terça-feira, 21 de julho de 2015

Adeus a Bianchi

1989 - 2015




Um pouco mais de vinte anos após a morte de Ayrton Senna e Roland Ratzenberg a Fórmula 1 viu uma jovem promessa morrer após o acidente de Suzuka e um sofrimento de oito meses em coma no hospital.
Jules Bianchi fazia parte da Academia Ferrari, um promissor piloto que seguiria os passos dados por Raikkonen e Massa, aliás Jules era o último piloto desse projeto da equipe de Maranello. Assim como os seus predecessores,Bianchi começaria em uma equipe menor para ganhar experiência até ir para a Ferrari.
A Marussia que possuía motores Ferrari abriu as portas para a jovem promessa, mesmo sendo uma equipe extremamente limitada seria uma oportunidade para o garoto. Entre as duas temporadas disputadas, Bianchi teve como ponto alto a corrida de Mônaco de 2014 no qual o francês chegou em nono lugar. 
Poucos meses depois a fatídica corrida no Japão, já na reta final do campeonato um tufão ameaçava inclusive o Grande Prêmio. A corrida aconteceu com atraso mas com pista seca, depois veio a chuva e a falta de luminosidade natural, por fim Adrian Sutil bate e quando seu carro estava sendo retirado da pista por uma grua, a Marussia de Bianchi bate no equipamento de resgate e o piloto fica gravemente ferido. 
Depois disso, o piloto agoniza por oito meses em coma, não consegue se recuperar e morre. A sua tragédia porém reabre a discussão sobre a segurança na F1. 
Quando começava a elaborar esse post passava na tv o filme Rush, revi o filme e notei similaridades com o fim do filme e o que aconteceu com Jules. Primeiro, o cenário japonês só que em Rush a pista era Fuji e não Suzuka, segundo, a chuva forte que caia e terceiro as reclamações dos pilotos sobre as condições da prova. Lauda achou insano e preferiu parar, hoje analisando friamente a sua atitude foi muita mais corajosa do que covarde, ele não abriu mão de uma corrida e de um título, ele abriu mão de ser uma vítima fatal de um acidente.
Os pilotos de hoje não possuem essa personalidade de se impor nas decisões sobre segurança, correm riscos por receio de serem excluídos da equipe, de serem massacrados pela mídia e por causa de contratos milionários. 
Quem matou Bianchi então? Ele mesmo que errou e bateu na grua? A grua que estava dentro do gramado do circuito? A chuva? A direção de prova que não parou a corrida? Os carros que não possuem proteção para a cabeça do piloto? Deus?
É difícil achar uma resposta simples, um único culpado para isso mas pode-se aprender com esses erros, como foi aprendido após a morte de Senna e Ratzenberg. O safety car virtual pode ser uma solução para agilizar a redução de velocidade dos carros na hora que ocorre um acidente, Mas muito mais importante do que isso, seria que a ganância dos promotores e dirigentes não ficassem acima do bem estar dos pilotos pois a F1 já é um esporte que vive no limite da segurança, não precisando de outros eventos para potencializar esses riscos.
Jules morre mas que sua morte não seja em vão.

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