segunda-feira, 10 de novembro de 2014

O TOP 10 DA F1 DE TODOS OS TEMPOS - PARTE 3 E FINAL


Seguindo com a nossa já famosa lista de grandes gênios da F1 de todos os tempos, chegamos aos dois pilotos que estão no topo do ranking e antes do resultado vale ressaltar que por se tratarem de gênios de períodos tão distintos o critério adotado para o desempate foi o de resultados durante a carreira.

Fangio cunhou a frase"Carreras son Carreras"



2o. Lugar - O primeiro grande Ás da F1, Juan Manoel Fangio.

Durante décadas os pilotos da F1 tentaram alcançar os feitos de Fangio conquistados durante a década de 1950. Fangio conquistou em apenas 51 GP's 24 vitórias, ou seja, quase a metade das provas que disputou e também foi o primeiro a conquistar um tetra campeonato em sequência mostrando do porque de ser considerado por tanto tempo a referência dos outros pilotos. Soma-se o título de 1951 e Fangio teve ao todo cinco títulos mundiais.
Em 1950 ao lado de Nino Farina, Reg Parnell, Luigi Fagioli e outros na Alfa Romeo o argentino mostrou ser brilhante e muito rápido e apesar de ter vencido pela primeira vez na mítica Mônaco os outros resultados não foram tão expressivos e o já veterano Farina que havia perdido os melhores anos de sua vida para a Segunda Guerra consegue o título da recém criada categoria máxima do automobilismo. Em 1951, mostrando todo o seu talento e o tarimbo de seus 40 anos Fangio conquista pela própria Alfa Romeo o seu primeiro título. Em 1952 mesmo sendo considerado o melhor,a Alfa Romeo não era capaz de enfrentar a Scuderia Ferrari e Alberto Ascari. Em 1953 Fangio vai para a Maserati e corre ao lado do brasileiro Chico Landi e outros grandes pilotos, o ano é de adaptação e Ascari e Ferrari vencem mais uma vez. Em 1954 Fangio começa correndo pela Maserati mas no meio da temporada troca de equipe (fato raro até os dias de hoje) e vai pela Mercedes e a bordo das "Flecha de Prata"  o argentino se vale de um carro quase invencível e conquista seu campeonato. No ano seguinte o domínio absoluto de Fangio continua e ele conquista seu terceiro título. De curiosidade vale mostrar que um futuro campeão, Stirling Moss já era companheiro de equipe de Fangio e com certeza deve ter aprendido um truque ou dois com o gênio. Na temporada de 1956 as Mercedes se retiram da categoria, Fangio então procura uma equipe capaz de lhe dar um carro competitivo e então o gênio dos pampas vai para a já tradicional Ferrari. O casamento apesar de ter culminado no título mundial foi terrível para Fangio, o dono e chefe da equipe Comendador Enzo Ferrari colocava a equipe sempre em primeiro lugar, acima inclusive de qualquer piloto, as decisões de Enzo incomodavam Fangio que já não era mais nenhum garoto e então pela sua paz de espírito e poder competir em alto nível por mais algum tempo o piloto regressa a Maserati. O título de 1957 foi a confirmação que o piloto podia ser o diferencial na categoria, pela quarta equipe o argentino ganhava seu quinto e último título, tendo atuações soberbas no início da temporada e sabendo administrar ao longo da segunda metade da competição. Em 1958 na segunda corrida do ano pela Maserati, um desentendimento com a equipe devido ao uso de amortecedores diferentes do que poderiam ser usados faz o piloto abreviar sua carreira e se aposentar evitando assim correr o risco de morrer em um acidente. Fangio podia ter corrido por todo 1958 com o carro que tinha ou ter morrido em um acidente, por medo ou por auto preservação o fato é que o piloto resolveu se aposentar no momento que ainda era imbatível na categoria. 
Juan Manuel Fangio colecionou números impressionantes, em apenas 51 GP's ele venceu 24, 35 pódios, 29 pole positions, 23 voltas mais rápidas e 5 títulos mundiais. Para Senna, as marcas de Fangio se fossem alcançadas determinariam que ele seria o melhor de todos os tempos, infelizmente Senna morreu e ficamos com essa dúvida porém podemos dizer sem medo de errar que por 50 anos Fangio foi o melhor que existiu, quiçá o melhor até hoje.


1o. Lugar - No topo do Top 10, ele, o gênio alemão, heptacampeão mundial, recordista de poles e vitórias, o incrível Michael Schumacher

Cena repetida por dezenas de vezes no melhor casamento piloto-equipe da história.



Antes de falar da carreira de Schumacher vamos observar alguns números: 91 vitórias dele contra 51 de Alain Prost o segundo maior vencedor, 68 pole positions dele contra 65 de Ayrton Senna o segundo maior pole position, sem citar os 7 títulos contra 5 de Fangio, ou seja até hoje não existe ninguém como Schumacher na F1 pelo menos nos números.

Ao estrear pela Jordan em Spa Francorchamps em 1991 no lugar de Bertrand Gachot que havia sido preso, com certeza nem ele e nem ninguém poderia imaginar que um mito estava surgindo. Sem nunca andar de F1, Schumacher andou muito bem nos treinos e fazia uma uma excelente corrida e apesar do abandono o talento dele chamou a atenção de Flavio Briatore da Bennetton. O alemão de queixo grande e pé pesado logo entrou em uma média e tinha ao seu lado pelo menos por algumas corridas o tricampeão Nelson Piquet, para nós brasileiros a entrada de Schumacher foi frustante pois acarretou na dispensa do bom piloto Roberto Pupo Moreno. Após algumas corridas em 1991 finalmente Schumacher iria fazer uma temporada inteira em 1992 e seu companheiro de equipe seria Martin Blundle, uma vez que Piquet estava se aposentando.
Em 1992 apesar de constantemente andar no pelotão da frente Schumacher só conseguiu vencer uma prova, a primeira de sua carreira. No ano seguinte Schumacher voltaria a vencer mais uma vez mas se destacou ainda mais pois teve ao seu lado o já respeitado e experiente Ricardo Patrese.
Em 1994 veio a consagração em um ano marcado pela morte de Ayrton Senna, o maior confronto entre dois melhores pilotos do mundo em dois carros competitivos só aconteceu por três provas infelizmente. A Williams se recuperou rapidamente da morte de Senna e deu a Damon Hill a chance de reagir contra as Benetton, para complicar a vida da Benetton a Fia considerou alguns dispositivos ilegais durante a temporada o que acarretou perda de rendimento. Na última prova do ano Hill e Schumacher chegam ao clímax da rivalidade, Schumacher erra e bate no muro, sabendo que irria perder a ponta Schumacher volta a pista e propositalmente joga o carro contra Hill que abandona a prova. Schumacher de forma polêmica conquista com a Benetton Ford seu primeiro título mundial.
Em 1995 o carro da Benetton melhora muito com os motores Renault e o bicampeonato acontece com facilidade.
Em 1996 Schumacher é contratado pela Ferrari com a difícil missão de tirar a equipe de Maranello do longo jejum de títulos. Ao lado de Eddie Irvine na Ferrari, Schumacher consegue recuperar a alto estima da equipe conquistando pódios, vitórias e poles porém o título fica com Damon Hill. Em 1997 abatalha pelo título foi contra Jacques Villeneuve, o fato marcante desse ano foi o toque proposital de Schumacher em Villeneuve para tentar tirar o canadense da prova e desta ser campeão. A FIA pune de maneira exemplar Schumacher e retira dele todos os pontos da temporada, nunca mais os atos de Schumacher na pista seriam vistos sem desconfiança.
Em 1998 e 1999 as batalhas de Schumacher foram contra as Mclaren de Coulthard e principalmente de Mika Hakkinen. O grave acidente em Silverstone em 1999 tirou as chances de título de Schumacher, porém mesmo estando afastado por algumas corridas o piloto voltou e mostrou que não tinha sequela nenhuma do acidente.
Em 2000 começa a um período de domínio sem precedentes nas categoria, Schumacher e Ferrari começam a dominar amplamente a categoria, títulos são conquistados, recordes batidos e um brasileiro acompanhou de perto todo esse período, Rubens Barrichello. Em 2000, na tradicional pista de Monza, casa da Ferrari, o alemão igualou o recorde de vitórias de Ayrton Senna, e no Japão se sagrou Tricampeão da categoria.
Em 2001 a conquista do quarto título foi fácil, a superioridade da Ferrari e de Schumacher como piloto eram absolutas, o fato marcante do ano foi o pódio de Michael Schumacher que chegou em segundo atrás de seu irmão Ralf Schumacher, pela primeira vez dois irmão subiam no pódio em primeiro e segundo lugares na F1.
Em 2002, uma das mais fáceis das conquistas de Schumacher, ampla vantagem para o segundo lugar do campeonato seu companheiro de equipe, Rubens Barrichello. O fato negativo que chamou a atenção desse ano foi o de Rubens ter praticamente parado o carro na reta de chegada do GP da Áustria para que Schumacher ganhasse a corrida, o fato gerou revolta dos fãs, principalmente dos brasileiros. Mas a temporada teve seus pontos altos quando o alemão quebrou o recorde de vitórias em um mesmo ano, vencendo 11 vezes e igualou o número de títulos mundiais com Fangio.
Já em 2003 a temporada foi mais apertada, as BMW Williams de Ralf Schumacher e Montoya conseguiram graças aos pneus Michelin um desempenho superior em algumas corridas, a Mclaren de Raikkonen mostrou força e o finlandês levou a disputa pelo título até a última corrida do ano em Suzuka, esta prova foi inclusive uma das piores da carreira de Schumacher em termos de desempenho pessoal, o piloto se mostrou muito nervoso mas ainda assim se sagrou campeão graças a vitória de Barrichello.
No ano de 2004 mais um título do alemão, talvez o mais fácil, Schumacher venceu 13 corridas no ano, aumentando seu próprio recorde, e ficou muito a frente de Rubens Barrichello seu companheiro de equipe.
No ano de 2005 o regulamento muda radicalmente e Schumacher apesar de bravos esforços não é capaz de parar Alonso, a estrela em ascensão da equipe Renault. Apesar de grandes apresentações de Schumacher a Ferrai não tinha um grande carro, até a Mclaren era um carro melhor naquele ano. Em 2006 a Ferrari melhorou, principalmente no segundo semestre mas uma falta de sorte no Japão, uma quebra de motor quando liderava, faz Schumacher praticamente dar adeus ao título. Na corrida do Brasil o alemão perdeu o título que era improvável e decidiu encerrar a carreira. Os números de Schumacher eram impressionantes e muitos acreditavam que eram imbatíveis.
Três anos longes das pistas fizeram mal ao piloto alemão que sentia dentro de si que era capaz de ainda fazer mais pois a sua aposentadoria se deu no momento de leve declínio da carreira, ou seja, 80% de Schumacher ainda era acima da média. quando Felipe Massa se acidentou na Hungria, o piloto alemão cogitou voltar a correr pela Ferrari, porém um acidente de moto o fez adiar por alguns meses esse retorno. Em 2010 o mítico piloto regressa as pistas mas pela recém criada equipe Mercedes, como um acerto de contas de uma dívida de gratidão do passado. Os três anos na Mercedes foram muito ruins para Schumacher, alguns momentos foram sofríveis. Muitos foram os motivos para isso, a idade avançada para os padrões da categoria (acima dos 40 anos), os três anos de inatividade (a categoria evoluiu muito), os poucos treinos que eram feitos e por fim o carro da Mercedes nos dois primeiros anos não eram bons apesar dos motores serem rápidos. No terceiro ano, após os fracassos, Schumacher passou a se divertir na pista e se conformou que era a hora de parar. Esses anos na Mercedes não foram aquilo que ele esperavam tampouco o que os torcedores também esperavam mas em nada esses anos apagam a genialidade desse piloto extraordinário.

Quando comecei a fazer os posts, Schumacher curtia feliz da vida a sua aposentadoria merecida, infelizmente durante a criação desse post especificamente o ex piloto se acidentou enquanto esquiava e está em coma. Decidi em respeito ao mítico piloto aguardar a publicação desse post mas infelizmente o tempo passa e a situação de Schumacher não se altera, a solução então é dedicar a ele, de todo o meu coração esse post com o um tributo a sua genialidade.




Obrigado por tudo Schummy.

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