terça-feira, 23 de março de 2021

O que Murray diria?

A F1 se despediu de Murray Walker, voz oficial da F1 na Grã Bretanha por mais de 40 anos. Muito querido por todos, equivalente ao nosso glorioso Galvão Bueno, era notoriamente conhecido por ser um frasista. Muito de suas frases marcaram época, como os bordões que são utilizados pelos narradores brasileiros, para título de curiosidade algumas delas:

        Sua frase mais lembrada devido a emoção de ver Damon Hill ser campeão do mundo: "Eu tenho de parar pois eu tenho um nó na garganta" ("And I 've got to stop because I have a lumpe in my throat").

“Com metade da corrida acabada, ainda falta metade da corrida.” (no original “With the half race gone there is half the race to go” ).

“E este é o carro do terceiro colocado, prestes a superar o carro do segundo colocado” (“And this is the third place car about to lap the second place car”).

            “Meus olhos me enganam ou o carro de Senna parece um pouco violento” (“Do my eyes deceive me or is Senna’s car sounding bit a rough?”).

“Andrea de Cesaris, o homem que ganhou mais Grand Prix do que qualquer outro, sem ter ganho um de fato.” (“Andrea de Cesaris, the man Who has won more Gran Prix than anyone else without actualling won”).

Foto mais recente de Murray, falecido aos 97 anos.


Pensando em homenagear essa figura simpática que nos deixou, vamos fazer uma avaliação daquilo que podemos de esperar cada equipe na temporada e à frente uma frase de efeito em homenagem a Murray.

Convido também aos colegas, que caso queiram uma análise mais profunda sobre o tema que assistam ao Polecast, que discorre sobre o assunto (https://www.youtube.com/watch?v=BX-J82JaS4I).

 

Williams – Os últimos serão os últimos.

A equipe de Grove foi vendida a um grupo de investimentos, mas apesar disso, ironicamente, ainda carece de investimentos e patrocínios fortes. Não fosse o talento de Russel, as chances de pontuar na temporada iriam ser de zero. Graças a ele, talvez a equipe arrume um precioso pontinho ao final do ano.

Haas – Melhor ser penúltimo do que último.

A equipe americana aposta nos jovens e sobrevive graças a um investimento pesado de uma grande empresa russa, porém a inexperiência dos pilotos pode ser um fator determinante para a equipe conseguir crescer.

Alfa Romeo – A esperança é a última que morre.

A equipe satélite da Ferrari manteve seus dois pilotos e teve um significativo destaque na pré-temporada, porém é difícil imaginar essa equipe brigar do meio do pelotão para frente. A experiência de Kimmi, aliada ao bom momento de Giovinazzi podem trazer bons pontos para equipe, porém nada mais do que isso.

Alpha Tauri – Quando crescer, eu quero ser como você Red Bull.

Surpresa em 2020, obtendo até uma vitória com Gasly, a equipe pensa em se manter no pelotão intermediário, para reforçar o time, o jovem Tsunoda chega com status de promessa. Ainda assim, é difícil imaginar um salto de qualidade da equipe que permita brigar por algo que não sejam somente os pontos. Gasly, mais uma vez será decisivo para o sucesso da equipe.

Aston Martin – Só não vai atrás de verde rosa quem já morreu.

A bela pintura da Aston Martin, a entrada de uma montadora com uma base sólida deixada pela Racing Point (ex-Force India) e a chegada do tetracampeão Sebastian Vettel trazem um destaque interessante para equipe, e uma expectativa relativamente alta consigo. Repetir os resultados de 2020 seria muito bom, mas talvez seja esperar demais, pois a equipe parece estar em processo de mudanças internas e talvez precise de mais tempo para chegar ao topo.

                                A Aston Martin promete ser uma das grandes novidades da temporada.

 

Ferrari – Eu voltarei.

A escuderia de Maranello apresentou seu carro, seu novo piloto o espanhol Carlos Sainz, parece ter um novo e melhorado motor, mas não encantou. Ficar entre as quatro melhores equipes do ano seria um bom resultado para a Ferrari, mas por se tratar da principal equipe da categoria, sempre se espera mais.

Mclaren – Sorria meu bem, sorria.

A tradicional equipe de Woking traz uma dupla forte de pilotos, um carro com uma solução interessante para o difusor e o motor Mercedes. A Mclaren retoma uma parceria vitoriosa e busca voltar ao topo. Com Ricciardo e Norris, se o carro ajudar,os pilotos vão disputar pódios ao longo do ano.

 Alpine – Eu voltei, agora pra ficar, porque aqui, aqui é meu lugar.

A equipe francesa teve sua livery considerada a mais bonita por muitos, mas beleza não põem mesa. Alpine, que ainda é Renault, só utilizando o nome de sua parte de carros esportivos e competitivos, já era uma promessa de sucesso, agora precisa dar o próximo passo e concretizar esse crescimento. Para isso, precisa ficar pelo menos entre as três melhores equipes e conquistar ao menos uma vitória no ano. Seu lindo carro azul, com a entrada de ar “gordinha” trazem um ar simpático para a equipe que investiu no veterano bicampeão Fernando Alonso para liderar o projeto. Aliás para o espanhol, assim como Vettel, essa temporada é de afirmação contra todos os problemas que permearam a sua carreira apesar de seu incrível talento.

 

A Alpine investe pesado e quer levar a Renault ao topo novamente.

Red Bull – Hoje eu vou mudar.

A equipe aparenta vir forte, quiçá para surpreender a Mercedes, além disso, rompeu sua tradição de pilotos de sua academia e trouxe Pérez, um dos destaques do ano anterior para fazer dupla com o velocíssimo Max Verstappen. Provavelmente é a melhor dupla de pilotos da F1 hoje, se o carro ajudar, poderão disputar vitórias e título. Mas também pode ser que a dupla dê muito errado e os dois passem a se matar ao longo da temporada, a ver. O mago da aerodinâmica Adrian Newey parece ter encontrado soluções interessantes que podem também ajudar a equipe no intento de voltar ao topo e romper com a hegemonia da Mercedes.

Mercedes – Eu sou o que sou.

Melhor equipe, melhor motor, melhor piloto. A força a ser batida, a Mercedes vem novamente como favorita, apesar da pré-temporada ter deixado a todos intrigados com a falta de confiabilidade do carro prateado. Talvez o ponto central da equipe seja justamente o segundo piloto, Valtteri Bottas, que em uma temporada acirrada com a Red Bull pode ser o ponto fraco da equipe e comprometer o provável nono título de construtores seguido da equipe.

Para a temporada destaco 5 equipes e 5 pilotos para se observar de perto:

Mercedes e Red Bull para disputarem o título. Alpine, Mclaren e Aston Martin para brigarem pelo terceiro lugar.

Hamilton, Verstappen e Pérez, que vão andar forte e brigar por vitórias. Além deles chamo a atenção para Vettel, que precisa de uma temporada forte para tirar a má impressão de sua época na Ferrari e Fernando Alonso, que volta após dois anos, e não sabemos muito bem o que esperar desse piloto excepcional.

Nesse fim de semana a temporada começa de fato, a expectativa é alta e principalmente cheia de mistérios, por isso como diria o amigo Lucas Micheleto, “piloto liguem seus motores”. Até domingo no Barein.

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