domingo, 31 de março de 2019

AS MIL E UMA HISTÓRIAS DO BAREIN

O GP do Barein, segunda etapa do mundial 2019 da F1, acontece no circuito de Sakhir, suntuoso circuito encravado bem no meio do deserto, o palco perfeito para desafiar os pilotos nesse início de temporada.

A corrida trazia consigo entretanto muitas indagações a serem respondidas. Será que a Ferrari conseguiria reagir na temporada? Será que Leclerc poderia bater Vettel? Bottas conseguiria repetir o feito da primeira etapa e superaria novamente Hamilton? Lando Norris continuaria impressionando em sua temporada de estréia? E a mais triste de todas, será que a Williams sairia da rabeira do grid?

Nos treinos livres Vettel e Ferrari dominaram as sessões, com a Mercedes meio segundo atrás, muita diferença, visto o desempenho na corrida passada. Já nos treinos classificatórios, Leclerc foi o responsável por liderar todas as sessões, o monegasco é o primeiro de seu país a fazer uma pole position, e de quebra, colocar um tempero a mais na corrida. Seria ele capaz de bater Vettel, que largaria ao seu lado? Na segunda fila as Mercedes com Hamilton e Bottas. A boa surpresa foi ver as duas Mclaren, de Norris e Carlos Sainz passarem para o Q3. A decepção mais uma vez ficou com Pierre Gasly, mais uma vez fora do Q3. A Red Bull é conhecida por não ter paciência com seus pilotos, o francês precisa agir rapidamente ou ficará a pé muito em breve.


A alegria da primeira pole position da carreira.


Na largada Vettel é agressivo e pula para a ponta, Leclerc cai para segundo, Bottas na freada passa Hamilton e assume o terceiro lugar. Ainda na primeira volta o finlandês consegue ultrapassar Leclerc. Durante o fim da volta Leclerc é obrigado a segurar o ímpeto de Hamilton e consegue. O garoto respira fundo e volta a acelerar.

Após três voltas Leclerc se mostra rápido e confiante, ultrapassa Bottas e fai a caça de Vettel, Hamilton se aproveita do momento e consegue na volta seguinte ultrapassar seu companheiro de equipe.

Na volta cinco Sainz e Verstappen se tocam, pior para o espanhol que fazia uma brilhante corrida e acaba com um pneu furado e cai para último. No giro seguinte Leclerc continua a sua saga e parte para cima de Vettel, por fora, como um veterano, o garoto ultrapassa o alemão e assume a liderança. 

As primeiras paradas nos boxes começam na volta doze, com Verstappen sendo o primeiro do pelotão da frente a parar. Todos os pilotos estavam sofrendo a olhos vistos com os pneus, a grande quantidade de areia no circuito se tornava um desafio a mais na prova.

Após parar nos boxes, Bottas volta atrás de Verstappen e é obrigado a recuperar a posição na pista. Ainda na pista Hamilton colava em Vettel, mas é depois dos pit stop que o inglês supera o alemão e assume o segundo lugar, aliás Hamilton arriscava tudo indo com compostos de pneus mais macios do que todos os outros. 

Após vinte giros a tática de Hamilton se mostra infrutífera, o alto desgaste dos pneus faz perder tempo em relação a Leclerc e a ficar mais para Vettel. Poucas voltas depois Vettel ultrapassa Hamilton e reassume o segundo lugar. No pelotão intermediário Norris e Raikkonen fazem um pega espetacular, melhor para o novato que assume o sétimo lugar.

Com trinta e três das cinquenta e sete voltas de corrida, Verstappen abre a segunda rodada de pit stop, e aí parece que a corrida recomeça, saindo da monotonia e ficando mais emocionante. Na frente Leclerc, como gente grande fazia a volta mais rápida da corrida e abria nove segundo para Vettel, caminhava firme para a sua primeira vitória.

Na passagem trinta e cinco Hamilton parava nos boxes, na volta seguinte era a vez de Vettel. Com a aproximação de Hamilton era a vez do alemão a fazer frente ao inglês.

No giro trinta e sete Hamilton tenta pro fora e é espremido por Vettel. Na volta seguinte ambos param Bottas, que ainda iria parar. Na volta seguinte Hamilton e Vettel freiam no limite extremo, o inglês chega a colocar as rodas para fora da pista e sai mais forte, Vettel acaba rodando na retomada e perdendo muito tempo, para piorar as vibrações no pneu destroem a asa dianteira, acaba de vez com qualquer chance do alemão de um bom resultado. Vettel para nos boxes e retorna em nono.

Vettel, mais uma vez, fracassa no confronto direto 


As Renault protagonizam uma intensa disputa, Hulkenberg passa Ricciardo e acaba tocando em seu companheiro, porém sem danos para ambos. Enquanto isso Vettel já havia passado por Raikkonen e Norris, e já se aproximava da dupla da Renault. 

Com quarenta voltas Vettel passa Ricciardo e duas voltas depois é a vez de Hulkenberg ser ultrapassado piloto da Ferrari. Ainda nesse pelotão Norris e Raikkonen ultrapassam Ricciardo.

Faltando doze voltas para o fim o momento mais dramático da corrida, Leclerc começa  ater problemas sérios de potência, a diferença por volta para Hamilton cai muito rapidamente e em apenas cinco voltas, o inglês ultrapassa facilmente o monegasco. O desespero da turma da Ferrari era grande, assim como o de Charles, que nada podia fazer pois sem o seu sistema de recuperação de energia ele tinha cento e cinquenta cavalos a menos de força, e seria questão de tempo para Bottas e Verstappen o ultrapassarem. 

Com quatro voltas para o fim é a vez de Bottas ultrapassar Leclerc, a desolação é geral. Verstappen que tirava quatro segundo por volta estava a um pouco mais de cinco. Na volta seguinte é a vez das duas Renault, ao mesmo tempo, no mesmo ponto, mas por problemas distintos abandonarem a corrida. A bandeira amarela é acionada e na volta seguinte o safety car é acioando, Leclerc com Verstappen colado em sua traseira, pelo menos ficaria com o terceiro posto pois as ultrapassagens não seria permitidas em regime de safety car. Bottas fecharia o dia em segundo, se mantendo na liderança do campeonato e Lewis Hamilton, cruza a linha de chegada em primeiro, pela septuagésima quarta vez na carreira. Além de muito talento, Lewis mostra ter muita sorte, e teve uma atitude nobre ao consolar Leclerc ao fim da prova, um verdadeiro campeão. 

Hamilton consola e reconhece o melhor desempenho de Leclerc.


A corrida termina com muitas perguntas respondidas e uma expectativa enorme pelo milésimo GP de F1, que será na China em duas semanas. Esperamos que lá a Ferrari mostre competitividade e confiabilidade para termos uma disputa emocionante em um traçado desafiador como o de Shangai. 


Abaixo as notas dadas aos dez primeiros colocados da corrida pelo seu desempenho:

1o. Hamilton - 9,0

Não fez um treino espetacular, não largou muito bem, mas arriscou na estratégia e soube ser agressivo para passar tanto Bottas quanto Vettel, e ainda foi premiado com a chamada sorte de campeão.

2o. Bottas - 7,0

Esboçou no início uma corrida mais agressiva, mas não tinha ritmo, foi beneficiado pelos problemas de seus oponentes e se mantém na liderança do campeonato.

3o. Leclerc - 9,5

Fez a pole position, largou mal é verdade, mas na pista se recuperou, abriu vantagem fez a volta mais rápida da corrida, entretanto o imponderável ocorreu e seu carro o traiu, menos mal que ficou no pódio. O garoto com certeza mostra brilhantismo e terá em breve uma nova oportunidade para vencer.

4o. Verstappen - 8

Sempre agressivo mas dessa vez não conseguiu tirar leite de pedra, a Red Bull está atrás da Mercedes e da Ferrari.

5o. Vettel - 5,0

Largou muito bem, mas cometeu um erro terrível em uma hora chave da corrida, comprometeu seu resultado e quiçá a confiança da equipe em sua capacidade. Cada vez mais eu vejo que seus títulos superestimam seu alento.

6o. Norris - 9,0

O garoto sensação, em sua segunda corrida fica em sexto, levando a Mclaren a um bom resultado e mais ainda, foram seus primeiros pontos.

7o. Raikkonen - 8,0

A experiência conta, e Kimi tem isso de sobra, além de talento, conseguiu novamente levar um carro razoável aos pontos.

8o. Gasly - 6,0

Fez seus primeiros pontos pela Red Bull, ainda assim um resultado considerado fraco pelo carro que possuía. 

9o. Albon - 7,0

O garoto também conseguiu seus primeiros pontos, levou a modesta Toro Rosso ao nono lugar com segurança e um ritmo consistente

10o. Pérez - 6,0

Fez um pontinho precioso para a Racing Point, graças é claro a quebra das Renault. esperava um pouquinho mais do mexicano.

Após duas etapas a classificação de pontos da temporada se encontra assim:

1o. Bottas - 44 pontos e uma vitória
2o. Hamilton 43 pontos e uma vitória
3o. Verstappen 27 pontos
4o. Leclerc 26 pontos
5o. Vettel 22 pontos
6o. Raikkonen 10 pontos


É isso amigos, a próxima corrida, a milésima da F1 será daqui a duas semanas, de madrugada, e a promessa e uma corrida intensa e disputada.

domingo, 24 de março de 2019

O DIA DO ROOKIE - HERTA VENCE PELA PRIMEIRA VEZ.

A Indycar Classic, outro nome oficial da categoria, desembarca com seus maravilhosos bólidos no sensacional traçado de Austin, o mesmo utilizado pela F1 no GP dos EUA. Duas coisas chamam a atenção antes da corrida, a velocidade dos carros da Indy no circuito é menor do que os carros da F1, muito por conta da força aerodinâmica da F1 e também por conta da ausência de direção hidráulica nos carros da Indy, tornando o piloto ainda mais essencial para fazer a diferença na pista.

O pole position é Will Power, da equipe Penske, o australiano fez a sua quinquagésima sexta pole na carreira. O talento e a velocidade do piloto é evidente, mas falta manter essa regularidade nas corridas. Ao lado de Power na primeira fila está Alexander Rossi da Andretti, um dos favoritos ao título da temporada. Os novatos da categoria, Felix Rosenqvist (quinto colocado no grid) e Colton Herta (quarto colocado no grid), que foram muito bem em São Petersburgo e passam a ser olhados mais de perto por todos em Austin. Essa renovação da Indy, com qualidade é muito boa para a categoria.

Na largada Scott Dixon pula de sexto para segundo mas por dentro nos esses, o piloto tem de recolher e cai para quinto. Melhor para Herta que assume a terceira posição.

Desde a largada a corrida foi marcada por muitas disputas.


No terceiro giro, Rossi ataca Power por fora no fim da reta principal, chega a colocar o carro lado a lado, mas Power prevalece. Depois disso os líderes, Power, Rossi e Herta se mantém próximos, mas sem ataques, abrindo distância para Ryan Hunter Reay e Scott Dixon.

Na volta sete Ericsson é o primeiro a para nos boxes, na volta seguinte vários outros pilotos o seguem e também param nos pits, incluindo Simon Pagenaud. As estratégias são das mais variadas, e um grupo aposta claramente em alongar o stint, principalmente os líderes.

Na volta onze, Hunter Reay foi o primeiro a parar, ao retornar a pista o piloto volta bem no meio de um pelotão de carros, disputando posição, desta forma a parada passa a ser um prejuízo para ele. Nesse momento Newgarden aparece na prova, o vencedor da etapa anterior fazia uma corrida discreta. Na volta seguinte Herta para nos boxes e consegue voltar bem a frente do pelotão de Newgarden, e com pista livre. No giro catorze Power, Rossi e Dixon param, e Herta, embalado, consegue assumir o segundo lugar, é o grande nome da etapa, Power ainda se mantém na liderança.

Com quinze das sessenta voltas, Graham Rahal faz uma disputa bonita contra O'Ward e Pigot, em todas as partes da pistas tem pegas interessantes. Dixon e Sato disputando posição atacam se tocando e acertando de leve Santino Ferrucci.

Com vinte giros, Rossi, com pneus mais macios começa a pressionar Herta de todas as formas, e este passa a forçar o ritmo em cima de Power, esses dois com pneus de banda mais dura. No pelotão intermediário Rosenqvist e Ericsson, também com pneus diferentes, fazem uma disputa própria entre suecos, melhor para o piloto ex-F1. Na volta seguinte é a vez de O'Ward, outro novato promissor, passar Rosenqvist. Na volta vinte e dois, Herta erra na freada do fim da reta principal, trava os pneus e permite que Rossi, na reta oposta, vácuo, o ultrapasse.

Na passagem vinte e três alguns pilotos voltam a parar nos boxes, Rosenqvist, Sato, Pagenaud puxam a fila, muitos pilotos mostrando dificuldades na aderência dos pneus. Na volta seguinte, Ericsson também para nos boxes, com certeza esses carros irão fazer pelo menos um pit a mais do que os líderes.

Com vinte e sete voltas, Newgarden, Hunter Reay, Bordais, Graham Rahal e mais alguns param nos boxes, bom para Dixon que fica pista livre a frente para tentar imprimir um ritmo mais forte. Na frente, Herta passa a perder contato com os líderes, sentindo o desgastes dos pneus. Rossi  passa a pressionar Power, estando a menos de dois segundos de diferença.

Na volta seguinte Dixon para e passa a ser pressionado por Rahal, melhor para o piloto da Andretti. Power e Rossi param nos boxes, e Power volta na liderança, desta vez os pilotos estão com pneus de bandas diferentes, Power pneus macios e Rossi pneus duros. Herta se aproxima de Rossi, facilitando a vida de Power.

Na metade da corrida, os brasileiros Matheus Leist e Tony Kanaan estão, respectivamente em décimo quinto e vigésimo segundo lugares, atuações muito discretas, muito por conta do horroroso carro da A.J. Foyt.

Com trinta e cinco voltas Rahal e Dixon voltam a protagonizar uma forte disputa, agora pelo décimo lugar. Hunter Reay força para cima de Ericsson e assume a quinta posição na corrida No pelotão da frente, Rossi surpreende e passa a atacar Power, trazendo consigo Herta. Na passagem seguinte Rosenqvist roda cai de nono para décimo segundo. Dixon passa O'Ward e passa a perseguir Ericsson, mostrando ainda ter forças na corrida.

Na volta trinta e sete, Dixon dá um verdadeiro drible em Ericsson e o ultrapassa, depois abre rapidamente do adversário. Herta novamente passa a ter problemas de rendimento e volta a se distanciar dos ponteiros.

Na volta quarenta Rossi finalmente passa a atacar o australiano, querendo a primeira posição da corrida. No giro seguinte alguns pilotos começam a fazer o seu provável último pit stop da corrida. Alheio a tudo isso, Rahal ultrapassa Ericsson e assume a sétima colocação, no fim da volta Ericsson para nos boxes e na saída acerta sem querer Pigot, fazendo o piloto perder o seu pit. Na volta quarenta e dois Herta para nos boxes. 

Faltando dezesseis giros para o fim, Rosenqvist, na entrada dos boxes bate forte após ser tocado por Hinchcliffe. Uma notícia horrível para os líderes que não haviam parado. Herta, após os pits dos líderes assumiria a liderança da corrida.

A corrida demora a recomeçar mesmo o circuito sendo imenso, as equipes de resgate demoram a limpar a pista. Sem gasolina Matheus Leist é obrigado a parar nos boxes e vai para o fim do grid. Power, Rossi e Dixon param nos boxes e Power não consegue sair de seu pit, perdendo várias posições e perdendo inclusive uma volta. Depois a caixa de marcha se entrega e é um triste fim de corrida para o piloto dominante. 

De líder para último, o dia de Will Power é para se esquecer.


A bandeira verde é acionada faltando apenas dez giros para o fim, Colton Herta lidera, sendo seguido por Newgarden e Hunter Reay. Rahal e Reay disputam roda a roda o terceiro posto, deixando Herta e Newgarden abrirem. Bourdais também aparece bem na relargada e assume a quinta colocação. Zach Veach na freada bate no carro de Dixon, prejuízo total para Veach e Dixon por muita sorte não tem um pneu furado. Rossi e Pagenaud também se tocam de maneira mais forte, e o piloto da Penske acaba parando nos boxes.

Faltando oito giros Hunter Reay se aproxima de Newgarden, enquanto isso Herta abre distância. Rossi passa Dixon, assumindo a gloriosa décima terceira posição, atrás de Tony Kanaan. Na volta seguinte Rossi, endiabrado, passa o brasileiro e vai para décimo segundo. No fim da mesma volta Rossi passa Pigot, freando no limite. Na volta seguinte chega e passa Ed Jones, assumindo o décimo lugar, mostrando que poderia vencer a corrida.

Rossi foi um leão mas ficou apenas em nono.


Faltando cinco giros para o fim, Kanaan passa Jones e assume a décima segunda posição. Boa corrida de recuperação do brasileiro que largou em último. Em seu show particular Rossi mostra habilidade e salva o carro de uma traseirada perigosa, ainda assim o piloto consegue se aproximar de Harvey. Mais a frente Hunter Reay esboça um ataque a Newgarden, porém sem sucesso.

Super discreto, Newgarden chega em segundo. Será sorte de campeão?


Na última volta, Herta conduz seu carro com carinho, com esmero e na ponta dos dedos, levando seu carro até a bandeira quadriculada, sua primeira vitória, em sua segunda corrida na categoria, mostrando a força dessa geração de novatos da Indy. Newgarden cruza em segundo, se mantendo como líder isolado da temporada. Hunter Reay fecha o pódio na terceira posição, em uma corrida muito consistente. Entre os brasileiros, Tony Kanaan fecha o dia em décimo segundo e Matheus Leist em décimo sétimo. Uma boa corrida de ambos, tanto de Leist que precisa de quilometragem na categoria, quanto Kanaan, que saiu de vigésimo quarto para o décimo segundo posto. 


A surpresa Herta, mostrando que essa nova geração da Indy é promissora.


Um dia muito especial para a categoria, até para o aposentado papai Bryan Herta, um bom piloto que é muito lembrado na história pelo "passão" que levou de Zanardi em Laguna Seca, na metade da última, no famoso Saca-Rolha (Corkscrew) o italiano assume a liderança e vence a corrida.

Impossível falar de Bryan Herta sem lembrar desse momento histórico.



Abaixo segue o nosso TOP 5, as melhores notas para os pilotos ou lances da corrida.

Will Power - 9,0

Liderou quarenta e cinco voltas, exatos 3/4 da corrida, e uma  pequena falha mecânica o faz abandonar, e perder o que seria a liderança provável do campeonato. Aliás, Power foi o único abandono da prova, uma situação lastimável.

Colton Herta - 9,0

Sempre entre os primeiros na corrida, fez a estratégia correta, parando nos boxes calculando quão mais cedo poderia parar e ir até o fim da corrida, uma estratégia muito usada nos ovais. Se torna uma promessa ainda mais visada após esse resultado maravilhoso. De quebra, aos dezoito anos e onze meses, o garoto é o mais jovem a vencer na categoria.


Alexander Rossi - 8,0

Foi um guerreiro em pista, e parecia ter o carro preparado para vencer, porém por um infortúnio e uma estratégia mais ousada acabou ficando apenas em nono na corrida. 

Kanaan - 7,5

Muito mal nos treinos, tanto que ficou bem atrás de Matheus Leist no grid, mas foi cerebral e competitivo no fim da corrida e chegou em uma boa décima segunda posição.

Tony se recuperou bem na corrida, mas o carro não ajuda.


Direção de Prova - 9,0

Merece aplausos a nova política Indy, uma bandeira amarela em São Petersburgo, uma em Austin também, somente com intervenções necessárias, deixando a corrida acontecer sem interferências. E como estão me agradando as corridas da Indy, disputadas da maneira tradicional, sem DRS da F1 e sem os circuitos impossíveis da F-E. As corridass melhoraram pois os pilotos deixam de aguardar as bandeiras amarelas para disputarem as posições.

Por enquanto é só, a Indy volta em duas semanas para a corrida no circuito do Alabama. Até lá.

domingo, 17 de março de 2019

BOTTAS SURPREENDE E VENCE NA AUSTRÁLIA


Finalmente os motores da F1 voltam a roncar, no belíssimo circuito de Albert Park, um traçado que mistura elementos de circuito misto e de rua, um asfalto liso e muros próximos. A expectativa para o início dos trabalhos infelizmente foi esvaziada após a triste notícia de Charles Whiting, o diretor de provas da F1, figura antiga no paddock e extremamente respeitado por todos. Ainda na semana do GP de abertura, um atentado vil e atroz  a mesquita de Christchurch na Nova Zelândia, país de relações estreitas com a Austrália, traz um clima de tristeza em uma semana que deveria ser de festa.

Nos treinos livres, a Mercedes se mostra ligeiramente a frente da Ferrari e Red Bull, criou-se uma ansiedade para ver se essa disputa seria tão ferrenha como se prometia. Infelizmente, a Mercedes mostrou que estava escondendo o jogo e na classificação fez a dobradinha, com o genial Lewis Hamilton a sete décimos de distância para a Ferrari de Sebastian Vettel, o terceiro colocado no grid. A vantagem foi tão grande que Bottas, o segundo colocado, ficou seis décimos a frente de Vettel. A Ferrari, não estava somente atrás da Mercedes, está muito, mas muito atrás. Nas outras posições um equilíbrio interessante entre as equipes. A Haas com Grosjean e Magnussen aparentemente se mostra melhor equilibrada para disputar o posto de quarta equipe do grid, seus pilotos ficaram em sexto e sétimo lugares. A grande surpresa foi o bom treino do estreante Lando Norris, com a Mclaren, a oitava posição foi um resultado estupendo para a jovem promessa. O veterano Kimi Raikkonen, estreando pela Alfa Romeo, também mostra seu talento e fica com o nono lugar. A decepção foi Pierre Gasly, por um erro dele na primeira tentativa, e da equipe ao jogá-lo no tráfego na segunda tentativa, o francês ficou apenas em décimo sétimo, enquanto seu companheiro Verstappen se posicionou em terceiro. Apesar do favoritismo absurdo das Mercedes, a corrida prometia emoções nas disputas do pelotão intermediário. 

Charles gozava de prestígio e respeito entre os pilotos.


Na largada, Bottas com arrojo, assume a liderança na freada da primeira curva, Vettel patina e acaba atrapalhando Leclerc, mas ainda assim, os pilotos da Ferrari permanecem nas mesma posições ao fim da primeira volta. O piloto da casa, Daniel Ricciardo, acaba indo na grama e quebra a asa dianteira, comprometendo a sua corrida logo no início.

Após oito das cinquenta e oito voltas, Bottas permanecia na frente com uma folga de dois segundos para Hamilton, e este também com dois segundos de frente para Vettel, mostrando que pelo menos na corrida, a Ferrari consegue ser competitiva. Na volta seguinte Leclerc dá um passeio na grama mas permanece na quinta posição. 

No décimo primeiro giro, o motor de Carlos Sainz Jr. da Mclaren estoura e ele abandona a corrida, deixando o carro na entrada dos boxes. A frustração de Sainz só não deve ser maior do que a de Kubica, que após um toque na largada e uma parada prematura nos boxes, era o último, uma volta atrás do líder. 

Na volta treze Raikkonen é o primeiro piloto a parar nos boxes. Na frente Bottas e Hamilton começavam a abir mais distância para Vettel e Verstappen, mostrando a força da Mercedes na corrida. Na volta seguinte é a vez de Hulkenberg parar nos boxes.

Entre os líderes, Vettel no décimo quinto giro para nos boxes, assim como Magnussen, Vettel volta em sexto, Magnussen em décimo sexto porém pressionado por Hulkenberg. Na volta seguinte Hamilton para nos boxes e volta em quarto. Grosjean quando para nos boxes fica mais de dez segundos parado por conta de problemas na retirada do pneus dianteiro esquerdo. A equipe tem de melhorar nesse quesito, é o segundo ano seguinte somente na Austrália que atrapalham a vida de Grosjean.

 Na volta dezenove, o outro estreante da categoria, Antonio Giovinazzi erra, sai um pouco da pista e perde a posição para Hulkenberg, ainda na mesma volta também é ultrapassado por Magnussen, e na volta seguinte abre para a ultrapassagem de seu companheiro Raikkonen. A boa batalha entre os estreantes Giovinazzi e Norris começa na volta vinte, e aí o italiano da Alfa Romeo resolve se defender e fecha a porta, sem esmorecer Norris continua o ataque, após uma volta lenta dos dois por conta da disputa, Grosjean chega na festa.

Vivendo uma corrida dos sonhos, Bottas permaneceu na pista por mais tempo, assim como Verstappen e Leclerc, e por incrível que pareça, Bottas que parou na volta vinte e quatro, conseguia abrir para Hamilton mesmo com pneus mais gastos. A diferença entre eles após o pit de ambos era superior a dez segundos, e de quebra Bottas tinha pneus em melhores condições.

No giro vinte e seis Verstappen faz a sua parada e cai para quinto, a dois segundos de Vettel o quarto e cinco segundo de Hamilton, porém com condições de ir até o fim com seus jogo de pneus. A situação de Lewis e Vettel se complica.

Na metade da corrida, Norris com arrojo consegue passar o carro de Giovinazzi, deixando a confusão para Grosjean, que demora uma volta inteira para conseguir a ultrapassagem. Pérez, coma  faca nos dentes passa o estreante Albon e na volta seguinte, se aproveita do desequilíbrio do carro de Giovinazzi e também o ultrapassa. Na volta vinte e nove Leclerc para nos boxes, mas volta a mais de quinze segundos de Verstappen. Quem aparece na corrida é Gasly, o sexto colocado, porém sem ter parado ainda. 

Giovinazzi literalmente forma um pelotão atrás de si.


Na volta trinta Verstappen, sem cerimônia nenhuma, passa Vettel por fora, com arrojo e determinação e passa a caçar Hamilton. Na mesma volta Grosjean, mais uma vez na Austrália, abandona a corrida. Hamilton sentindo a pressão começa a fazer suas melhores voltas na corrida, porém, ainda assim, Max vai tirando pouco a pouco a diferença. Bottas, alheio a tudo que acontece ao seu companheiro de equipe, vai seguinte na frente, abrindo cada vez mais de Lewis. 

Com Max sempre temos a certeza de um momento de genialidade na corrida.


Faltando vinte voltas para o final, Gasly para nos boxes e volta em décimo, porém na reta seguinte é ultrapassado por Kvyat, e apesar de ter melhores pneus do que o russo, Gasly sofre para ultrapassar seu oponente, perdendo segundos preciosos.

Faltando quinze voltas para o final, Bottas coleciona voltas mais rápidas e abre mais de vinte segundos para Lewis, que consegue se manter a frente de Max, porém com um vantagem apertada. Leclerc começa a se aproximar de Vettel, a corrida ganha emoção na sua parte final.

Com dez giros para o fim, Leclerc fica a dois segundos de Vettel, a diferença que havia sido de quinze ao sair dos boxes é pulverizada e a expectativa era de ver se a Ferrari daria ordens de equipe ou não, pois na pista, com aquele ritmo o monegasco iria passar. Max Verstappen  dá uma errada e passa pela grama, perdendo contato com Hamilton.


Outra certeza sobre Max é que ele sempre passa um pouco do limite.

No pelotão de trás Magnussen, Hulkenberg, Raikkonen, Stroll, Kvyat e Gasly começam a se pegar pelas posições da zona de pontos. A diferença entre Vettel e Leclerc estranhamente aumenta.

Lewis soube minimizar o prejuízo e segurou Verstappen.


Com três voltas para o fim, Max Verstappen faz a melhor volta da corrida e se aproxima novamente de Lewis. Bottas arrisca na volta seguinte mas não consegue bater o tempo, então a tentativa fica para a última volta e palmas para Valtteri Bottas, ele consegue fazer a melhor volta, um segundo abaixo do tempo de Verstappen. Bottas cruza a linha de chegada e mostra força para o resto da temporada. Hamilton fica em segundo e Verstappen fecha o pódio em terceiro. Apesar do domínio de Bottas, a corrida foi bem disputada, com bons pegas e a disputa do ponto extra, novidade da temporada parece ser um acerto da organização pois cria uma expectativa na transmissão e gera emoção similar a da disputa da pole position. Que venha logo o Barein.



Bottas foi o piloto do dia, domínio absoluto na corrida.


Abaixo a nota dada aos dez primeiros pelo desempenho na corrida.

1o. Bottas - 9,5

Fez uma boa classificação, largou muito bem, fez a melhor volta e dominou do início ao fim a corrida. excelente atuação do finlandês.

2o. Hamilton - 9,0

Fez uma pole incrível, mas largou mal e na corrida não mostrou um desempenho tão superior aos oponentes e a equipe aparentemente o complicou o chamando tão cedo aos boxes. No fim o pódio não foi um resultado ruim, mas poderia ter sido o lugar mais alto.

3o. Verstappen - 8,5

Foi competitivo e guerreiro a corrida inteira, de quebra deu um "passão" por fora em Vettel. Terá com certeza a equipe trabalhando para ele, e isso será uma vantagem.

4o. Vettel - 5,0

Foi bem no treino, fez um stint interessante até a parada, mas perdeu ritmo e precisou de ajuda da equipe para não perder a posição para Leclerc. O ano da Ferrari começa mal e com escolhas ruins, logo de cara depreciando um talento em detrimento de um piloto que não corresponde como deveria.

5o. Leclerc - 6,0

Não mostrou muito nos treinos e na corrida, mas se esforçou e poderia ter passado Vettel. Abaixar a cabeça, logo na estréia, não é o comportamento de um piloto que tem a ambição de ser campeão do mundo.

6o. Magnussen - 8,0

O primeiro do outros. Apesar de largar atrás de Grosjean, foi bem na corrida e por sorte sua, a equipe se atrapalhou no pit de Grosjean e não do dele. Ainda assim um bom resultado.

7o. Hulkenberg - 7,5

Fez uma corrida interessante, resistindo a pressão no fim da prova do pelotão que se formou atrás de seu carro.

8o. Raikkonen - 7,0

Conseguiu bons pontos para a Alfa Romeo. Sua experiência vai contar e muito para a equipe.

9o. Stroll - 7,0

Largou mais atrás, mas na corrida conseguiu um bom desempenho e conseguiu pontos para a equipe de seu pai. Apesar disso, chegar a frente de Pérez não é para qualquer um, isso mostra o quanto Stroll é subestimado pela mídia.

10o. Kvyat - 7,0

Mereceu o ponto por conta da ousadia de forçar o carro em cima de Gasly, se aproveitando que o francês estava com pneus frios, recém saído dos boxes, e depois disso, por vinte voltas, segurou o adversário. Excelente resultado do russo.

É isso, a próxima corrida será no Barein, no dia trinta e um, em um horário mais agradável para nós brasileiros, ao meio dia.

quarta-feira, 13 de março de 2019

EXPECTATIVAS PARA MELBOURNE.


A F1 desembarca em Melbourne na Austrália nesse fim de semana, porém antes dessa temporada que promete, mais uma vez uma disputa acirrada entre Mercedes e Ferrari, teremos possivelmente um equilíbrio maior entre as forças do chamado pelotão intermediário, bloco esse que conta com Renault, Toro Rosso, Haas, Renault e Alfa Romeo, um pouco mais atrás Mclaren, Williams e a Racing Point. Outra novidade nessa temporada é a instituição de um ponto extra para o piloto que fizer a melhor volta da corrida entre os dez primeiros. 

Antes da temporada começar oficialmente é bom fazer uma especulação sobre as equipes, e tentar entender o que esperar de cada uma delas.

Mercedes

A Mercedes aposta em não mudar o que está dando certo.


A equipe manteve seus dois pilotos, o que sempre caracteriza um bom ponto de partida, de quebra possui o melhor piloto do grid, quiçá um dos melhores de todos os tempos, Lewis Hamilton. A pré temporada mostrou que o carro tem velocidade e constância, porém problemas na aerodinâmica, com troca de peças na última semana de treinos deixou no ar uma interrogação sobre o real potencial do carro. Como não houve nenhuma revolução nas regras, é provável que a equipe tenha escondido um pouco o jogo, deixando um ás debaixo da manga.

Ferrari 

A equipe de Maranello vem forte e obcecada pelo título de 2019.


A empolgação da equipe do Cavallino Rampante é evidente após os treinos de pré temporada. Especula-se que hoje a equipe comece a temporada com o melhor carro do grid, o que seria fantástico para os fãs e para a temporada, uma vez que a Ferrari tem pecado na regularidade ao longo do ano. Vettel se mantém na equipe e terá ao seu lado o jovem e promissor Charles Leclerc. Se o piloto monegasco não se acanhar na equipe e mostrar o seu melhor, é provável que Vettel seja realmente posto a prova.



Red Bull

Gasly e Verstappen, jovens, promissores e explosivos.

A equipe não criou uma boa impressão na pré temporada com resultados modestos nas comparações com outras escuderias de ponta. A impressão que fica é que a equipe já se arrependeu de ter promovido Pierre Gasly para ser companheiro de Max Verstappen, pela inconstância do jovem francês. De quebra, a equipe ainda tem dúvidas do real potencial do motor Honda, e se apesar da genialidade de Max, o piloto será capaz de capitanear a equipe para o título. As primeiras etapas mostrarão se a Red Bull será capaz de brigar por pódios ou será, novamente uma coadjuvante na temporada.


Haas

O carro é bom, os pilotos terão de se provar esse ano.


A equipe americana fez uma temporada 2018 boa, mas com um sabor amargo pro não aproveitar todas as oportunidades de pontos e pódios que surgiram. Nos testes desse ano, aparentemente a dupla Kevin Magnussen e Romain Grosjean será ainda mais cobrada pois o carro teve um bom desempenho, principalmente Grosjean, que não fez uma boa temporada no último ano. 


Renault

A dupla da Renault é rápida e promissora


A equipe foi no mercado e trouxe Daniel Ricciardo, um piloto rápido e constante para fazer dupla com Nico Hulkenberg, também um piloto bastante rápido, mas nem sempre constante. O projeto da equipe é ambicioso, buscar nos próximos anos o título da categoria, e esse planejamento passa por fazer uma temporada competitiva, com pódios e quiçá vitórias.


Alfa Romeo



A equipe aposta na juventude com experiência.



A grande equipe que se destacou nessa pré temporada foi a Alfa Romeo (ex-Sauber). A equipe foi rápida e competitiva, mostrando que talvez, capitaneada pelo veterano Kimi Raikkonen, tendo ao seu lado o estreante Antonio Giovinazzi. A ligação evidente da equipe com a co-irmã Ferrari e a ida de Kimi para a Alfa Romeo, podem fazer com que sejam capacidades de liderar o pelotão intermediário, ainda mais com os bons tempos na pré temporada.


Mclaren



A Mclaren vem coberta de expectativas para a temporada.



A tradicional equipe britânica fez e aconteceu na pré temporada, alguns mais entusiasmados já cravam que a equipe irá brigar por vitórias. Bem menos, a Mclaren primeiramente precisa ser capaz de terminar as provas com o motor Renault, e aí sim, quem sabe, brigar por pontos. Seus pilotos Carlos Sainz Jr. e o novato Lando Norris são bons e capazes e viverão uma cobrança por resultados pois no cockpit ano passado estava ninguém menos do que Fernando Alonso.


Racing Point

A Racing Point manteve a cor rosa em seu carro, herança da Force India.



A equipe Racing Point (ex-Force India) estreou ano passado, porém vivendo as custas do projeto da Force India. Esse ano a equipe terá de se provar realmente, mostrar que é capaz de pontuar com constância como fazia em seu passado recente. Os pilotos Sergio Pérez, veterano da categoria e com boas corridas no currículo terá ao seu lado o jovem Lance Stroll, um piloto bem melhor do que se previa quando estreou na categoria, mas ainda muito inconstante. Stroll por ser o filho do dono da equipe, deverá ter os privilégios de primeiros piloto, e se isso ocorrer, a equipe dará um passo certeiro para o fracasso pois Pérez é um piloto extremamente capaz, apesar de não ser brilhante.

Toro Rosso

Toro Rosso é a equipe que mais revela pilotos.


A Toro Rosso mostrou um bom desempenho na pré temporada e conta com o apoio da Red Bull para desenvolver seus carros, o que a torna uma equipe competitiva para esse ano. O grande problema é a alta rotatividade de pilotos em seus cockpits, os bons são levados para a Red Bull, casos como de Vettel e Verstappen por exemplo, outros são limados sem dó nem piedade, como Alguersuari e Buemi. Esse ano a equipe conta com o retorno de Daniil Kvyat, o jovem russo defenestrado após ser substituído na Red Bull e o jovem Alexander Albon. Essa inconstância nos assentos dos carros torna imprevisível o resultado da campanha da equipe ao longo do ano.


Williams

Kubica merecia um carro melhora para seu retorno à F1.


A tradicional equipe de Grove passa uma de suas fase mais delicadas na categoria, foi a lanterninha na temporada 2018, atrasou a entrega do carro para essa temporada e para piorar tudo, o carro é ruim, tanto que o diretor técnico da equipe se afastou de suas funções. Claramente a equipe está sem rumo, sem bons patrocinadores e sem uma boa parceria técnica. A equipe agoniza. Pelo menos em termos de pilotos, esse ano a equipe está melhor servida, entram o veterano Robert Kubica, um talentoso piloto, que infelizmente sofreu um terrível acidente que o afastou das pistas e George Russel, um promissor talento. A expectativa é que, infelizmente, a equipe continue seu calvário esse ano, qualquer resultado que acarrete pontos para a equipe será uma vitória. 

domingo, 10 de março de 2019

INDY 2019 - NEWGARDEN VENCE NA ESTRATÉGIA.

O Radio Paddock Brasil esse ano fará uma cobertura detalhada das corridas da F1, como é de costume, e agora também da Indy. Com apenas seis etapas dessa última categoria sendo transmitidas pela emissora Bandeirantes na TV aberta, a cobertura fica restrita a Bandsports e a Dazn, esse último um serviço de streaming que, por enquanto, é gratuito. Outra opção, é assistir o VT da corrida no Blog da Indy no Youtube, um canal interessante, inclusive com corridas de outros anos da categoria. O importante para o Radio Paddock Brasil é trazer à vocês informações e opiniões sobre as corridas das principais categorias de monopostos do mundo. A Indy por ter um apelo maior esse ano pela participação de Alonso nas 500 milhas de Indianápolis e a entrada de pilotos como Marcus Ericsson, mostram o crescimento e importância da categoria no cenário mundial. 

A temporada 2019 da INDYCAR começa nas ruas de São Petersburgo, um circuito complicado pelos pontos estreitos, freadas fortes e ausência de um ponto claro para ultrapassagens, com exceção do final da reta de largada, que ainda assim pode resultar em um encontro no muro ou toque entre os carros devido ao pouco espaço no traçado. No ano anterior o jovem e promissor Robert Wickens chocou a categoria com a pole position, pena que um terrível acidente em Pocono acabou com a sua carreira nos monopostos. Esse ano Will Power da equipe Penske está na posição de honra, seguido por um de seus companheiros, Josef Newgarden.  Atrás deles dois carros da forte equipe Ganassi, Rosenqvist e Dixon e mais dois pilotos da tradicional equipe Andretti, Ryan Hunter Reay e Alexander Rossi. Essa temporada promete muitas emoções.

Na largada Power se mantém na frente, mas seguido pelo estreante Felix Rosenqvist. Simon Pagenaud que largou bem mais atrás também avança na largada e ao fim da primeira volta era o décimo primeiro. Ainda nos primeiros giros o sueco Rosenqvist ataca Power como se fosse um veterano da categoria, justo Power considerado por muitos o melhor piloto da categoria em circuitos de rua e mistos.

Na volta sete, o outro sueco e também estreante na categoria o já conhecido Marcus Ericsson faz seu pit stop, entrando em uma estratégia diferenciada na corrida. Sem uma definição de Rosenqvist, Newgarden se aproxima dos líderes, trazendo consigo Dixon, Rossi e Hunter Reay. Com dez voltas, outros pilotos com pouco desempenho ou presos pelo tráfego também optam por pararem mais cedo, casos como de Sato e Ferruci.  Os brasileiros sem muito brilho ocupavam posições no fim do grid, muito por conta da fraca equipe Foyt, que abriga Tony Kanaan e Matheus Leist. O vencedor do ano passado, Sebastian Bourdais também para no décimo segundo giro, infelizmente para o francês ao sair dos boxes acaba tendo problemas no carro e abandona. Com receio de uma bandeira amarela, Will Power antecipa a sua parada, e com pneus mais novos volta a pista para abrir vantagem após a parada do novato.

Na volta dezessete Rosenqvist para nos boxes e retorna atrás de Power, mais de quatro segundos de diferença, os outros pilotos do pelotão da frente que faltavam ir aos boxes param na volta seguinte. Newgarden chega a sair na frente de Rosenqvist, porém acaba perdendo a posição logo em seguida. 

Na volta vinte o motor de Hunter Reay explode no fim da reta principal, chamando a primeira bandeira amarela da temporada. Excelente notícia para Tony Kanaan que estava na pista sem ter ido aos boxes, e apesar de retornar no fim do pelotão, estará com pneus mais novos e poderá retardar ainda mais a sua segunda parada nos boxes, e quiçá fazer um pit a menos na corrida. 

A corrida recomeça na passagem vinte e quatro, Power traciona mal na entrada da reta principal, Rosenqvist se aproveita bem do momento, freia no limite possível da reta e assume a ponta da corrida, e de quebra se defende muito bem das tentativas de Power de retomar a posição. Power na volta seguinte tem de se defender de Newgarden, porém o piloto erra, e dessa forma Power se mantém na segunda colocação.

No giro vinte e seis Ed Jones bate forte no muro, Matheus Leist que vinha muito forte na curva acaba batendo com a roda traseira no carro de Jones e tem a prova terminada prematuramente. Dos vinte e quatro que largaram apenas vinte permanecem na pista, e a corrida não estava nem próxima da metade. Os pilotos da metade para frente do grid não entram nos pits, apenas os pilotos do fundo do pelotão optam pelo pit stop, ótima notícia para Kanaan, ganha algumas posições no grid.

Após contato com Jones, Matheus Leist abandona a prova.


Na passagem trinta e quatro a briga acontece nas posições de trás, Dixon arrisca em cima de Newgarden, porém é obrigado a recolher e começa a ser pressionado por Rossi, um dos últimos a parar nos boxes. James Hinchcliffe tenta passar Jack Harvey e os dois acabam se tocando de leve, a pista não é afeita a ultrapassagens fáceis. Kanaan nesse momento era o décimo quarto colocado. Duas voltas depois Herta bastante agressivo passa Zach Veach. Com as paradas de Herta, Sato, Hinchcliffe e outros nos boxes, o brasileiro avança ainda mais e e na volta quarenta e cinco já era o décimo. De resto a corrida se mantém sem disputas, os ponteiros esperando a próxima parada para tentarem seus ataques e avanços.

Na volta cinquenta Tony para nos boxes e retorna à pista em décimo nono, complicando suas chances de uma estratégia diferente. Na volta seguinte Power, Rossi e mais atrás Pagenaud param nos boxes, na volta seguinte é a vez de Rosenqvist, na saída dos boxes é a vez de Power jogar pesado, fecha a porta do novato e ganha a posição. Na volta cinquenta e quatro Dixon para nos boxes e retorna, e mais uma vez Power se lança sobre o adversário para ficar a frente. O último a parar dessa vez é Newgarden, que arrisca algo diferente com pneus mais macios, de quebra consegue assumir a liderança, justamente na metade da prova. Power não se livra de Andretti e vai observando Newgarden desaparecer na liderança. 

Na volta cinquenta e oito Dixon força e ultrapassa Power, Rosenqvist aproveita o momento e avanaça sobre Power, de quebra Rossi se aproxima da turma. Nesse momento a equipe Penske deve ter se sentido aliviada por fazer estratégias distintas para seus pilotos. Novamente a corrida caí no marasmo, até a transmissão oficial passa a ter problemas na transmissão.

Após setenta e dois giros apenas dezesseis pilotos estão na volta do líder. A diferença para Dixon começa a cair, muito por conta da diferença de pneus, porém muito vagarosamente. Na volta setenta e seis Dixon pega tráfego pesado e perde bastante tempo, a diferença para Newgarden chega a oito segundos, e mesmo com pneus mais duros na próxima parada, será uma vantagem confortável para Newgarden. Alguns pilotos voltam aos boxes para o último stint de pit stop. Hinchcliffe, Marco Andretti param nos boxes e na volta seguinte é a vez do líder, com exatas trinta voltas para o final. Sato par nos boxes, porém com problemas e perde muito tempo. A equipe Foyt se atrapalha e faz Kanaan perder tempo. Dixon também para nos boxes, assim como Power e Pagenaud. Somente Rosenqvist fica na pista, mas na volta seguinte também para.

Faltando vinte e cinco giros os cinco primeiros são Newgarden, Dixon, Power, Rosenqvist e Rossi. Um pedaço de plástico caí na pista, mas a corrida segue em bandeira verde. Nessa mesma volta o líder dá uma volta em Tony Kanaan, o décimo quinto colocado.  


Com vinte voltas para o fim, Dixon aperta o pé no acelerador e faz a diferença para o líder cair constantemente, mas de maneira lenta. Power também acelera o ritmo, conseguindo abrir de Rosenqvist.

Com quinze voltas para o final, o líder pega vários retardatários e perde um pouco de tempo nas negociações, Dixon se anima e se aproxima ainda mais do líder. Após as ultrapassagens Newgarden coloca Veach entre ele e Dixon, entretanto a diferença caiu bem entre eles e Andretti não cede a passagem para o líder. Se arriscando o líder tenta de tudo e Andretti se mantém imóvel a frente. Dixon pulveriza a diferença, mas fica com o carne de pescoço do Andretti na frente. A faixa de plástico chega ao meio da pista, já próxima ao traçado, mas a bandeira amarela não é acionada. Dixon passa mais facilmente por Andretti. Newgarden passa por Graham Rahal, mas na mesma volta Dixon também passa o retardatário. A diferença fica inferior a dois segundos e não há mais tráfego próximo.

Faltando cinco passagens para o final da corrida, Newgarden consegue manter a diferença e Dixon parece conformado com o bom resultado. Os pneus dos carros já demonstram sinais claros de desgaste e as posições ficam inalteradas entre os líderes.  Newgarden cruza a linha de chegada em primeiro, seguido por Scott Dixon e seu companheiro Will Power. Destaque também para Rosenqvist, estrear com um quarto lugar é formidável. Kanaan ficou apenas no décimo quinto lugar. 


Newgarden vence com ousadia e inteligência a abertura do campeonato.


Abaixo faremos um top 5, diferente da F1 que concedemos notas ao desempenho dos pilotos, aqui será um espaço para destacar cinco pilotos na corrida, podendo ser de maneira positiva ou até mesmo negativa.

1o. Joseph Newgarden - 9,0

Foi o sexto na classificação, mas mostrou bravura na corrida e ousadia na estratégia, merecendo essa vitória.

2o. Scott Dixon - 9,0

O multi-campeão apesar de ter ficado atrás do estreante, se mostrou decidido nas ultrapassagens e muito veloz em ciclos mais longos de corrida. Vem forte para brigar pelo título mais uma vez.

3o. Will Power - 8,0

Fez a pole position que nem mesmo ele acreditava, mas na corrida pecou na relargada perdendo a posição para Rosenqvist e depois para Dixon. Foi agressivo, forçando o carro nas saídas de box de Rosenqvist e Dixon, mas faltou ritmo para segurar o neozelandês. Uma boa corrida e um forte candidato ao título.

4o. Felix Rosenqvist - 8,5

O destaque da prova, foi aguerrido e cauteloso nos momentos certos, começo extremamente promissor do sueco.


5o. Ed Jones - sem nota

O piloto se torna o quinto destaque da corrida por conta da notícia da fratura de sua mão, que levará a uma cirurgia, e provavelmente a perda de grande parte da temporada. O que chama a atenção é que o acidente em si não aprece grave e nem forte, mas foi o suficiente para ferir a mão do piloto.


Ed Jones se acidenta, e se fere.


A próxima corrida será na em Austin no Texas, no belo Circuito das Américas no dia 24 desse mês. Na próxima semana, porém teremos a F1 estreando em Melbourne na Austrália, com uma bela cobertura da corrida na Radio Paddock Brasil.

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