domingo, 20 de junho de 2021

LE MAX.

     O maravilhoso circo da F1 desembarca em Paul Ricard, na França, para mais um Grande Prêmio dessa temporada acirrada entre Hamilton e Mercedes. Aliás, duas boas curiosidades, o termo Grande Prêmio para as corridas é originário justamente da França, pois o primeiro GP disputado em 1906 era um percurso nos arredores de Le Mans, e o prêmio era uma vultosa quantia que correspondia a quase treze quilos de ouro. A segunda curiosidade é o nome do circuito, uma homenagem a si próprio de seu idealizador e ex-dono Paul Ricard, dono da bebida pasti Ricard (uma espécie de licor de anis).

    A parte curiosidades, nos treinos livres a Mercedes mostrou a sua força, mas treino a treino a Red Bull foi equalizando a diferença, até chegar na Classificação. Stroll foi a primeira decepção, sendo limado no Q1 por conta de dois erros e um golpe de azar pois Mick Schumacher bateu nos segundos finais dessa etapa e a bandeira vermelha foi acionada, o próprio Mick acaba se dando bem e avançando para o Q2. Já no Q2, as Mercedes mostram força novamente e lideram, com Bottas na frente por alguns milésimos. A decepção fica por conta de Ocon, um dos pilotos da  casa, limado por pouco em décimo primeiro correndo em casa.

    Q3, a hora em que o filho chora e a mãe não vê, a  hora da verdade, de definição do grid, nesse momento Max Verstappen mostra muita força e na primeira tentativa se coloca a frente, contrariando as expectativas. Na segunda tentativa, mais uma vez o holandês tira leite de pedra, é o único a andar abaixo de 1.30 e obtém a pole position. Hamilton fica em segundo, seguido por Bottas e Pérez. Na terceira fila uma excelente classificação de Carlos Sainz, o quinto colocado e o glorioso outro piloto da casa, Pierre Gasly em sexto. A corrida seria um embate poderoso entre os dois postulantes ao título.

Pole position de Max mostra que o favoritismo da Mercedes não existe.


    O domingo amanhece com tempo um pouco mais frio, céu nublado, com chance de chuva, aliás, mais cedo a chuva já havia dado o ar da graça, deixando a pista menos emborrachada. Na largada Max largava bem, mas na curva dois, o piloto perde o ponto de freada e acaba saindo da pista e perdendo a liderança. Mais atrás Alonso e Ricciardo ultrapassam Norris.

    Na segunda volta, Vettel com agressividade, ultrapassa na chicane da reta Mistral. Vettel com pneus, terá a oportunidade de retarda a parada e ter pneus em melhores condições do que os seus oponentes.

    Com muito vento no circuito, os pilotos reclamam do balanço do carro, mas as posições ficam inalteradas. Muito lentamente, Max vai se aproximando de Hamilton, e Bottas de quebra vai se aproximando de Max.


As primeiras voltas mostram uma proximidade entre Mercedes e Red Bull.


    Após onze das cinqüenta e três voltas previstas, Ricciardo e Norris na mesma volta, ultrapassam Alonso. Manobras inteligentes dos pilotos da Mclaren. Um par de giros depois, Vettel e Alonso passam a disputar a décima posição, até que o piloto da Aston concretiza a ultrapassagem.

Na passagem da volta quatorze, Ricciardo ultrapassa Leclerc e assume a sétima posição. Na mesma volta a Ferrari chama Leclerc para os boxes, a tendência é que todos antecipem as paradas por conta do desgaste.

    Com dezoito voltas Bottas, Gasly, Sainz, vão aos boxes. Ricciardo que já havia parado ganha a posição de Sainz. Na volta seguinte, Max vai aos boxes. Mais uma giro e Hamilton também para, na saída, Verstappen se joga e ultrapassa Hamilton.

    Hamilton é implacável na perseguição por três voltas, mas depois Max consegue se estabilizar e mantém a diferença em um segundo. Bottas colado em Hamilton, claramente estava mais rápido, contudo não atacava seu companheiro de equipe.

    Com vinte e quatro voltas completadas, Pérez vai aos boxes e retorna apenas na quarta posição. Norris, que também parou, regressa na décima quarta posição.

    Hamilton volta a atacar Verstappen. Com isso Bottas vai ficando um pouquinho mais para trás. Mais atrás Norris ultrapassa Gasly, ambos de asa móvel aberta, o inglês voador de quebra se aproxima de Leclerc e no fim da volta ganha mais uma posição. Na reta é a vez de Gasly ultrapassar Leclerc.

    Na volta trinta e três, algo surpreendente, Max vai aos boxes e volta em quarto. Para Lewis, só resta se manter na pista e segurar o holandês. Mais atrás Norris ultrapassa Ricciardo e avança para o sétimo posto.

    Com trinta e três voltas completas, Max ultrapassa Pérez, que praticamente estaciona o carro, de quebra o piloto faz a volta mais rápida da corrida. Ainda tendo de tirar dez segundos para os líderes e ultrapassar, missão nada fácil. Mais atrás, Gasly ultrapassa Sainz e o espanhol passa a ser acossado por Alonso. A equipe de Maranello sofrendo.

    Com quarenta e quatro voltas, Bottas freia tarde na parte suja do traçado para se defender na Mistral, acaba errando na saída da curva e é ultrapassado por Max. A diferença para Hamilton está em cinco segundos. Quem assiste a tudo a um pequena distância é Pérez, que também se assanha para buscar o pódio.

    Faltando cinco voltas para o fim, Pérez começa a atacar Bottas, valendo o terceiro lugar, ao chegarem na segunda reta da Mistral, Pérez ultrapassa Bottas. Na frente, Max fica a três segundos de Hamilton e caindo.

    Com três voltas para o fim a diferença entre os dois líderes fica em um segundo, a vitória vale de quebra a liderança do campeonato. Claramente Hamilton faz um último esforço para se manter a frente, na reta da Mistral, faltando duas voltas, Max concretiza a ultrapassagem.


Max assume a liderança da prova.


    O holandês voador cruza a linha de chegada, uma vitória épica, que consolida o piloto como o grande nome de sua geração, um piloto pronto e capaz de buscar o título da F1. Hamilton foi o segundo, mas merece aplausos. Pérez, o terceiro ajuda demais a Red Bull na busca pelo título de construtores. Menção super honrosa a Norris, quinto colocado, uma corrida espetacular do inglês e de Gasly, piloto da casa em sétimo com a modesta Alpha Tauri.

    A Red Bull, fazendo um trabalho incrível esse ano, chega aos 215 pontos contra 17 da Mercedes. Muito desse resultado obviamente se deve a Max, um piloto brilhante, mas também de Pérez, que consegue se adaptar ao carro e trazer resultados que no passado recente Albon, Gasly e Kvyat não trouxeram. 

    Quem previa uma corrida chata, Paul Ricard proporcionou por diversas circunstâncias, uma corrida muito boa, competitiva, com disputas interessantes. Hoje se comemora, amanhã os trabalhos recomeçam pois nos próximos dois fins de semanas, a F1 estará em Red Bull Ring para os GP da Áustria e da Estíria.

PS: Tenho de chamar a atenção aso horríveis troféus dados aos pilotos, um King Kong com as cores da França. 

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