domingo, 10 de junho de 2018

50 VEZES VETTEL

O fabuloso circo da F1 desembarcou na América do Norte, mais precisamente no circuito canadense Gilles Villeneuve para mais uma etapa do Campeonato Mundial de 2018. A pista, que por si só, já é um desafio por mesclar características de circuitos de rua com circuitos travados e também com partes de altíssima velocidade, nesse ano também oferece uma intensa disputa pelo campeonato entre Hamilton e Vettel, porém com uma aproximação surpreendente de Ricciardo nessa disputa.

Nos treinos livres a Red Bull de Verstappen dominou inteiramente a tabela de classificação, mostrando que a disputa, pelo menos nesse circuito, seriam entre três equipes, a Mercedes, a Ferrari a e a própria Red Bull.

Na qualificação a disputa se manteve intensa, no Q1, Vettel liderou a tabela de classificação. No Q2, com os pneus hiper macios, Verstappen assumia a ponta da classificação, atrás dele com os pneus ultra macios, estavam as Ferrari e Mercedes, e então, com o cronômetro zerado, ressuscitado das cinzas, Daniel Ricciardo assume a liderança do Q2. A briga no Q3 prometia muito, e tudo estava em aberto. Na primeira tentativa dos pilotos, Bottas faz uma volta espetacular, mas logo em seguida Sebastian Vettel, crava a pole provisória. Na última tentativa, Vettel melhora um pouco mais seu tempo e fica com a pole position, ao seu lado na primeira fila Valtteri Bottas, na segunda fila, Verstappen com muito esforço, fica com o terceiro lugar, ao lado da Red Bull o líder do campeonato Hamilton, ficou em quarto lugar, em quinto Raikkonen que errou na sua segunda tentativa e em sexto Ricciardo. Largar na pole no Canadá não é garantia de vitória mas ajuda bastante, na ultimas quinze edições do GP, em sete o pole venceu.

O tempo ensolarado era perfeito para uma bela corrida no GP do Canadá. Na largada Vettel se mantém na ponta, Verstappen e Bottas protagonizam um lindo lado a lado até o fim da segunda curva, tracionando melhor Bottas consegue permanecer a frente. Um pouco mais atrás Ricciardo pula para o quinto lugar passando Raikkonen. No exato ponto de detecção do primeiro setor, na curva seis, o piloto da casa Lance Stroll, se enrosca com a Toro Rosso de Brendon Hartley, o carro da Toro Rosso bate na barreira de pneus e depois vai reto para o muro, acertando novamente o carro de Stroll. O acidente assusta pela cena, mas ambos os pilotos saem ilesos. O safety car é acionado.

O acidente na primeira volta de Hartley foi o grande momento da corrida.


Na volta cinco a corrida é reiniciada, e no pelotão intermediário, Sainz toca no carro de Pérez, que atravessa pela grama a primeira curva, assustando os demais pilotos. Alguns como Alonso aproveitam o incidente para avançar no grid.

Vettel se mantém com uma boa vantagem a frente da Mercedes de Bottas, que começam sofrer com o assédio de Verstappen. Um pouco mais atrás a mesma coisa acontece, Hamilton é pressionado por Ricciardo, os pneus hipermacios se mostram melhores nesse início de prova. 

Na passagem nove, Alonso começa a investir contra Leclerc, a boa e limpa disputa entre os dois valia  a décima posição. Na volta seguinte Pérez é o primeiro piloto a parar nos boxes. No giro onze, é a vez de Ocon, companheiro de Pérez, parar nos boxes. As diferentes estratégias começam a aparecer.

Alonso se esforçou, mas não completou o seu 300o. GP.


Vettel por algumas voltas seguidas, faz os tempos mais rápidos da corrida, abrindo vantagem para a Mercedes de Bottas. Com o desgaste dos pneus, as Red Bull começam a perder terreno, o que chama a atenção é o mal desempenho de Hamilton, que mesmo com pneus mais duros, não consegue abrir vantagem para Ricciardo.

Após dezesseis voltas, Verstappen e Hamilton param nos pits. Na volta seguinte é a vez de Ricciardo parar nos pits, e quando sai, está a frente de Hamilton na pista. Vettel, Bottas e Raikkonen permanecem na pista.

Hamilton força na saída dos boxes para ficar a frente de sues rivais.


A corrida fica interessante, aparentemente três dos ponteiros partiram para dois pits stops, ou aguardam uma intervenção do safety car, e os outros três partem para fazerem apenas um pit stop na prova. Com pneus mais duros o rendimento de Hamilton cresce e ele parte para cima de Ricciardo.

Na passagem vinte e cinco, a vantagem de Vettel para Bottas que chegou a estar em cinco segundos cai para três e meio, e para piorar a situação, o alemão ainda tem três retardatários a frente. 

Na volta trinta, a disputa da corrida é entre Grosjean, que largou em último mas estava em nono, contra Ocon, com pneus muito mais novos. A frente Vettel volta a andar rápido, mostrando que está próximo da parada de pit stop.

Com trinta e três das setenta provas da corrida, Raikkonen para nos pits, o finlandês tenta, mas volta atrás de Hamilton. Com metade da prova, Bottas para nos boxes e volta bem a frente de Verstappen. Na volta seguinte é a vez do líder Vettel parar nos boxes e quando volta, está com a vantagem intacta. 

Apesar dos esforços de Bottas, a vantagem de Vettel só aumenta. O piloto da Ferrari administra a corrida e mantém um boa vantagem acima de seis segundos para Bottas. No pelotão de trás, quando estava em décimo primeiro, Alonso com problemas abandona o GP. Uma pena pois era o GP trezentos do Alonso.

Após cinquenta voltas, finalmente Grosjean se encaminhava para os pits e acaba se assustando com Ocon, e por pouco não joga a corrida fora. O francês apesar de ser um destaques da prova, não podia ficar sem aprontar uma das suas.

Grosjean passa um susto e tanto antes de seu pit stop.

Faltando vinte voltas para o final, Hamilton força para cima de Ricciardo. O que chama a atenção é que os pilotos de trás não partem para uma segundo pit stop, e para Hamilton o prejuízo é minimizado pois consegue se manter a frente de Raikkonen. 

Com quinze voltas para o fim, Bottas, que forçava o ritmo para se aproximar de Vettel, não consegue frear na curva um e coloca duas rodas na grama, perdendo tempo, e deixando Vettel abrir  toda a diferença novamente.

Com apenas dez voltas para o fim, a emoção fica por conta da pressão de Hamilton em Ricciardo e de Romain Grosjean em cima de Gasly. 

Nos cinco giros finais, é a vez de Verstappen mostrar tudo que o seu carro possuía para se aproximar de Bottas, inclusive o holandês faz a volta mais rápida da corrida e a briga pelo segundo lugar começa. Com três voltas para o fim, Verstappen fica a um segundo de Bottas, colocando pressão na Mercedes. 

E na abertura da última volta, a bandeira quadriculada...isso mesmo, por um erro da convidada, a bandeira quadriculada é agitada antes do tempo, causando espanto aos narradores e pilotos, que tinham de cumprir essa volta final. Mesmo assim nada se altera, Vettel vence a corrida e assume a liderança do mundial 2018, Bottas a apenas meio segundo vantagem é o segundo e Verstappen tem de se conformar com o terceiro lugar, por pouco é verdade. 

Pelo regulamento, a bandeira quadriculada, se for dada ao piloto líder, por qualquer motivo, encerra a prova, ou seja, graças ao erro da modelo as últimas duas voltas do GP foram desconsideradas, por sorte nenhuma posição foi alterada.

A alegria incontida de Vettel após a sua 50o. vitória na F1.

O que chama a atenção ao fim da prova é o fato dos seis primeiros colocados estarem, todos eles, a frente dos outros pilotos, e equipes boas como Renault e Haas, a discrepância da atual F1 é visível, se não tanto como foi um dia, pelo menos muito grande em relação a um passado mais recente.

A próxima corrida será em duas semana, no circuito francês de Paul Ricard, como a F1 há muitos anos não corre por lá não é possível especular qual equipe será favorita a vitória, mas é possível prever muito acirramento da disputa pelo título, com Vettel em primeiro com 121 pontos, contra 120 de Hamilton. Com diz um certo narrador "Haja coração".

Abaixo as notas dadas aos pilotos pela vitória.


1o. Vettel - 9,5

Fez uma corrida digna de um campeão do seu calibre, foi muito bem na qualificação e melhor ainda na corrida, vencendo sem sustos. Volta a mostrar força na disputa do título e coloca muita emoção nesse campeonato. De quebra o alemão chegou a expressiva marca de cinquenta vitórias na categoria.

2o. Bottas - 8,0

Fez tudo certo nos treinos e na corrida, deu azar de ter a sua frente um Vettel rápido e preciso que não lhe deu nenhuma chance para vencer a prova.

3o. Verstappen - 8,0

Fez uma graça nos treinos, mas acabou apenas na segunda fila, foi combativo na largada e no fim da prova, porém mais contido do o de costume pois está sendo questionado pelos seus erros recentes.

4o. Ricciardo - 7,0

Apagado no treino, mas na estratégia superou Hamilton e conseguiu, mesmo sendo um pouco, a volta mais rápida da corrida.

5o. Hamilton - 6,5

Não faz uma grande temporada, acontecimentos extraordinários o ajudaram a chegar nesse ponto do ano, na briga pelo título. Arriscaria dizer que está vivendo um ano até mais irregular do que Bottas, que se não fosse o infortúnio do Azerbaijão, estaria a sua frente.

6o. Raikkonen - 6,0

Não fez praticamente nada de interessante nos treinos e nem mesmo na corrida, cada vez mais vai se mostrando uma peça inútil para a Ferrari.

7o. Hulkenberg - 8,0

Esse ano o alemão parece ter retomado o fino da pilotagem, e mais uma vez chegou a frente de seu companheiro de equipe, e pode-se dizer que foi o primeiro dos outros.

8o. Sainz - 7,0

É um piloto de muito futuro, mas esse ano , tendo um companheiro de equipe de muita qualidade, vai sofrendo para se sobrepor nas corridas, como a de hoje, está chegando atrás do rival, mas sempre muito próximo.

9o. Ocon - 6,5

A Force India vai reagindo no campeonato e muito se deve a Ocon, que vai ganhando pontos importantes para a equipe em um temporada complicada. Na corrida de hoje fugiu da confusões e fez por merecer os dois pontos

10o. Leclerc - 7,5

Com absoluta certeza é o piloto sensação do ano, vai conseguindo pontos em várias corridas, com um carro que é o pior do grid. Mais uma vez conseguiu pontuar com muito esforço e talento, se tornando frequente nos pontos, enquanto que seu companheiro, o veterano Ericsson, só pontuou uma vez. 

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