domingo, 25 de novembro de 2018

MAIS DO MESMO. E O HASTA LUEGO DE ALONSO.

A F1 desembarca no suntuoso circuito de Yas Marina em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos para a última etapa da categoria em 2018. Apesar do maravilhoso circuito, dos prédios e do espetáculo que se faz no encerramento da temporada, a pista em si é ruim, um traçado sem graça e com poucos pontos de ultrapassagem. Com a temporada já definida, com os campeões entre os pilotos e equipes já estabelecidos, isso acaba não chamando muita a atenção. 

Com pouca expectativa para o GP o foco passa a ser na despedida de Fernando Alonso da categoria. O espanhol, de um talento incrível, arrojo e técnica invejáveis, amarga um período melancólico na Mclaren, sem nenhuma chance de mostrar todo o seu potencial. O bicampeão, infelizmente na carreira, pagou o preço de não saber se relacionar, foi assim em sua primeira passagem na Mclaren, quando teve a chance de ser campeão e perdeu para Raikkonen devido a rivalidade com Lewis Hamilton,. Na sua passagem em Maranello foi um crítico ácido da Ferrari, que verdade seja dita, se desse a ele um carro do nível que oferece a Vettel hoje, com certeza ele entregaria resultados melhores.

Nos treinos classificatórios nada de novidade, as três melhores equipes nas seis primeiras posições, na ordem Hamilton e Bottas da Mercedes na primeira fila, Vettel e Raikkonen da Ferrari na segunda fila, Ricciardo e Verstappen da Red Bull na terceira fila.

Na largada Hamilton se mantém em primeiro, Bottas consegue segurar os pilotos da Ferrari, quem larga muito mal é Verstappen que cai para décimo. No pelotão de trás um sururu se forma e Alonso tem de ir para fora da pista para não colidir com ninguém. No meio da volta Nico Hulkenberg, após um toque Grosjean, tem o carro catapultado e bate no muro. O atendimento é rápido, se apaga o foco de fogo e com todo cuidado se retira o piloto do carro. O safety car obviamente é acionado e fica na pista até a volta  cinco.

O toque entre Hulkenberg e Grosjean causa um feio acidente.

O carro da Renault tombado.

Após a relargada Hamilton se mantém na liderança, Leclerc chama a atenção com um ótimo quinto lugar, Verstappen com problemas no motor acaba sendo ultrapassado por Pérez mas dá o troco logo em seguida. Na volta seguinte é a vez de Verstappen e Ocon se encontrarem, o holandês consegue a ultrapassagem mas leva o troco, na freada seguinte Verstappen joga mais duro, coloca roda com roda e faz a ultrapassagem.

A rivalidade entre Verstappen e Ocon continua intensa.

Na volta sete o safety car virtual é acionado por conta da quebra do carro de Raikkonen. O finlandês se despede da Ferrari com o sentimento de dever cumprido. Hamilton aproveita se disso e para nos boxes, após o seu pit stop retorna a pista em quinto. Leclerc e Grosjean também param nos boxes. Na volta nove a corrida é reiniciada.

O adeus do "Iceman" da Ferrari termina com um abandono.

Rapidamente Lewis ultrapassa Vertsappen, que depois, na grande reta, com o acionamento do DRS,  dá o troco. Após doze giros completados, Bottas é o líder, mas próximo a ele está Vettel. Hamilton permanece em quinto, porém com apenas dez segundos de desvantagem para o líder e já com a parada realizada.

Verstappen, aparentemente recuperado dos problemas do carro passa a pressionar Ricciardo e abre um boa vantagem para Hamilton. Na volta dezesseis Vettel para nos boxes, voltando atrás de Ocon, entretanto já na reta seguinte faz a ultrapassagem e se coloca mediatamente atrás de Hamilton, porém doze segundos atrás. 

Bottas reage e para na volta seguinte e para surpresa de todos volta muito a frente do alemão. No giro dezoito Max para nos pits e retorna em quinto com pneus mais macios e mais próximo de Vettel.

A meteorologia surpreende com a previsão de chuva no deserto, quando a informação é passada no circuito, já havia notícias que no centro da cidade a chuva caia. Quem passa a torcer desesperadamente pela chuva é Ricciardo pois assim teria uma parada a menos do que os adversários.

Após vinte e cinco voltas a chuva começa a cair, só que apenas em uma pequena parte da pista. Hamilton com a possibilidade de perder a posição começa a apertar o ritmo e parte para cima de Ricciardo. Com problemas Ericsson abandona a corrida, já são três abandonos. Ericsson que também se despede da F1 estava bem na corrida, pontuando inclusive. Que tenha sucesso na Indy.

Alonso nitidamente com os pneus desgastados começa a perder posições, em uma volta para Leclerc, duas voltas depois para nos boxes e faz seu último pit stop na categoria.

Uma imagem emblemática: Uma lenda e uma promessa.
Após trinta voltas, a diferença entre Ricciardo e Hamilton é pulverizada, a chuva demora a cair com força para molhar a pista e as notícias de mudanças no vento fazem com que o australiano fique na chamada "sinuca de bico" sobre o que fazer. A tendência é que sem chuva, Ricciardo forçasse os pneus ao limite para colocar os ultramacios e fazer possivelmente as últimas vinte voltas da corrida.

Na volta trinta e três, das cinquenta e cinco previstas, Ricciardo para nos boxes e volta em quinto, só que com pneus macios, iguais aos outros, ou seja, de anda adiantou a estratégia.

Vettel finalmente chega em Bottas e ultrapassa o piloto da Mercedes, contudo a sete segundos do líder. Verstappen chega nos dois e começa a pressionar Bottas também. Bottas malandramente corta caminho para não frear forte demais e destruir os pneus e segura Verstappen. Ricciardo também chega no pelotão.

Na volta trinta e oito, Verstappen em uma manobra genial, abre ao máximo a curva e sai lançado para tomar a posição na perna seguinte, e claro, não podia faltar o toque roda com roda. Com esse embate, Ricciardo coloca Bottas em sua alça de mira, e com asa aberta faz a ultrapassagem, Bottas até tenta dar o troco mas não consegue.

Verstappen faz uma da mais belas ultrapassagens do ano.

Faltando quinze voltas para o fim Bottas que se arrastava para nos boxes. Vettel começa vagarosamente a retirar a diferença para Hamilton, e um pouco mais atrás Ricciardo chegava em Verstappen.

Faltando oito voltas para o fim Ocon vai para os boxes e abandona a corrida. Hamilton perde um pouco da vantagem mas ainda possui cinco segundos de frente. A Red Bull deve ter se comunicado com seus pilotos e Ricciado só escolta Verstappen.

Faltando seis para o fim é a vez de Gasly abandonar, dos pilotos que irão sair da F1, apenas Alonso, em décimo primeiro está em pista. Vettel aperta o ritmo e a diferença cai para quatro segundos.

Sem grandes alterações a corrida se encerra, com Lewis Hamilton vencendo mais uma vez, a sua décima primeira vitória no ano, a expressiva marca de setenta e três triunfos na carreira e quebrando a barreira dos quatrocentos pontos em uma temporada, simplesmente genial. Vettel chega em segundo com Verstappen em terceiro fechando o pódio. 

Em décimo primeiro Alonso encerra sua carreira na F1, uma caminhada vitoriosa, com alguns percalços é verdade, mas é inegável seu talento ímpar. Fará falta. A equipe colocou em seu carro um Hasta Luego (Até logo) para quem sabe, motivar o piloto a regressar a categoria já que em 2020 o regulamento da F1 mudará. Também é uma referência ao carro da Mclaren que correrá a Indy 500 de 2019, com Alonso no volante. De qualquer forma, o espanhol fará falta.

A despedida de Alonso, digna mas abaixo do que ele realmente merecia.

Abaixo as notas dadas aos pilotos pelo seu desempenho na corrida.

1o. Hamilton - 9,5

Fez a pole, acertou na estratégia e levou o carro a vitória, fez tudo certo na corrida mesmo que não tenha sido brilhante.

2o. Vettel - 8,0

O resultado na corrida foi muito bom em vista do que os treinos classificatórios prometiam. Precisa colocar a cabeça no lugar e focar na próxima temporada pois terá um sensacional Leclerc ao seu lado.

3o. Verstappen - 8,5

O showman da categoria. Classificou mal, largou pior ainda, teve problemas no carro e, ainda assim, conseguiu na base do talento se recuperar e chegar ao pódio. De quebra fez uma ultrapassagem maravilhosa sobre Bottas.

4o. Ricciardo - 7,5

Discreto na corrida até aparecer na frente com uma estratégia diferente, porém a sua aposta não se pagou e teve de se contentar com o quarto lugar.

5o. Bottas - 6,0

Se classificou bem, mas foi muito mal na corrida, desgastando demais seus pneus e perdendo um pódio certo.

6o. Sainz - 8,0

O primeiro dos últimos, conseguiu mostrar um excelente ritmo nos treinos e na corrida.

7o. Leclerc - 7,5

Foi mais uma vez brilhante, porém pagou por uma estratégia que não lhe foi muito favorável.

8o Pérez - 7,5

Fez uma corrida segura, foi agressivo na medida certa, passou por Ocon em pista e chegou em oitavo com propriedade. Com dinheiro a equipe Force India deve melhorar e seu talento deve ser realçado. 

9o. Grosjean - 7,5

Levou um susto danado logo no início da corrida, não deu muito espaço para Hulkenberg mas também foi espremido pelo piloto da Renault. Parou nos boxes no safety car virtual, se aprumou e conquistou dois pontos importantes.


10o. Magnussen - 7,0

Com dez voltas para o fim estava em décimo terceiro, e terminou em décimo, pontuando. Faltou chegar a frente do companheiro de equipe.

É isso, a temporada chega ao fim, agora só em 2019. Porém, para a saudade não ser muito grande, faremos uma retrospectiva em três partes sobre a temporada 2018. Analisando as corridas e os pilotos. Todo sábado (1, 8 e 15 de Dezembro) teremos as publicações, não perca, e em breve novidades sobre os projetos da Radio Paddock para 2019.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

AUTOMOBILISMO VIRTUAL - SONHOS E COMPETIÇÃO.

Com o advento da internet, o mundo conheceu uma verdadeira revolução no modo de se relacionar entre as pessoas. O contato não precisava ser ...