sexta-feira, 26 de maio de 2017

AQUECIMENTO PARA A INDY 500.

A famosa 500 Milhas de Indianápolis ocorrerá nesse fim de semana pela 51o. vez na história. Enumerar os atributos das provas ali realizadas é impossível pois dezenas de corridas viriam à memória, tornando a missão impossível, porém nesse post vamos destacar dez acontecimentos marcantes, nessa que é a corrida mais importante e tradicional do automobilismo norte-americano. Considerem esse post um Warm-up (aquecimento) dessa etapa de 2017.


10o. A maldição dos Andretti
Três gerações da família Andretti correram na tradicional prova, porém apesar da equipe que leva o nome da família ter vencido a corrida, nenhum membro da família conseguiu realizar o feito. Talvez, os momentos mais dramáticos dessa maldição ocorreram com Michael Andretti, que chegou muito perto, por mais de uma vez (1991 e 1992), mas não conseguiu realizar o intento.


9o. O mico de Roberto Guerrero
Correr em Indianápolis é um privilégio para poucos, marcar a pole position então é apenas para um seleto grupo dentro desse microverso. O colombiano  Roberto Guerrero, em 1992, conseguiu realizar o feito porém conseguiu colocar tudo a perder na volta de apresentação, ao rodar o carro e bater forte no muro interno. A prova para o colombiano pole position terminou antes de começar.



8o. Na última curva
O falecido piloto Dan Wheldon, venceu por duas vezes (2005 e 211) a corrida milionária, o piloto apelidado de Lucky Man (algo como "homem sortudo") no segundo triunfo, que também seria a sua última vitória na categoria, contou com um erro bizarro do jovem piloto J.R.Hildebrand. O jovem novato Hildebrand liderava confortavelmente a corrida mas na última curva, da última volta, conseguiu a façanha de perder o controle do carro ao ultrapassar um retartatário e bateu no muro. J.R completou a prova, mas ficou atrás de Wheldon que ganhou de presente a vitória.


Dan Wheldon vencendo e o batido J.R. Hildebrand (batido) chegando em segundo.



7o. Santa amarela Hélio
Hélio Castroneves está em um seleto grupo que venceu três ou mais vezes a tradicional corrida, porém nenhuma das vitórias foi mais difícil, dramática ou controversa do que a de 2002. Hélio liderava a corrida mas no início da última volta Paul Tracy colocou seu carro do lado do de Hélio, o canadense viria a superar o brasileiro mais a frente porém nesse momento a bandeira amrela foi acionada devido a um acidente entre Lauerent Reudon e Buddy Lazier. Paul passou Hélio na pista, mas não levou, no momento da ultrapassagem o ponto de aferição marcou o brasileiro a frente, portanto como não pode se ultrapassar em bandeira amarela, Hélio foi declarado vencedor. Na época foi comentado, inclusive, que a decisão foi a política, uma vez que a equipe Green (uma equipe da CART) se inscrevera apenas para a Indy 500, e não era interesse que a IRL, desse a vitória a uma equipe da categoria rival.

Hélio (vermelho e branco) estava a frente ou atrás de Paul Tracy (verde e branco)?



6o. A primeira do Brasil
Emerson Fittipaldi, bi-campeão da F1, foi responsável por abrir portas para os brasileiros na Europa, mas talvez a sua maior contribuição tenha sido justamente em investir nos EUA, mais precisamente na Indy. Em 1989, o brasileiro conseguiu levar seu país a glória ao vencer a prova, mas não sem drama e emoção. Após a relargada na volta 186, Al Unser Jr. com menos combustível, veio mais rápido e assumiu a liderança, Emerson que estava particulamente aguerrido no dia foi implacável na perseguição nas cinco voltas finais. Quando Al Unser Jr se deparou com tráfego na penúltima volta e teve de diminuir o ritmo devido ao combustível Emerson não exitou, colocou por dentro e ultrapassou. Não se dando por vencido, Al ainda tentou fechar Emerson, os dois se tocaram mas Unser Jr levou a pior e bateu no muro. Emerson venceu a prova e abriu caminho para o  seu título e da invasão brasileira na Indy nos anos seguintes.


Emerson (branco e vermelho) lado a lado com Al Unser Jr. (azul escuro e branco)

Após o toque, Al Jr roda e bate forte no muro, Emerson segue e vence a prova.



5o. De último para ...segundo?
A corrida de 1992 reservou diversas supresas, reviravoltas e qause terminou como uma história digna de Cinderela. Tudo começou com a classificação para a prova. A equipe Walker teve problemas com a atualização de seu carro, resolveram então colocar o carro mais novo para o piloto Mike Groff e o canadense Scott Goodyear se classificaria com o modelo de 1991. Porém devido a problemas mecânicos, Goodyear não se classificou para a prova mesmo sendo o piloto experiente enquanto que o jovem americano Mike Groff se classificou. Com uma situação complicada nas mãos a equipe Walker decidiu substituir os pilotos para a corrida e assim Goodyear foi para a corrida. Com a troca efetuada o piloto largaria na 33o. e última posição do grid. Na volta de aquecimento dessa prova já mencionamos a batida do pole position Roberto Guerrero. A corrida foi uma das mais acidentadas da história, poucos carros chegaram ilesos a parte final da prova. Michael Andretti dominava a prova de maneira categórica, sem ser ameaçado, até o giro 189, quando uma bomba de óleo o fez sair da prova. Al Unser Jr se estabeleceu na ponta após a última bandeira amarela. Nas últimas sete voltas da corrida Al Unser Jr e Scott Goodyear fizeram do final da prova algo épico, no fim por menos de meio segundo de diferença, Al Unser Jr. cruzou a linha de tijolos em primeiro.   



O final eletrizando, de uma corrida épica.


4o. Sem leite no pódio
Emerson Fittipaldi contrariou os EUA em 1993 tanto na corrida como no pós corrida. O piloto da Penske teve naquele ano um piloto de extremo nível técnico e com um carro vencedor, Nigel Mansell, como rival direto pelo título. Na prova da Indy 500, o brasileiro teve diversos problemas no Pole Day e não tinha grandes expectativas para a prova. Tudo mudou na corrida, Emmo, estava em par de igualdade contra Mário Andretti, Mansell, Al Unser Jr e a surpresa do dia Arie Luyendyk. Mansell merce uma capítulo a parte, o inglês, chamado de Leão, era o atual campeão da F1 e já na terceira prova na Indy, era o líder do campeonato. Sua primeira corrida em ovais se deu justamente em Indianápolis e teve chances reais de vencer, liderava com folga a corrida até uma bandeira amarela já no fim da corrida. Emerson relargou de maneira impecável, superou Mansell, assumiu a liderança pela primeira vez na corrida e simplesmente desapareceu na frente, mostrando um ritmo alucinante e inesperado. Luyendyk aproveitou a carona e passou Mansell, e sem querer, serviu de escudeiro para Emmo. Já nas cinco voltas finais outra amarela apareceu mas Emerson relargou perfeitamente novamente e venceu pela segunda vez na Indy 500. A corrida ainda ficou marcado pelo pódio. Emerson se recusou a tomar o tradicioanl leite de Indiana, e prefereiu tomar suco de laranja, quebrando o protocolo. As críticas aumentaram nos dias seguintes pois foi clara a intenção de Emerson de promover a sua empresa de sucos. Ninguém é perfeito, nem os ídolos.


A quebra da tradição gerou enormes críticas a Emerson.
3o. O doce tirado da boca da criança
Em 2006, uma das maiores crueldades da história ocorreu na reta final da Indy 500. O jovem piloto Marco Andretti, com então 19 anos, corria na prova mais importante de sua vida, para isso contou até com a ajuda de seu pai, Michael Andretti, que correria para ajudar o filho e para fazerem um bom trabalho com o acerto do carro. No pit lane estava Mario Andretti, o avô, campeão da Indy e a da F1, dando instruções e fazendo as estratégias. Tudo isso para quebrar a maldição dos Andretti, que haviam batido na trave por algumas vezes, especialmente Michael. Marco fazia uma excelente prova, muito seguro, mesmo que pilotos como Dan Wheldon e Scott Dixon estivem mais rápidos, o garoto se mantinha no páreo. A nove voltas para o final, a pai e filho estavam em primeiro e segundo lugares, mas pilotos como Franchitti, Kanaan e Sam Hornish Jr. vinham logo atrás com um bom ritmo de prova. A quatro voltas do fim a bandeira verde é acionada, Hornish como um alucinado pula de quinto para terceiro. Faltando três voltas, Marco passa seu pai e assume a ponta, na mesma volta, apesar do esforço de proteger o filho, Michael é superado por Hornish. As duas voltas finais são de uma perseguição implacável, na reta oposta da última volta Hornish apanha o vácuo mas de maneira inteligente só executa a ultrapassagem na última curva, com mais velocidade o piloto da Penske vence e frusta mais uma vez os Andretti.
A vitória de Hornish foi quase trágica para os Andretti.
2o. As lendas da Brickyard
A.J. Foyt, Al Unser Sênior e Rick Mears venceram por quatro vezes a corrida mais importante dos EUA, Cada um desses pilotos representa uma parte importante da Indy 500 e do automobilismo norte-americano. AJ Foyt é uma lenda viva do automobilismo, além dos triunfos em Indianápolis (1961,1964, 1967 e 1977) o piloto ganhou na Nascar as 500 Milhas de Daytona (1972) e além disso venceu provas de endurance tradicionais como as 24 Horas de Daytona e as 12 Horas de Sebring. Em 1967, o americano A.J. Foyt venceu a Indy 500 e duas semanas depois venceu a famosa 24 Horas de Le Mans.

Foyt, uma lenda do automobilismo mundial.

Al Unser vem de uma família acostumada a vencer a Indy 500, seu filho venceu duas vezes, seu irmão mais velho venceu três, e ele realizou o feito por quatro vezes (1970, 1971, 1978 e 1987). Além disso, é o único piloto a conquistar a chamada Tríplice Coroa da Indy (venceu a Indy 500, a Pocono 500 e a Califórnia 500)

Al Unser comemorando sua vitória na Indy 500 de 1970, uma lenda dos ovais.


Rick Mears dos pilotos acima citados é o único que venceu em três décadas diferentes as corridas de Indianápolis, Mears triunfou em 1979, 1984, 1988 e 1991, com diferentes tecnologias no carro, além disso detém o recorde absoluto de seis pole position no mítico circuito. Se não bastasse, Rick Mears conquistou três títulos da Indy, se aposentando em 1992 como uma das maiores lendas do automobilismo americano.

Rick Mears e o seu famoso "submarino amarelo", uma das maiores lendas da Indy.



1o. Tributo vivo.
Em 1986 Bobby Ray Rahal venceu a sua primeira e única corrida na Indy 500. Seu triunfo foi um dos momentos mais bonitos da história do automobilismo. Um ano antes, o dono da equipe Truesports, Jim Trueman foi diagnosticado com câncer. A doença debilitava visivelmente sua saúde e sua mente. Em um esforço herculeo, Jim foi assistir a corrida, que era seputagésima disputada no mítico circuito. Rahal, sempre muito agressivo conseguiu a duas voltas do fim ultrapassar Kevin Cogan e partiu para a vitória.  Jim Trueman foi ao Victory Lane comemorar com Rahal, inclusive compartilhou com seu piloto a famosa garrafa de leite. Infelizmente, apenas duas semanas depois Jim faleceu, com apenas 52 anos, mas com certeza realizado.


Rahal (ao centro) e Trueman (a esquerda) momentos antes da corrida.

O carro vencedor de Rahal na Indy de 1986.

Muitos outros feitos poderiam ter sido mencionados nesse post, talvez tenha faltado falar de Alexander Rossi, ou de Montoya, do Tony Kanaan ou do triunfo de Gil de Ferran mas quem sabe ano que vem podemos fazer uma parte dois desses momentos marcantes da mais disputada corrida do mundo.  


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