terça-feira, 14 de maio de 2019

VITÓRIA SURPREENDENTE DE PAGENAUD.

A Indy desembarca no tradicional circuito de Indianápolis para a sua maratona de provas e treinos. Essa primeira prova é no traçado misto, e a Ganassi se mostrou amplamente superior nos treinos. Enquanto a equipe faz a dobradinha na primeira fila com Felix Rosenqvist e Scott Dixon, a Penske vai mal e seus carros largam para a metade de traz do grid. Outro protagonista, Alexander Rossi também não se classifica bem e larga no meio do pelotão. Ainda bem que na Indy isso pouco importa.

Na volta de aquecimento de pneus é possível perceber alguns pingos na pista, mas nada de chuva. Na largada Rosenqvist se mantém na ponta, Harvey surpreende Dixon e ganha a segunda posição. No meio confusão da largada Rossi tem seu carro atingido na roda traseira e já fica com a corrida comprometida pois vai para os boxes e perde voltas. 

A corrida começa e termina muito disputada. 

Após cinco das oitenta e cinco voltas, Power é o melhor carro da Penske, na oitava posição, o líder do campeonato Joseph Newgarden é somente o décimo terceiro. Os brasileiros Helio Castroneves, piloto convidado da etapa é o décimo quarto, Kanaan o décimo oitavo e Matheus Leist o vigésimo segundo.

Com dez voltas, Felix continua abrindo vantagem, mais atrás Harvey começa a sentir a pressão de Dixon, e este traz consigo Coulton Herta o quarto. Já no fim da volta, o setor oval, Marcus Ericsson bate no muro. o safety car é acionado. Durante a bandeira amarela a previsão do tempo mostra que a chuva já está nos arredores do circuito e pode começar a cair a poucos minutos.

Alguns carros aproveitam e param nos pits, entre primeiros apenas Hinchcliffe entra nos boxes. A corrida recomeça no giro dezesseis. Dixon relarga maravilhosamente bem, passa Harvey e na freada, com a espalhada de Felix, Dixon força e assume a liderança. Coulton Herta acaba rodando na freada e depois Ericsson atinge Hunter Reay que acaba rodando. A pista fria com uma freada forte o fim da reta causou confusões e o safety car é acionado novamente. Enquanto os pilotos estão alinhados no grid a chuva chega fraquinha em parte da pista.

Bandeira verde na volta dezenove, Rosenqvist novamente larga mal e cai para quarto, perdendo posição para Ed Jones e Jack Harvey. Helio Castroneves é outro que larga bem, ganhando as posições de Ferrucci e Takuma Sato, que deu um passeio fora da pista. 



Rosenqvist tem problemas contínuos nos boxes.
Na passagem vinte e seis, com bandeira verde, alguns pilotos começam a parar nos boxes. O líder Dixon para na volta seguinte. Momentaneamente Sebastien Bourdais assume a ponta da corrida. No giro seguinte é a vez de Newgarden liderar a corrida e ganhar um pontinho precioso. Com a ameaça de chuva, Newgarden, líder do campeonato, vai se mantendo como pode na pista, esperando que a chuva caísse logo e ele parasse quando estivesse na liderança.

A chuva vai aumentando gradualmente, Dixon, com pneus novos vai abrindo caminho. Matheus Leist, com uma estratégia diferenciada, chega a volta quarenta na quinta posição, andando bem na pista mista, porém com os pilotos estando de pneus de pista seca ainda. Nessa mesma volta, Newgarden para nos boxes, agora torcendo para a chuva demorar mais um pouco, pois quando regressa a pista é somente o décimo primeiro. Na volta seguinte Leist para e regressa apenas em vigésimo.

Na metade da corrida, Scott Dixon lidera com uma pequena folga, alguns pilotos voltam aos boxes para as paradas, a pista mesmo úmida ainda não estava própria para pneus de chuva. A surpresa até o momento é o segundo lugar de Jack Harvey seguido por Simon Pagenaud.

Na passagem quarenta e sete, os três primeiros param juntos nos boxes, os três voltam juntinhos, porém com Pagenaud no meio de ambos. Graham Rahal assume a liderança, seguido por Bourdais, Sato e Newgarden.

Com cinquenta e duas voltas Rahal para nos boxes, os outros também vão parando nas voltas seguintes, nisso Newgarden reassume a ponta, a chuva vai apertando e ficando mais úmida. Newgarden se mantém como pode na frente, torcendo para a chuva apertar mais rapidamente. Pelas imagens do capacete de Newgarden é possível ver que a chuva cai, a pista está úmida, provavelmente fria, mas sem spray d'água suficiente para refrigerar os pneus de chuva.

Faltando vinte e seis voltas, Helio Castroneves para nos boxes e quando sai acaba rodando, vai para a brita e o carro apaga. Os pilotos correm para os boxes e quase todos vão de pneus de pista seca, mesmo com o aumento da chuva. A bandeira amarela é acionada. Os pilotos com pneus de chuva arriscam tudo e esperam que a chuva aperte até a hora da largada. Ainda durante o safety car a chuva aperta, os pilotos param nos boxes, Dixon que já havia feito a troca, reassume a liderança. Newgarden, por conta de um pneu que sai rodando de seu boxe acaba sendo punido pela direção de prova. Matheus Leist por conta da estratégia assume o quarto lugar.

Dixon domina amplamente a etapa.


A corrida recomeça faltando apenas dezessete voltas, Dixon se mantém na frente, seguido por Harvey, Pigot e Leist, que na mesma volta consegue superar Pigot e assume o terceiro lugar. A boa estratégia do brasileiro vai se pagando, e comparando com Kanaan, somente o vigésimo, com duas voltas atrás, o feito é ainda maior.

Faltando treze voltas, um pelotão formado por Harvey, Leist e Pagenaud se forma, o piloto da Penske apesar de ser o quarto começa a andar quase um segundo por volta mais rápido do que os outros dois. Na frente Dixon com seis segundos de frente se mantém tranquilo.

Faltando onze giros para o fim, Pagenaud coloca por fora, fica lado a lado com Leist, prevalece, o brasileiro não desiste, coloca o carro lado a lado novamente mas a curva favorece o piloto da Penske. Na volta seguinte Harvey escorrega um pouco, Pagenaud cola no adversário e quando tenta a ultrapassagem no fim da reta principal Harvey fecha a porta. Pagenaud continua atormentando Harvey, se posicionando para tentar a ultrapassagem.

Faltando seis giros, apesar das boas defesas de Harvey, Pagenaud faz um "x", ameaçando ir por um lado e vai pelo outro. Na frente Dixon mantinha a diferença, não aproveitando o embate para abrir mais vantagem. Ainda assim, seis segundos é uma diferença considerável.

Pagenaud, com pista livre, vai tirando mais de um segundo por volta, se aproximando de Dixon e criando uma disputa que parecia definida.

Pagenaud faz u fim de corrida memorável.


Com quatro voltas para o fim a diferença entre os pilotos cai para menos de dois segundos. Faltando três para o fim, o piloto da Penske chega a mostrar o bico do carros, mas recolhe. A diferença ao fim da volta é somente no visual. Com apenas duas voltas, o francês tenta mas Dixon se defende. Na reta oposta, o francês pressiona, na freada Dixon escorrega, abre a tangencia, Pagenaud se coloca lado a lado, Dixon tenta fechar a porta contudo não consegue. Pagenaud garante uma vitória improvável para a Penske, seguido por Dixon, que apesar de ter perdido a vitória fez pontos excepcionais para o campeonato, Harvey consegue se manter em terceiro, Matheus Leist, para alegria da AJ Foyt, é o quarto e Pigot o quinto. Newgarden termina apenas em décimo quinto. Os outros brasileiros, Kanaan termina em vigésimo e Helinho apenas em vigésimo primeiro.

Leist obtém o seu primeiro top 5 na categoria.


A primeira vitória de Pagenaud na temporada dá um alento ao piloto bastante criticado pelos maus resultados. Ainda assim muito distante da disputa do título. O grande vencedor da prova é Scott Dixon, que se coloca a apenas seis pontos de Newgarden, e sendo consistente como é, parece que será o grande adversário do americano.

A maratona para as 500 Milhas de Indianápolis começa já nessa semana, torcendo para um bom desempenho dos brasileiros e uma bos disputa entre Dixon e Newgarden, além da presença de Alonso, um fator a mais para a tradicional etapa.

Abaixo listamos e pontuamos cinco acontecimentos marcantes da corrida.

1o. Pagenaud - 9,0

Vinha sendo discretíssimo na prova, mas bastou a chuva apertar e o piloto da Penske se mostrou um ás, saindo de quarto para primeiro em menos de dez é um feito e tanto.

2o. Dixon - 9,0

Chegou perto da vitória, dominou a corrida, mas sem ritmo no fim além de um pequeno erro lhe tiraram a vitória. Contudo sai fortalecido para a disputa do campeonato já que seus adversários foram mal.

3o. Leist - 8,0

A grande surpresa do dia. Mesmo com o pior carro do grid o piloto na estratégia e no talento conseguiu um bom resultado para a equipe. Não me surpreenderia se este for o melhor resultado da equipe no ano.

4o. Newgarden - 4,0

Esperava-se que o líder do campeonato fizesse mais e não fez. Chegou a liderar a prova é verdade, mas não rendeu na chuva e ficou para trás, perdendo sua vantagem na tabela de pontos.

5o. São Pedro - 10,0

Sempre que aparece e intervém na corrida a mesma se modifica e traz emoções, não foi diferente dessa vez.

As 500 Milhas irão ocorrer dia vinte e seis de Maio, e até lá teremos duas matérias especiais sobre a principal etapa do automobilismo americano, quiçá mundial.








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