sábado, 11 de fevereiro de 2017

TEMPLOS SAGRADOS DO AUTOMOBILISMO - OSCAR GALVEZ



    Os posts sobre os Templos Sagrados do Automobilismo tem como objetivo principal trazer um conhecimento maior aos aficionados do esporte a motor sobre os principais circuitos que já estiveram na F1, por isso estamos falando de Fuji e não de Suzuka, Jerez e não de Catalunya, assim como falaremos de outros tantos circuitos como Imola, Zandvoort, Brands Hatch que tiveram uma bonita história com a F1 mas que infelizmente não estão no calendário, em parte por causa da falta de estrutura que alguns desses autódromos possuem e também pela busca incessante da categoria em obter lucros, mesmo em mercados sem nenhuma tradição nas corridas, como é o caso de Abu Dhabi, Malásia, Barein e outras praças.

    Seguindo com a nostalgia a série permanecerá na América, porém na parte do sul do continente, mais especificamente na terra de um dos maiores gênios da F1 e de outros tantos pilotos capazes, estamos falando da nossa vizinha Argentina, com seu circuito Juan e Oscar Gálvez.

    A Argentina nos primórdios da F1 tiveram grandes pilotos, o principal como todos sabem foi o pentacampeão e para muitos o maior de todos os tempos, Juan Manuel Fangio, mas outros bons pilotos também correram na F1, como o "touro dos pampas" Froilán González que chegou a ganhar provas com a Ferrari, disputando inclusive contra seu compatriota e obtendo um honroso terceiro lugar na classificação de 1951. Outra lenda argentina sem dúvida nenhuma é o piloto Carlos Reutemann, que era extremamente rápido e arrojado, ficou com o vice campeonato em 1981 por apenas um ponto de diferença para Nelson Piquet. "El lole" como era chamado Reutemann, obteve doze vitórias e quarenta e cinco pódios em sua carreira.  

     Muito da tradição argentina tinha a ver com as provas de F1 que eram realizadas em Buenos Aires no Oscar Galvez. Foram 29 provas, dividas pelas décadas de 1950, 60, 70, 80 e 90. Nas provas da década de 50, que foram talvez as que tiveram maior apelo popular, foram 13 etapas durante 8 anos. Fangio nesse período venceu absurdas 8 vezes. 

   
Imagem de Fangio que estreava na Ferrari, correndo em casa e venceu a prova.

   A década de 60 a categoria só correu duas vezes na Argentina, sendo uma corrida extra-campeonato, foi lá a última vitória de Fangio. Na década de 70 a Argentina reviveu seus bons momentos com oito GP's. Emerson Fittipaldi foi o primeiro piloto com exceção de Fangio a vencer duas vezes no traçado, nos anos de 1973 pela Lotus e em 1975 pela Mclaren. 

Emerson Fittipaldi comemorando a vitória na Argentina em 1973.

     A década de 1980 também foi fraca em números de GP's, apenas dois ocorreram. Um das provas foi vencida por Alan Jones em 1980, que se sagraria campeão naquele ano, assim como o brasileiro Nelson Piquet que em 1981 correndo pela Brabham venceu a corrida em solo argentino e depois no mesmo ano se sagrou campeão do mundo.

A belíssima Brabham de Piquet na Argentina em 1981.


    Depois de um hiato de catorze anos, a F1 voltava a Argentina, já na década de 1990, porém a grande expectativa foi frustrada por uma rápida passagem da categoria, apenas quatro GP's ocorreram. Os grandes prêmios de 95, 96, e 97 foram vencidas pela equipe Williams, com Damon Hill (95 e 96) e Jaques Villeneuve (97) no volante. A prova de 96 tem um peculiaridade, depois do acidente de Luca Badoer da Forti Corse (o piloto capotou), o simpático Renault Clio foi o carro madrinha, porém o carro era extremamente lerdo, causando problema aos pilotos em relação ao aquecimento dos pneus. A culpa obviamente foi dos organizadores que colocaram o carro 1.0 para ficar a frente de máquinas extremamente velozes. Mas todas as corridas na pista argentina nesse período tiveram emoções e "pegas", o que não justificava a saída da corrida do calendário.


A imagem da largada de 1996 na Argentina.


Safety Car usado no GP da Argentina de 1996 está a venda.

     O vídeo abaixo mostra as últimas três voltas da prova de 1997, um a batalha linda e inesquecível entre Villeneuve e Irvine pela vitória.




 A última prova a de 1998 foi vencida pelo mito Michael Schumacher, da Ferrari.  No vídeo abaixo mostra o on board no carro de Schumacher e como ele ultrapassa a Mclaren no início da segunda volta. O cara era de outro mundo.



     

    A F1 se despediu e nunca mais retornou a Argentina, para tristeza dos milhares de "hermanos" apaixonados pela velocidade. A América do Sul hoje só conta com Interlagos, aqui no Brasil, para receber a F1 e mesmo assim a etapa vive em constante ameaça de ser extinta. A Argentina e a América do Sul como um todo mereciam mais uma etapa da categoria e que melhor lugar para isso do que o já tradicional Oscar Galvez.

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