneu traseiro estourado na reta principal, tendo de fazer uma volta lentíssima até os boxes. A sujeira da pista obriga a intervenção do safety car.

Por conta do safety car a janela de pit stop foi estendida para até três voltas após a saída do mesmo. O carro de Bia Figueiredo sofre problema igual, comprometendo a corrida da piloto. Por coincidência (ou não) os carros da equipe Ypiranga teve esse sério problema. Enquanto a corrida fica em velocidade reduzida, os carros procuram desesperadamente as partes mais molhadas da pista para conseguirem conservarem os pneus já bem desgastados. 

Faltando 23 minutos a corrida recomeça, Marcos Gomes pula para quinto. No fim da volta, Cacá passa Felipe Albuquerque e assume a terceira posição. O carro de Diego Nunes perde o pneu, gerando o fim de prova para a dupla Diego Nunes - Luciano Burti. Os pilotos começam a parar, mas na pista, Marcos Gomes ultrapassa Cacá e assume a segunda posição.

Nos boxes, a equipe de Cacá se atrapalha ao colocar o suporte para Felipe Massa. Pizzonia e Frinjs se tocam, e pior para o piloto holandês que tem a roda quebrada e deixa consequentemente Nelsinho na mão. O safety car volta a pista.

Faltando 15 minutos, os primeiro são: Pizzonia, Valdeno Brito, Victor Genz, Galid Osman, que não pararam até o momento, entre os que pararam o "líder" é o Ricardo Zonta. Massa acaba voltando somente em oitavo.

Faltando dez minutos a corrida recomeça com pista seca. Daniel Serra passa Vanthoor. Van der Linde se aproxima de Vanthoor e passa a atacar o outro convidado, conseguindo uma bonita ultrapassagem.
Após as paradas, já no fim da prova são: Daniel Serra, Rubens Barrichello, Linde, Vanthoor e Ricardo Maurício.

O atual campeão da stock, fez uma belíssima relargada e assume a ponta, mostrando que não será fácil ganhar dele esse ano. Barrichello, com muito trânsito a frente não consegue se aproximar. mais lá atrás Felipe Massa decepciona e vai perdendo posições.

Na penúltima volta, Ricardo Maurício ultrapassa Vanthoor. Mais a frente, Daniel Serra, com cuidado leva seu carro até a linha chegada e se sagra vencedor da corrida. 

A alegria de JP Oliveira nos boxes é evidente, apesar de não ser familiarizado com o carro, foi combativo o tempo inteiro e entregou ao seu companheiro em uma posição capaz de disputar a vitória. Em segundo lugar veio Rubens Barrichello, que também pode agradecer seu bom desempenho ao seu companheiro Felipe Albuquerque. Em terceiro Van de Linde, e quem agradece é César Ramos, que levará esses pontos para o campeonato. Em quarto Ricardo Maurício, com a ajuda de Felipe Nasr que também fez uma excelente prova, aliás por largarem bem mais atrás, o resultado acaba sendo muito positivo. Em quinto lugar Vanthoor que sofreu na sua sessão em pista, comprometendo um pouco o resultado de Ricardo Zonta. Lá atrás Massa fecha em décimo terceiro, prejudicando, Cacá Bueno que sai de Interlagos de mãos abanando, mesmo após um excelente prova.

A merecida vitória da dupla Daniel Serra e JP Oliveira.


O momento mais bonito nas comemorações foi a declaração de Rubens Barrichello, que sofreu um pequeno AVC há 45 atrás, e se sente realizado por ainda poder correr e ser competitivo depois desse susto.

E é isso, apesar da Stock Car Brasil não ser uma categoria de um porte técnico elevado como a Nascar ou DTM, pelo menos possui pilotos muito bons e disputas acirradas em pista graças a equiparação de carros. 

quinta-feira, 8 de março de 2018

AS MULHERES DO AUTOMOBILISMO

E hoje, dia 8 de março, comemoramos o dia delas, o Dia Internacional da Mulher. Data importante para reconhecermos e relembrarmos a luta das mulheres ao longo da história. Seja no criminoso incêndio que vitimou mais de uma centena de operárias em 1857, ou no episódio conhecido como "Paz e Pão" na Rússia em 1917, quando se rebelaram contra o Czar Nicolau II, as mulheres brigaram, e muito para conquistar o direito de igualdade entre os homens ao longo dos tempos.

Em um esporte predominado por homens, que é o automobilismo, tivemos mulheres corajosas que se aventuraram, algumas até com sucesso, nesse recinto machista. Mulheres essas que honram a história de suas companheiras e buscaram seu espaço, superando obstáculos dificílimos.

Para começar, vamos falar da pioneira da F1, Maria Teresa de Filippis. A piloto italiana correu três GP's oficiais entre 1958 e 1959, obtendo como melhor resultado um décimo lugar na corrida da Bélgica. A importância dela no esporte foi o seu pioneirismo, mostrando que era possível as mulheres serem competidoras capazes de enfrentarem os homens em pé de igualdade.

Maria, a primeira mulher na F1, quebrando tabus. 


A italiana Lella Lombardi foi a segunda mulher a pilotar na F1, e mais ainda, foi a primeira e única a pontuar na categoria máxima do automobilismo. Estreou em 1974 na equipe Brabham em 1974 mas não se classificou para a prova. No ano seguinte correu doze das catorze etapas, pontuando no GP da Espanha. A curiosidade fica por conta que nessa prova, por ter sido interrompida e finalizada com menos de 3/4 das voltas previstas, a piloto que chegou na sexta colocação acabou fazendo meio ponto pois o regulamento previa a metade dos pontos nessas situações. Ainda assim uma façanha histórica.


Lella, a única mulher a pontuar na F1.


Em outras categorias as mulheres também apareceram com destaque, uma delas é a norte americana Sarah Fisher. A piloto ficou famosa por ter uma carreira sólida na Fórmula Indy, correndo entre 1999 e 2010. Apesar de nunca ter vencido na categoria, a piloto obteve uma pole position e um terceiro lugar no GP de Kentucky. Além disso, Sarah tentou se classificar para uma corrida da F1, sem sucesso e criou a sua própria equipe na Indy, que existe até hoje.

Sarah (dentro do carro) reunida com a sua equipe.


Uma outra americana, Danica Patrick talvez seja o caso de piloto-mulher mais bem sucedida até hoje. Danica ganhou campeonatos de kart, se destacou na extinta Fórmula Ford, e sendo assessorada pelo ex-campeão da Indy, Bobby Rahal, dono da equipe Rahal-Letterman, ela ingressou na Indy em 2005. O que seria apenas uma participação nas 500 Milhas de Indianápolis, se tornou algo mais. Foi a primeira mulher a liderar a corrida, e terminou no quarto lugar, mesma posição de largada.
Danica foi a Rookie of Year (estreante do ano), fechando a temporada na décima segunda posição. Entre 2007 e 2011 ela correu pela tradicional Andretti-Green, chegando ao ápice de sua fama e sucesso. No ano de 2008, em Motegi no Japão, a piloto venceu a corrida, com muita inteligência e perícia, soube economizar combustível nas voltas finais, e com uma parada a menos, triunfou para fazer história.
No ano de 2012, a piloto ingressou na Nascar, a categoria de stock car mais famosa do mundo. Apesar de nunca ter vencido na categoria em que está até hoje, ela pelo menos obteve uma pole position na categoria. Até recentemente especulou-se que Danica poderia ingressar na F1 através de uma equipe com desejos de propaganda e visibilidade, mas o projeto não saiu do papel. A Haas, equipe americana na F1 também cogitou a piloto mas preferiu investir em pilotos mais familiarizados com a categoria.

Danica e seu stock car. Além de rápida é linda também.


No Brasil também temos uma boa piloto, disputando corridas em pé de igualdade com os homens: Bia Figueiredo. A piloto é a única na história a vencer corridas na  Fórmula Renault e na Indy Light. Além disso a piloto paulista é a única mulher a vencer a tradicional corrida de kart do Desafio das Estrelas. O ápice da carreira foi quando ingressou na Fórmula Indy, porém sua passagem pelos monopostos americanos por equipes pouco competitivas como a Dreyer Reinbold e a Dale Coyne acabaram por não conseguir explorar todo o potencial de Bia.
Sem se abater, Bia, hoje com vinte anos de carreira disputa a a Stock Car pela equipe Ypiranga, e inclusive, estará na pista nesse sábado, na abertura da temporada da categoria de maior prestígio do Brasil.

Bia comemorando seu triunfo na F-Renault.


Essas mulheres foram protagonistas na história do automobilismo e fizeram por merecer essa lembrança, porém outras mulheres também estiveram ligadas ao automobilismo e apesar de não serem citadas, se sintam representadas. Para as nossas mães, irmãs, filhas e esposas, que esse post represente que nada é impossível para vocês, que apesar de um dia a dia árduo, de dupla jornada, às vezes tripla jornada, os obstáculos existem para serem superados, e seu espaço de direito no mundo está aí para ser conquistado. E a nossa parte é de ajudar no que for possível como retribuição de tanto amor e desprendimento.

Feliz Dia Internacional da Mulher.

terça-feira, 6 de março de 2018

EXPECTATIVAS PARA A TEMPORADA 2018 DA F1.

      Ano novo, temporada nova. Muitas expectativas cercam a temporada 2018 da F1, será que alguém irá parar a dobradinha Hamilton-Mercedes? Será que a Mclaren com motores Renault conseguirá andar na frente novamente? O que esperar da Red Bull? E a Ferrari, irá se reerguer do fim desastroso do último ano? E a novidade do halo, será que o pilotos irão se adaptar ao aparato que muda o visual dos bólidos?

      Muitas são as perguntas que os fãs ficaram se fazendo nesses meses sem corridas, mas uma certeza todos possuem: por ser a primeira temporada da história da categoria na qual dois tetracampeões se enfrentam, a expectativa de corridas espetaculares são grandes.

      Ao que parece na pré-temporada, a Mercedes continua como a grande favorita e a principal equipe a ser batida. Isso é bom para Lewis Hamilton que já sai como favorito na disputa de seu pentacampeonato.

Lewis e Mercedes, novamente favoritos ao título.

          A Ferrai, apesar de possuir dois campeões do mundo, não parece empolgada com o ano 2018 e corre atrás do prejuízo tentando se equipar a Mercedes. De novidade para a equipe italiana é somente o fato do carro desse ano está mais rubro do que nunca.

O vermelho impera completamente no carro da Ferrari.

       Uma equipe que aparentemente está andando melhor do que no ano anterior e pode aparecer na disputa por vitórias é a Red Bull. A equipe austríaca das latinhas energéticas tem em seu staff dois pilotos sensacionais, Riccardo e Verstappen. Caso a equipe ajude, eles podem sim aspirar vitórias pois talento tem de sobra.
A Red Bull acena com melhoras para 2018.


      Uma equipe que prometia uma melhora sensível de um ano para o outro e não vem empolgando na pré-temporada é a Mclaren. A equipe de Woking reclamava horrores dos motores Honda, e ao que tudo indica, os problemas da equipe são maiores do que os propulsores. Alonso irá amargar mais um ano, se não tivermos uma reviravolta na temporada.
Será que o problema da Mclaren é a própria Mclaren?
      

        Já que falamos em Honda, a parceria dos japonenses com a Toro Rosso, parece ter sido boa para ambas as partes. A Honda está mais confiável e casou melhor com o chassi da equipe de Faenza, Essa notícia é sensacional para a Red Bull, que no próximo ano, estará com os motores da Honda, daí a importância do bom desempenho da equipe satélite esse ano, para consolidar a parceria com a equipe principal.

       No meio do pelotão, a Renault e a Force India brigam para se tornarem equipes protagonistas. O potencial francês é maior mas os resultados e os bons pilotos estão com a equipe indiana.

      Ao que parece a Williams, Haas e a estreante Alfa Romeo (ex-Sauber) vão estar no fundo do pelotão, disputando as migalhas do grid. Para Felipe Massa isso acaba sendo um alento, pois se ficasse para esse ano teria, ao que tudo indica, um carro sofrível.

      Fora as equipes, ainda temos a novidade do halo, que apesar do aspecto esquisito e estranho as carros, não parece está atrapalhando a visão dos pilotos. Porém alguns estão reclamando da saída do cockpit, que causa dificuldades e teria até rasgado o uniforme de Pierre Gasly da Toro Rosso. Ao que parece todos irão se adaptar a geringonça, mesmo com dificuldades nesse início.

O halo da discórdia, já não parece ser um problema.

      É isso, dia 28 de Março, em Melbourne o ano oficialmente começa para nós, amantes da principal categoria do automobilismo mundial.

      Para encerrar duas notícias: A série Templos Sagrados do Automobilismo continuará esse ano e em breve teremos post sobre as lendárias pistas da F1. A segunda notícia é um post especial sobre o Dia Internacional da Mulher que será publicado no dia especialmente reservado a elas.

Até breve.

AUTOMOBILISMO VIRTUAL - SONHOS E COMPETIÇÃO.

Com o advento da internet, o mundo conheceu uma verdadeira revolução no modo de se relacionar entre as pessoas. O contato não precisava ser ...