terça-feira, 26 de maio de 2015

MONTOYA REBORN


2,45 milhões de dólares em prêmio, é um bom dinheiro para o leitinho das crianças.

O que podemos fazer e conquistar em quinze anos? Será que uma década e meia é muito ou pouco tempo? Para Montoya quinze anos simboliza uma vida inteira nas principais pistas do mundo.
A Nonagésima Nona corrida em Indianápolis aconteceu nesse domingo mágico, com a F1 em Mônaco, a Nascar em Charlotte e a Indy no principal templo da velocidade do mundo. 
Poderíamos falar da história dessa tradicional prova, poderíamos falar dos vários acidentes nos treinos ou até mesmo do desempenho dos brasileiros na corrida mas hoje falaremos apenas sobre o colombiano rechonchudo de pé pesado chamado Juan Pablo Montoya.
Faltavam quinze voltas após a última relargada, Montoya voltou atrás de Power e alguns outros carros que não pararam nos pits, duas voltas em bandeira verde e os três primeiros eram os favoritos Power, Montoya e Dixon nessa ordem. A briga pela ponta entre os dois pilotos da Penske foi boa e Power mostrou que evoluiu muito em ovais conseguindo bloquear Montoya, Dixon no embalo passou o colombiano e depois passou o australiano. Power se recuperou e passou por Dixon, Montoya em uma manobra espetacular conseguiu passar Dixon utilizando uma parte da grama do oval, manobra antológica. Os três se alternavam na liderança depois disso por mais algum tempo até as cinco voltas finais.
Montoya começou a pressionar mais Power e a quatro voltas do fim ultrapassou seu companheiro de equipe, um pouco mais atrás Munõz, o outro colombiano passava a disputar o terceiro posto com Dixon. Montoya ficou a frente e soube resistir a pressão de Power, todos imaginavam que Power iria tentar na última volta a ultrapassagem para não dar tempo a Montoya de dar o troco. Mas o "gordito" fez da pista seu quintal, seu carro dançava pelo oval não dando chance ao rival de pegar o vácuo, Montoya entrou na reta final e já era visível que Power não tinha mais chance nenhuma, Montoya cruza a linha de chegada e vence em Indianápolis pela segunda vez na carreira e marca seu regresso ao topo de grandes pilotos justamente na pista que o apresentou ao mundo quinze anos atrás. 
Nunca um "gordinho" gostou tanto de tomar um leitinho ao invés de um hambúrger com fritas, Montoya vibrou muito com seu feito e mais ainda se isolou na liderança do campeonato da Indy.
Os brasileiros não foram bem, Kanaan tinha chance de vitória mas errou sozinho na curva três e bateu no muro, já Hélio Castroneves não teve um bom desempenho na prova e chegou apenas em sétimo.

Antes de fechar o post vamos recapitular esse últimos quinze anos de Montoya. 

Ano 2000 - Montoya estréia em Indianápolis pela equipe Ganassi, mesmo só disputando essa prova pela IRL o colombiano fora de série venceu a prova sem muitas dificuldades. Nos EUA já havia conquistado a CART e a naquele momento a Indy 500, seu lugar agora era no mundo.

Ano 2001 - Estreou na Williams BMW na F1 mas logo na primeira curva abandonou, na segunda prova a corrida durou três voltas e na terceira corrida do ano no Brasil, estava para vencer a prova com folgas quando Jos Verstappen (pai do Max) perdeu o controle da Bennetton e bateu no líder no fim da reta oposta. O colombiano teve várias dessas corridas durante o ano e acabou decepcionando apesar do talento inegável.

Ano 2002  e 2003 - A Ferrari era imbatível mas Montoya conseguia em alguns momentos brilhantes dar trabalho ao mito Michaael Schumacher e fechou os anos em terceiro, com um carro igual poderia ser campeão.

Ano 2005 - De casa nova na F1, Montoya estreou na Mclaren, o primeiro ano foi difícil devido a uma contusão no ombro que o tirou de duas provas. No ano seguinte, o colombiano nitidamente não foi bem por causa das questões de paddock, a contratação de Alonso para equipe e o embate com a cúpula da equipe fizeram o colombiano desistir da categoria máxima do automobilismo.
Na F1 Montoya conseguiu apenas 7 vitórias (Brasil, Spa Francorchamps, Hockenheim, Silverstone, Mônaco e Monza duas vezes), e 13 pole position mostrando que velocidade ele tinha de sobra.

Ano 2006 - Montoya voltou para os EUA, para a Nascar, categoria de turismo americano pela equipe Ganassi. A adaptação foi mais difícil do que previa, mas de consolo hoje vemos que ninguém até o momento que saiu de monopostos se deu bem na Nascar. 

Ano 2007 - O ano foi um pouco melhor conseguiu a sua primeira vitória na Nascar e na Rolex Sport Car Series mas as cobranças começam a surgir mesmo dentro do ambiente familiar da Ganassi.

Ano 2008 - Venceu a corrida de Daytona da Rolex Sport Car Series de novo.

Ano 2009 - Foi seu melhor ano na Nascar, porém jogou fora a vitória em Indianápolis levando um drive through ainda assim conseguiu se classificar para o Chase.

Ano 2010 - Venceu em Watkins Glen na Nascar mas já era bastante questionado por conta de fracos desempenhos na categoria. 

Ano 2012 - O ano em que Montoya entrou para a história como o homem que bateu no Dry Jet, ali definitivamente o colombiano sepultava sua carreira na categoria.

Ano 2013 - Montoya venceu pela terceira vez a Rolex em Daytona e quase venceu a prova de Richmond da Nascar, seria o primeiro estrangeiro a vencer em oval na categoria e talvez isso lhe desse um fôlego novo na categoria mas não deu.

Ano 2014 - Após quinze anos fora dos monopostos mais rápidos do mundo Montoya volta a Indy mas agora pela equipe Penske. Seu ano foi muito fraco mas a readaptação seria difícil para um homem tanto tempo afastado dos carros ( e acima do peso).

Ano 2015 - Montoya vence a Indy 500 e lidera o campeonato, isso se chama renascimento.

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