O GP de Abu Dhabi é o
palco da maior final dos últimos tempos, empatados em pontos (369,5), Max Verstappen
e Lewis Hamilton disputam a última corrida, e o vencedor leva tudo.
Arte da corrida, mostrando que a batalha final decidiria o campeonato.
Nos treinos livres a Mercedes mostrou força e velocidade, mostrando que as última três etapas não foram ao acaso, a equipe prateada tem o melhor carro no momento e um piloto espetacular.
Na qualificação, uma volta
mágica de Max Verstappen garante ao holandês a pole position até certo ponto
improvável, tendo ao seu lado Lewis Hamilton. As equipes também optam por
estratégias distintas, Max larga de pneus macios e Hamilton com pneus médios.
Na largada Hamilton saí muito bem e assume a liderança, Max titubeia e fica em segundo.
Hamilton larga bem e assume a liderança.
Na reta
oposta do circuito, Max mergulha, espalha sobre Hamilton, o inglês não disputa
a posição e corta caminho, ganhando tempo.
A direção de prova, mais uma vez, se mostra tendenciosa e pede a
Hamilton que devolva a posição ou pelo menos o tempo que ganhou. Para que não
achem que esse escriba está sendo crítico demais, Nico Rosberg e Jenson Button,
ex-campeões que estavam comentando a corrida, também acharam isso.
A partir daí, todas as
voltas rápidas foram feitas por Lewis Hamilton, imprimindo um ritmo alucinando,
colocando volta a volta uma diferença de no mínimo meio segundo em relação a
Max Verstappen.
Mesmo parando antes, Max
não se aproxima de Lewis. A corrida parecia definida, até que Hamilton chega em
Sérgio Pérez. O mexicano, em uma atuação exuberante, faz o que se espera de um escudeiro,
luta com unhas e dentes para se defender. Chega a ser ultrapassado e devolve a
ultrapassagem sobre Hamilton. Em duas voltas, a diferença entre Lewis e Max caí
de quase nove segundos para dois. Lewis finalmente se livra de Pérez, tendo de
ser agressivo e abre rapidamente.
A fala "Checo é uma lenda" resume a baita ajuda de Pérez. |
A corrida volta ao marasmo, parecendo que Hamilton deveria levar o carro até a linha de chegada. Só que existia as Alfa Romeo.
Primeiro Kimi Raikkonen,
com problemas nos freios, bate de leve, mas leva seu carro aos boxes, uma
despedida discreta de um piloto discreto. Kimi Raikkonen se aposenta com o
recorde absoluto de participações na categoria. Logo em seguida é a vez de
Giovinazzi parar. O italiano estaciona o carro na área de escape por segurança
e o virtual safety car é acionado.
Raikkonen: um adeus melancólico.
Faltando vinte e uma
voltas, Max vai aos boxes, se aproveita do safety car e retorna a um pouco mais
de dezesseis segundos para Hamilton.
Max faz as voltas
mais rápidas a partir desse ponto, porém Lewis consegue manter um ritmo muito
forte e a diferença caí a conta gotas, não sendo suficiente para que Max se
aproxime rapidamente. Porém são muitas voltas a serem completadas.
Com apenas dez voltas
para terminar a corrida e o campeonato, Hamilton mesmo enfrentando o tráfego
consegue manter a diferença segura em doze segundos. O octacampeonato se
aproximava.
Faltando seis voltas
para o fim da corrida, Latifi bate forte no muro e o safet car é acionado. O
problema é que falta pouquíssimo tempo para a limpeza de pista. Se a corrida recomeçar
a Red Bull tem tudo para vencer, se não, Lewis leva a corrida.
Batida do Lattifi determina o final apoteótico.
Ainda no regime de safety car “Checo” com problemas abandona a corrida. A direção de prova toma uma atitude claramente no intuito de beneficiar Hamilton, não deixa os carros retardatários ultrapassarem. Aí na última volta do safety car o diretor cumpre o regulamento e coloca os dois pilotos para um embate decisivo, uma volta em que o vencedor leva o título.
Uma volta, a última
da temporada, Max sem os carros a frente saí colado e embutido em Hamilton, nem
entra na reta oposta e já assume a liderança, se defende agressivamente e faz a
ÚNICA volta na liderança. Hamilton cruza em segundo resmungando, assim como Toto Wolf, chefe da Mercedes, mas corridas são assim, o imponderável pode acontecer e beneficiar alguém.
Os dois protagonistas, lado a lado pelo título.
A comoção nas
arquibancadas é gigantesca, um final apoteótico, que nem o melhor dos roteiristas
de hollywood conseguiriam escrever sem serem criticados pela surrealidade da
situação.
Max comovido pelo título quase improvável pelas circunstâncias da prova. |
A Mercedes pelo menos
tem o seu octacampeonato de construtores seguido.
A corrida, com um
final marcado para todos os tempos, um campeonato marcado para todos os tempos,
dois pilotos que certamente estarão marcados para todos os tempos com uma
rivalidade digna de Senna x Prost, Piquet x Mansell, Hunt x Lauda, Rosberg x
Hamilton. E não se enganem, Max se consolida como um grande piloto, mas por
tudo que fez na corrida e na temporada Hamilton saí ainda maior na história, hoje
talvez estando na prateleira dos três melhores de todos os tempos.
E para que saibam, Carlos
Sainz ficou em terceiro na corrida e subiu nesse pódio gigantesco.
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