quinta-feira, 8 de março de 2018

AS MULHERES DO AUTOMOBILISMO

E hoje, dia 8 de março, comemoramos o dia delas, o Dia Internacional da Mulher. Data importante para reconhecermos e relembrarmos a luta das mulheres ao longo da história. Seja no criminoso incêndio que vitimou mais de uma centena de operárias em 1857, ou no episódio conhecido como "Paz e Pão" na Rússia em 1917, quando se rebelaram contra o Czar Nicolau II, as mulheres brigaram, e muito para conquistar o direito de igualdade entre os homens ao longo dos tempos.

Em um esporte predominado por homens, que é o automobilismo, tivemos mulheres corajosas que se aventuraram, algumas até com sucesso, nesse recinto machista. Mulheres essas que honram a história de suas companheiras e buscaram seu espaço, superando obstáculos dificílimos.

Para começar, vamos falar da pioneira da F1, Maria Teresa de Filippis. A piloto italiana correu três GP's oficiais entre 1958 e 1959, obtendo como melhor resultado um décimo lugar na corrida da Bélgica. A importância dela no esporte foi o seu pioneirismo, mostrando que era possível as mulheres serem competidoras capazes de enfrentarem os homens em pé de igualdade.

Maria, a primeira mulher na F1, quebrando tabus. 


A italiana Lella Lombardi foi a segunda mulher a pilotar na F1, e mais ainda, foi a primeira e única a pontuar na categoria máxima do automobilismo. Estreou em 1974 na equipe Brabham em 1974 mas não se classificou para a prova. No ano seguinte correu doze das catorze etapas, pontuando no GP da Espanha. A curiosidade fica por conta que nessa prova, por ter sido interrompida e finalizada com menos de 3/4 das voltas previstas, a piloto que chegou na sexta colocação acabou fazendo meio ponto pois o regulamento previa a metade dos pontos nessas situações. Ainda assim uma façanha histórica.


Lella, a única mulher a pontuar na F1.


Em outras categorias as mulheres também apareceram com destaque, uma delas é a norte americana Sarah Fisher. A piloto ficou famosa por ter uma carreira sólida na Fórmula Indy, correndo entre 1999 e 2010. Apesar de nunca ter vencido na categoria, a piloto obteve uma pole position e um terceiro lugar no GP de Kentucky. Além disso, Sarah tentou se classificar para uma corrida da F1, sem sucesso e criou a sua própria equipe na Indy, que existe até hoje.

Sarah (dentro do carro) reunida com a sua equipe.


Uma outra americana, Danica Patrick talvez seja o caso de piloto-mulher mais bem sucedida até hoje. Danica ganhou campeonatos de kart, se destacou na extinta Fórmula Ford, e sendo assessorada pelo ex-campeão da Indy, Bobby Rahal, dono da equipe Rahal-Letterman, ela ingressou na Indy em 2005. O que seria apenas uma participação nas 500 Milhas de Indianápolis, se tornou algo mais. Foi a primeira mulher a liderar a corrida, e terminou no quarto lugar, mesma posição de largada.
Danica foi a Rookie of Year (estreante do ano), fechando a temporada na décima segunda posição. Entre 2007 e 2011 ela correu pela tradicional Andretti-Green, chegando ao ápice de sua fama e sucesso. No ano de 2008, em Motegi no Japão, a piloto venceu a corrida, com muita inteligência e perícia, soube economizar combustível nas voltas finais, e com uma parada a menos, triunfou para fazer história.
No ano de 2012, a piloto ingressou na Nascar, a categoria de stock car mais famosa do mundo. Apesar de nunca ter vencido na categoria em que está até hoje, ela pelo menos obteve uma pole position na categoria. Até recentemente especulou-se que Danica poderia ingressar na F1 através de uma equipe com desejos de propaganda e visibilidade, mas o projeto não saiu do papel. A Haas, equipe americana na F1 também cogitou a piloto mas preferiu investir em pilotos mais familiarizados com a categoria.

Danica e seu stock car. Além de rápida é linda também.


No Brasil também temos uma boa piloto, disputando corridas em pé de igualdade com os homens: Bia Figueiredo. A piloto é a única na história a vencer corridas na  Fórmula Renault e na Indy Light. Além disso a piloto paulista é a única mulher a vencer a tradicional corrida de kart do Desafio das Estrelas. O ápice da carreira foi quando ingressou na Fórmula Indy, porém sua passagem pelos monopostos americanos por equipes pouco competitivas como a Dreyer Reinbold e a Dale Coyne acabaram por não conseguir explorar todo o potencial de Bia.
Sem se abater, Bia, hoje com vinte anos de carreira disputa a a Stock Car pela equipe Ypiranga, e inclusive, estará na pista nesse sábado, na abertura da temporada da categoria de maior prestígio do Brasil.

Bia comemorando seu triunfo na F-Renault.


Essas mulheres foram protagonistas na história do automobilismo e fizeram por merecer essa lembrança, porém outras mulheres também estiveram ligadas ao automobilismo e apesar de não serem citadas, se sintam representadas. Para as nossas mães, irmãs, filhas e esposas, que esse post represente que nada é impossível para vocês, que apesar de um dia a dia árduo, de dupla jornada, às vezes tripla jornada, os obstáculos existem para serem superados, e seu espaço de direito no mundo está aí para ser conquistado. E a nossa parte é de ajudar no que for possível como retribuição de tanto amor e desprendimento.

Feliz Dia Internacional da Mulher.

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