terça-feira, 20 de março de 2018

TEMPLOS SAGRADOS DO AUTOMOBILISMO - ANDERSTORP


A famosa série Templos Sagrados do Automobilismo regressa, agora em 2018, trazendo mais alguns circuitos lendários da F1. Nessa compilação de circuitos históricos muitas histórias foram revividas, muitos personagens foram destacados e hoje mais um capítulo serpa acrescido nessa coletânea, hoje falaremos de Anderstorp, o circuito sueco que esteve presente na F1 na década de 70.

Anderstorp Motorbana, também chamado de Scandinavian Raceway, é um circuito que existe até os dias atuais, mas que se destacou internacionalmente apenas na década de 1970, quando esteve presente no calendário da F1. Localizado na parte rural da Suécia, foi construído aproveitando a parte de uma pista de pouso existente. O circuito permanente de 4.031 metros não teve significativas mudanças em seu traçado, desde a sua abertura em 1968 até os dias atuais, conservando as principais características da pista.

A pista sueca debuta na F1 coincidentemente na época em que Ronnie Peterson também surgia para a categoria. O sucesso da pista no calendário muito se dá por conta da presença de um piloto do país correndo na categoria mais importante do mundo.

A primeira fila da corrida inaugural, Peterson (pole) e Cevért (em segundo)


O primeiro GP da Suécia ocorre em 1973, o neozelandês Denny Hulme com a sua Mclaren vence a corrida, chegando a apenas quatro segundos a frente da Lotus de Ronnie Peterson, o piloto da casa e que havia sido o pole position. Fraçois Cévert com a Tyrrel completou esse primeiro pódio na corrida inaugural do GP da Suécia.

Hulme leva a sua Mclaren a vitória em 1973.


O segundo GP da Suécia ocorre no ano seguinte, desta vez o final da corrida foi protagonizado pelas Tyrrel de Jody Schekter e Patrick Depailler. O final da prova foi um disputa acirrada entre os companheiros de equipe, e só um pouco atrás vinha James Hunt a espreita de uma oportunidade. O final de prova sensacional foi marcado pela chegada apertada de ambos, menos de um segundo separa o vencedor Schekter do segundo colocado Depailler, que havia sido também o pole position nos treinos. A três segundos de distância completando o pódio chegou Hunt, e na quarta posição o brasileiro Emerson Fittipaldi.

Domínio absoluto da Tyrrel na corrida de 1974


No GP de 1975, foi a vez da equipe mais tradicional da categoria chegar ao topo do pódio, com a ajuda de Niki Lauda. Mesmo não tendo feito uma boa classificação, o bom carro da Ferrari, a quebra do pole position Vittorio Brambilla e a tocada suave de Lauda o levaram a vitória. Carlos Reutemann com a Brabham foi o segundo e a outra Ferrari, a de Clay Regazzoni fechou o pódio.

Em 1976, pela primeira vez repete-se um vencedor. A Tyrrel com Schekter chegam a frente novamente e quebram o tabu do pole position não vencer na Suécia. A outra Tyrrel de Depailler chega em segundo lugar e Lauda com a Ferrari em terceiro.

Em 1977 um pódio surpreendente se forma na Suécia, A Ligier de Jacques Laffite conquista a vitória, mesmo tendo largado em oitavo. Jochen Mass da Mclaren, que largou em nono chegou em segundo, seguido por Carlos Reutemann da Ferrari, este havia largado em décimo segundo e completado o pódio, um excelente resultado. A felicidade do vencedor Laffite era enorme pois este foi o seu primeiro triunfo na F1 (ele ganharia apenas 6 corridas na carreira).

A alegria do incontida do vencedor Laffite.

Em 1978, a última corrida na Suécia na F1, foi marcada por um presságio, seria a última temporada de Ronnie Peterson na categoria pois quase no fim dessa temporada ele sofreria um acidente mortal. Nesse GP da Suécia, Niki Lauda, agora piloto da Brabham, conquista uma importante vitória para a equipe. O ainda jovem Ricardo Patrese com a sua Arrows, surpreende e chega em segundo lugar, por um carro de vantagem para o piloto da casa, o sueco Ronnie Peterson. A corrida que teve uma boa disputa entre o então líder Mario Andretti e Lauda e depois entre Patrese e Peterson, se despede dignamente do calendário da F1.

A Brabham parecia ter uma turbina na traseira.


Ronald "Ronnie" Peterson, morreu cedo demais.

O circuito hoje não pensa em retornar a F1, categorias regionais utilizam o seu traçado atualmente, mas categorias com o WTCC e Superbikes passaram por lá recentemente. Anderstop é um desses circuitos charmosos que infelizmente não se adequam mais a realidade da F1 e além disso, fica distante dos grandes centros europeus o que complica a logística de outras categorias para utilizarem seu traçado histórico.

A F1 recomeça nesse fim de semana e até lá, espero que esses post divirtam a todos e resgate um pouco da nostalgia em volta da categoria máxima do automobilismo.


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