domingo, 28 de outubro de 2018

UMA NOVA LENDA ENTRE OS GRANDES DE TODOS OS TEMPOS.

A F1 chegava ao Circuito Hermanos Rodríguez no México com uma expectativa enorme em cima do quinto campeonato de Lewis Hamilton. O inglês que teve uma pequena frustração por não ter conseguido obter o título nos EUA, sabia que precisava de um modestíssimo sétimo lugar para se consagrar como um dos grandes pilotos de todos os tempos, quiçá até no rol das lendas entre as lendas, tais como Alain Prost, Ayrton Senna, Juan Manuel Fangio e Michael Schumacher. 

Com o campeonato já praticamente decidido na ponta, restava aos coadjuvantes lutarem por um lugar ao Sol, na corrida dos EUA o finlandês Kimi Raikkonen obteve a quinquagésima primeira vitória da Finlândia na F1, e superou o bicampeão Mikka Hakkinen obtendo a sua vigésima segunda vitoria na categoria máxima do automobilismo, superando o seu conterrâneo.

Nos treinos livres a Red Bull, de maneira até surpreendente, dominou completamente as sessões, a pista que não possui muitos mistérios em sua parte sinuosa favoreceu a equipe austríaca, mesmo tendo uma gigantesca reta, que desfavorece os motores Renault.

Na qualificação, Vettel mais uma vez decepcionou e ficou em quarto apenas. O virtual campeão Lewis Hamilton conseguiu um tímido terceiro lugar, pouco para ele normalmente, porém muito para se consagrar pentacampeão do mundo. Max Verstappen e Daniel Ricciardo disputaram com afinco a pole position, melhor para o australiano sorridente, que apesar de estar de saída da equipe, não abre mão de ser competitivo. Ricciardo tem sofrido com o boicote da Red Bull e este resultado é extremamente significativo, ainda mais se lembramos da maravilhosa corrida de Max nos EUA.

Na largada Ricciardo patina demais e sem velocidade começa a fica para trás. Hamilton larga muito bem e se coloca até o fim da reta na frente, porém na freada, Max retarda ao máximo e divide a curva lado a lado com Hamilton, o inglês percebendo que tinha muito a perder recolhe e fica em segundo. Bottas e Vettel atacam Ricciardo, o finlandês espalha e não ultrapassa Ricciardo, Bottas então fica lado a lado com o carro de Vettel, entretanto fica muito por fora em uma das curvas do miolo da pista e sai fora do traçado perdendo tempo. No pelotão de trás Ocon e Hartley  se tocam e são obrigados a pararem nos boxes.


A largada foi decisiva para o sucesso de Max.
Após quatro voltas Fernando Alonso com um detrito do carro de Ocon, que provavelmente danificou seu radiador, obriga o espanhol a abandonar mais uma vez. Na volta cinco o virtual safety car é acionado e já na volta seis a corrida se reinicia.

No giro onze Hamilton que perdia muito tempo em relação a Max para nos boxes, para surpresa de todos Bottas, companheiro de Hamilton, para também na mesma volta e se livram do pneu mais macio,  que se desmanchava na pista abrasiva. Na volta seguinte é a vez de Ricciardo parar nos boxes.

Quando para na volta treze Max retorna à pista em terceiro, atrás das Ferrari que não haviam parado. Mais atrás ma corrida Pérez ultrapassa Ericsson e pula para o sétimo lugar, para delírio da torcida mexicana.
Pérez faz a alegria dos mexicanos.

Com dezoito dezessete voltas Raikkonen, que já havia sido ultrapassado por Max momentos antes, é ultrapassado duplamente na mesma volta, por Hamilton e Ricciardo. Ao fim da volta as Ferrari param nos boxes. Vettel regressa em quarto e Raikkonen em sexto. Verstappen reassumia a liderança.

A pista, bastante abrasiva e com o calor, maltratava os pneus, deixando claro que as estratégias seriam de duas paradas aos boxes. Os pneus de Hamilton já demonstravam um acentuado desgaste, permitindo que Ricciardo e Vettel se aproximassem rapidamente.

Após vinte e oito passagens a corrida fica em compasso de espera, com todos economizando a borracho dos pneus com o objetivo de pararem apenas mais uma vez. O grande destaque é Max, com dez segundos de frente para Lewis. Vettel nitidamente fica comboiando Ricciardo, mas quando eles pegam um tráfego pesado de retardatários o alemão se aproxima demais do australiano e parte para o ataque. 

 No giro trinta e um Carlos Sainz abandona a corrida na chamada parte do estádio. O virtual safety car é acionado. Entre os primeiros colocados apenas Pérez, que estava em sétimo para nos boxes e retorna em nono.

Sainz que vinha bem na corrida abandona com problemas no carro.

Quando a bandeira verde é acionada Vettel parte com tudo para cima de Ricciardo mas o australiano se segura a frente.  Na volta seguinte não teve jeito, o alemão ultrapassa o australiano. Pérez na mesma imagem ultrapassa Leclerc mas leva o "x" do piloto monegasco. Na volta seguinte Pérez dá o troco passando por fora e assume o oitavo lugar. Com trinta e cinco das setenta e uma voltas a corrida chegava a sua metade.

Vettel muito mais rápido passa Ricciardo e assume o terceiro posto.

Com trinta e nove giros, Vettel que rapidamente se aproximou de Hamilton, ignorou o inglês e assumiu a segunda posição, infelizmente para ele um resultado insuficiente para se manter vivo no campeonato.

Vettel passa Hamilton e assume o segundo lugar.

O piloto da casa, Sérgio Pérez, que vinha muito bem na corrida acaba abandonando a corrida, uma pena pela excelente corrida que fazia. Vettel se animava na corrida, fazendo a volta mais rápida da corrida e tirando a vantagem para Verstappen, porém lentamente.

Pérez descobre que nem sempre há justiça na corrida.

Com quarenta e quatro voltas Hamilton reclama demais dos pneus e perde muito tempo, sendo ameaçado até por Ricciardo, que estava tendo uma atuação discreta. Absolve-se um pouco a atuação de Lewis o péssimo desempenho de Bottas, o quinto colocado mas muito atrás. Ricciardo após algumas voltas consegue atacar Lewis, e com a asa aberta passa por fora Hamilton, que freia demais e sai da pista, Hamilton ainda teve consciência de não forçar demais os pneus senão os destruiria.

Quem diria que o campeão passearia pela grama.


Na volta quarenta e oito Vettel e Hamilton param nos boxes e colocam pneus ultramacios. Ainda nessa volta, parecendo até replay, Bottas e Raikkonen fazem a mesma cena, porém Bottas freia mais forte e sai ainda mais da pista, dando um passeio na grama. Na volta seguinte Max para nos boxes e por ter um jogo de pneus supermacios se torna ainda mais favorito para vencer.

Faltando vinte voltas para o fim Ricciardo se mantinha na pista mas Vettel com pneus novos estava voando e chegava rapidamente. Com apenas quinze giros para o fim, Vettel passava a atacar o australiano e a disputa era acirrada entre eles. Na volta seguinte Ricciardo surpreende e faz a melhor volta da corrida, escapando de Vettel. 

Faltando apenas dez voltas para o fim, o motor de Ricciardo abre o bico, o australiano que fazia milagre a frente de Vettel acaba abandonando pela sétima vez no ano e joga fora a dobradinha da Red Bull, que estava encaminhada pois Vettel estava próximo mas não ameaçava. O virtual safety car é acionado na corrida. 

Mais um golpe de azar de Ricciardo e mais uma pá de cal entre Red Bull e Renault.

Aproveitando o safety car virtual Bottas para nos boxes e coloca pneus ultramacios para as oito voltas finais, foi a terceira parada do finlandês. Verstappen pede e a equipe preocupada aceita em reduzir a potência do motor do carro. A Red Bull casa com a pista mexicana, que fica na altitude com mais de dois mil e oitocentos metros ao nível do mar.

Verstappen desfila nas voltas finais e vence a corrida, a sua segunda no ano (a primeira havia sido na Áustria), a Ferrari como prêmio de consolação desconta pontos preciosos da Mercedes e ainda sonha com o título de construtores. Mas o dia era do quarto colocado, Lewis Hamilton conquista o seu quinto título mundial, superando Vettel e Prost e se igualando ao lendário Juan Manuel Fangio, ficando atrás apenas do mítico Michael Schumacher. Um dia histórico para o automobilismo mundial, em especial a F1.

Max foi o piloto do dia, mais do que justo.

A comemoração da Mercedes é contida mas o resultado merece todas as glórias. Hamilton não só faz história como ainda pode ser responsável por quebras de recordes históricos, hoje sem sombra de dúvidas pode-se colocar ele em igualdade com seu grande ídolo Ayrton Senna e quiçá em breve poderá até ser o maior de todos os tempos. Só o tempo dirá. A Vettel resta lugar para manter a Ferrari viva nos construtores e se preparar melhor para o próximo ano, pois apesar de ser um tetracampeão, não o coloco entre os grande pilotos, tais como Lauda, Stewart, Senna, Prost, Fangio, Piquet, Schumacher e agora Hamilton.

Abaixo as notas dadas aos pilotos por seu desempenho na corrida.


1o. Verstappen - 9,5

Atuação sublime, só não tirou o dez por conta de 0,026 milésimos, se tivesse feito a pole a corrida do holandês teria sido perfeita.

2o. Vettel - 8,0

Fez uma excelente corrida, se redimindo de um treino e largada ruins. Resta a ele garantir o vice campeonato e se preparar para buscar o título do ano que vem.

3o. Raikkonen - 7,5

Teve uma atuação extremamente discreta mas eficiente. Chegou ao pódio com um pouco de sorte, por conta do abandono de Ricciardo.

4o. Hamilton - 7,0

Fez um bom início de corrida, largou bem, foi competitivo mas o desgaste absurdo de seus pneus e até um receio de disputar posições e perder a corrida o fez ser tímido na parte final e garantir apenas o necessário para se sagrar pentacampeão do mundo.

5o. Bottas - 6,0

O pior entre os pilotos da elite. Só conseguiu a volta mais rápida da corrida como consolo de sua atuação ridícula.

6o. Hulkenberg - 8,0

O melhor entre os normais. Foi sempre muito competitivo na corrida, disputando com Pérez e Sainz, seu companheiro de equipe. Teve um pouco de sorte em não quebrar e chegou em uma bela posição. 

7o. Leclerc - 7,5

O garoto sensação é talvez um futuro campeão, disputa posição com maturidade e habilidade, como fez com Pérez. O monegasco terá um futuro glorioso na Ferrari.

8o. Vandoorne - 7,5

Surpreendeu devido ao seu fraco desempenho no início da corrida, sobreviveu na corrida e chegou em uma boa posição.

9o. Ericsson - 7,0

Melhorou seu desempenho na categoria esse ano porém tarde demais para manter seu emprego ano que vem. O carro da Sauber é bem melhor do que nos anos anteriores e pontuar acaba se tornando uma obrigação, ainda mais com seu companheiro novato arrebentando.

10o. Gasly - 7,0

Se envolveu em disputas ferrenhas com Ocon, e graças a um infortúnio do francês abriu uma boa vantagem para conseguir um precioso ponto.







Nenhum comentário:

Postar um comentário

AUTOMOBILISMO VIRTUAL - SONHOS E COMPETIÇÃO.

Com o advento da internet, o mundo conheceu uma verdadeira revolução no modo de se relacionar entre as pessoas. O contato não precisava ser ...