domingo, 17 de março de 2019

BOTTAS SURPREENDE E VENCE NA AUSTRÁLIA


Finalmente os motores da F1 voltam a roncar, no belíssimo circuito de Albert Park, um traçado que mistura elementos de circuito misto e de rua, um asfalto liso e muros próximos. A expectativa para o início dos trabalhos infelizmente foi esvaziada após a triste notícia de Charles Whiting, o diretor de provas da F1, figura antiga no paddock e extremamente respeitado por todos. Ainda na semana do GP de abertura, um atentado vil e atroz  a mesquita de Christchurch na Nova Zelândia, país de relações estreitas com a Austrália, traz um clima de tristeza em uma semana que deveria ser de festa.

Nos treinos livres, a Mercedes se mostra ligeiramente a frente da Ferrari e Red Bull, criou-se uma ansiedade para ver se essa disputa seria tão ferrenha como se prometia. Infelizmente, a Mercedes mostrou que estava escondendo o jogo e na classificação fez a dobradinha, com o genial Lewis Hamilton a sete décimos de distância para a Ferrari de Sebastian Vettel, o terceiro colocado no grid. A vantagem foi tão grande que Bottas, o segundo colocado, ficou seis décimos a frente de Vettel. A Ferrari, não estava somente atrás da Mercedes, está muito, mas muito atrás. Nas outras posições um equilíbrio interessante entre as equipes. A Haas com Grosjean e Magnussen aparentemente se mostra melhor equilibrada para disputar o posto de quarta equipe do grid, seus pilotos ficaram em sexto e sétimo lugares. A grande surpresa foi o bom treino do estreante Lando Norris, com a Mclaren, a oitava posição foi um resultado estupendo para a jovem promessa. O veterano Kimi Raikkonen, estreando pela Alfa Romeo, também mostra seu talento e fica com o nono lugar. A decepção foi Pierre Gasly, por um erro dele na primeira tentativa, e da equipe ao jogá-lo no tráfego na segunda tentativa, o francês ficou apenas em décimo sétimo, enquanto seu companheiro Verstappen se posicionou em terceiro. Apesar do favoritismo absurdo das Mercedes, a corrida prometia emoções nas disputas do pelotão intermediário. 

Charles gozava de prestígio e respeito entre os pilotos.


Na largada, Bottas com arrojo, assume a liderança na freada da primeira curva, Vettel patina e acaba atrapalhando Leclerc, mas ainda assim, os pilotos da Ferrari permanecem nas mesma posições ao fim da primeira volta. O piloto da casa, Daniel Ricciardo, acaba indo na grama e quebra a asa dianteira, comprometendo a sua corrida logo no início.

Após oito das cinquenta e oito voltas, Bottas permanecia na frente com uma folga de dois segundos para Hamilton, e este também com dois segundos de frente para Vettel, mostrando que pelo menos na corrida, a Ferrari consegue ser competitiva. Na volta seguinte Leclerc dá um passeio na grama mas permanece na quinta posição. 

No décimo primeiro giro, o motor de Carlos Sainz Jr. da Mclaren estoura e ele abandona a corrida, deixando o carro na entrada dos boxes. A frustração de Sainz só não deve ser maior do que a de Kubica, que após um toque na largada e uma parada prematura nos boxes, era o último, uma volta atrás do líder. 

Na volta treze Raikkonen é o primeiro piloto a parar nos boxes. Na frente Bottas e Hamilton começavam a abir mais distância para Vettel e Verstappen, mostrando a força da Mercedes na corrida. Na volta seguinte é a vez de Hulkenberg parar nos boxes.

Entre os líderes, Vettel no décimo quinto giro para nos boxes, assim como Magnussen, Vettel volta em sexto, Magnussen em décimo sexto porém pressionado por Hulkenberg. Na volta seguinte Hamilton para nos boxes e volta em quarto. Grosjean quando para nos boxes fica mais de dez segundos parado por conta de problemas na retirada do pneus dianteiro esquerdo. A equipe tem de melhorar nesse quesito, é o segundo ano seguinte somente na Austrália que atrapalham a vida de Grosjean.

 Na volta dezenove, o outro estreante da categoria, Antonio Giovinazzi erra, sai um pouco da pista e perde a posição para Hulkenberg, ainda na mesma volta também é ultrapassado por Magnussen, e na volta seguinte abre para a ultrapassagem de seu companheiro Raikkonen. A boa batalha entre os estreantes Giovinazzi e Norris começa na volta vinte, e aí o italiano da Alfa Romeo resolve se defender e fecha a porta, sem esmorecer Norris continua o ataque, após uma volta lenta dos dois por conta da disputa, Grosjean chega na festa.

Vivendo uma corrida dos sonhos, Bottas permaneceu na pista por mais tempo, assim como Verstappen e Leclerc, e por incrível que pareça, Bottas que parou na volta vinte e quatro, conseguia abrir para Hamilton mesmo com pneus mais gastos. A diferença entre eles após o pit de ambos era superior a dez segundos, e de quebra Bottas tinha pneus em melhores condições.

No giro vinte e seis Verstappen faz a sua parada e cai para quinto, a dois segundos de Vettel o quarto e cinco segundo de Hamilton, porém com condições de ir até o fim com seus jogo de pneus. A situação de Lewis e Vettel se complica.

Na metade da corrida, Norris com arrojo consegue passar o carro de Giovinazzi, deixando a confusão para Grosjean, que demora uma volta inteira para conseguir a ultrapassagem. Pérez, coma  faca nos dentes passa o estreante Albon e na volta seguinte, se aproveita do desequilíbrio do carro de Giovinazzi e também o ultrapassa. Na volta vinte e nove Leclerc para nos boxes, mas volta a mais de quinze segundos de Verstappen. Quem aparece na corrida é Gasly, o sexto colocado, porém sem ter parado ainda. 

Giovinazzi literalmente forma um pelotão atrás de si.


Na volta trinta Verstappen, sem cerimônia nenhuma, passa Vettel por fora, com arrojo e determinação e passa a caçar Hamilton. Na mesma volta Grosjean, mais uma vez na Austrália, abandona a corrida. Hamilton sentindo a pressão começa a fazer suas melhores voltas na corrida, porém, ainda assim, Max vai tirando pouco a pouco a diferença. Bottas, alheio a tudo que acontece ao seu companheiro de equipe, vai seguinte na frente, abrindo cada vez mais de Lewis. 

Com Max sempre temos a certeza de um momento de genialidade na corrida.


Faltando vinte voltas para o final, Gasly para nos boxes e volta em décimo, porém na reta seguinte é ultrapassado por Kvyat, e apesar de ter melhores pneus do que o russo, Gasly sofre para ultrapassar seu oponente, perdendo segundos preciosos.

Faltando quinze voltas para o final, Bottas coleciona voltas mais rápidas e abre mais de vinte segundos para Lewis, que consegue se manter a frente de Max, porém com um vantagem apertada. Leclerc começa a se aproximar de Vettel, a corrida ganha emoção na sua parte final.

Com dez giros para o fim, Leclerc fica a dois segundos de Vettel, a diferença que havia sido de quinze ao sair dos boxes é pulverizada e a expectativa era de ver se a Ferrari daria ordens de equipe ou não, pois na pista, com aquele ritmo o monegasco iria passar. Max Verstappen  dá uma errada e passa pela grama, perdendo contato com Hamilton.


Outra certeza sobre Max é que ele sempre passa um pouco do limite.

No pelotão de trás Magnussen, Hulkenberg, Raikkonen, Stroll, Kvyat e Gasly começam a se pegar pelas posições da zona de pontos. A diferença entre Vettel e Leclerc estranhamente aumenta.

Lewis soube minimizar o prejuízo e segurou Verstappen.


Com três voltas para o fim, Max Verstappen faz a melhor volta da corrida e se aproxima novamente de Lewis. Bottas arrisca na volta seguinte mas não consegue bater o tempo, então a tentativa fica para a última volta e palmas para Valtteri Bottas, ele consegue fazer a melhor volta, um segundo abaixo do tempo de Verstappen. Bottas cruza a linha de chegada e mostra força para o resto da temporada. Hamilton fica em segundo e Verstappen fecha o pódio em terceiro. Apesar do domínio de Bottas, a corrida foi bem disputada, com bons pegas e a disputa do ponto extra, novidade da temporada parece ser um acerto da organização pois cria uma expectativa na transmissão e gera emoção similar a da disputa da pole position. Que venha logo o Barein.



Bottas foi o piloto do dia, domínio absoluto na corrida.


Abaixo a nota dada aos dez primeiros pelo desempenho na corrida.

1o. Bottas - 9,5

Fez uma boa classificação, largou muito bem, fez a melhor volta e dominou do início ao fim a corrida. excelente atuação do finlandês.

2o. Hamilton - 9,0

Fez uma pole incrível, mas largou mal e na corrida não mostrou um desempenho tão superior aos oponentes e a equipe aparentemente o complicou o chamando tão cedo aos boxes. No fim o pódio não foi um resultado ruim, mas poderia ter sido o lugar mais alto.

3o. Verstappen - 8,5

Foi competitivo e guerreiro a corrida inteira, de quebra deu um "passão" por fora em Vettel. Terá com certeza a equipe trabalhando para ele, e isso será uma vantagem.

4o. Vettel - 5,0

Foi bem no treino, fez um stint interessante até a parada, mas perdeu ritmo e precisou de ajuda da equipe para não perder a posição para Leclerc. O ano da Ferrari começa mal e com escolhas ruins, logo de cara depreciando um talento em detrimento de um piloto que não corresponde como deveria.

5o. Leclerc - 6,0

Não mostrou muito nos treinos e na corrida, mas se esforçou e poderia ter passado Vettel. Abaixar a cabeça, logo na estréia, não é o comportamento de um piloto que tem a ambição de ser campeão do mundo.

6o. Magnussen - 8,0

O primeiro do outros. Apesar de largar atrás de Grosjean, foi bem na corrida e por sorte sua, a equipe se atrapalhou no pit de Grosjean e não do dele. Ainda assim um bom resultado.

7o. Hulkenberg - 7,5

Fez uma corrida interessante, resistindo a pressão no fim da prova do pelotão que se formou atrás de seu carro.

8o. Raikkonen - 7,0

Conseguiu bons pontos para a Alfa Romeo. Sua experiência vai contar e muito para a equipe.

9o. Stroll - 7,0

Largou mais atrás, mas na corrida conseguiu um bom desempenho e conseguiu pontos para a equipe de seu pai. Apesar disso, chegar a frente de Pérez não é para qualquer um, isso mostra o quanto Stroll é subestimado pela mídia.

10o. Kvyat - 7,0

Mereceu o ponto por conta da ousadia de forçar o carro em cima de Gasly, se aproveitando que o francês estava com pneus frios, recém saído dos boxes, e depois disso, por vinte voltas, segurou o adversário. Excelente resultado do russo.

É isso, a próxima corrida será no Barein, no dia trinta e um, em um horário mais agradável para nós brasileiros, ao meio dia.

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