domingo, 26 de março de 2017

A VOLTA DA FERRARI, A VOLTA DE VETTEL


    Mais uma temporada se inicia, o palco é a simpática pista de Melbourne na Austrália, as condições eram as melhores possíveis. A primeira largada é abortada por causa de posicionamento errado dos carros no meio do pelotão, melhor para Ricciardo que corria contra o tempo para conseguir largar dos boxes.
   Na largada para valer os pilotos se respeitam e passam a primeira curva sem incidentes.Felipe Massa larga muito bem e por fora consegue ganhar uma posição. Vettel mesmo largando por fora, na parte suja da pista consegue se manter em segundo e depois começa a se aproximar da Mercedes de Hamilton. No meio da volta Magnussen e Ericsson se tocam e vão para a brita. Apenas na segunda volta da corrida é que Ricciardo consegue largar, com a corrida completamente comprometida. 

Acidente entre Magnussen e Ericsson.


   Na volta cinco, Vettel continua próximo de Hamilton mas a grande pressão aerodinâmica causa muita turbulência para o carro de trás fazendo com que a ultrapassagem se torne mais difícil do que antes, mesmo com todos os recursos. Bottas se estabiliza em terceiro e em quarto, distante dos líderes está Kimi Raikkonen.
   Na volta dez a transmissão de TV pega a câmera do cockpit de Vettel, e é evidente o esforço do piloto com esse modelo de carro mais robusto. A vantagem de Hamilton para Vettel se estabiliza nos dois segundos. A corrida fica em compasso de espera.

   Já na volta treze, Palmer é o primeiro piloto a ter problemas e justamente com freios, ficando mais lento. Lance Stroll começa a atacar o outro novato Giovinazzi, a preocupação de todos era de que ambos se encontrassem na pista e batessem. 

   Na volta catorze o motor da Haas de Romain Grosjean se entrega e o surpreendente desempenho acaba de maneira melancólica. Alonso mesmo com todas as dificuldades da Mclaren assume a décima posição.
    Na volta dezessete, Vettel começa a se aproximar mais intensamente de Hamilton e o piloto inglês entra nos pits e coloca os pneus Macios, ou seja, o mais duro do fim de semana. Vettel permanece na pista mesmo nas voltas seguintes.
    Na volta vinte Sainz e Perez fazem um pega incrível, e o mexicano consegue grande ultrapassagem. Na mesma volta Massa para nos pits. Hamilton com pneus novos cola em Verstappen.
    Na volta 23, Vettel para nos pits e volta exatamente a frente de Verstappen e Hamilton. O jovem piloto holandês até coloca o carro lado a lado mas Vettel prevalece.
   Na volta 25, Marcus Ericsson abandona com a quebra do motor.  Hamilton se desespera por ficar atrás de Verstappen por dois motivos: Primeiro: Ficando atrás de um carro mais lento se perde tempo evidentemente. Segundo: A pressão aerodinâmica faz os pneus de quem vem atrás se desgastarem mais.  
    Após as paradas a diferença entre Vettel para Hamilton era de aproximadamente seis segundos. Quem começava a voar baixo mas claramente vinha para uma estratégia de duas paradas era Bottas. 
    Na volta 29, Ricciardo abandona e termina com seu fim de semana sofrível. Pelo menos o público pode ficar perto de seu ídolo e tirar fotos.
    A partir da volta 30 os pilotos da frente começam a pegar tráfego, nessa disputa Bottas se aproxima de Hamilton. No giro 37, Vettel tinha mais de sete segundo de frente para Hamilton, e o inglês tinha um pouco mais de três para o finlandês Bottas. Nesse momento fica evidente que a disputa pelo segundo lugar é mais intensa do que pela vitória, melhor para a Ferrari.
    Faltando quinze voltas, Bottas continua forçando Hamilton a correr mais. Verstappen se aproxima de Raikkonen e a briga entre eles começa. Lance Stroll sai da pista, se perde no traçado, perde muito tempo passeando na grana e depois abandona.
     Na quinquagésima passagem. Raikkonen consegue suportar a pressão de Verstappen fazendo uma sequência de voltas rápidas. Hamilton e Bottas ficam ainda mais próximos devido aos retardatários, aliás, pilotos do pelotão intermediário que estavam entre os dez primeiros. Na mesma volta Magnussen abandona com o carro da Haas, péssimo fim de semana para a equipe.
    Faltando cinco voltas para o fim, Alonso é ultrapassado na reta por Hulkenberg e Ocon, o piloto da Mclaren tem problemas da suspensão e depois abandona.
    
Momento bonito na corrida e de sofrimento para Alonso.

   As últimas voltas foram um passeio para Vettel, para que pudesse curtir esse momento tão importante, esse retorno da mais tradicional equipe ao topo da tabela de pontos após quatro anos. O resultado faz uma multidão em Albert Park ir a loucura. Abaixo o resultado oficial final da corrida.




Como de costume o blog pontua o desempenho dos dez primeiros da prova. As notas seguem abaixo.

Primeiro colocado: Sebastian Vettel - 9,5
Fez um excelente treino fazendo o segundo tempo, largou bem se mantendo em segundo e mais, se manteve próximo de Hamilton. Na estratégia e com um excelente ritmo de prova consegue a vitória, justa. A Ferrari voltou.

 Segundo colocado: Lewis Hamilton - 9,0
Fez tudo certo na qualificação e na largada, mas se precipitou um pouco ao antecipar a parada, quando voltou ficou atrás de Verstappen comprometendo a sua corrida.

Terceiro colocado: Valtteri Bottas - 8,5
Se no treino foi discreto na corrida se mostrou seguro e com um ritmo de corrida muito bom, fazendo tudo certo na estréia e garantindo um pódio. Pode dar trabalho para Lewis.

Quarto colocado: Kimi Raikkonen - 7,0
Fez um treino discreto, mas largou bem se mantendo em quarto e quando exigido soube resistir aos ataques de Verstappen. Pela vitória de Vettel, Raikkonen passará a ser mais exigido.

Quinto colocado: Max Verstappen - 7,5
Fez tudo o que podia e se esperava, a Red Bull não tem um carro tão bom quanto as Ferrari e nem a Mercedes mas está bem a frente dos outros.

Sexto colocado:Felipe Massa - 8,0
Se não fosse a vitória de Vettel, talvez, Massa fosse o piloto do dia, conseguindo um excelente resultado com a Williams. O carro é razoável mas o trabalho dele foi muito bom garantindo pontos a equipe de Grove. Talvez Lance Stroll devesse aceitar Massa como seu tutor, teria muito a aprender.

Sétimo colocado: Sergio Perez - 7,5
Perez começou a prova de maneira bem discreta mas subiu de produção ao longo do GP e fechou o dia em uma boa sétima posição.

Oitavo colocado: Carlos Sainz - 7,5
A Toro Rosso conseguiu fazer um carro bastante razoável e conta com dois pilotos de um bom nível técnico, prova disso é que ambos chegaram em oitavo e em nono respectivamente. Com um pouco mais de ritmo e parando um pouquinho mais cedo o espanhol poderia ter chegado um pouquinho se mais a frente.

Nono colocado: Danill Kvyat - 7,0
Fez seu trabalho direitinho, pontuou mas perdeu a batalha interna contra Sainz.

Décimo colocado: Esteban Ocon - 7,0
Estrear na F1 não é fácil, mas Ocon se portou bem na corrida e fechou o dia em décimo, ganhando um precioso ponto.     

A chegada triunfante de Vettel.


Uma única prova não pode ser parâmetro para a temporada inteira mas com certeza o resultado mostra que esse ano teremos uma disputa mais acirrada na ponta e as ultrapassagens serão mais escassas.  A próxima corrida acontece em duas semana na quente e úmida pista de Sepang na Malásia.



sábado, 25 de março de 2017

MELBOURNE - O TREINO DECISIVO.

A nova temporada da F1 se inicia em Melbourne, na Austrália, repleta de expectativas sobre o desempenho dos novos carros e na relação de forças entre as equipes. Os treinos livre esfriaram um pouco os ânimos, com resultados não muito satisfatórios.

Os treinos livres mostraram que realmente os carros estão muito mais rápidos, Hamilton fechou o treino abaixo do tempo de 2011, que era o recorde da pista. A relação entre Mercedes e Ferrari decepcionou pois os carros prateados pareciam muito mais rápidos. A única notícia digna de nota é que Pascal Wehrlein não apresentou condições físicas adequadas para correr, o preço das novas exigências dos carros, sendo trocado elo italiano Antonio Giovinazzi. A Sauber começa com problemas em um ambiente conturbado,

No treino classificatório, nenhuma grande surpresa no Q1, os pilotos Lance Stroll, Jolyon Palmer, Vandoorne, Kevin Magnussen e Giovinazzi foram limados da disputa. Curioso é perceber que houve uma grande variedade de equipes presentes, mostrando claramente o desnível técnico entre primeiro e segundo pilotos nas equipes menores. Por exemplo, enquanto Palmer ficou em vigésimo seu companheiro de equipe Nico Hulkenberg fechou a sessão em quinto.

No Q2, a ameaça de chuva pairava no ar mas a sessão transcorreu sem nenhuma gota de chuva. Chamava a atenção durante a transmissão um novo mapa de velocidade, mostrando não somente o desempenho do piloto nos 3 setores da pista, mas em 30 pontos de aferição ao longo do circuito, mostrando de maneira mais completa o desempenho do piloto. Sobre o Q2 propriamente dito Alonso sofria com a Mclaren, a vibração do carro era tão intensa que interferia no desempenho de diversos componentes de seu bólido, inclusive o motor. Marcus Ericsson se conformava em ficar na décima quinta posição, sendo esta p limite para a Sauber. A Ferrari e Red Bull começavam a acentuar a disputa pela segunda fila da corrida, com vantagem para a equipe italiana. Ao fim do Q2, além de Ericsson e Alonso são eliminados Esteban Ocon, Hulkenberg e Sérgio Pérez. A pole provisória ficou com Bottas seguido por Hamilton.


No intervalo que antecedia o Q3, a pista começava a molhar com a chuva fina que caia. os pilotos rapidamente iam para as pistas. Hamilton fechava a sua volta e tomava para sia a pole position, Vettel por apenas dois milésimos supera Bottas e fica em segundo. A briga ficava interessante quando Ricciardo roda e bate no muro de pneus, causando bandeira vermelha na pista. O desapontamento é geral, do piloto que corria em casa, da equipe que esperava um melhor posicionamento e da torcida que lotava o circuito. Depois de um pouco mais de dez minutos o treino recomeçava com oito minutos no cronômetro e pista seca, pelo pouco tempo que resta os pilotos que não haviam marcado tempo partiriam para apenas um tentativa de volta rápida. 

No vídeo abaixo o acidente de Ricciardo.



O fim do treino é agitado, Bottas por alguns segundos fica na pole, mas Hamilton rouba o doce na boca da criança e depois Vettel também o ultrapassa. Raikkonen decepciona e fica em quarto mas muito distante. Max Verstappen fica em quinto com a sua Red Bull. A surpresa do dia Romain Grosjean é o sexto colocado, excelente posição para a Haas. Em sétimo o brasileiro Felipe Massa, em oitavo Carlos Sainz, em nono Kvyat e em décimo sem tempo Ricciardo.

Hamilton na frente novamente, quem pega?

Sobre o treino algumas considerações, a Ferrari está abaixo sim da Mercedes mas bem mais próxima do que no ano passado.E por falar em Mercedes, Hamilton confirma seu favoritismo e conquista a sua sexta pole position na Austrália, se igualando a Senna nessa estatística. 

Domingo a corrida acontece às duas da manhã, com transmissão da Rede Globo e vt completo no Sportv 2 ás dez da manhã. Vale a pena conferir esses nossos carros e todos contra a Mercedes. 





segunda-feira, 20 de março de 2017

TEMPORADA 2017 DA F1 - Parte Final


A pré temporada já terminou e muitas equipes estão animadas com o desempenho que podem ter ao longo da ano, entretanto algumas equipes se mostraram mais pessimistas. Muitos são os motivos para que essas equipes estejam desanimadas antes mesmo do da estréia em Melbourne. A falta de desempenho, parcerias mal planejadas e claro, falta de dinheiro. Para as equipes a seguir as perspectivas não são muito animadoras, mas quem sabe possam vir a surpreender?


Mclaren - Motor: Honda - Pilotos: Fernando Alonso e Stoffel Vandoorne

O jovem Stoffel e o veterano Fernando Alonso.


A Mclaren resgata o laranja de seus primórdios.


A tradicional equipe de Woking, segunda mais antiga no grid, detentora de vários títulos, por onde lendas correram tais como Prost, Senna, Lauda, Fittipaldi, Hamilton, Raikkonen, hoje sofre com uma parceria que não dá certo com a Honda. Se no passado essa parceria deu muito certo, no momento ele vem se mostrando frustante, o carro tem sérios problemas de confiabilidade, o motor não é dos melhores e para piorar existe um conflito interno pelo controle da equipe, o afastamento de Ron Dennis não aconteceu por um acaso. Quem mais sofre com isso são os pilotos, Button preferiu tirar um ano sabático mas não dá pinta nenhuma que regressará, ainda mais com esse carro carroça. Fernando Alonso, que para muitos ainda é o melhor piloto do grid sofre para chegar ao fim da prova e a conquista de míseros pontos é comemorado com entusiasmo, mas nem ele irá resistir em ficar na equipe se o carro não colaborar. O outro piloto, que terá a dura missão de substituir Jenson Button é o estreante Stoffel Vandoorne, que tem um currículo interessante sendo campeão da GP2. O jovem belga chegou a disputar uma ano passado,no Barein,substituindo Fernando Alonso lesionado após o acidente na Austrália, e não fez feio, chegou em décimo, marcando um precioso ponto. Resta saber o que acontecerá na Mclaren esse ano, irá melhorar e voltar a disputar com as grandes ou vai mergulhar em crise, que poderá inclusive romper com a Honda. Veremos como será isso a partir do dia 26.

Scuderia Toro Rosso - Motor: Renault - Pilotos: Carlos Sainz Jr. e Daniil Kvyat


Daniil Kvyat e Carlos Sainz, jovens promissores.


A nova Toro Rosso ficou mais "vermelha", como o próprio nome.



A equipe filial da Red Bull fez no ano passado com motores Ferrari um desempenho bastante digno e inclusive deu suporte para que Max Verstappen subisse ainda no início da temporada para a equipe principal. A equipe esse ano vai contar com os motores da Renault e é esperado uma pequena queda de desempenho por conta disso, fora o fato que possui dois pilotos "normais", sem talentos acima da média. A grande aposta da equipe é apresentar um bom pacote aerodinâmico e conseguir pontuar sempre que possível, melhor ainda se a Renault entregar motores capazes de impulsionar a equipe italiana. Entre os pilotos aparentemente não existe uma grande rivalidade mas tanto Daniil Kvyat que foi "rebaixado" de equipe como o jovem Carlos Sainz Jr. precisam mostrar serviço para aspirarem uma vaga na equipe principal. 

Renault F1 Team - Motor: Renault - Pilotos: Nico Hulkenberg e Jolyon Palmer

O incrível Hulk e o jovem Palmer, esperanças da Renault.

A Renault troca o "amarelão" pelo negro.

A equipe Renault ano passado não fez os resultados esperados e resolveu investir em um piloto mais capaz, mais rodado e que se tivesse tido a oportunidade adequada talvez conseguisse conquistar um campeonato: Nico Hulkenberg. O piloto alemão terá a missão de liderar a equipe e paralelamente ser um tutor para o seu jovem companheiro de equipe, Palmer. A Renault depois de muitos problemas alega que seus motores estão mais confiáveis e resistentes, se estiverem talvez a equipe possa chegar com frequência aos pontos, imaginar algo além disso, no momento, seria ilusão.

Haas F1 Team - Motor: Ferrari- Pilotos: Romain Grosjean e Kevin Magnussen


Grosjean e Magnussen, um boa dupla para 2017


Os americanos querem ser protagonistas esse ano.



A Haas ano passado chegou fazendo alvoroço, logo na primeira etapa pontuou com Grosjean, depois disso a equipe teve uma perda de rendimento e pouco pontuou na temporada. Por pontuar e ficar a frente de equipes mais tradicionais, um feito considerável para uma equipe estrante o time merece credibilidade. A equipe americana até o momento está fazendo tudo certo, juntou um staff técnico muito bom, que entende da F1, juntou a grana e a vontade de vencer típicas do americano e tem pilotos capazes de conseguirem bons resultados. A tradição americana na F1 é de longa data, seja os motores Cosworth da Ford, os pneus Goodyear, circuitos belíssimos mas equipe com um projeto sério é a primeira. Romain Grosjean que começou mal na categoria, chegando ao absurdo de ser suspenso por dirigir perigosamente hoje se mostra uma piloto capaz e talentoso, e merecedor de estar na F1. O outro talvez seja menos habilidoso mas muito seguro, Magnussen de quebra trás consigo experiência com outras equipes, e talvez possa contribuir para o crescimento da Haas.


Sauber - Motor: Ferrari - Pilotos: Marcus Ericsson e Pascal Wehrlein


Wehrlein e Ericsson são talentosos, mas será quem conseguirão trabalhar juntos?


A Sauber apresenta um carro muito bonito, mas será competitivo?


A Sauber por muito pouco não foi limada da temporada, conseguiu dois pontos no Brasil com o piloto Felipe Nasr no ano passado, ultrapassou a Manor na temporada que só tinha um ponto e com o dinheiro da premiação conseguiu estar no grid esse ano. O motor Ferrari se mostra confiável mas a equipe precisa de muitas melhorias técnicas, no passado recente por exemplo a equipe era conhecida por conseguir poupar bem os pneus, hoje a aerodinâmica da equipe fica e muito a desejar. Dos pilotos que terão a dura missão de levarem a Sauber aos pontos estão, o sueco invocado Marcus Ericsson, que apesar de constantemente está a frente de Nasr na temporada anterior, não foi ele o salvador da equipe. Esse ano a equipe conta com um piloto alemão bastante promissor, Pascal Wehrlein. Se a equipe souber tirar proveito de ambos poderá quem sabe fugir dessa última posição, mas se ambos entrarem em briga, como houve ano passado, será difícil a equipe sair do buraco.


domingo, 19 de março de 2017

TEMPORADA 2017 DA F1 - Parte 1

Mais uma temporada da F1 se inicia, esse ano com expectativas elevadas por causa das várias mudanças técnicas.  Visivelmente os carros tem duas mudanças significativas, a primeira é o retorno das barbatanas na parte traseira dos bólidos, com certeza a aerodinâmica dos carros será alterada e podemos ter algumas equipes capazes de diminuir a diferença de tempo da Mercedes, a equipe atual tri-campeã da categoria. A outra mudança que, com certeza, chama ainda mais a atenção são os pneus mais largos. Esses pneus ajudam no downforce do carro, os mantendo mais "presos" ao chão e consequentemente os carros ficam mais estáveis e rápidos. Outra característica desses novos pneus é a durabilidade, em algumas corridas seria possível correr sem fazer a parada de box se não houvesse a obrigatoriedade do uso de dois compostos. Veremos muitas corridas com uma ou duas corridas no máximo.

E sobre as equipes e pilotos, o que podemos esperar sobre elas? Vamos analisar as equipes agora.

Mercedes GP - Motor: Mercedes - Pilotos: Lewis Hamilton e Valtteri Bottas.

Lewis Hamilton e Valtteri Bottas.

A Mercedes com linhas mais brilhantes, no estilo "Tron".


A equipe Mercedes com absoluta certeza tem o melhor motor do grid, além disso tem um carro com uma excelente aerodinâmica, consumindo pouco combustível e gasto dos pneus. Falar dos pilotos é fácil, Lewis é certamente o melhor piloto do grid atualmente, mesmo perdendo ano passado para Rosberg, o inglês invariavelmente consegue tirar o melhor do carro. Bottas herdou essa vaga e tem como objetivo primeiro conseguir pódios e acompanhar de perto seu companheiro. Tem muita gente torcendo contra o finlandês para "roubar" essa vaga, essa pressão é a única coisa negativa para a equipe. Pouco em vista dos atritos que aconteciam entre Rosberg e Hamilton.

Scuderia Ferrari - Motor: Ferrari - Pilotos: Sebastian Vettel e Kimi Raikkonen.

Raikkonen e Vettel, cinco títulos mundiais ao todo.
A Ferrari e suas cores tradicionais.

De todas as equipes a que mais empolgou nessa pré-temporada foi a Ferrari. Fazendo constantemente nos treinos os tempos mais rápidos inclusive usando compostos mais duros, a equipe de Maranello parece ter acertado a mão nesse carro e pode, quem sabe, surpreender a Mercedes. Os pilotos da equipe são extremamente competentes, diferenciados, ex-campeões do mundo e não nutrem a princípio uma rivalidade interna. Vettel esteve abaixo da média ano passado mas com certeza é a aposta principal da equipe para chegar ao topo de novo. Kimi não é o mesmo dos seus áureos tempos, mas ainda tem lenha para queimar e pode surpreender se tiver oportunidade.

Red Bull Racing - Motor: Tag Heuer (Renault) - Pilotos: Daniel Ricciardo e Max Verstappen


Os promissores Max Verstappen e Daniel Ricciardo.
O carro com tons mais escuros exibe uma beleza ímpar.

A equipe das latinhas energéticas foi discreta nessa pré-temporada, mas é conhecida por seus carros primarem na aerodinâmica, fora esse fato a dupla de pilotos talvez seja a mais promissora do grid, pois ambos tem gana de vitória, arrojo e se tiverem um carro competitivo poderão disputar o título. O ponto fraco da equipe entretanto é o motor, aliás, por problemas com a relação entre RBR e Renault a equipe austríaca nem usa o nome da montadora francesa oficialmente. Se a Renault conseguir entregar um motor competitivo, pode ser que a Red Bull possa disputar o título também.


Force India - Motor: Mercedes - Pilotos: Sergio Pérez e Sebastian Occon

Sebastian Occon e Sergio Pérez.

O tão falado carro rosa.

A simpática equipe indiana em nenhum momento na pré temporada havia se destacado pela sua velocidade ou rendimento, chegou a apresentar o carro da temporada, muito parecido com o do ano anterior mas causou um alvoroço com o carro "rosa", para destacar um de seus patrocinadores. O motor Mercedes com certeza ajuda o carro em circuitos de alta velocidade mas falta muito para ser uma equipe capaz de brigar por pódios. dos pilotos a esperança de pontos reside em Sergio Pérez, o mexicano voador, que apesar de inconstante, quando está inspirado corre muitíssimo bem. Já Occon é uma incógnita, levado à equipe por causa da Mercedes, correu ano passado na Manor e não mostrou absolutamente nada. A expectativa da equipe seria de ficar entre as cinco melhores no ano.




Equipe: Williams - Motor: Mercedes - Pilotos: Felipe Massa e Lance Stroll


Felipe Massa e Lance Stroll.

Carro muito similar ao 2016 esteticamente, mas com um potencial bem maior.


Além da Ferrari, outra equipe aparentemente feliz com a pré temporada é a Williams. Se no início do ano tudo parecia complicado com a aposentadoria do Massa e com o assédio da Mercedes em cima de Bottas, tudo mudou como um passe de mágica. Primeiro, Massa aceita regressar a a categoria, sendo um piloto experiente, não faz besteira, pode não ser tão rápido como era mas conseguiu surpreender se adequando a esse novo modelo de carro e pneus. A parceria com a Mercedes rendeu frutos pois a equipe, apesar de ter cedido Bottas, ganhou motores Mercedes para a temporada sem custo e de quebra abriu vaga para Lance Stroll e seus caminhões de dinheiro aportarem em Grove. Se por um lado o piloto é inexperiente e aparentemente um pouco arrogante, por outro o grande problema da Williams é dinheiro e isso parece ter sido solucionado essa temporada. Quem sabe a Williams consiga surpreender esse ano, se trata da última equipe "garagista" da categoria, sem um grande grupo ou montadora mandando e desmandando em tudo.



Como puderam percebe o blog deu uma pausa nos posts sobre os Templos Sagrados da F1, mas por um motivo justo, de apresentar os carros e pilotos para a temporada 2017. Amanhã sairá a segunda parte da Temporada 2017 da F1 pois a temporada já começa dia 26 de março.

quinta-feira, 16 de março de 2017

TEMPLOS SAGRADOS DO AUTOMOBILISMO - ZANDVOORT


       A Holanda é conhecida pelo seu futebol belíssimo, apesar de nunca ter conquistado uma Copa do Mundo, pelo seu liberalismo em relação a sexo e drogas, mas poucos se recordam que a Holanda, esse simpático país localizado abaixo do nível do mar, possui um dos circuitos mais interessantes da história da F1: Zandvoort. Apesar da inexpressão no cenário automobilístico do país, a pequena cidade holandesa resolveu pouco antes da Segunda Guerra Mundial criar um autódromo capaz de alavancar a economia local.

    Com a eclosão da Segunda Guerra em 1939 e a dominação nazista na região, os planos de construção do autódromo pareciam cancelados, mas usando de perspicácia, o então prefeito, Van Alphen manipulou obras dos nazistas na região alegando que longas retas serviriam para o desfile das tropas alemãs na região. Com o fim da Segunda Guerra, mesmo quase falida, a Holanda estava próxima de possuir seu circuito graças aos esforços involuntários dos nazistas. Com a ajuda financeira do Auto Clube Real Inglês e um sucessor na prefeitura com vontade de continuar com o intento, o famoso circuito de Zandvoort foi finalizado e inaugurado em 1948.


Primeira corrida em Zandvoort em 1948.


       O circuito holandês se encontra dentro de um parque florestal e próximo à praia, com uma grande reta, curvas de altíssima velocidade, subidas e descidas que fazem do circuito um dos mais desafiadores e rápidos da história. A areia da praia também se torna um fator de emoção, pois torna a pista mais escorregadia e traiçoeira. Além disso tudo, o traçado é relativamente estreito, com no máximo dez metros de largura, uma característica marcante dos circuitos mais antigos. Uma curiosidade do traçado é o nome da curva mais brusca do circuito, a Tarzan. Apesar de sinuoso, Jackie Ickx em 1971 com a sua Ferrari registrou uma volta com a média horária de absurdos 192 km\h.

    A prova inaugural foi realizada sob a bandeira britânica, uma forma de compensar os investimentos ingleses na região. O traçado fez sucesso e logo foi integrado ao calendário das corridas das principais provas do mundo.

        Em 1952, a primeira corrida oficial pela Fórmula 1 foi realizada e vencida por Alberto Ascari, da Ferrari. No ano seguinte o piloto italiano repetiria o feito. De maneira quase ininterrupta o GP holandês ocorreu desde 1952 até 1985, exceções feitas aos anos de 1954,1957 e 1972.


Ascari com a sua Ferrari recebendo a bandeira quadriculada.


       O grande nome de Zandvoort de fato foi o rápido piloto Jim Clark. O escocês voador venceu quatro corridas em cinco anos no desafiador circuito. Clark foi o grande nome da F1 na década de 1960. Jack Stewart e Nikki Lauda também se destacaram no domínio do perigoso traçado, vencendo cada uma três vezes. Lauda inclusive teve o privilégio de ser o último vencedor de Zandvoort em 1985, pela Mclaren.


Jim Clark liderando em Zandvoort em 1964.


       O circuito de Zandvoort na década de 1970 necessitava de melhorias como instalação de guard rails e áreas de escape para proporcionar uma maior segurança aos pilotos. Uma empresa chamada CENAV, com o apoio da marca de cigarros Marlboro investiu pesadamente no circuito e realizou as obras necessárias, garantindo assim a permanência de Zandvoort por muito mais tempo na F1.


Senna (atrás) contra o então campeão Nikki Lauda no circuito holandês em 1985.


        Em 1985, entretanto, a empresa, que havia arrendado o circuito faliu. Sem condições de arcar com os custos que a F1 exigia e com dívidas, o circuito saiu do calendário, quase indo à falência.

      O circuito se revitalizou, passou por reformas recentes e, atualmente mesmo que diferente da concepção original, consegue abrigar provas da F3 e da DTM, principal categoria de turismo do mundo.

A DTM, principal categoria de turismo do mundo corre em Zandvoort.


     Hoje é muito complicado imaginar o retorno de Zandvoort à F1, pela questão ambiental que frequentemente é colocada em questão por causa do circuito no meio da floresta, pela falta de estrutura nos moldes exigidos pela categoria. Pelo seu custo financeiro para sediar uma etapa e por principalmente por não termos atualmente uma geração com apego sentimental a esse fantástico traçado. Apesar de esquecidos por alguns e desconhecido por muitos, Zandvoort não deixa de ser uma marca linda na história da F1.

      A única alegria real dos holandeses, no que tange a automobilismo, reside no seu outro circuito, mais moderno, o de Assen, chamado de "A Catedral" que realiza provas de Moto GP.

quarta-feira, 15 de março de 2017

TEMPLOS SAGRADOS DO AUTOMOBILISMO - NURBURGRING

     O blog Radio Paddock Brasil ultrapassa a marca de duas mil visualizações. Em muito, essa marca foi conquistada graças aos posts da série Templos Sagrados do Automobilismo, que visa mostrar autódromos relegados pela F1 recentemente.

     A postagem de hoje fala de um dos mais tradicionais circuitos existentes, um local encantador, desafiador e às vezes mortal. Estamos falando de Nürburgring. Esse traçado desafiador não por acaso tinha o apelido de "Green Hell", traduzindo livremente seria o "Inferno Verde". O local é um gigantesco complexo, dentro de um floresta localizado na planície da Renânia e próximo às cidades de Colônia e Frankfurt. Em sua configuração original, o traçado tinha absurdos 28 km de extensão. Várias corridas de F1 foram feitas com essa configuração e por vezes pilotos sofriam com as condições climáticas diferentes dentro de uma mesma volta e chefes de equipe com a incerteza se os pilotos completariam a volta ilesos. 

     Entre os anos de 1982-1983, o circuito sofreu reformas para se adequar a nova realidade da categoria e por questões de segurança, o traçado principal foi reduzido para apenas 5 km aproximadamente. O traçado antigo, entretanto, foi conservado e pode ser visitado pelo público e algumas categorias ainda o utilizam. Outras duas versões do circuito foram criadas para comportarem categorias menores. 

     O circuito em seus primórdios tinha como objetivo comportar corridas e ser palco de testes para os carros alemães da Mercedes e da agora extinta Auto Union. A primeira versão do circuito era o Nürbur-Ring, um complexo oval onde as principais corridas do automobilismo europeu aconteciam no período pré Segunda Guerra. Lendas como Tazio Nuvolari, Bernd Rosemayer e Rudolph Caracciola mostravam seu talento e coragem para pilotarem a mais de 300 km por hora em verdadeiras banheiras motorizadas.


Os carros de corrida no período Pré Segunda Guerra.


    A versão Green Hell foi a que ficou estabelecida no início da F1 e novos pilotos surgiram para dominarem esse traçado fantástico mas extremamente perigoso. Ascari, Fangio, Moss, Clark, Surtees, Stewart e Ickx foram os principais nomes desse período. Apesar de todos esses talentos terem corrido nesse circuito encravado na floresta negra, com piso de asfalto e concreto, o recordista da pista foi o suíço Clay Ragazzoni, da Ferrari com 7:06.4 

    O italiano Alberto Ascari teve a honra de ser o primeiro vencedor da etapa, vencendo em 1951 e repetindo o feito em 1952, ambas vitórias pela Ferrari. Juan Manuel Fangio e Jack Stewart foram os maiores vencedores nesse traçado com 3 vitórias cada. O curioso é que ambos venceram três vezes com equipes diferentes mostrando que o talento era mais imprescindível do que a máquina. 


Stewart literalmente voando em Nürburgring em 1969.


    O circuito obteve melhorias poucos anos depois do acidente com o então campeão do mundo Nikki Lauda. O piloto, após a sua batida, chegou a receber a extrema unção no hospital, pois nem mesmo os médicos acreditavam em sua recuperação após as queimaduras. Nikki sobreviveu e voltou as pistas ainda naquele ano mas com marcas do acidente. O filme "Rush" mostra muito bem essa situação.


Imagem do acidente de Nikki Lauda.


     O novo traçado estreou na categoria em 1984 após a reforma e o GP deixou de ser a casa do GP da Alemanha e passou a ser o GP da Europa, para que Hockenheim também pudesse ter uma etapa da F1. Exceção feita nos anos de 1997 e 1998, anos em que a etapa foi nomeada como GP de Luxemburgo mesmo ficando a mais de 60 km de distância da pequena república dos Países Baixos. 

   O primeiro vencedor nesse novo traçado foi o francês Alain Prost, porém o grande nome dessa nova fase de Nürburgring foi o alemão Michael Schumacher que triunfou cinco vezes (1995, 2000, 2001, 2004 e 2006).

   No vídeo abaixo de 1991, uma pequena amostra do talento do alemão em 1995 em um combate lindo contra Jean Alesi pela liderança da corrida.





    O último vencedor da corrida foi Sebastian Vettel em 2013. Depois disso a etapa foi preterida do calendário, nem mesmo revezando com Hockeheim a corrida da Alemanha. A expectativa é que esse maravilhoso traçado volte em breve a categoria pois é inesquecível.

AUTOMOBILISMO VIRTUAL - SONHOS E COMPETIÇÃO.

Com o advento da internet, o mundo conheceu uma verdadeira revolução no modo de se relacionar entre as pessoas. O contato não precisava ser ...