terça-feira, 9 de abril de 2019

SATO E O SABOR DOCE DA VITÓRIA NO ALABAMA.

Em uma classificação totalmente atípica por conta do desempenho incomum dos pneus na pista, o japonês Takuma Sato obteve uma improvável pole position no circuito de Barber no Alabama. Seu companheiro da Rahal Letterman, Graham Rahal, fechou a primeira fila, ambos conquistaram os melhores tempos com pneus mais duros. Resumindo, o desempenho dos pneus mais macios não funcionavam na pista, sendo mais lentos do que os mais duros. Em resumo, os pneus duros virara macios e o macios viraram duros. Bizarro demais. Os brasileiros também sofreram, Leist foi o décimo quinto, Kanaan o décimo nono. A equipe Foyt não se encontra nessa temporada, e arrisco dizer que essa será a derradeira temporada de Tony na categoria. Um ex-campeão não merece passar por isso. O líder da temporada, Joseph Newgarden da Penske ficou apenas em décimo sexto. Quem diria que Penske e Andretti não conseguiriam ir ao Fast Six. 

Na largada Sato se mantém na ponta, Rahal sofre pressão de Dixon na briga pela segunda posição. No pelotão de trás, filas de três e até quatro carros lado a lado se formam, apesar de alguns contatos, ninguém é muito prejudicado. Ed Jones, que queimou a largada teve de parar nos boxes e cumprir a punição. Will Power, que sofre nesse início de ano, cai de sétimo para décimo.

Com sete das noventa voltas, Marcus Ericsson para nos boxes, antecipando seu pit stop. Chamava a atenção que oito entre os dez primeiros eram carros com motores Honda, uma surpresa em vista ao desempenho superior dos motores Chevrolet nas duas etapas anteriores. Newgarden também entra nos boxes e antecipa seu pit stop, assim como Will Power.


Newgarden se recupera muitíssimo bem na corrida.


O vencedor da etapa anterior, Colton Herta, sem um bom acerto, foi ultrapassado de maneira consecutiva por Simon Pagenaud e depois por Felix Rosenqvist. Na frente, Sato voava na pista, imprimindo um ritmo muito forte. No giro dezoito, o japonês para nos boxes e volta em oitavo, após um pit muito ruim por conta do pneu traseiro esquerdo que ficou preso. Pelo menos, Sato arriscou colocar um composto mais duro nessa parte da corrida. Na volta seguinte, Graham Reay Rahal também tem problemas e perde muito tempo nos boxes. 

Alexander Rossi assume a liderança da corrida, depois de duas voltas, o americano para nos boxes na volta vinte e retorna à pista em décimo segundo. Sebastien Bourdais, sem parar, assume a ponta. Pagenaud e Harvey se tocam de maneira mais forte, entretanto ambos seguem na corrida. Newgarden passa a atacar Power, que não cede a posição d ebom grado, ambos chegam a se tocar. Power mostra ter um carro  muito instável, sem pressão aerodinâmica, e na última curva da pista, o australiano roda sozinho. Na volta seguinte, novamente quase que ele roda de novo. Power para nos boxes e coloca pneus mais duros.

Após vinte e oito voltas, Bourdais finalmente para nos boxes e volta em décimo primeiro. Claramente o francês tentará um estratégia diferente para tentar vencer a corrida. Hunter Reay consegue ultrapassar Newgarden e assume o sétimo lugar. Herta para nos boxes e abandona.

No giro trinta e cinco, Newgarden para nos boxes, a segunda parada na corrida. A pista, muito por conta da chuva durante a madrugada não apresenta um bom emborrachamento, desgastando demais os pneus dos pilotos. Bourdais vai abrindo caminho, passa Pagenaud e assume o sétimo lugar. Na frente, Sato voa, com cinco segundos de frente para Dixon. Alguns pilotos com Hunter Reay, Rosenqvist e Pagenaud param nos boxes. É a segunda rodada de pit acontecendo. No giro seguinte o líder também para e volta em quarto, mesmo com uma parada a mais fica a frente de Bourdais. Dixon, marcando Sato para na giro seguinte, mas volta atrás de Bourdais. James Hinchcliffe assume a liderança por uma volta, contudo também para nos boxes, cedendo a posição para Rossi. Na outra volta, adivinhem quem para? Sim, Alexander Rossi. Sato reassume a ponta na volta quarenta.

Após quarenta e cinco voltas os cinco primeiros eram: Sato, liderando com folga e propriedade, fazendo durar os pneus mantendo um ritmo forte, em segundo Bourdais e sua estratégia ousada, em terceiro o sempre constante Scott Dixon, em quarto um surpreendente Hinchcliffe e em quinto Alexander Rossi. O ritmo dos pilotos melhora em relação ao início da corrida, porém a corrida é morna nas disputas.

Após a passagem cinquenta e sete, Bourdais, que vinha segurando Dixon, faz o pelotão da frente se compactar. Graham Rahal com problemas e Max Chilton com problemas, na mesma volta, ocasionam o safety car, que demora uma volta inteira para ser acionada para não favorecer os pilotos que viram o carro abandonando e entraram nos boxes rapidamente, dando oportunidade para todos pararem. Nos boxes Dixon passa Bourdais. Na repetição do acidente de Chilton fica claro que o piloto foi empurrado por Kanaan, que deve ter sido chamado aos boxes às pressas e surpreende Chilton que desvia, acaba indo a terra e bate nos pneus. Por sorte, Chilton retorna a corrida.

A corrida recomeça na volta sessenta e cinco, Bourdais é o único do pelotão da frente com pneus macios, e provavelmente irá fazer mais um pit, acabando com sua estratégia que era muito boa. Matheus Leist, retardatário, que largava entre Sato e Dixon ajuda e muito, ao japonês que escapa na liderança. Newgarden se destaca após a relargada, saindo de nono, o líder do campeonato começa o seu show, primeiro passando por fora Hunter Reay. Na volta seguinte passando na freada Ericsson e na volta seguinte ultrapassando Hinchcliffe. Em três voltas, três posições, o piloto da Penske mostra o porquê de ser o líder do campeonato.

Faltando quatorze voltas para o fim, Dixon aperta um pouco o ritmo obrigando ao japonês Takuma Sato a acelerar na frente. Leist até demonstra um bom ritmo, condicente com o de Kanaan, mas como estava uma volta atrás ficava com a corrida comprometida. Power erra em uma das descidas da circuito, trava os pneus e é obrigado a fechar a porta na cara de Rosenqvist, o piloto australiano muito aquém de seu talento no circuito misto.

Faltando oito giros para o fim, Bourdais tenta atacar Dixon, que consegue conter o ímpeto do francês, essa disputa favorece Sato que abre uma folga na liderança.

Com cinco voltas para o fim, Sato erra, passa rapidamente pela grama e perde mais de dois segundos, dando a Dixon a chance de se aproximar. Na volta seguinte, Newgarden ultrapassa Rossi, freando no limite extremo, tocando roda com roda, assumindo o quarto lugar. Newgarden é o melhor motor Chevrolet classificado. Kanaan para nos boxes novamente e cai de décimo segundo para décimo oitavo. Sato recupera o bom ritmo apesar da escapa e volta a escapar de Dixon.


Sato vence a corrida com sobras.


A bandeira quadriculada é agitada para Sato, com Dixon em segundo e Bourdais colocado na traseira de Dixon em terceiro. Newgarden mesmo em quarto na corrida, pode comemorar pois minimizou um prejuízo muito grande que se desenhava nos treinos e pelo baixo desempenho do motor Chevrolet e da própria Penske. Ainda na última volta, Leist consegue uma ultrapassagem e chega em vigésimo, Kanaan fecha o dia na décima oitava posição.

Com os resultados da prova, Joseph Newgarden se mantém na liderança com 125 pontos, em segundo o constante Scott Dixon com 98 pontos, em terceiro o vencedor dessa etapa, o japonês Takuma Sato com 91 pontos. Um pouco mais atrás Alexander Rossi com 84 pontos é o quarto e em quinto o jovem Colton Herta, que abandonou a corrida, com 81 pontos. Os brasileiros Tony Kanaan e Matheus Leist ocupam respectivamente a décima oitava e a vigésima terceira posições na tabela de pontos.


Abaixo os cinco destaques da corrida:

Takuma Sato - 10,0

Fez a pole position, dominou a corrida, deu um susto na equipe escapando da pista a quatro voltas do fim, mas venceu a corrida, para felicidade da torcida japonesa e de sua equipe Rahal Letterman Lanning.

Bourdais - 9,0

Com uma estratégia ousada e muita garra para aguentar mais de vinte voltas com pneus macios obteve um excelente terceiro lugar.

Newgarden - 9,0

Fez uma corrida impecável, com direito a disputa roda com roda nas últimas quatro voltas e de quebra permaneceu na liderança do campeonato, a frente de Dixon. Fez as honras da Chevrolet e da Penske que tiveram com Newgarden a sua melhor posição na corrida.

Power - 4,0
11o primeiro colocado na corrida, depois de um bom começo em São Petersburgo e um desempenho fantástico em Austin que infelizmente resultou em nada devido a quebra de seu carro no fim da corrida, espera-se um bom rendimento desse que era um dos favoritos ao titulo, mas que decepcionou com um rendimento sofrível na corrida.

Honda - 10,0

Fez os três primeiros lugares na corrida, mostrando força e quem sabe, a montadora poderá aspirar algo mais se mantiver o bom ritmo dessa etapa nas próximas corridas.

A próxima etapa da Indy é no tradicional circuito de rua de Long Beach, já no próximo domingo, pista travada, com passagens estreitas e o muro sempre muito próximo aos pilotos. Até lá.
  










Nenhum comentário:

Postar um comentário

AUTOMOBILISMO VIRTUAL - SONHOS E COMPETIÇÃO.

Com o advento da internet, o mundo conheceu uma verdadeira revolução no modo de se relacionar entre as pessoas. O contato não precisava ser ...