domingo, 26 de maio de 2019

VIVE LA FRANCE, VIVE PAGENAUD

No fim de semana especial do automobilismo mundial, a mais importante corrida da América, quiçá do mundo, a famosa Indy 500 promete muitas emoções. Aliás não se deve subestimar a categoria, que diga a Mclaren e Fernando Alonso, que por conta de vários problemas e erros técnicos acabou não se classificando para a corrida. Uma mácula na carreira do espanhol.

A centésima terceira edição da tradicional corrida tem a sempre muito forte Penske na pole position com Simon Pagenaud, ao seu lado Ed Carpenter e Spencer Pigot, na Indy a fila do grid é formada por três carros. Os brasileiros, Helio Castroneves, Tony Kanaan e Matheus Leist largam respectivamente na décima segunda, décima sexta e vigésima quarta posições. As chances de vitória dos brasileiros é mínima, entretanto a prova é longa e muita coisa pode ocorrer.

Pagenaud conquista a pole e busca sua primeira vitória.


O céu nublado em Indianápolis deixa os pilotos e equipes cm receio de chuva, que seria um fator complicador de estratégias. A centésima terceira Indy 500 começa, Simon Pagneaud se mantém na liderança. Power avança para terceiro, Helinho chega a ser o décimo, mas perde ao fim da volta a posição para Connor Daly. Kanaan também avança e ganha uma posição. Na terceira volta o líder da tempora, Newgarden sai de quinto para terceiro, mas depois encaixotado perde as duas posições novamente.

Com cinco giros, Coulton Herta se arrasta aos boxes com problemas. Helinho com isso, assume o décimo posto, Herta ao parar o carro na pista de escape, aciona a bandeira amarela.

Na volta onze a corrida recomeça, Power ultrapassa Carpenter e faz 1-2 da Penske. Helio acaba largando mal e perde duas posições, bem próximo dele Kanaan é o décimo quarto.

Na passagem trinta e três Pagenaud é o primeiro entre os líderes a parar nos boxes. Power assume a liderança. Newgarden na volta seguinte para nos boxes e vários outros também vão adentrando aos boxes. Dentro dos boxes, James Davison é acertado por Helinho e roda na entrada de seu pit, perdendo várias posições. Um erro grave do piloto brasileiro, que tem de voltar aos boxes e trocar o bico do carro.

Helinho erra feio e estraga sua corrida e a de Ben Hanley.

Após quarenta e duas voltas Rosenqvist assume a liderança, que ainda não havia parado e ao fim do giro, ao entrar nos boxes, perde as posições e Pagenaud reassume a ponta. Helinho é punido e tem de cumprir um drive through. A corrida fica comprometida e precisaria de muita sorte para voltar a ter chances de vitória. Kanaan no momento é o melhor brasileiro da corrida na décima segunda posição.

Com cinquenta das duzentas voltas, Pagneuad segue na liderança, com uma boa distância para Power e Carpenter, que o pressiona pelo segundo lugar. 

Após cinquenta e seis voltas Ben Hanley com problemas leva o carro até o seu pit e evita uma bandeira amarela. Nesse meio tempo Rossi supera Bourdais e assume o quinto lugar. 

Com sessenta e cinco voltas Pagenaud novamente é o primeiro a parar nos boxes. Carpenter supera Power e assume a liderança. Nas voltas seguintes os outros pilotos também vão parando. No momento de sua parada Power erra o lugar correto e perde segundos preciosos no seu pit stop. Ainda nos boxes, Jordan King erra em sua entrada dos pits e acerta seu mecânico, porém sem muita gravidade, ainda bem.  

Após o fim do ciclo de paradas, Kyle Kaiser perde o controle de seu carro e bate no muro. A bandeira amarela é acionada e ninguém da frente se atreve a parar nos boxes, posição de pista é tudo. 

A corrida recomeça na volta oitenta, Pagenuad é ameaçado por Carpenter, Newgarden se segura como pode na frente de Rossi, e o glorioso Scott Dixon já aparece em sétimo. 

Com noventa giros completados, Rossi pressiona Newgarden, mas não concretiza a ultrapassagem, no pelotão intermediário Matheus Leist é o décimo sétimo, disputando com Hinchcliffe. 

Na passagem noventa e nove Pagenaud novamente é o primeiro a parar nos boxes. Na metade da corrida Newgarden assume a liderança pois Ed Carpenter para nos boxes. As paradas vão se sucedendo, na pista de rolagem Santino Ferrucci ultrapassa Tony Kanaan. Dixon fica na pista muitas voltas a mais do que seus adversários, mostrando que tem uma estratégia diferenciada.

Após cento e dez voltas, Rossi volta possuído dos boxes, leva a ultrapassagem de Bourdais com pneus aquecidos, porém na volta seguinte a retoma, duas voltas depois ultrapassa Newgarden, na outra volta a vítima é Ed Carpenter, e quando chega em Pagenaud, o piloto da Penske fecha a porta e segura o ímpeto do piloto da Andretti. Dixon finalmente para nos boxes.

Faltado setenta voltas Rossi persegue Pagenaud, gera dor de cabeça para o francês, porém não consegue concretizar a ultrapassagem. O piloto da Penske regressa aos boxes para mais um pit stop, mas fica a dúvida se ele terá de fazer apenas mais uma parada ou não. Rossi assume a liderança.

Poupando combustível Rossi se mantém na pista, mas vai perdendo ritmo, se planejar apenas mais dois pits a estratégia pode valer a pena, a corrida não tem muitas interrupções de safety car. Na passagem cento e trinta e oito Rossi para nos boxes e tem problemas, o prejuízo é minimizado por conta do acidente de Marcus Ericsson batendo na entrada dos boxes. Lamentável o erro do sueco que vinha sempre entre os dez primeiros na corrida. A bandeira amarela é acionada.

O erro de Ericsson salva a corrida de Rossi.


Faltando sessenta voltas Dixon lidera, seguido por Ferrucci, Rosenqvist, Veach e Hinchcliffe, todos ainda tendo de parar. A corrida promete um fim de ritmo intenso pela busca da vitória. Ainda durante a bandeira amarela Matheus Leist tem problemas no câmbio e entra nos boxes, uma pena devido ao seu bom desempenho. 

A corrida recomeça na volta cento e setenta e oito, Pagenaud é o líder, seguido por Carpenter, Newgarde, Bourdais e Rossi. O recomeço de prova é bem movimentado, com vários three wide se formando na pista. Nas disputas, Newgarden assume a segunda posição.

Com quarenta e nove giros para o fim a torcida americana vibra com a ultrapassagem de Newgarden sobre Pagenaud. Rossi como um louco parte com tudo para cima de Oriol Sérvia, que apesar de ser retardatário, não abre passagem. Já na passagem seguinte Rossi cola em Bourdais.

Com menos de cinquenta e quatro voltas, Rossi ultrapassa Bourdais. Na frente Pagenaud e começa a pressionar Newgarden. três voltas depois, Rossi ultrapassa Daly e assume a quarta posição, se aproximando de Ed Carpenter o terceiro colocado. Fica evidente a briga dos quatro primeiros pela vitória.

Pagenaud aparenta ter um ritmo melhor, mas parece poupar combustível atrás de Newgarden. Todos querem levar os carros até a janela de parada que permita que seja o último. Faltando trinta e duas voltas Pagenaud ultrapassa e para nos boxes, inaugurando as pardas finais. Na volta seguinte é a vez de Rossi. Na outra volta, ainda na pista, Ed Carpenter ultrapassa por fora Newgarden e o piloto da Penske resolve parar. Somente na volta seguinte Ed Carpenter resolve parar. Após as paradas, Pagenaud é o líder, seguido por Rossi, Carpenter consegue ficar a frente de Newgarden.

Faltando vinte e cinco voltas, Rossi abre em cima de Pagenaud, mas não consegue ultrapassar. Ed Carpenter também se aproxima. Na volta seguinte nova vibração americana, Rossi ultrapassa Pagenaud e um big one imediatamente após acontece. Vários carros se envolvem na batida. No replay a imagem mostra Bourdais fechando a porta, Graham Rahal não recua e dá um toque leve na roda de Bourdais que roda, Rahal sem espaço acaba batendo no muro. Zack Veech atropela dois carros a frente. A imagem da Tv mostra as lindas salvadas de James Hinchcliffe e Jack Harvey, fugindo do caos. A bandeira vermelha é acionada faltando vinte e uma voltas. Ainda sobre o acidente, as imagens mostram que o primeiro toque entre eles poderia ter sido evitado por Bourdais, mas o segundo e o causador do caos, este poderia ter sido evitado por Rahal se tivesse tirado o pé e não forçado na entrada da curva, quando o fez já era tarde demais, por isso sua batida foi tão mais suave.

O encontro entre Bourdais e Rahal põem fogo na corrida e salva a pele de Pagenaud.

A corrida recomeça após vinte minutos de interrupção. Alguns pilotos resolvem arriscar e parar nos boxes, Dixon que precisava trocar o bico para nos boxes. A bandeira verde é agitada faltando apenas treze voltas, e os líderes, graças a essa economia de combustível, podem forçar o ritmo ao limite pela vitória. Rossi não consegue se manter a frente até o fim da reta, Pagenaud assume a ponta, Newgarden é outro que se dá bem e passa Carpenter. 

Na volta seguinte Rossi volta a liderança. Pagenaud por ser ultrapassado perde ritmo e Newgarden cola nele, a surpresa é Sato aparecendo entre os quatro primeiros, deixando Carpenter para trás.

Faltando dez voltas para o fim, Pagenaud recupera a liderança, Sato surpreende e ultrapassa Newgarden, avançando forte na corrida. Mais atrás Will Power, se recuperando do erro nos boxes aparece entre os seis primeiros. 

Rossi tenta de tudo, mas o francês se mostra frio e cirúrgico na defesa da posição. Pagenaud faz de tudo para evitar dar o vácuo a Rossi, evitando um ataque fulminante do americano. Nessa disputa, Sato chega em ambos e um pouquinho mais atrás Newgarden também vem se aproximando.

Faltando três voltas para o fim, Rossi faz a manobra da corrida, sai mais lançado na reta e ultrapassa Pagenaud. O francês tenta o troco, mas não consegue na primeira tentativa, mas na segunda tentativa, na reta oposta, Pagenaud ultrapassa Rossi e assume a liderança, com meia volta para o fim a corrida fica em aberto. Sato só fica na expectativa atrás dos dois. Rossi ainda tenta um ataque final na última volta, mas Pagenaud, em um dia espetacular, se segura bem a frente e vence, levando a Penske a sua décima oitava vitória na Indy 500. Espetacular. 

A vitória de Pagenaud o recoloca na disputa pelo título.


Desde 1914 a França não tinha um piloto vencedor da corrida (não iremos contar Gil de Ferran, nascido na França mas 100% brasileiro). Rossi também merece aplausos, foi o grande personagem da corrida. Sato com seu final surpreendente e Newgarden, ainda líder do campeonato também não podem reclamar do dia. Will Power após excelente recuperação é o quinto e Carpenter, que perdeu muito ritmo é o sexto. Tony Kanaan com uma corrida segura e inteligente fecha o dia em nono, um bom resultado para a AJ Foyt. Matheus Leist termina o dia em décimo quinto, um resultado razoável e Helinho termina apenas em décimo oitavo. 


Abaixo cinco notas sobre acontecimentos da corrida.

Simon Pagenaud - 10,0

Pole Position, dominou a corrida, fez a sua estratégia prevalecer, teve é verdade um pouco de sorte com a bandeira amarela no fim da corrida, porém se mostrou capaz de superar um Rossi endiabrado. Conquista a sua segunda vitória seguida, sendo que a Indy 500 vale dobrado, ou seja, é como se tivesse vencido três corridas, se colocando na disputa pelo título.

Alexander Rossi - 9,0

O grande personagem da corrida, foi um leão durante toda a prova, fez ultrapassagens lindas e superou um problema nos pits, mas assim como Pagenaud, contou com a sorte da bandeira amarela para chegar ao fim da corria com chances de vitória.

Joseph Newgarden - 8,0

Se em momento algum aparentou ser capaz de ser, foi eficiente e guerreiro para conseguir o melhor resultado possível, de quebra se mantém na liderança do campeonato.

Helio Castroneves - 3,0

Um erro terrível nos boxes, uma precipitação amadora e disse adeus a corrida. Talvez seja a hora de repensar suas participações e focar só na IMSA.

Mclaren e Fernando Alonso - 0

Alguém pode se perguntar o motivo da nota já que eles nem participaram da corrida, e a resposta é justamente isso, não tiveram capacidade e organização para sequer classificarem. Uma manchinha na carreira do príncipe das Astúrias. 









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