sábado, 29 de dezembro de 2018

RETROSPECTIVA F1 2018 - PARTE DOIS (FINAL)

A retrospectiva da temporada 2018 da F1 continua, com destaque para as etapas doze a vinte e um.


Após o revés na Alemanha, a Ferrari e Vettel precisavam reagir imediatamente nas estreitas ruas de Hugaroring na Hungria, e até mesmo nos treinos a equipe de Maranello demonstrava força, porém no treino classificatório, Lewis Hamilton levou a Mercedes a uma pole position importantíssima. Na largada o piloto do carro prateado soube se manter a frente e assim o fez até as paradas de pit stop, quando a Ferrari de Vettel avançava, Lewis contou contou com o sacrifício de Bottas, que retardou em várias voltas a sua parada e com isso, segurar o ímpeto de Vettel que estava com pneus mais macios nesse ponto da corrida. O desempenho de Bottas ficou comprometido, perdendo até a chance de ir ao pódio, mas deu a Lewis a chance de vencer e abrir ainda mais vantagem na tabela de pontos.
No pódio: 1o. Lewis Hamilton - 2o. Sebastian Vettel - 3o. Kimi Raikkonen.

O jogo de equipe da Mercedes funciona bem e leva Lewis a vitória.


Na belíssima Bélgica, a F1 desembarcava em um de seus monumentos mais bonitos, Spa-Francorchamps. Mais uma vez a Ferrari era favorita, entretanto, uma vez mais Leis Hamilton se coloca na posição de honra do grid. Restava a Vettel a ousadia de atacar o oponente e ele o fez, com calma largou bem, fez a perigosa Eau Rouge colado em Hamilton e concretizou a ultrapassagem ainda na primeira volta, as Force India também apareceram bem na largada dando trabalho para os dois. A primeira volta foi caótica, no pelotão de trás, Alonso é acertado por Hulkenberg e decola, de quebra acerta Leclerc, ainda no meio do pelotão Ricciardo e Raikkonen se acertam e comprometem a suas corridas. Com pista limpa e com um ótimo carro Vettel vence, seguido por Hamilton, dando um gosto mais picante a disputa de ambos pelo título.
No pódio: 1o. Vettel - 2o. Hamilton - 3o. Max Verstappen.

A primeira volta em Spa foi espetacular, pena que depois a corrida ficou morna.

No tradicional palco de Monza na Itália, mais um embate entre Vettel e Hamilton ocorreu. Para tentar se interpor ao inglês Vettel dependeu muito menos de si e muito mais de Raikkonen, que fez , até então a sua melhor corrida no ano. As Ferrari começaram bem, mas Vettel se precipitou ao se defender de Hamilton e acaba rodando na segunda de Lesmo, perdendo várias posições, a famosa sorte de campeão definitivamente o abandonara. Lewis e Kimi lutaram intensamente pela vitória, melhor para o inglês que soube cuidar melhor de sua borracha dos pneus. Vettel fez boa recuperação e ficou com o quarto lugar, mas começava a ficar distante da disputa pelo título.
No pódio: 1o. Hamilton - 2o. Raikkonen - 3o. Bottas


Kimi e Lewis foram espetaculares em Monza.


Nas cintilantes ruas de Cingapura, Hamilton, segundo ele próprio, fez a melhor volta de sua vida no Q3, conquistando mais uma pole position na carreira. Vettel ficou em terceiro e a promessa de disputa, ficou nisso, na promessa. Na largada o mais interessante foi ver as Force India se tocando em pista, mais uma vez, pior para Ocon que acabou abandonando a corrida. Ainda no início da prova Vettel ultrapassou Max Verstappen e tentava se aproximar de Hamilton. Durante a corrida a Ferrari antecipou, e muito, o pit de Vettel, quando acaba o ciclo das paradas, o alemão acaba perdendo a posição para Max Verstappen novamente, e com uma borracha mais dura e lenta. Hamilton sempre muito seguro, mantém uma margem segura para Max e cruza a linha de chegada em primeiro, e de quebra abrindo quarenta pontos de frente ao seu rival da Ferrari. O campeonato se desenhava muito favoravelmente a Lewis e a Mercedes.
Pódio: 1o. Hamilton - 2o. Verstappen - 3o. Vettel

Na segunda metade do ano Max mostrou consistência em seus resultados.

Nas ruas de Sochi na Rússia, a F1 mais uma vez ficou manchada por conta de uma ordem de equipe, e pior, mais uma vez uma decisão totalmente desnecessária. Bottas que foi o pole e liderava tranquilamente no fim da prova teve de ceder a posição a Hamilton. O inglês que havia travado um intenso duelo com Vettel já tinha o segundo lugar assegurado e abriria boa vantagem para levar o campeonato, mas a Mercedes queria mais, e obrigou ao finlandês a ceder a sua posição. O constrangimento foi visível e desnecessário, fossem 43 ou 50 pontos de diferença para Vettel, o campeonato já estava encaminhado, pois faltavam cinco corridas apenas e o equilíbrio das equipes era total. Hamilton errou ao aceitar a vitória e Bottas errou ao não se posicionar, até porque, em breve será preterido por Ocon dentro da Mercedes. A disputa praticamente estava sacramentada, restava saber o quando seria o título de Lewis.
Pódio: 1o. Hamilton - 2o. Bottas - 3o. Vettel.

Uma boa corrida com um fim melancólico.


No Oriente, mais precisamente em Suzuka no Japão, a F1 desembarcou para mais uma etapa do mundial, e apesar de não ser a etapa que oficialmente deu o título a Hamilton, foi a corrida em que ficou claro, mais uma vez, o desnível técnico entre Hamilton e Vettel. De ponta a ponta o inglês, em uma fase espetacular, conquistou mais uma vitória, de quebra com direito a dobradinha da equipe. Vettel ao forçar sobre Max Verstappen, acabou tocando no holandês, e rodou, pela terceira vez no campeonato. Vettel até se esforçou mas ficou apenas em sexto, praticamente dando adeus a disputa. Enquanto um tetracampeão colecionava vitórias, o outro colecionava erros. Ainda sobre o GP, Max mesmo com o toque demonstrou um bom ritmo de corrida e fechou o pódio.
Pódio: 1o. Hamilton -  2o. Bottas - 3o. Verstappen.


Vettel erra e força demais em cima de Verstappen.

Nos EUA, no desafiador Circuito das Américas, a vantagem de Hamilton na tabela, somada ao seu favoritismo na pista, transformavam a etapa o palco perfeito para a decisão do campeonato. Na qualificação o inglês fez o seu papel, mas na corrida uma largada ruim o fez perder a ponta da corrida para um inspirado Kimi Raikkonen. Vettel que dependia de uma recuperação na corrida logo de cara põem tudo a perder ao se tocar Ricciardo e rodar, não perca a conta, foi a quarta vez na temporada que o alemão erra dessa maneira, só para recapitular esse mesmo erro se repetiu na França, Itália e Japão. Hamilton foi arrojado e arriscou ao parar mais cedo, aproveitando o safety car, porém mais para o fim da corrida seus pneus não aguentaram o ritmo e o piloto teve de parar nos boxes uma vez mais. Melhor para Kimi que foi perfeito em sua corrida e também para Max Verstappen, que conseguiu um excelente segundo lugar, se consolidando como um dos melhores da atualidade, Hamilton fechou o dia em terceiro e, para espanto de seus companheiros de pódio, o inglês ainda não foi campeão pois Vettel chegou em quarto na corrida, adiando o título, por uma etapa pelo menos. De quebra Kimi quebrou seu jejum que já durava mais de dois mil dias, ou cento e onze corridas.
No pódio: 1o. Raikkonen - 2o. Verstappen - 3o. Hamilton.

Raikkonen segura Hamilton de pneus novos, momento decisivo para a corrida.


O circuito de Hermanos Rodríguez no México não é um dos palcos favoritos de Lewis pois seu desempenho nessa pista quase sempre fica aquém de seu talento, porém é inegável também que o circuito dá sorte ao inglês, pois por dois anos seguidos foi a pista em que se sagrou campeão, mesmo tendo atuações discretas. A pista teve um domínio absoluto da Red Bull, com Ricciardo na posição de honra e Verstappen em segundo. Max, sempre agressivo assumiu a liderança na largada, Ricciardo mais uma vez abandona com problemas no carro na temporada, Vettel e Raikkonen se aproveitam do abandono do rival e dos problemas de pneu de Lewis e avançam, mas ficam distantes do vencedor Max Verstappen. Lewis, sem forçar chega em quarto e se sagra pentacampeão do mundo, superando em títulos Vettel e se igualando ao lendário Juan Manuel Fangio com cinco conquistas. O que chateou mesmo os mexicanos foi o abandono de Pérez, que vinha em uma excelente sexta posição. O titulo de pilotos estava definido, mas ainda restava os de equipes.
No pódio: 1o. Verstappen - 2o. Vettel - 3o. Raikkonen


Vettel cumprimentando Hamilton, vencedor da temporada. Grande respeito entre os campeões.

O Grande Prêmio do Brasil em Interlagos foi simplesmente fantástico. Foi a primeira vitória de Hamilton após ter conquistado um título mundial, obviamente dentro da mesma temporada. Porém contar do triunfo do inglês é minimizar uma atuação assombrosa de Max Verstappen. O holandês largou em quinto, e em pista seca pois a famosa chuva da represa não chegou, foi ultrapassando seus oponentes até chegar a primeira posição. As Ferrari e as Mercedes não conseguiram segurar o ímpeto do jovem piloto rubrotaurino, que infelizmente, em um momento de imprudência, disputou roda a roda no S do Senna a posição com Ocon, um retardatário, que estava com pneus mais novos e rápidos, nenhum dos dois cedeu e Max acabou tendo seu carro atingido e rodou. Ululante que Ocon cometeu um grave erro ao não ceder a posição ao líder da corrida, e pior, colocou em risco a ambos, mas também faltou a Max paciência para concretizar a ultrapassagem. Hamilton assistiu a tudo de camarote e ultrapassou Max e rumou à vitória. Max até tentou e se aproximou do rival, mas com o carro danificado ficou sem chances de atacar o inglês. Raikkonen chegou em terceiro, mostrando viver um momento superior ao de Vettel na equipe, que ficou apenas em sexto. Entre as Ferrari, Ricciardo foi o quarto e Bottas o quinto. A Mercedes mostrou a superioridade e conquistou antecipadamente o título de construtores da temporada, um domínio de cinco anos na categoria.
No pódio: 1o. Hamilton - 2o. Verstappen - 3o. Raikkonen

Ocon simplesmente acabou com as chances de vitória de Max.

No suntuoso circuito de Yas Marina nos Emirados Árabes Unidos, a F1 teve um clima de despedidas, talvez a mais sentida delas será a do espanhol bicampeão mundial, Fernando Alonso, que irá se dedicar a WEC e a Indy no próximo ano. Mas outras também serão sentidas, como a saída de Raikkonen da Ferrari para a Sauber e de Ricciardo da Red Bull para a Renault. Largando da pole, Hamilton conquistou a sua septuagésima terceira vitória na carreira, porém não sem ter um embate ferrenho com Verstappen após a troca de pneus. Bottas mais uma vez se mostrou um piloto de talento questionável e ficou para trás mesmo largando em segundo. Raikkonen ainda na sétima volta abandonou a corrida. A corrida estava tão interessante que até uma leve garoa caiu em pleno deserto, infelizmente para a estratégia de Ricciardo a chuva fraquinha não molhou a pista, fazendo com que sua estratégia de retardar a parada não rendesse dividendos. Dessa forma Lewis fecha o ano com vitória, seguido por um combativo Vettel e por um competitivo Verstappen. Ricciardo ficou em quarto apenas. No fim, a grande surpresa foi a despedida de Alonso, que reuniu em uma cena épica e maravilhosa os três melhores pilotos dessa geração, todos lado a lado em seus carros. Alonso apesar do temperamento difícil certamente é um piloto de talento inquestionável, que nada deve a Vettel ou Hamilton, mesmo tendo apenas dois títulos, digo até mais, Alonso é o único no grid capaz de fazer frente a Lewis, pena que não teve um carro a altura. Assim a F1  se despede de 2018, com uma conquista épica de Hamilton e um sentimento que a categoria ainda é capaz de entregar grandes disputas.

Os melhores dessa geração se despedindo de Alonso.


E foi isso que aconteceu em 2018 na F1. Pensa que acabou? Ainda teremos um post especial falando de cada piloto e equipe para arrematar 2018, aí sim vamos curtir as férias da categoria máxima do automobilismo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

AUTOMOBILISMO VIRTUAL - SONHOS E COMPETIÇÃO.

Com o advento da internet, o mundo conheceu uma verdadeira revolução no modo de se relacionar entre as pessoas. O contato não precisava ser ...