quarta-feira, 18 de junho de 2014

O TOP 10 DA F1 DE TODOS OS TEMPOS - PARTE 2

Seguindo com a lista de melhores pilotos da F1 vamos destacar aqueles que por mim são considerados os 5 melhores da categoria lembrando que a lista já teve citados Emerson Fittipaldi, Jack Brabham, Jim Clark, Nelson Piquet e Jack Stewart.

Obstinado, frio, calculista e sagaz assim é Lauda.

O 5o. lugar da lista fica com o tricampeão que "voltou" da morte para continuar ganhando provas e títulos.
5o. lugar - Niki Lauda
Um vencedor nas pistas e na vida, o austríaco Niki Lauda que já era campeão da F1 sofreu um gravíssimo acidente em Nurburgring e teve uma grande parte do corpo queimada em 1976. Lauda chegou a receber a extrema unção mas se recuperou com incrível perseverança e obstinação, mesmo perdendo duas corridas da temporada chegou na última prova daquele ano com chances de ser campeão mas pelas condições climáticas adversas em Suzuka, Lauda em um ato de coragem preferiu abandonar a prova e viu o título ser ganho por James Hunt com a diferença de 2 pontos apenas. Muitos condenaram Lauda mas a verdade é que ele fez o certo sim, teve coragem de assumir o exemplo e buscar melhorias na segurança dos pilotos e não correr riscos desnecessários. Lauda depois viria a conquistar mais dois títulos mundiais mas sempre foi lembrado por aquele perdido. Lauda era capaz de acertar um carro como poucos, era rápido, agressivo quando tinha que ser e além disso mexia com o psicológico dos adversários como poucos. Lauda correu com diversos monstros da F1 e sempre teve um papel de destaque entre eles, que diga Senna, Prost, Piquet, Mansell, Stewart, Keke Rosberg, James Hunt e vários outros. Lauda foi campeão nos anos de 1975, 1977 e em 1984 (por meio ponto de vantagem para Prost seu companheiro de equipe).
 Por ter mudado a maneira como pilotos deveriam encarar a competição e criar novos níveis de competitividade o austríaco merece um lugar no top 5.

O professor conquistou 3 dos seus 4 títulos na Mclaren.

Começava a ter dificuldades para estabelecer os primeiros colocados da lista pois todos são pilotos incrivelmente qualificados.
O quarto lugar da lista fica com um tetracampeão do mundo, chamado por muitos de Professor.
4o. lugar - Alain Prost.
É difícil dissociar Prost de seu mais conhecido adversário nas pistas, o brasileiro Ayrton Senna. O francês porém teve uma carreira extremamente vitoriosa e talvez para alguns mereça um lugar mais acima nesse ranking porém seguindo meus critérios acho que essa posição é justa e merecida mas respeito que pense diferente. Prost sempre foi muito rápido, sabia se valer de estratégia para vencer provas e era arrojado quando necessário. Prost porém tinha uma fraqueza nítida, não era um bom piloto na chuva. 
Alain já começou de cima na categoria máxima do automobilismo correndo pela Mclaren mas a temporada de estréia não foi muito boa devido a um carro inconsistente e um acidente que lesionou a mão do piloto, depois dessa temporada inicial migrou para a Renault onde correu por três anos e fez seu nome para o mundo das corridas. Alain voltou para a Mclaren e se consagrou, apesar de no ano de sua reestreia ter sido vice campeão por meio ponto apenas, nos dois anos seguintes o francês mostrou o auge de seu talento e sua capacidade de tirar proveito das situações adversas, assim Prost conquistou dois títulos. O ano de 1987 a Mclaren ficou bem atrás das Williams e Prost terminou em quarto. O já consagrado piloto iria dividir a equipe com o promissor Ayrton Senna. Para surpresa de Prost o novato se adaptou a equipe muito rapidamente e pelo seu jeito agressivo apesar de inconsistente conseguia vitórias lendárias. Prost perdeu o título de 1988 apesar de ter mais pontos porém isso não o abateu e ele se recuperou no ano seguinte. A temporada de 1989 foi a mais controversa da história da F1, de maneira proposital mas discreta Prost deixou o seu carro bater no de Senna. O brasileiro ainda assim voltou a pista e venceu a prova porém foi desclassificado e nos bastidores muito se diz que Prost influenciou seu compatriota Jean Marie Ballestre a desclassificar Senna da prova. Prost com a desclassificação de Senna foi campeão do mundo mas o clima ficou insustentável na Mclaren e ele acabou saindo da equipe devido ao seu ato "covarde" de não decidir o título na pista.
Prost foi para Ferrari mas a sua arrogância e os problemas da equipe de Maranello fizeram com que ele só corresse por lá duas temporadas e fosse demitido. Prost tirou um ano sabático e depois retornou a F1 pela então imbatível Williams. Prost com um carro muito superior e um companheiro de equipe apenas mediano conquista seu quarto título mundial e se aposenta. 
Em números absolutos Prost vence Senna, nos proporcionais não. O que ao meu ver faz Prost ficar atrás de Senna são os duelos em condições iguais e o veto de Prost de ter Senna ao seu lado na Williams. Prost teve em seu currículo quatro títulos mundiais (1985,1986,1989 e 1993), 51 vitórias e 33 pole positions.




Senna "voando" na chuva

Senna duelando contra outros grandes campeões.


O terceiro colocado nessa lista é um ídolo sem igual não só para os brasileiros mas para qualquer amante do automobilismo. Niki Lauda ao se referir a ele disse "Quem quiser superar Senna terá que inventar uma maneira completamente nova de correr".
3o. colocado Ayrton Senna da Silva
O piloto mais rápido de todos os tempos. Só isso já fala muito de Senna, porém apesar de ser genial, brilhante, aguerrido e destemido ele fica em terceiro na lista, apesar de eu saber que isso irá gerar revolta dos fãs brasileiros, apesar dele ser meu ídolo tentarei explicar o porque Senna está em terceiro. Ayrton tinha como objetivo obter 5 títulos tal qual Fangio tinha, porém devido ao seu acidente fatal na curva Tamburello ele não pode chegar nesse número. Senna poderia ter cinco títulos? Acredito que sim, assim como acredito que Jim Clark poderia ser tricampeão do mundo e não bi se tivesse sobrevivido ao seu acidente. Mas a análise se dá pela carreira e não por "achismo" ou pura especulação. Senna pra mim foi o melhor pois venceu outros gênios mas seus resultados o colocam em terceiro nessa lista.
Senna estreou em 1984 pela modesta Toleman e mesmo em um carro muito pouco competitivo ele se destacou e quase venceu em Mônaco, se não fosse a interrupção dos franceses para beneficiar Prost (a metade dos pontos daquela vitória valeu menos do que um segundo lugar e esse ponto fez falta uma vez que Prost foi vice campeão atrás de Lauda por meio ponto). Senna foi para a lendária Lotus e mostrou todo o seu talento para o mundo, mostrando que em uma única volta era imbatível pois era capaz de andar no limite e tirar tudo do carro. A Lotus porém estava em decadência e apesar de ter permitido o piloto a vencer provas e a postular por uma oportunidade o título, o carro não estava na altura do talento de Senna, vide o número de pole position que ele tinha em relação as vitórias, números desproporcionais. Senna correu por três anos na Lotus e quando já estava maduro e respeitado no circo da F1 o brasileiro foi para a Mclaren no ano de 1988.
No ano de estréia da equipe inglesa Senna protagonizou um duelo épico com seu companheiro de equipe e já bicampeão da categoria Alain Prost. Senna e Prost fizeram então a melhor temporada de uma equipe na F1 com 15 vitórias da Mclaren em 16 provas. Na penúltima prova do ano Senna fez uma corrida épica, largando da pole caiu para décimo sexto na largada mas se recuperou e venceu a prova e o campeonato. Senna apesar de em pontos absolutos ter ficado atrás de Prost, nos descartes que ocorriam na época ele se beneficiou e se sagrou campeão.
Em 1989 a rivalidade entre os dois se acirrou quando Prost propositalmente jogou o carro em cima de Senna em Suzuka, o brasileiro ainda voltou a prova e a venceu mas foi desclassificado. Esse episódio chama a atenção pois Ron Dennis, então chefe da equipe saiu em defesa de Senna contra Prost e contra a FIA. Outro personagem que defendeu Senna foi desafeto declarado, Nelson Piquet, o que ajuda a compreender o tamanho da injustiça cometida. Em 1990, Senna e Prost agora na Ferrari retornam a Suzuka e é a vez do brasileiro cometer o mesmo ato vil e se vingar de Prost, jogando o carro em cima do francês ainda na primeira curva, episódio foi o auge da inimizade de ambos.
Em 1991 Senna começou meteórico, venceu as quatro primeiras provas do ano mas depois foi perseguido implacavelmente por Mansell e a sua Williams "de outro mundo". Senna se valendo de sua experiência e da imprudência de seu rival inglês consegue mesmo com um carro inferior conquistar o título em Suzuka novamente. Em 1992, Senna fez talvez seu pior ano na categoria, acabou em quarto lugar no mundial, ficou apático devido a superioridade das Williams. Em 1993, Senna recuperou a forma, mesmo tendo um carro inferior a Williams o piloto fez algumas de suas melhores corridas na categoria, algumas até mesmo milagrosas e ofuscou o brilho da quarta conquista mundial de Prost pela Williams. O mundo sabia quem era o melhor piloto e Senna foi para a Williams em 1994 sonhando em conquistar mais títulos e quiçá empatar com Fangio. Infelizmente após 3 corridas o sonho terminou na curva Tamburello.
Senna obteve alguns números impressionantes, 41 vitórias, 65 pole positions em 162 corridas além disso venceu 6 vezes em Mônaco e 5 em Spa Francorchamps. Senna conquistou três mundiais (1988, 1990 e 1991) e foi o ídolo máximo de uma geração inteira.

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