quarta-feira, 15 de março de 2017

TEMPLOS SAGRADOS DO AUTOMOBILISMO - NURBURGRING

     O blog Radio Paddock Brasil ultrapassa a marca de duas mil visualizações. Em muito, essa marca foi conquistada graças aos posts da série Templos Sagrados do Automobilismo, que visa mostrar autódromos relegados pela F1 recentemente.

     A postagem de hoje fala de um dos mais tradicionais circuitos existentes, um local encantador, desafiador e às vezes mortal. Estamos falando de Nürburgring. Esse traçado desafiador não por acaso tinha o apelido de "Green Hell", traduzindo livremente seria o "Inferno Verde". O local é um gigantesco complexo, dentro de um floresta localizado na planície da Renânia e próximo às cidades de Colônia e Frankfurt. Em sua configuração original, o traçado tinha absurdos 28 km de extensão. Várias corridas de F1 foram feitas com essa configuração e por vezes pilotos sofriam com as condições climáticas diferentes dentro de uma mesma volta e chefes de equipe com a incerteza se os pilotos completariam a volta ilesos. 

     Entre os anos de 1982-1983, o circuito sofreu reformas para se adequar a nova realidade da categoria e por questões de segurança, o traçado principal foi reduzido para apenas 5 km aproximadamente. O traçado antigo, entretanto, foi conservado e pode ser visitado pelo público e algumas categorias ainda o utilizam. Outras duas versões do circuito foram criadas para comportarem categorias menores. 

     O circuito em seus primórdios tinha como objetivo comportar corridas e ser palco de testes para os carros alemães da Mercedes e da agora extinta Auto Union. A primeira versão do circuito era o Nürbur-Ring, um complexo oval onde as principais corridas do automobilismo europeu aconteciam no período pré Segunda Guerra. Lendas como Tazio Nuvolari, Bernd Rosemayer e Rudolph Caracciola mostravam seu talento e coragem para pilotarem a mais de 300 km por hora em verdadeiras banheiras motorizadas.


Os carros de corrida no período Pré Segunda Guerra.


    A versão Green Hell foi a que ficou estabelecida no início da F1 e novos pilotos surgiram para dominarem esse traçado fantástico mas extremamente perigoso. Ascari, Fangio, Moss, Clark, Surtees, Stewart e Ickx foram os principais nomes desse período. Apesar de todos esses talentos terem corrido nesse circuito encravado na floresta negra, com piso de asfalto e concreto, o recordista da pista foi o suíço Clay Ragazzoni, da Ferrari com 7:06.4 

    O italiano Alberto Ascari teve a honra de ser o primeiro vencedor da etapa, vencendo em 1951 e repetindo o feito em 1952, ambas vitórias pela Ferrari. Juan Manuel Fangio e Jack Stewart foram os maiores vencedores nesse traçado com 3 vitórias cada. O curioso é que ambos venceram três vezes com equipes diferentes mostrando que o talento era mais imprescindível do que a máquina. 


Stewart literalmente voando em Nürburgring em 1969.


    O circuito obteve melhorias poucos anos depois do acidente com o então campeão do mundo Nikki Lauda. O piloto, após a sua batida, chegou a receber a extrema unção no hospital, pois nem mesmo os médicos acreditavam em sua recuperação após as queimaduras. Nikki sobreviveu e voltou as pistas ainda naquele ano mas com marcas do acidente. O filme "Rush" mostra muito bem essa situação.


Imagem do acidente de Nikki Lauda.


     O novo traçado estreou na categoria em 1984 após a reforma e o GP deixou de ser a casa do GP da Alemanha e passou a ser o GP da Europa, para que Hockenheim também pudesse ter uma etapa da F1. Exceção feita nos anos de 1997 e 1998, anos em que a etapa foi nomeada como GP de Luxemburgo mesmo ficando a mais de 60 km de distância da pequena república dos Países Baixos. 

   O primeiro vencedor nesse novo traçado foi o francês Alain Prost, porém o grande nome dessa nova fase de Nürburgring foi o alemão Michael Schumacher que triunfou cinco vezes (1995, 2000, 2001, 2004 e 2006).

   No vídeo abaixo de 1991, uma pequena amostra do talento do alemão em 1995 em um combate lindo contra Jean Alesi pela liderança da corrida.





    O último vencedor da corrida foi Sebastian Vettel em 2013. Depois disso a etapa foi preterida do calendário, nem mesmo revezando com Hockeheim a corrida da Alemanha. A expectativa é que esse maravilhoso traçado volte em breve a categoria pois é inesquecível.

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