domingo, 17 de setembro de 2017

O MILAGRE DE HAMILTON ACONTECE.

Cingapura é uma belíssima cidade-Estado, possui um circuito e rua interessante, que combina velocidade com freadas bruscas e trechos bastante sinuosos. Além desses fatores a prova é disputada inteiramente a noite, trazendo mais um componente de desafio devido ao reflexo causado pelos 1.500 holofotes espalhados pela pista.

A corrida tinha um claro favoritismo da Ferrari e a possibilidade de Vettel retomar a liderança do Mundial, uma vez que o conjunto aerodinâmico é mais importante do que motor, ainda assim ninguém esperaria que Lewis Hamilton fosse entregar de bandeja a vitória e a ponta da tabela que demorou treze corridas para conquistar.

Antes porém dos carros entrarem na pista, o paddock já fervilhava com as notícias da saída da Honda da Mclaren e a ida da montadora japonesa para a Toro Rosso, equipe satélite da Red Bull. Já a equipe de Woking terá motores Renault no próximo ano, para alegria de Fernando Alonso, crítico fervoroso dos motores Honda.

Nos treinos livres a Red Bull mostrou força, como em nenhuma prova do ano, claramente Verstappen e Ricciardo teriam possibilidades reais de vitória. A Ferrari se assustou com o desempenho apenas mediano nos treinos e um clima de apreensão se abateu sobre a equipe de Maranello.

Na qualificação, Vettel e a Ferrari mostraram força e até mesmo superação, conseguiram ajeitar o acerto do carro e o piloto alemão conseguiu a proeza da pole position, uma pole incontestável com um tempo bem melhor do que os adversários diretos. A Red Bull mostrou sua força e conseguiu um lugar na primeira fila com Max Verstappen e um terceiro tempo com Ricciardo. Kimi Raikkonen levou a sua Ferrari apenas no quarto posto, mas que não deixa de ser um resultado em vista que está a frente de Hamilton e Bottas, ambos da Mercedes. O grupo intermediário teve as duas Mclaren classificadas ao Q3, em um traçado onde o motor conta pouco a equipe consegue mostrar competitividade.No pelotão do fundo Massa erra sua volta derradeira ainda no Q1 e é eliminado, largando apenas em décimo sétimo. Um resultado horrível para a Williams que no momento já não mostra o mesmo apreço pelo piloto do que tinha no início do ano.

Pela primeira vez em dez edições a corrida começa sob chuva, um desafio a parte para os pilotos pois o calor faz o traçado ficar úmido apenas. Na largada, Vettel e Raikkonen largam melhores, o finlandês surpreendente Verstappen por dentro, Vettel também espreme Verstappen, até um pouco sem necessidade pois o alemão já estava a frente e no traçado, para piorar Max se desespera e tenta fechar Raikkonen, e aí o caos se forma, com uma batida entre Raikkonen e Verstappen, que acaba atingindo Vettel e Alonso, que também havia largado bem. Desse grupo apenas Alonso consegue permanecer na corrida apesar de ter caído para o décimo segundo lugar. Ainda sob o acidente, a impressão dada é que Verstappen buscou o contato com Raikkonen e causou o acidente mas o fato é que Vettel, o maior prejudicado por conta da busca pelo título, também foi responsável, não foi prudente como deveria na largada, ainda mais com a pista úmida.

O toque de Kimi em Vettel tira ambos da prova.


Alonso coitado, estaria em terceiro mas foi acertado pelo acidente.


O milagre que Hamilton tanto pediu antes da corrida aconteceu, e ele a poucos metros depois do sinal verde assume a liderança e tem tudo para disparar na liderança do mundial. Na volta cinco a corrida se reinicia, Hamilton aproveita o momento e abre vantagem para Ricciardo, mais atrás Bottas perde posições para Pérez e Palmer, largando muito mal.

Na passagem oito, Alonso abandona por problemas em decorrência doa acidente, na frente Hamilton abre vantagem confortável para Ricciardo.

No giro onze, Kvyat estampa o muro e o safety car é acionado novamente. Ricciardo se aproveita da situação e antecipa o seu pit stop, acaba caindo momentaneamente para terceiro mas com pneus intermediários mais novos. Após algumas voltas sob safety car os três primeiros são Hamilton, Ricciardo e Bottas.

Lewis domina a corrida após a largada de ponta a ponta.


A corrida recomeça na volta quinze, Hamilton continua a frente e mesmo com pneus mais gastos se mantém na ponta com um bom ritmo.Mais atrás Felipe Massa com pneus de chuva sofre com a pista que estava secando e perde várias posições seguidamente.

Massa erra na estratégia e fica fora dos pontos no fim da prova.


Já na passagem dezenove o DRS é liberado, apesar de molhada e úmida a pista já estava secando e a chuva já havia parado, passa a ser questão de tempo o uso de pneus para pista seca.

Na volta vinte e cinco, Kevin Magnussen é o primeiro a colocar pneus de pista seca, na mesma volta Felipe Massa também arrisca, ambos com pneus ultra macios. Na passagem seguinte, mesmo com pneus intermediários, Hamilton crava a volta mais rápida até o momento. 

Na volta vinte e nove Ricciardo e Bottas param nos pits, na volta seguinte é a vez de Hamilton. Agora sob condições de pista seca é a oportunidade para a Red Bull se aproximar da Mercedes.

A corrida que passava por um momento de monotonia ganha um atrativo e tanto quando Marcus Ericsson da Sauber na volta 38 roda e bate em um trecho sinuoso e estreito, com a roda travada o piloto fica atravessado na pista, pela terceira vez no dia o safety car é acionado. A vantagem de nove segundos de Hamilton para Ricciardo é pulverizada, assim como a de Ricciardo para Bottas.

A corrida recomeça, a própria direção de prova determina que a corrida termine no limite de duas horas. Mesmo se esforçando Ricciardo não consegue atacar Hamilton e acaba ficando mais próximo de ser ameaçado por Bottas. 

Faltando aproximadamente dez minutos de corrida Nico Hulkenberg, que fazia uma excelente corrida acaba abandonando, além dele Magnussen também com problemas também encosta o carro nos boxes. Nesse momento apenas doze carros estavam na pista, sendo que onze na volta do líder.

Após mais de duas horas de prova, Hamilton cruza a linha de chegada da maratona e comemora muito pois sabe que colocou uma mão na taça. Ricciardo e Bottas completaram o pódio.

Abaixo as notas dadas aos pilotos que pontuaram na prova.

1o. Hamilton - 8,5

Não foi tão competitivo nos treinos mas largou bem, fugiu do acidente da largada e dominou absoluto na corrida, ganhando com facilidade. 

2o. Ricciardo - 8,0

Largou na segunda fila mas perdeu tempo na largada por conta do acidente e caiu para segundo. Fez uma corrida correta mas pelo desempenho dos treinos se esperava um pouquinho mais dele e da Red Bull.

3o. Bottas - 7,5

Apático na qualificação, relargou muito mal mas quando a pista secou passou a se recuperar e chegou no pódio.

4o. Carlos Sainz - 8,5

Um piloto bastante valorizado, de futuro promissor, fez uma corrida excelente, correta e segura.

5o. Pérez - 7,5

Teve uma qualificação ruim mas soube se recuperar muito bem na corrida e venceu bem o seu maior desafeto, Ocon.

6o. Palmer - 7,0

A surpresa do dia foi Palmer chegar tão a frente, considerado um piloto fraco por muitos. A Renault tinha condições de chegar em quarto com Hulkenberg que abandonou mas Palmer fez um boa corrida, talvez a melhor dele na F1 e chegou nessa boa posição.

7o. Vandorrne - 7,0

Foi ao Q3, e na corrida sempre foi combativo, disputando intensamente as posições e marcou importantes pontos para a Mclaren.

8o. Stroll - 7,0

Para quem foi eliminado no Q1, chegar aos pontos foi um resultado muito bom, melhor ainda que o garoto (melhor do que muitos imaginavam), chegou a frente inclusive a frente de Massa, que nem pontuar conseguiu.

9o. Grosjean - 6,5

Fez o que pode na corrida e pontuou pelo menos.

10o. Ocon - 5,5 

Diferentemente de outras provas, nessa etapa, Ocon ficou um pouco abaixo das expectativas  e somou apenas um pontinho.

Para encerrar e não ficar em cima do muro, concordei integralmente com o comentarista Reginaldo Leme, Vettel não errou no acidente mas pagou o preço de estar muito mal colocado, e acrescentaria, afoito demais pois era ele quem possuía o traçado da pista e foi ele quem saiu totalmente da sua linha para pressionar Verstappen, na foto abaixo compare os carros de Hamilton e Ricciardo, como ambos não passam da metade da pista como Vettel o fez, não chega a ser um erro fechar o oponente mas foi uma ação desnecessária que resultou em seu abandono. Um acidente de corrida que pode ter definido o campeonato a favor de Lewis.






A próxima corrida será na Malásia em duas semanas.

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