quarta-feira, 15 de novembro de 2017

TEMPLOS SAGRADOS DO AUTOMOBILISMO - ISTAMBUL PARK


Depois de um longo hiato, a série Templos Sagrados do Automobilismo retorna e vai entrando em seus momentos derradeiros, assim como as corridas, essa série também terá uma linha de chegada. Mas isso não significará o fim absoluto de posts sobre circuitos, a temática só irá mudar o enfoque para algo e surpreendente que será revelado no início do ano que vem.

Para esse retorno célebre, nada mais justo que relatar as histórias do melhor circuito já produzido por Hermman Tilke, o Istambul Park Circuit, lar do Grande Prêmio da Turquia. Apesar da Turquia ser considerado um país europeu, o circuito fica na parte asiática do país. Uma curiosidade sobre o país é que Istambul, apesar de ser a maior e mais conhecida cidade, outrora chamada de Constantinopla e mais antigamente ainda de Bizâncio, não é a capital do país, mas sim a cidade de Ancara.

O traçado é extremamente desafiador, após a reta principal os pilotos logo se deparam com uma curva fechada e em descida acentuada, depois de uma longa série de curvas rápidas em subida, o piloto encontra retas curvas com freadas fortes e chega na famosa curva oito, que é uma série de quatro curvas consecutivas para a esquerda disfarçadas como uma só, com certeza um desafio monumental para os pilotos que não podem nem pensar em tirar o pé do acelerador. Além disso o circuito entra em longa reta dividida por uma chicane e a curva final que ascende a reta principal. Resumindo, a pista é desafiadora e completa, com bons desafios e poucas áreas de escape.

O traçado de Istambul é desafiador em parte por causa de seu relevo.


Sobre as corridas algumas curiosidades: a primeira é que foi lá onde Felipe Massa venceu a sua primeira corrida na F1 em 2006, aliás depois disso o piloto brasileiro venceu mais duas vezes de maneira consecutiva. Mais uma curiosidade, foi um raro circuito em que Michael Schumacher disputou corridas e não venceu.


O primeiro piloto a vencer na Turquia foi Kimi Raikkonen, ainda na Mclaren em 2005. O finlandês que disputou de maneira acirrada essa temporada com Fernando Alonso, começou nessa etapa a ameaçar seriamente o título do espanhol, pena que seu companheiro de equipe Juan Pablo Montoya desandou a vencer as provas seguintes, evitando que Kimi conseguisse retirar a vantagem do espanhol que era muito mais consistente.

A primeira curva é o cartão de visitas de um circuito desafiador.


Depois veio a primeira vitória de Massa na F1, em 2006, o brasileiro, em seu ano de estréia na Ferrari já ficava ansioso com a expectativa da primeira vitória, e esta chegou em grande estilo, chegando a frente do campeão Alonso e da lenda Michael Schumacher. O brasileiro naquele ano só viria a vencer novamente no Brasil, na famosa corrida do macacão verde e amarelo.


A primeira vez de Massa, nos braços de Schumacher e Alonso.


Nos dois anos seguintes, Felipe, que já acumulava segurança e experiência na escuderia italiana, continuou seu domínio na pista turca, após a vitória de 2007, o brasileiro sonhava com o título, se encheu de moral, mas já na etapa seguinte, uma quebra praticamente selou as suas chances, restante a ele o papel de coadjuvante de Raikkonen. Em 2008, Felipe se colocou como sério postulante ao título justamente ao vencer a etapa de Istambul. O brasileiro se não fosse a marmelada de Cingapura, poderia e deveria ter sido o campeão do mundo daquele ano.

Em 2009, Jenson Button com a dominante Brawn GP e no ano seguinte Lewis Hamilton com a Mclaren, venceram mas quebraram a regra de que o pole position seria o vencedor da corrida. Button teve de superar o pole Vettel e o próprio companheiro de equipe, Barrichello. Já Lewis teve de superar Mark Webber da Red Bull, e muito graças a colisão do australiano com Vettel, que abriu caminho para a vitória do inglês. Ainda assim Webber chegou em segundo nessa prova.




No último GP da F1 na Turquia, Vettel dominou a corrida, e fez a F1 se despedir em grande estilo desse traçado mágico. O baixo público e os altos custos da categoria fizeram esse belíssimo circuito sair cedo demais, do calendário. Pistas desafiadoras como essa fazem falta a F1, que vai vagarosamente perdendo oportunidades de colocar um calendário, pistas dignas das lendas que pilotam atualmente.


A reverência de Vettel pode ser considerada um obrigado a tudo que Istambul nos proporcionou.

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