domingo, 24 de março de 2019

O DIA DO ROOKIE - HERTA VENCE PELA PRIMEIRA VEZ.

A Indycar Classic, outro nome oficial da categoria, desembarca com seus maravilhosos bólidos no sensacional traçado de Austin, o mesmo utilizado pela F1 no GP dos EUA. Duas coisas chamam a atenção antes da corrida, a velocidade dos carros da Indy no circuito é menor do que os carros da F1, muito por conta da força aerodinâmica da F1 e também por conta da ausência de direção hidráulica nos carros da Indy, tornando o piloto ainda mais essencial para fazer a diferença na pista.

O pole position é Will Power, da equipe Penske, o australiano fez a sua quinquagésima sexta pole na carreira. O talento e a velocidade do piloto é evidente, mas falta manter essa regularidade nas corridas. Ao lado de Power na primeira fila está Alexander Rossi da Andretti, um dos favoritos ao título da temporada. Os novatos da categoria, Felix Rosenqvist (quinto colocado no grid) e Colton Herta (quarto colocado no grid), que foram muito bem em São Petersburgo e passam a ser olhados mais de perto por todos em Austin. Essa renovação da Indy, com qualidade é muito boa para a categoria.

Na largada Scott Dixon pula de sexto para segundo mas por dentro nos esses, o piloto tem de recolher e cai para quinto. Melhor para Herta que assume a terceira posição.

Desde a largada a corrida foi marcada por muitas disputas.


No terceiro giro, Rossi ataca Power por fora no fim da reta principal, chega a colocar o carro lado a lado, mas Power prevalece. Depois disso os líderes, Power, Rossi e Herta se mantém próximos, mas sem ataques, abrindo distância para Ryan Hunter Reay e Scott Dixon.

Na volta sete Ericsson é o primeiro a para nos boxes, na volta seguinte vários outros pilotos o seguem e também param nos pits, incluindo Simon Pagenaud. As estratégias são das mais variadas, e um grupo aposta claramente em alongar o stint, principalmente os líderes.

Na volta onze, Hunter Reay foi o primeiro a parar, ao retornar a pista o piloto volta bem no meio de um pelotão de carros, disputando posição, desta forma a parada passa a ser um prejuízo para ele. Nesse momento Newgarden aparece na prova, o vencedor da etapa anterior fazia uma corrida discreta. Na volta seguinte Herta para nos boxes e consegue voltar bem a frente do pelotão de Newgarden, e com pista livre. No giro catorze Power, Rossi e Dixon param, e Herta, embalado, consegue assumir o segundo lugar, é o grande nome da etapa, Power ainda se mantém na liderança.

Com quinze das sessenta voltas, Graham Rahal faz uma disputa bonita contra O'Ward e Pigot, em todas as partes da pistas tem pegas interessantes. Dixon e Sato disputando posição atacam se tocando e acertando de leve Santino Ferrucci.

Com vinte giros, Rossi, com pneus mais macios começa a pressionar Herta de todas as formas, e este passa a forçar o ritmo em cima de Power, esses dois com pneus de banda mais dura. No pelotão intermediário Rosenqvist e Ericsson, também com pneus diferentes, fazem uma disputa própria entre suecos, melhor para o piloto ex-F1. Na volta seguinte é a vez de O'Ward, outro novato promissor, passar Rosenqvist. Na volta vinte e dois, Herta erra na freada do fim da reta principal, trava os pneus e permite que Rossi, na reta oposta, vácuo, o ultrapasse.

Na passagem vinte e três alguns pilotos voltam a parar nos boxes, Rosenqvist, Sato, Pagenaud puxam a fila, muitos pilotos mostrando dificuldades na aderência dos pneus. Na volta seguinte, Ericsson também para nos boxes, com certeza esses carros irão fazer pelo menos um pit a mais do que os líderes.

Com vinte e sete voltas, Newgarden, Hunter Reay, Bordais, Graham Rahal e mais alguns param nos boxes, bom para Dixon que fica pista livre a frente para tentar imprimir um ritmo mais forte. Na frente, Herta passa a perder contato com os líderes, sentindo o desgastes dos pneus. Rossi  passa a pressionar Power, estando a menos de dois segundos de diferença.

Na volta seguinte Dixon para e passa a ser pressionado por Rahal, melhor para o piloto da Andretti. Power e Rossi param nos boxes, e Power volta na liderança, desta vez os pilotos estão com pneus de bandas diferentes, Power pneus macios e Rossi pneus duros. Herta se aproxima de Rossi, facilitando a vida de Power.

Na metade da corrida, os brasileiros Matheus Leist e Tony Kanaan estão, respectivamente em décimo quinto e vigésimo segundo lugares, atuações muito discretas, muito por conta do horroroso carro da A.J. Foyt.

Com trinta e cinco voltas Rahal e Dixon voltam a protagonizar uma forte disputa, agora pelo décimo lugar. Hunter Reay força para cima de Ericsson e assume a quinta posição na corrida No pelotão da frente, Rossi surpreende e passa a atacar Power, trazendo consigo Herta. Na passagem seguinte Rosenqvist roda cai de nono para décimo segundo. Dixon passa O'Ward e passa a perseguir Ericsson, mostrando ainda ter forças na corrida.

Na volta trinta e sete, Dixon dá um verdadeiro drible em Ericsson e o ultrapassa, depois abre rapidamente do adversário. Herta novamente passa a ter problemas de rendimento e volta a se distanciar dos ponteiros.

Na volta quarenta Rossi finalmente passa a atacar o australiano, querendo a primeira posição da corrida. No giro seguinte alguns pilotos começam a fazer o seu provável último pit stop da corrida. Alheio a tudo isso, Rahal ultrapassa Ericsson e assume a sétima colocação, no fim da volta Ericsson para nos boxes e na saída acerta sem querer Pigot, fazendo o piloto perder o seu pit. Na volta quarenta e dois Herta para nos boxes. 

Faltando dezesseis giros para o fim, Rosenqvist, na entrada dos boxes bate forte após ser tocado por Hinchcliffe. Uma notícia horrível para os líderes que não haviam parado. Herta, após os pits dos líderes assumiria a liderança da corrida.

A corrida demora a recomeçar mesmo o circuito sendo imenso, as equipes de resgate demoram a limpar a pista. Sem gasolina Matheus Leist é obrigado a parar nos boxes e vai para o fim do grid. Power, Rossi e Dixon param nos boxes e Power não consegue sair de seu pit, perdendo várias posições e perdendo inclusive uma volta. Depois a caixa de marcha se entrega e é um triste fim de corrida para o piloto dominante. 

De líder para último, o dia de Will Power é para se esquecer.


A bandeira verde é acionada faltando apenas dez giros para o fim, Colton Herta lidera, sendo seguido por Newgarden e Hunter Reay. Rahal e Reay disputam roda a roda o terceiro posto, deixando Herta e Newgarden abrirem. Bourdais também aparece bem na relargada e assume a quinta colocação. Zach Veach na freada bate no carro de Dixon, prejuízo total para Veach e Dixon por muita sorte não tem um pneu furado. Rossi e Pagenaud também se tocam de maneira mais forte, e o piloto da Penske acaba parando nos boxes.

Faltando oito giros Hunter Reay se aproxima de Newgarden, enquanto isso Herta abre distância. Rossi passa Dixon, assumindo a gloriosa décima terceira posição, atrás de Tony Kanaan. Na volta seguinte Rossi, endiabrado, passa o brasileiro e vai para décimo segundo. No fim da mesma volta Rossi passa Pigot, freando no limite. Na volta seguinte chega e passa Ed Jones, assumindo o décimo lugar, mostrando que poderia vencer a corrida.

Rossi foi um leão mas ficou apenas em nono.


Faltando cinco giros para o fim, Kanaan passa Jones e assume a décima segunda posição. Boa corrida de recuperação do brasileiro que largou em último. Em seu show particular Rossi mostra habilidade e salva o carro de uma traseirada perigosa, ainda assim o piloto consegue se aproximar de Harvey. Mais a frente Hunter Reay esboça um ataque a Newgarden, porém sem sucesso.

Super discreto, Newgarden chega em segundo. Será sorte de campeão?


Na última volta, Herta conduz seu carro com carinho, com esmero e na ponta dos dedos, levando seu carro até a bandeira quadriculada, sua primeira vitória, em sua segunda corrida na categoria, mostrando a força dessa geração de novatos da Indy. Newgarden cruza em segundo, se mantendo como líder isolado da temporada. Hunter Reay fecha o pódio na terceira posição, em uma corrida muito consistente. Entre os brasileiros, Tony Kanaan fecha o dia em décimo segundo e Matheus Leist em décimo sétimo. Uma boa corrida de ambos, tanto de Leist que precisa de quilometragem na categoria, quanto Kanaan, que saiu de vigésimo quarto para o décimo segundo posto. 


A surpresa Herta, mostrando que essa nova geração da Indy é promissora.


Um dia muito especial para a categoria, até para o aposentado papai Bryan Herta, um bom piloto que é muito lembrado na história pelo "passão" que levou de Zanardi em Laguna Seca, na metade da última, no famoso Saca-Rolha (Corkscrew) o italiano assume a liderança e vence a corrida.

Impossível falar de Bryan Herta sem lembrar desse momento histórico.



Abaixo segue o nosso TOP 5, as melhores notas para os pilotos ou lances da corrida.

Will Power - 9,0

Liderou quarenta e cinco voltas, exatos 3/4 da corrida, e uma  pequena falha mecânica o faz abandonar, e perder o que seria a liderança provável do campeonato. Aliás, Power foi o único abandono da prova, uma situação lastimável.

Colton Herta - 9,0

Sempre entre os primeiros na corrida, fez a estratégia correta, parando nos boxes calculando quão mais cedo poderia parar e ir até o fim da corrida, uma estratégia muito usada nos ovais. Se torna uma promessa ainda mais visada após esse resultado maravilhoso. De quebra, aos dezoito anos e onze meses, o garoto é o mais jovem a vencer na categoria.


Alexander Rossi - 8,0

Foi um guerreiro em pista, e parecia ter o carro preparado para vencer, porém por um infortúnio e uma estratégia mais ousada acabou ficando apenas em nono na corrida. 

Kanaan - 7,5

Muito mal nos treinos, tanto que ficou bem atrás de Matheus Leist no grid, mas foi cerebral e competitivo no fim da corrida e chegou em uma boa décima segunda posição.

Tony se recuperou bem na corrida, mas o carro não ajuda.


Direção de Prova - 9,0

Merece aplausos a nova política Indy, uma bandeira amarela em São Petersburgo, uma em Austin também, somente com intervenções necessárias, deixando a corrida acontecer sem interferências. E como estão me agradando as corridas da Indy, disputadas da maneira tradicional, sem DRS da F1 e sem os circuitos impossíveis da F-E. As corridass melhoraram pois os pilotos deixam de aguardar as bandeiras amarelas para disputarem as posições.

Por enquanto é só, a Indy volta em duas semanas para a corrida no circuito do Alabama. Até lá.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

AUTOMOBILISMO VIRTUAL - SONHOS E COMPETIÇÃO.

Com o advento da internet, o mundo conheceu uma verdadeira revolução no modo de se relacionar entre as pessoas. O contato não precisava ser ...