domingo, 11 de junho de 2017

LEWIS, O NOVO REI DO NORTE.

A quinquagésima corrida canadense foi coberta de expectativa pela disputa entre Mercedes e Ferrari, principalmente a batalha pelo título entre Hamilton e Vettel. O traçado do Circuito Gilles Villeneuve que atualmente recebe a etapa da F1 é tido como traiçoeiro, com freadas fortes e muros muito próximos a pista. O circuito tem a famosa "curva dos campeões", a última curva que é feita após uma chincane, nessa curva vários campeões mundiais foram pegos de surpresa e bateram.

No treino classificatório, um momento histórico para comemorar a marca histórica do circuito. Hamilton com uma volta perfeita, quebra o recorde da pista e conquista a sua sexagésima quinta pole position na carreira, igualando a marca de seu ídolo Ayrton Senna. Como recompensa, o Instituto Ayrton Senna deu um dos capacetes do piloto brasileiro a Lewis que ficou extremamente grato e emocionado. Se o Canadá foi palco da primeira vitória de Lewis na F1, nesse momento ganhou ainda mais o coração do piloto, para coroar o fim de semana dos sonhos só faltaria a vitória.


A reverência e carinho de Hamilton ao ídolo Senna ao receber o capacete.

Ainda sobre a qualificação, Vettel conseguiu um bom segundo lugar se colocando entre as Mercedes. Felipe Massa conquistou o sétimo tempo e a expectativa do brasileiro era de uma corrida boa. Alonso apesar do bom Q1, teve problemas no Q2 e não conseguiu ficar entre os dez primeiros. O piloto da casa, o jovem Lance Stroll marcou um modesto décimo quarto tempo.

A corrida canadense sempre foi palco de provas contubardas e de surpresas históricas, vários pilotos conquistaram nessa prova a sua primeira vitória na carreira, pilotos tais como Gilles Villeneuve, Jean Alesi, Kubica e Ricciardo. O safety car constantemente é presença na prova devido aos fortes acidentes que acontecem.

Antes da largada, o glorioso Kvyat não consegue sair do lugar e é obrigado a largar dos boxes. Já na largada propriamente dita, Hamilton se mantém na ponta, Vettel pressionado pelos dois lados, por Verstappen e Bottas, acaba recuando e é tocado na sua asa dianteira por Verstappen, complicando seu início de prova. Felipe Massa que vinha disputando posições acaba abalrroado pelo carro de Sainz Jr. que perdeu completamente o controle de seu carro e atingiu o carro do brasileiro. Grosjean também foi vitimado pelo acidente e teve a corrida comprometida. O safety car acaba sendo acionado.


Na imagem é possível ver Vettel sendo "encaixotado".


A relargada é dada na volta quatro, Vettel com o carro muito instável devido a asa danificada, começa a perder ritmo, na volta seis o piloto da Ferrari para nos boxes. Quem se aproveita muito bem disso é Pérez, que conquista a posição de Massa na largada, passando Raikkonen na relargada e ganha a posição de Vettel após a parada do alemão e fica em quinto.

Na volta onze os torcedores de Max Verstappen ficam inconsoláveis ao verem o carro do holandês voador parar o carro com problemas. O virtual safety car é acionado, o que é ruim para Vettel, que poderia colar no pelotão, se o safety car convencional fosse acionado.

Na volta catorze a corrida recomeça e poucas voltas depois as paradas de pit stop são feitas. Raikkonen puxa o pelotão da frente, nas voltas seguintes param Ricciardo e Pérez. Riccardo fica a frente desse pelotão e vai garantindo seu lugar ao pódio.

Vettel, em uma situação difícil começa a escalar o pelotão, passando por Vandoorne, Kvyat, Hulkenberg e Magnussen. O alemão se coloca nos pontos mas ainda muito atrás dos seus rivais diretos pelo pódio, fora o fato que Sebastian Ocon, fazendo uma corrida brilhante vai se colocando surpreendentemente entre os primeiros colcoados, com direito a segurar a pressão de Bottas.

Após trinta e duas, Lewis Hamilton faz o seu pit stop, sem nenhum problema e ruma à vitória.

Na volta 42, Raikkonen para nos pits de maneira surpreedente, bem mais a frente, na volta 50 é a vez de Vettel fazer a sua segunda parada. A estratégia da Ferrari é o tudo ou nada pelo pódio.

Na volta 52, Vettel faz a melhor volta da prova mas ainda está muito longe do pelotão. Ocon pelo rádio pede a equipe para que Pérez abra caminho, pois ele teria condições de passar Ricciardo. É a tensão de se tornar alça de mira das Ferrari. Sérgio Pérez não aceita o pedido e se mantéma  frente, resistindo ao companehiro de equipe.

No giro 62, já na reta final da corrida, Raikkonen erra a entrada da reta principal com problemas de freios (será?) e facilita a vida de Vettel. O alemão duas voltas depois consegue chegar no pelotão e de maneira agressiva ultrapassa Ocon em uma bela manobra. A teimosia de Pérez custou possivelmente um pódio a Force India. Vettel erra no miolo do circuito mas se mantém a frente de Ocon e tem de se reaproximar de Pérez faltando três voltas para o fim da prova. Quem agradece a confusão é Ricciardo que consegue escapar da confusão e abre um diferença suficiente para escapar.

Faltando duas voltas, Vettel passa Pérez, Ocon se aproxima de seu companheiro e tenta ultrapassar seu companheiro de equipe mas sem sucesso. Falando em falta de sucesso, faltando apenas duas voltas para o fim, Alonso que estava em décimo tem uma quebra de motor e abandona a corrida, muito próximo de marcar os primeiros pontos na temporada. Um dos momentos mais inusitados da corrida foi o fato de Alonso sair do carro e ir, literalmente, para a galera. O espanhol vai se divertindo com a sua tragédia.

Onde está Alonso?


Hamilton cruza em primeiro diminui, a diferença nos pontos de 25 para 12 em relação a Vettel no campeonato, Bottas é o segundo, completando a dobradinha da Mercedes, e em terceiro Ricciardo com uma estratégia conservadora mas eficiente.

A comemoração de Lewis é inspirada por Senna.


Abaixo as notas dos pilotos pelo seu desempenho na etapa canadense:

1o. Hamilton - 10,0
Fez um pole position fantástica, largou bem e fez a volta mais rápida da corrida. O inglês se recoloca na disputa pelo título e é o segundo maior vencedor de Montreal com seis triunfos, um a menos do que Schumacher. 

2o. Bottas - 8,0
Não fez nem sombra na qualificação para Hamilton e Vettel mas largou bem e conseguiu, com a ajuda de Verstappen, complicar a largada de Vettel. De mais, só levou o carro até o fim sem problemas.

3o. Ricciardo - 8,0
O australiano sorridente com uma estratégia conservadora de colocar pneus macios conseguiu no finzinho da corrida escapar do assédio da Ferrari de Vettel.

4o. Vettel - 7,5
Fez uma boa qualificação, mas o toque de Verstappen na largada complicou demais a sua corrida. Vale ressaltar que Vettel bobeou na largada, deixando os dois lados abertos, ficando encaixotado no fim da reta. Com muito empenho e arrojo conseguiu minimizar o prejuízo fechando o dia em quarto.

5o. Pérez - 7,5
Fez uma excelente largada e chegou em uma excelente posição, porém não pensou no bem da equipe que poderia sim, chegar ao pódio com Ocon. Foi herói e vilão ao mesmo tempo

6o. Ocon - 8,0
A figura da corrida foi o francês Ocon, geralmente discreto nas provas mas sempre eficiente, cumpriu seu papel mais uma vez e é uma promessa para o futuro. Tentou passar Pérez mas o companheiro jogou pesado para evitar a ultrapassagem, porém sai da corrida fortalecido pois apesar de estreante na categoria se mostrou capaz de andar com os melhores a frente.


7o.Raikkonen - 6,5
Ainda na segunda volta errou sozinho e foi ultrapassado por Pérez, depois no meio da prova ficou agarrado atrás do pelotão de Ricciardo, Pérez e Ocon. Tinha condições de conseguir passar os três, sendo mais rápido com os pneus novos da segunda parada, porém errou sozinho e depois passou a ter problemas de freios. O finlandês está devendo e muito esse ano.


8o. Hulkenberg - 7,0
Mais uma vez o incrível Hulk se mostrou um piloto extremanete talentoso, soube levar o carro aos pontos com a modesta Renault. Merecia um carro vencedor pois tinha potencial de ser campeão mundial.

9o. Stroll - 6,5
Ninguém saiu mais feliz de Montreal do que Lance Stroll, o canadense fez seus primeiros pontos na categoria, justamente no GP de sua casa. Ainda deve muito, principalmente nas qualificações mas em ritmo de corrida, nessa etapa, se mostrou um piloto razoável.

10o. Grosjean - 6,0
Com um misto de sorte e azar, o francês conseguiu se recuperar na prova graças aos acidentes e quebras e marcar um pontinho.

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