terça-feira, 30 de março de 2021

2021, A TEMPORADA COMEÇA EM ALTO NÍVEL.

     O fascinante circo da F1 regressa às pistas em altíssimo estilo e nível. Mais do que isso, cumprindo uma promessa de vermos uma disputa acirrada entre o heptacampeão Lewis Hamilton e o jovem velocíssimo piloto Max Verstappen.

    Aliás, o deserto do Barein, palco da pré-temporada, também foi o palco da estreia da temporada 2021 da F1. 


Max, domínio absoluto nos treinos e classificação.

    A disputa entre os dois protagonistas havia começado com uma vantagem para Max, piloto da Red Bull, dominando os treinos e a classificação. Na corrida, a constância da Mercedes, permitiu a Lewis sempre ficar próximo ao holandês. Na estratégia de Box, a equipe alemã prevaleceu deixando Lewis com boa margem à frente para administrar. Contudo, Max Verstappen não é um piloto que se rende facilmente e após sua derradeira parada nos boxes, começou uma perseguição implacável. Há três voltas do fim, Max fez a ultrapassagem, usando a área de escape da curva 4. O piloto cedeu a posição para evitar uma punição, mas quando se reaproximou de Hamilton não teve tempo hábil de tentar a ultrapassagem. Aqui cabe uma ressalva, de maneira contínua, os pilotos usavam essa área e ganhavam tempo, ao meu ver de maneira indevida, nada diferente do que Max fez. A falta de clareza nessa regra prejudicou sim o espetáculo, mas não manchou o altíssimo nível de pilotagem protagonizado pelos dois grandes pilotos.


Lewis e Max, duelo que deve se seguir pela temporada inteira.


    Seus companheiros de equipe foram meros coadjuvantes na etapa, Bottas não fez nada além do esperado ficando em terceiro, já Pérez, que estreava na Red Bull, fez uma péssima classificação, ficando apenas em décimo primeiro, depois, na volta de apresentação seu carro apagou e teve de largar dos boxes. Diferentemente de Bottas, Pérez pelo menos foi combativo, arriscou na estratégia de parar cedo se valendo do safety car e mitigou o prejuízo fechando o dia em um belo quinto lugar.

    Quem se mostra com condições de brigar pelo terceiro lugar nos construtores é a Mclaren, seus dois pilotos terminaram em quarto (Norris) e sétimo (Ricciardo), além de terem protagonizado uma linda disputa no início da corrida. Talvez seja a equipe com o nível mais equilibrado, e será assim a temporada toda. Outra grata surpresa da temporada foi ver o bom ritmo da Ferrari, um carro melhor do que no ano anterior e Leclerc sempre extraindo ao máximo de seu cavallino rampante. Leclerc chegou em sexto, já Carlos Sainz em oitavo, um pouco mais discreto porém bastante eficiente.

    Sobre os pilotos que trocaram de equipe o assunto merece um adendo: foi a menor pré-temporada da F1, treinos livres mais curtos, logo a adaptação destes pilotos aos carros será também um pouco mais lenta, mas todos eles tem condições de reverterem essa condição de ficarem atrás de seus companheiros de equipe pois quase todos os estreantes tiveram resultados piores do que seus companheiros de equipe.

    Alguns pilotos se destacaram na prova apesar de resultados mais discretos, Yuki Tsunoda, levando sua Alpha Tauri ao nono lugar, salvando o fim de semana da equipe já que Gasly teve problemas logo no início da prova. Lance Stroll fazendo as honras da Aston Martin, conseguindo um pontinho para a equipe. Alonso, que apesar do abandono, vinha fazendo uma prova muito boa e consistente, iria brigar por pontos se não fosse o superaquecimento dos freios devido a uma embalagem de sanduíche que adentrou seu duto de freio.

Alonso se mostra em forma, mas a Alpine tem de evoluir mais.

    Mas toda corrida tem as suas decepções, nesse caso duas. Mazepin, o piloto russo da Haas, que nem conseguiu dar uma volta e bateu. Seu companheiro de equipe, Mick Schumacher, pelo menos terminou a prova e ganhou experiência. A segunda decepção foi Sebastian Vettel, o tetracampeão, foi mal na classificação, mal na estratégia e ainda acertou Ocon (esse super discreto na corrida), terminando no décimo quinto lugar. Para Vettel, levar tempo de Lance Stroll, significa que há algo muito errado com o alemão e terá de reverter esse cenário rapidamente para não manchar a sua reputação.

Vettel acerta Ocon e destrói de vez as chances de ambos pontuarem.


    Para não passar em branco, a Alfa Romeo mostrou evolução e por pouco não pontuou pois Kimi Raikkonen e Giovinazzi terminaram em décimo primeiro e décimo segundo lugares respectivamente. A Alpine, sem Alonso, ficou no décimo terceiro lugar com Ocon. As Williams também evoluíram um pouco, Russel chegou no décimo quarto lugar, a frente de Latifi o décimo oitavo.

    Essa temporada também teve duas marcadas significativas alcançadas, a primeira é o recorde de voltas lideradas por Hamilton, se isolando no primeiro lugar, ultrapassando Michael Schumacher. A outra marca pertence a Pirelli, a fornecedora de pneus chegou a marca histórica de quatrocentos GP's na F1. A Pirelli, que esteve presente na estreia da categoria em 1950 no circuito de Silverstone e chegou a vitória com Nino Farina naquela época continua sendo uma das referência de excelência na história da categoria. Parabéns à fábrica italiana pela marca expressiva.    


A marca expressiva da Pirelli na F1.


    A próxima corrida será dia 18.04, o GP da Emília-Romanha no traçado de Ímola, na Itália, sempre um GP que traz tristes lembranças para nós brasileiros, entretanto, sempre com corridas muito bem disputadas.

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