domingo, 21 de maio de 2017

O DESAFIO DE ALONSO

     O que faz um piloto abandonar uma prova da maior categoria do automobilismo mundial, e não uma etapa qualquer, estamos falando de Mônaco, para disputar uma única prova em outra categoria? Loucura? Promessa? Descontentamento? Para Fernando Alonso, bicampeão mundial de F1 essa troca se chama aventura. 
     
    Muitos criticaram a decisão de Alonso em disputar a Indy 500, a mais famosa prova de corrida dos EUA, porém poucos entenderam as razões de Alonso para realizar tal feito, além disso, o piloto não é o primeiro, e provavelmente, não será o último a realizar a fazer tal escolha. Abaixo vamos listar os fatores que justificam a decisão de Alonso.


A QUANTO TEMPO NÃO VEMOS ALONSO SORRIR ASSIM?


     Indianápolis: tradição no automobilismo.
     O circuito de Indianápolis, chamado de Brickyard pelos americanos, existe desde 1909, as corridas ali disputadas eram consideradas, pelo menos para os americanos, a prova de corrida mais importante dos EUA. O circuito já fez parte do calendário oficial da F1 na década de 1950, apesar de poucos pilotos europeus se aventurarem devido as especificidades do carros utilizados na pista.

     Vários pilotos de F1 já correram na prova.
     De Alberto Ascari na década de 1950 até Alonso recentemente, vários pilotos da F1 já disputaram a corrida em Indianápolis. Jack Brabham, Graham Hill, Jackie Stewart, Graham Hill, Jim Clark, Jochen Rindt e Mário Andretti fizeram a escolha de competir na tradicional etapa americana, e alguns lograram êxito. Além desses pilotos que competiram na Indy 500, outros ex pilotos da F1, já se aventuraram em terras americanas, tais como Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet, Nigel Mansell e Rubens Barrichello. Todos, em maior ou menor grau, fizeram boas apresentações.


EM 1993 MANSELL VENCEU A INDY 500, UM ANO APÓS O TÍTULO DA F1.


     A Mclaren e a parceira Andretti tem tradição na corrida.
    A Mclaren já venceu as 500 Milhas de Indianápolis nos anos de 1974 3 1976, com o piloto Johnny Rutherford. A equipe fez uma parceria técnica com a Offenhauser e conseguiu realizar o intento. A Andretti, tradicional equipe da Fórmula Indy, em parceria com Brian Herta venceu a corrida ano passado com o piloto Alexander Rossi. Rossi inclusive é um dos companheiros de equipe de Alonso nessa etapa. Apesar de nenhum piloto da família Andretti ter vencido a prova (Mário, Michael e Marco) a equipe a venceu outras duas vezes com o falecido Dan Wheldon e com Ryan Hunter Reay.

     
A MCLAREN DE RUTHERFORD TEM HISTÓRIA NA INDY 500.


     O circuito favorece a transição entre F1 e Indy.
     Os ovais tendem a terem fortes inclinações e consequentemente acertos muito específicos para que o piloto possa pilotar em máxima velocidade, em qualquer linha que se sinta confortável, seja por fora ou por dentro da pista. Já em Indianápolis a inclinação é pequena, apenas de 9 graus, fazendo com que o acerto seja para uma única linha. Apesar das velocidades absurdas no circuito, em termos de dificuldade a pista oferece um desafio um menor do que outros ovais.

     A Honda corre nas duas categorias.
     A fornecedora de motores da Mclaren na F1 é a Honda, a montadora também está presente na Indy e é a atual vencedora da Indy 500. Esse desafio de Alonso só foi possível pois a Honda pode consturar o acordo entre a Mclaren e Andretti, além disso, o nome Fernando Alonso é um atrativo para categoria sem nehuma dúvida.

     A frustração de Alonso na F1 atual.
    O piloto está nutrindo um ressentimento consigo mesmo e com a equipe por causa dos resultados pífios, imagine-se como alguém capaz de ser campeão, considerado por muitos como o melhor piloto do grid e está correndo sempre no meio do pelotão para trás, ou pior, nem completando as corridas pois o carro não tem confiabilidade. A situação de Alonso atualmente na F1 é essa, sem esperaça de bons resultados, prefere se aventurar na América e quem sabe, conquistar a Tríplice Coroa (vencer Mônaco, a Indy 500 e as 24 de Le Mans), feito esse só realizado por Graham Hill. 


GRAHAM HILL, O ÚNICO PILOTO A VENCER AS PRINCIPAIS PROVAS DO MUNDO.


     No próximo domingo (28), o mundo vai saber do que Fernado Alonso é realmente capaz, seu quinto lugar na classificação retrata todo seu talento e capacidade como piloto. O piloto Hélio Castroneves, em entrevista a TV Bandeirantes, diz que se surpreendeu, e muito com o desempenho do piloto espanhol e em suas palavras "esperava que ele sofresse mais para se adaptar". A expectativa, independentemente do resultado de Alonso, é que a corrida seja emocionante, mais uma vez, aliás pela 101o. vez.

     Na segunda feira o blog irá fazer um resumo da corrida, em especial a participação de Alonso e dos brasileiros, e no domingo, dia da corrida teremos o post sobre Mônaco até o meio dia. Até lá.

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